PRINCÍPIOS DA ORDEM ECONÔMICA
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- Amália Amaro
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1 Página1 Curso/Disciplina: Direito Econômico Aula: Princípios da Ordem Econômica. Professor (a): Luiz Jungstedt Monitor (a): Felipe Ignacio Loyola Nº da aula 04 PRINCÍPIOS DA ORDEM ECONÔMICA CF. Art A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: I - soberania nacional; II - propriedade privada; III - função social da propriedade; IV - livre concorrência; V - defesa do consumidor; VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de ) VII - redução das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno emprego; IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995) Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. Segundo o professor, a obra que melhor desenvolve esses princípios é o livro do professor Diogo de Figueiredo Moreira Neto: Curso de Direito administrativo, Ed. Forense, especialmente, no capítulo da intervenção do Estado na ordem econômica. Organização dos princípios da ordem econômica: por Diogo de Figueiredo Moreira Neto
2 Página2 PRINCÍPIOS DO DIREITO ECONÔMICO ORGANIZADOS POR DIOGO DE FIGUEIREDO MOREIRA NETO ONTOLÓGICOS (O QUE É?) AXIOLÓGICOS (VALORES ADOTADOS) TELEOLÓGIOCOS (RESULTADOS PERSEGUIDOS) TRABALHO SOBERANIA EXISTÊNCIA DIGNA DA PESSOA HUMANA MEIOS DE PRODUÇÃO FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE DEFESA DO CONSUMIDOR INICIATIVA ECONÔMICA LIVRE CONCORRÊNCIA DEFESA DO MEIO AMBIENTE BUSCA DO PLENO EMPREGO REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES REGIONAIS FOMENTO À MICROEMPRESA Princípio da função social da propriedade (art. 170 III da CF) O artigo 5º, XXII da CF garante o direito à propriedade privada e, em seguida, o inciso XXIII, do mesmo dispositivo, estabelece que a propriedade deverá atender à sua função social. Isto é, o direto à propriedade privada é uma garantia constitucional, mas não é absoluta, a sua função social deve ser observada. Ratificam este entendimento os incisos II e III do art. 170 da CF/88.
3 Página3 Função social da propriedade urbana: CF. Art A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. A função social da propriedade urbana vem estabelecida expressamente no plano diretor da cidade em que o imóvel está situado. A CF, no art. 186, conceitua e institui 04 requisitos que devem ser respeitados, simultaneamente, a fim de que a propriedade rural atenda à sua função social. O Direito Agrário distribui esses requisitos em 03 pilares que culminam na ideia básica de função social da propriedade rural. CF. Art A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I - aproveitamento racional e adequado; II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. APROVEITAMENTO RACIONAL E ADEQUADO FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE RURAL ART. 186 DA CF/88 PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE RELAÇÕES DE TRABALHO BEM ESTAR DOS PROPRIETÁRIOS E TRABALHADORES Pilares da função social da propriedade rural:
4 Página4 1º pilar: Aproveitamento racional e adequado: É conhecido, no Direito econômico, como desenvolvimento (crescimento) econômico. 2º pilar: Utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente: É o aspecto ambiental. Fazendo uso racional dos recursos naturais é que se tem o desenvolvimento econômico equilibrado. 3º pilar: Observância das disposições que regulam as relações de trabalho e a exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores: É o aspecto social da função social da propriedade rural. Assim, a função social da propriedade rural ocorre quando a propriedade rural gera o desenvolvimento econômico e social com o uso racional dos recursos ambientais. Essa ideia vem sendo aplicada no Brasil, desse 1964, pela Lei 4504, no seu artigo 2º: Lei 4504/64. Art. 2 É assegurada a todos a oportunidade de acesso à propriedade da terra, condicionada pela sua função social, na forma prevista nesta Lei. 1 A propriedade da terra desempenha integralmente a sua função social quando, simultaneamente: a) favorece o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores que nela labutam, assim como de suas famílias; b) mantém níveis satisfatórios de produtividade; c) assegura a conservação dos recursos naturais; d) observa as disposições legais que regulam as justas relações de trabalho entre os que a possuem e a cultivem. Função social da propriedade urbana: A ideia acerca da função social da propriedade urbana é a mesma aplicada à função social da propriedade rural, com o Plus do combate à especulação imobiliária, que é um dos maiores males do desenvolvimento. A função SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA será atendida quando ela, simultaneamente, gerar o desenvolvimento econômico e social, utilizando-se de forma adequada dos recursos ambientais e quando não for objeto de especulação imobiliária.
5 Página5 Atenção! Caso o candidato queira um conceito de função social da propriedade urbana mais completo, é preciso analisar o plano diretor do município em que o imóvel se encontra. Como exemplo, o professor aponta o plano diretor da cidade do Rio de Janeiro, Lei complementar 111/11: LC 111/11. Art. 7º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no Plano Diretor, assegurando o atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social e ao desenvolvimento das atividades econômicas, respeitadas as diretrizes previstas no Art. 3º desta Lei Complementar. APROVEITAMENTO RACIONAL E ADEQUADO PROPRIEDADE RURAL UTILIZAÇÃO ADEQUADA DOS RECURSOS NATURAIS DISPONÍVEIS E PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE OBSERVÂNCIA DAS DISPOSIÇÕES QUE REGULAM AS RELAÇÕES DE TRABALHO E A EXPLORAÇÃO QUE FAVOREÇA O BEM-ESTAR DOS PROPRIETÁRIOS E DOS TRABALHADORES FUNÇÃO SOCIAL APROVEITAMENTO RACIONAL E ADEQUADO UTILIZAÇÃO ADEQUADA DOS RECURSOS NATURAIS DISPONÍVEIS E PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE PROPRIEDADE URBANA OBSERVÂNCIA DAS DISPOSIÇÕES QUE REGULAM AS RELAÇÕES DE TRABALHO E A EXPLORAÇÃO QUE FAVOREÇA O BEM-ESTAR DOS PROPRIETÁRIOS E DOS TRABALHADORES COMBATE À ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA Cuidado! Não confundir o conceito de função social da propriedade urbana com o conceito de função social da cidade.
6 Página6 CF. Art A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: A lei mencionada no art. 186 da CF, estabelece critérios e graus de exigência para o cumprimento da função social da propriedade rural, essa é a Lei 8629/93 que disciplina a reforma agrária. Lei 8629/93. Art. 9º A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo graus e critérios estabelecidos nesta lei, os seguintes requisitos: I - aproveitamento racional e adequado; II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. Propriedade produtiva: O artigo 9º da Lei 8629/93 traz, com maior precisão, o conceito de função social da propriedade rural. Não obstante, no seu artigo 6º, também traz o conceito de propriedade produtiva: Lei 8629/93. Art. 6º Considera-se propriedade produtiva aquela que, explorada econômica e racionalmente, atinge, simultaneamente, graus de utilização da terra e de eficiência na exploração, segundo índices fixados pelo órgão federal competente. Princípio do meio ambiente: (princípio do desenvolvimento sustentável) CF. 170 (...) VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de ) Constitucionalmente, esse dispositivo é a origem da matéria sustentabilidade nas contratações públicas. A sustentabilidade define as regras postas nas licitações e contratos que que tendem a privilegiar os empresários que adotam o princípio do desenvolvimento sustentáveis. O princípio do desenvolvimento sustentável é encontrado no Direito Econômico, ambiental, Agrário e Urbanístico. Na essência, esse princípio tem o mesmo contexto de função social da propriedade rural, ou seja, o desenvolvimento sustentável é o crescimento econômico e social com o uso racional dos recursos ambientais.
7 Página7 MICRO E PEQUENA EMPRESA Princípio do tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no país: CF. art. 170 (...)IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995) CF. Art A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei. As empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, recebem tratamento jurídico diferenciado, porque, a cada 10 postos de trabalho no Brasil, 07 são oferecidos pelas micro e pequenas empresas. Ou seja, elas são a mola da economia. Micro e pequena empresa: LC Nº 123/06 TRATAMENTO FAVORECIDO (ART. 179 DA CF) CONTRATAÇÕES PÚBLICAS (ARTS. 42 AO 49 DA LC 123/06) REGULARIDADE FISCAL POSTERIOR À LICITAÇÃO LICITAÇÃO EXCLUSIVA EMPATE TÉCNICO NO JULGAMENTO Vantagens concedidas às micro e pequenas empresas: Num cenário de crise, para fins de contratação com o poder público, fazer prova da regularidade fiscal a posteriori se torna uma grande vantagem, uma vez que a empresa tem tempo para regularizar a sua situação financeira sem perder a oportunidade de participar das licitações públicas. Em relação às licitações exclusivas, é uma exigência legal de que parte das licitações realizadas no período fiscal sejam realizadas apenas com a participação das micro e pequenas empresas. No que tange ao critério de desempate, em caso de empate fictício, a preferência é da micro e pequena empresa.
8 Página8 Empate fictício: LC. 123/06. Art. 44. Nas licitações será assegurada, como critério de desempate, preferência de contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte. 1o Entende-se por empate aquelas situações em que as propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez por cento) superiores à proposta mais bem classificada. Observação! Não há qualquer irregularidade ou violação ao princípio da isonomia em relação ao tratamento favorecido dado às micro e pequenas empresas, porque é a própria CF/88 que estabelece esse tratamento.
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