Teoria da Contabilidade Financeira e Estruturas Conceituais. Denise Bittar-Godinho Jonathan Piccolo Stephanie Rutschka

Transcrição

1 Teoria da Contabilidade Financeira e Estruturas Conceituais Denise Bittar-Godinho Jonathan Piccolo Stephanie Rutschka

2 Desenvolvimento Histórico < A.C. Agricultura leva à criação da contabilidade primitiva Primordialmente registro de estoque 700 A.C D.C. 400 D.C D.C. Moeda de valor uniforme -> contas públicas, comércio Contabilidade financeira e auditoria se tornam relevantes Bancos, igreja, feudos, burguesia -> contabilidade Iluminismo e comércio internacional Método de Veneza (partidas dobradas) vs TC

3 Desenvolvimento Histórico D.C 1775 D.C A.C. HOJE Estagnação da contabilidade Expansão do Método de Veneza Contabilidade para administrar negócios (não se pensa em usuários externos) vs TC Revolução industrial -> necessidade de capital, bancos e investidores Contabilidade para usuários externos Separação entre contabilidade financeira e de custos Maior ênfase para resultados Desenvolvimento de conceitos

4 Desenvolvimento Histórico Desenvolvimento dos meios de produção é a base para a superestrutura política, legal, social, moral, religiosa, etc. (The German Ideology) Tentativas de Teorias da Contabilidade Personificação Contas são como pessoas que dão e recebem Representação Fiel Valor de transações Mas o que é valor? Foco em Usuários Quem são? Como usam? vs TC

5 Teoria(s) da Contabilidade Lógica e Matemática Contabilidade vs TC

6 Teoria(s) da Contabilidade A política, a economia e a legislação também representam muitas das forças poderosas que se juntam a considerações puramente teóricas para a determinação da prática. A teoria da contabilidade, além do desenvolvimento de princípios, também busca compreender essas forças. Hendriksen e Breda Teoria da Contabilidade (1999) vs TC

7 Teoria(s) da Contabilidade Fiscal Legal Enfoque Econômico Comportamental Estrutural Ético vs TC

8 Teoria(s) da Contabilidade Enfoque Normativo Como deveria ser Indica diretrizes para a prática contábil Julgamentos de valor a partir de declarações factuais sobre contabilidade Enfoque Positivo Como é Explicar como é usada pelos envolvidos e quais os efeitos Explicar e prever Schroeder & Clark: uma teoria bem desenvolvida é composta pelos dois enfoques, apresentando o que deve ser e o que é vs TC

9 Teoria(s) da Contabilidade Hoje existem diversas teorias da contabilidade Diferentes modelos contábeis são necessários Ex: Contabilidade Financeira vs. Contabilidade de Custos Problema I: formular objetivos específicos e bem definidos para cada modelo e uni-los a conjuntos de hipóteses adequadas Problema II: a contabilidade é hoje um quebra-cabeças É necessário um esforço para se criar uma Teoria Geral da Contabilidade vs TC

10 Teoria e Estrutura Conceitual Teoria da Contabilidade e Estrutura Conceitual são sinônimos? FASB enxerga a estrutura conceitual básica em analogia com uma constituição (Lopes e Martins) Codifica princípios que norteiam o desenvolvimento dos demais CPC entende que a Estrutura Conceitual estabelece conceitos que fundamentam a elaboração de demonstrações contábeis destinadas a usuários externos Estruturas conceituais podem ser consideradas tentativas de se reunir um corpo de teoria contábil para servir de guia para o estabelecimento de padrões contábeis (Alexander, Britton & Jorissen) vs TC

11 Histórico Estrut. Conceitual vs TC

12 Estrutura Conceitual Por que existem diferentes Estruturas Conceituais? FASB e IASB: Privilegiam usuários externos Estruturas conceituais para Contabilidade Financeira E os demais usuários? E as demais contabilidades? Os objetivos são os mesmos? A filosofia é a mesma? vs TC

13 Estrutura Conceitual Existem diversas estruturas conceituais, como: The Conceptual Framework FASB Conceptual Framework IASB Public Sector Conceptual Framework IFAC Estrutura Conceitual IPAFI/IBRACON/CVM Estrutura Conceitual CFC Accounting Standards for Private Enterprises AcSB vs TC

14 Estrutura Conceitual As estruturas conceituais podem ser diferentes porque: Apresentam objetivos diferente (demonstrações financeiras de companhias públicas vs. privadas) Destinam-se a usuários diferentes (investidores vs. interesse público) Baseiam-se em aspectos culturais diferentes (AAOIFI Shariah vs. Ocidente) Partem de filosofias diferentes (IPAFI objetivos vs. CFC dogmático) São recortes de teorias da contabilidade diferentes (enfoques como econômico, ético e legal) vs TC

15 Estrutura Conceitual CONSENSO Teoria Ainda não há uma Teoria Geral da Contabilidade (TGC) Desse modo, existem diversas Estrutura Conceituais vs TC Objetivos e conjuntos de hipóteses pra cada modelo contábil TGC composta por placeholders e adaptations

16 Contábeis Raciocínio Indutivo Raciocínio Dedutivo Observação/Experimento Hendriksen e Iudícibus se baseiam fortemente no Raciocínio Dedutivo em suas Teorias da Contabilidade Generalização Paradigma/Teoria Predição vs TC

17 Contábeis Utilizando-se do raciocínio dedutivo, Iudícibus propõe o seguinte encadeamento lógico: Objetivos Postulados Normas e Procedimentos Parte-se dos objetivos, que são o ponto mais abrangente da Teoria da Contabilidade E chega-se nas normas e procedimentos, o ponto mais específico vs TC

18 Contábeis Objetivos Iudícibus IASB Hendriksen Fornecer informação econômica, física, de produtividade e social relevante para que cada usuário possa tomar suas decisões e realizar seus julgamentos com segurança vs TC Provide financial Apoiar os acionistas e information about the outros indivíduos na reporting entity that tomada de decisões is useful to existing financeiras, ajudandoos a predizer os fluxos and potential investors, lenders and other creditors in de caixa da empresa making decisions about providing resources to the entity

19 Contábeis Dados os objetivos, os Postulados delimitam o ambiente econômico, político e social onde a Contabilidade deve operar Entidade Contábil Indivíduo, empresa, grupo de empresas, setor ou divisão que efetue atividade econômica Stakeholders exigem relatórios sobre essa entidade Ente é distinto dos sócios que o compõem Continuidade Entidades consideradas como empreendimentos em andamento (going concern) Unidades econômicas atuam por período indefinido Liquidação ordenada vs. Liquidação forçada vs TC

20 Contábeis A partir dos Postulados delineados, conseguimos deduzir os princípios contábeis Como Hendriksen afirma, os princípios devem: Fornecer um quadro de referência através do qual a prática contábil possa ser avaliada Guiar o desenvolvimento de novas práticas e procedimentos e praticas se diferenciam Custo histórico como base de registro inicial é um princípio, enquanto a ação de registrar uma transação a custo histórico é prática vs TC

21 Contábeis Iudícibus apresenta três princípios da Contabilidade: Custo como base de registro inicial Competência Denominador comum monetário Consequência do postulado da continuidade Preço da transação é a melhor expressão de valor Possibilidade de reavaliações Demonstrações por competência apresentam maior correlação com a realidade econômica da empresa Accruals e conteúdo informativo da contabilidade Evidenciação de inúmeros itens, homogeneizando-os por meio da mensuração monetária Propriedade agregativa vs TC

22 Contábeis O ponto mais específico da Teoria da Contabilidade, segundo Iudícibus, são as convenções Os princípios contábeis dão ampla margem de liberdade para os contadores, então convenções: Limitam ou restringem os princípios Definem mais precisamente seus significados Apontam direções a serem seguidas pela prática contábil vs TC

23 Contábeis Objetividade Materialidade Descrever adequadamente o atributo que está sendo mensurado Informação não enviesada Relação custo-benefício da informação Conceito depende do usuário das demonstrações Conservadorismo Entre valores relevantes, escolher o mais conservador Salvaguardar saúde da entidade financeira Consistência Consistência de procedimentos ao longo do tempo Diferente de uniformidade de procedimentos vs TC

24 Contábeis Pré-requisito aos encadeamento lógico apresentado: Características tativas da Informação Contábil A contabilidade se propõe a ser ÚTIL De nada adianta apresentar relatórios com entidades bem definidas, denominador monetário comum e procedimentos consistentes sem que a informação seja: RELEVANTE REPRESENTAÇÃO FIEL vs TC

25 Contábeis Relevância Informação capaz de fazer diferença na decisão dos usuários Valor preditivo: usada como input para previsões de resultados futuros Feedback: usada para confirmar avaliações prévias Materialidade Representação Fiel Completa: contém toda informação necessária para se entender o fenômeno Neutra: sem viés ou manipulação para levar a um resultado desejado Livre de erros: procedimentos escolhidos e aplicados sem erro vs TC

26 Contábeis Características qualitativas aperfeiçoamento da informação contábil Comparabilidade Entre informações da própria empresa Entre empresas diferentes Verificabilidade Investigadores independentes podem atestar Verificação direta vs. indireta Tempestividade Fornecer informações a tempo de influenciar suas decisões Compreensibilidade Apresentação clara e concisa Usuários com conhecimento razoável vs TC

27 Contábeis Abordagem Tradicional Utiliza expressões descritas vagamente e conceitos não operacionalizáveis Abordagem Moderna Formula e utiliza termos bem definidos e conceitos empiricamente significantes Termos não definidos não apresentam seus limites, nem prescrevem suas regras operacionais para que estas sejam testadas Termos não interpretados não apresentam de forma clara a relação entre o fenômeno e o termo (símbolo) que o representa. Ex. o que é Valor? Mensuração? Lucro? vs TC

28 Relevância das características qualitativas da informação contábil Code Law direito romano foco no credor Common Law GAAP foco no minoritário vs TC

29 Relevância das características qualitativas da informação contábil BACEN CVM Receita Federal CPC ~ IASB vs TC

30 Relevância das características qualitativas da informação contábil A composição do CPC é similar à do IASB: Quem audita Quem analisa Quem utiliza para fins comerciais Quem estuda e pesquisa Adaptação brasileira IBRACON APIM ABRASCA e B3 CPC e FIPAFI BACEN, CVM, Ministério da Fazenda vs TC

31 Relevância das características qualitativas da informação contábil Orientações baseadas em princípios, filosofias, que apontam o raciocínio que deve ser seguido......e não em regras detalhadas, exclusivamente pautada nas linhas e entrelinhas da lei. vs TC

32 Relevância das características qualitativas da informação contábil Normas baseadas em regras não possuem princípios? vs TC

33 na aplicação das normas Objetivo Central IASB: incentivar a construção de relatórios financeiros com informações comparáveis entre países; Transações semelhantes deveriam ser mensuradas e apresentadas da mesma forma; sistemáticas em políticas contábeis devido à fatores não econômicos dificultam tal aplicação. (KVALL e NOBES) vs TC

34 Aplicação das normas entre Países Fatores culturais; Continuação das tradições nacionais; Alguns pontos de divergência: Impairment, mensuração de fluxo de caixa e taxa de desconto; Conversão de opções vs TC

35 Aplicação das normas entre setores Financeiras tendem a ter políticas contábeis específicas Ex.: No Brasil, as seguradoras seguem as determinações da SUSEP e os bancos, as determinações do BACEN. vs TC

36 Aplicação das normas entre empresas Empresas de grande porte e listadas em diversas bolsas de valores tendem a gradualmente tornar suas publicações mais aderentes ao modelo IFRS; Empresas menores tendem a seguir as mesmas políticas pré-ifrs; Nobes and Perramon (2013) investigate this issue. ( ) They find, for 12 of their 15 topics, that the policy choices are significantly different between the small and large companies for at least some countries. (NOBES, 2013) vs TC

37 Barreiras para convergência ao IFRS identificadas nos países europeus Standards vistos como complicados ou complexos: Financial Instruments (IAS 39) Impairment of Assets (IAS 36) Deferred Income Taxes (IAS 12) Employee Benefits (pensions) (IAS 19) vs TC

38 Barreiras para convergência ao IFRS identificadas nos países europeus Standards cujas transações eram pouco comuns nos países: Pensions and post-retirement benefits Polônia: Financial Instruments (IAS 39); vs TC

39