O TRABALHO INFANTIL ARMINDA MATEUS CACULO
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- Isabella Carmona Barroso
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1 O TRABALHO INFANTIL ARMINDA MATEUS CACULO
2 SUMÁRIO PERSPECTIVA HISTÓRICA DO TRABALHO INFANTIL INSTRUMENTOS INTERNACIONAIS INSTRUMENTOS REGIONAIS INSTRUMENTOS NACIONAIS O TRABALHO INFANTIL EM ANGOLA CAUSAS CONSEQUÊNCIAS A POLÍTICA DO ESTADO ANGOLANO NO COMBATE AO TRABALHO INFANTIL CONSIDERAÇÕES FINAIS
3 O QUE É O TRABALHO INFANTIL? É toda a forma de actividade realizada por crianças com uma idade inferior daquela que é estabelecida pela lei de um país para trabalhar.
4 PERSPECTIVA HISTÓRICA DO TRABALHO INFANTIL O trabalho infantil atingiu o seu apogeu no período da Revolução Industrial, nesta época as crianças trabalhavam 14h diárias e em lugares sem condições de segurança. As brincadeiras, erros, atrasos ou conversa no exercício da actividade laboral tinham as seguintes sanções: - Violência física; - Violência psicológica; - Abusos sexuais. Em 1802 a Inglaterra aprovou uma lei que reduziu a carga horária e aboliu os castigos que as crianças sofriam nas indústrias.
5 INSTRUMENTOS INTERNACIONAIS SOBRE O TRABALHO INFANTIL DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU): ØDECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS (1959); ØCONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA DE 1989 (CDC). DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT): ØCONVENÇÃO N. 138 DE 1973 SOBRE A IDADE MÍNIMA; ØRECOMENDAÇÃO N. 146 DE 1973; ØCONVENÇÃO N. 182 DE 1999 SOBRE AS PIORES FORMAS DE TRABALHO.
6 DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA CONSAGRA O PRINCÍPIO DA PROTECÇÃO DA CRIANÇA: a criança deve ser protegida contra toda a forma de abandono, crueldade, exploração e não pode ser objecto de nenhum tipo de tráfico. - A criança não deve trabalhar sem antes ter uma idade mínima adequada; - Não se deve permitir que ela se dedique ou que lhe imponham qualquer ocupação que prejudique a sua saúde, educação, o seu desenvolvimento físico, mental ou moral.
7 CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA ART. 32º nº 1 : os Estados Partes reconhecem à criança o direito de ser protegida contra a exploração económica ou a sujeição a trabalhos perigosos que podem prejudicar a sua educação, saúde, e o seu desenvolvimento físico ou mental. Para tal, devem os Estados (art. 32º nº 2): - Fixar uma idade ou idades mínimas para a admissão a um emprego; - Adoptar regulamentos relativos à duração e às condições de trabalho; - Prever penas ou outras sanções para assegurar uma efectiva aplicação deste artigo. Os Estados Partes devem tomar medidas legislativas, administrativas ou outras para materializar este artigo (art. 4º).
8 CONVENÇÃO N. 138 (OIT) OBJECTIVO: fazer com que os países criem políticas para abolir o trabalho infantil e legislem sobre a idade mínima de admissão no emprego, tendo como foco o desenvolvimento físico e mental da criança. Não determina uma idade para que a criança seja admitida no emprego, permite que os Estados Membros o façam por meio de uma declaração, desde que a idade não seja inferior a 15 anos (art.2º nº 3). Os estados subdesenvolvidos podem estabelecer uma idade de 14 anos (art. 2º nº 4).
9 RECOMENDAÇÃO N. 146 ( OIT) FIM: concretizar os objectivos estabelecidos pela convenção nº 138, priorizando as necessidades das crianças em políticas ou programas estaduais relativos ao desenvolvimento físico e mental da criança.
10 CONVENÇÃO N.182 (OIT) Estabelece que qualquer Estado que ratificar a convenção deve tomar com urgência todas as medidas imediatas e eficazes para assegurar a proibição e eliminação das piores formas de trabalho de crianças. Piores formas de trabalho de crianças abrange: todas as formas de escravatura, venda, tráfico de crianças ou servidão por dívidas, trabalho forçado, recrutamento de crianças para utilizá-las em conflitos armados, prostituição, etc.
11 INSTRUMENTOS REGIONAIS CARTA AFRICANA DOS DIREITOS E BEM-ESTAR DA CRIANÇA; DECLARAÇÃO POLÍTICA DA COMUNIDADE DE PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA (CPLP); PROTOCOLO SOBRE DESENVOLVIMENTO E TRABALHO DA COMUNIDADE DE DESENVOLVIMENTO DA ÁFRICA AUSTRAL (SADC).
12 CARTA AFRICANA DOS DIREITOS E BEM-ESTAR DA CRIANÇA A criança tem o direito de ser protegida contra todas as formas de trabalho infantil ou qualquer outro que põe em causa a sua vida ou seja nocivo ao seu desenvolvimento físico e psíquico (art. 15º nº 1).
13 DECLARAÇÃO POLÍTICA DA CPLP Objectivos: - Combater a exploração do trabalho infantil; - Promover a ratificação e implementação das convenções 138 e 182 da OIT; - Prevenir e eliminar a exploração do trabalho infantil; - Reforçar a cooperação multicultural de forma recíproca entre os países da CPLP, etc.
14 PROTOCOLO SOBRE EMPREGO E TRABALHO DA SADC O art. 18º deste diploma prevê que os Estados que a tenham ratificado, garantam que se evite o trabalho infantil, que a idade mínima para a admissão ao emprego não seja inferior à idade mínima para a conclusão do ensino obrigatório, que o trabalho tenha uma duração limitada, que as crianças tenham formação profissional, etc.
15 INSTRUMENTOS RATIFICADOS PELA REPÚBLICA DE ANGOLA Convenção nº 6 de 1976 sobre o Trabalho Nocturno da Criança (OIT); Convenção nº 81 de 1976 sobre a Inspecção Geral do Trabalho (OIT); Convenção nº 105 de 1976 sobre a Abolição do Trabalho Forçado (OIT); Convenção nº 182 de 2001 sobre as Piores Formas de Trabalho (OIT); Convenção nº 138 de 2001 sobre a Idade Mínima de Admissão ao Emprego (OIT).
16 INSTRUMENTOS NACIONAIS Constituição da República de Angola (CRA); Lei sobre a Protecção e Desenvolvimento Integral da Criança (Lei nº 25/12 de 22 de Agosto); Lei Geral do Trabalho (Lei nº 7/15 de 15 de Junho).
17 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE ANGOLA Consagra a protecção dos direitos da criança: educação, saúde e condições de vida, estes direitos constituem prioridade da família e do Estado (art. 35º nº 6 da CRA). "O Estado e demais colaboradores devem proteger a criança de todas as formas de exploração...as políticas públicas viradas para o domínio da família e da saúde devem salvaguardar o maior interesse da criança de forma a garantir o seu maior desenvolvimento físico, psíquico e cultural. ( art. 8Oº da CRA)
18 LEI SOBRE A PROTECÇÃO E DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA Contém regras e princípios jurídicos sobre a protecção e o desenvolvimento integral da criança. A criança não pode ser objecto de qualquer forma de exploração (art. 7º). A criança tem direito ao repouso e ao gozo dos tempos livres, participar em actividades recreativas e desportivas próprias à sua idade (art. 28º) Tem direito a educação e o Estado deve criar medidas para prestar assistência aos pais no exercício das suas responsabilidades de educar a criança e na planificação da primeira infância (art.63º).
19 LEI GERAL DO TRABALHO (LGT) A validade da relação jurídica laboral com menores é condicionada pela autorização dos seus pais, tutor, representante legal...(art. 254º); O empregador deve assegurar aos menores a seu cargo, condições de trabalho adequadas à sua idade e formação profissional...(art. 254º); O trabalho do menor entre os 14 e 16 anos, não pode exceder as 6h diárias e 34h semanais; nem as 7h diárias e 39h semanais se tiver idade compreendida entre os 16 e 18 anos (art. 259º nº 1); Os menores só podem prestar trabalhos leves, que não envolvam muito esforço físico e insusceptíveis de prejudicar a sua saúde, e o desenvolvimento físico e mental (art. 256º nº 2 e 3 da LGT).
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21 CAUSAS Pobreza: em famílias de baixa renda, a probabilidade de a criança trabalhar para complementar a renda dos pais é maior; Má qualidade na educação: o baixo nível de escolaridade dos pais e a incapacidade das instituições de ensino contribuem para que a criança ingresse no mercado de trabalho precocemente; Trabalho para a própria família: prática realizada pela família com o fim de evitar gastos com a contratação de trabalhadores. A criança fica obrigada a realizar trabalhos domésticos em sua própria casa.
22 CONSEQUÊNCIAS As crianças que trabalham apresentam muitos problemas de saúde: - Cansaço; - Irritabilidade; - Prejudica o crescimento ou desenvolvimento; - Mau aproveitamento escolar; - Distúrbios no sono, etc.
23 O TRABALHO INFANTIL EM ANGOLA A prática de trabalho infantil está presente nos países subdesenvolvidos como é o caso de Angola. Segundo o relatório dos Direitos Humanos de 2015 de Angola, a maioria dos trabalhos infantis centra-se no sector informal e particularmente nas províncias de Luanda, Benguela, Huambo, Huíla e Kwanza Sul. O Instituto Nacional da Criança que foi criado em 1991, é a instituição que trabalha com o Estado no campo do reforço de protecção da criança. Apesar de ser visível a ocorrência de trabalho infantil, até 2015 não houve notícias de que o Estado tenha instaurado qualquer acção judicial.
24 A POLÍTICA DO ESTADO NO COMBATE AO TRABALHO INFANTIL Criação do Conselho Nacional da Criança (2007) cujo objectivo é controlar a execução das políticas públicas e defender os direitos da criança; Programa de Empreendedorismo, cujo objectivo é melhorar a condição de vida das famílias de forma a que se assegure a educação da criança e protegê-la contra o trabalho infantil; Nova Constituição da República de Angola (2010); Nova Lei Geral do Trabalho de 2015.
25 O TRABALHO INFANTIL CONSTITUI UMA VIOLAÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA? A criança é protegida não só pela Constituição da República de Angola, como também em outros instrumentos internacionais. O trabalho infantil constitui sim uma violação dos direitos da criança nomeadamente: saúde, educação, lazer, desporto... por isso deve o Estado fortalecer as políticas públicas tais como: a promoção da saúde, educação, melhores condições de trabalho para os pais, habitação, trabalhar com a sociedade civil com o fim de informar a população dos riscos que a criança corre ao ser submetida precocemente ao trabalho e reforçar a fiscalização para que os infractores sejam responsabilizados.
26 LUTEMOS TODOS CONTRA O TRABALHO INFANTIL MUITO OBRIGADA PELA SUA PRESENÇA!
O TRABALHO INFANTIL ARMINDA MATEUS CACULO
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