PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO E COMBATE AO TRABALHO INFANTIL. Araucária 2016
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- Rayssa Santarém Melgaço
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1 PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO E COMBATE AO TRABALHO INFANTIL. Araucária 2016 Soeli do Rocio Nunes Lechinhoski Pedagoga do Departamento de Ensino Fundamental da Secretaria Municipal de Educação ( ) Secretaria Municipal de Educação de Araucária O Ministério Público do Trabalho em consonância com as atuais disposições da Convenção dos Direitos da Criança, da Organização das Nações Unidas (ONU), e das Convenções 138 e 182, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), instituiu o Programa de Erradicação e Combate ao Trabalho Infantil com os objetivos de: intensificar o processo de conscientização da sociedade com vistas à erradicação do trabalho infantil e a proteção do trabalhador adolescente; romper as barreiras culturais que dificultam a efetivação dos direitos da criança e do adolescente; e fortalecer o Sistema de Garantia de Direitos, com vistas à ampliação, qualitativa e quantitativa, das políticas públicas de atendimento à criança e ao adolescente. Recomenda que a Secretaria Municipal de Educação efetive ações que incluam os conteúdos que tratam desse tema ao currículo educacional. De acordo com o artigo 227 da Constituição Federal, é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade: o direito à vida; o direito à saúde; o direito à alimentação; o direito à educação; o direito ao lazer; o direito à profissionalização; o direito à cultura;
2 o direito à dignidade e ao respeito; o direito à liberdade; o direito à convivência familiar e comunitária; além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. O ECA regulamenta o Art. 227 da Constituição Federal/88: Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
3 Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. Trabalho infantil é toda forma de atividade econômica e/ou atividade de sobrevivência, com ou sem finalidade de lucro, remunerada ou não, exercida por crianças e adolescentes que estão abaixo da idade mínima para a entrada no mercado de trabalho, segundo a legislação em vigor no País. No Brasil, a idade mínima para o trabalho é 16 anos, exceto quando exercido na condição de aprendiz, que é permitido a partir do quatorze anos. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada anualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o trabalho infantil está associado a indicadores de escolarização menos favoráveis e ao baixo rendimento econômico das famílias cujas crianças e adolescentes trabalham. Embora a grande maioria esteja matriculada na escola, o baixo rendimento e a evasão escolar é três vezes maior entre crianças e adolescentes que trabalham, comparados com os que não trabalham. A PNAD de 2008, por exemplo, apontou que 27,5% dos adolescentes que trabalham, entre 16 e 18 anos, deixaram de frequentar a escola. A pesquisa mostrou, ainda, que na faixa etária dos 5 aos 13 anos predomina o trabalho em atividades rurais, principalmente em regime de economia familiar. O trabalho urbano, por sua vez, é mais comum entre os adolescentes de 16 e 17 anos, embora ainda seja elevado o número de crianças que trabalham nos grandes centros urbanos, principalmente nas atividades informais e no trabalho doméstico. Uma outra constatação da pesquisa foi a de que a maioria das crianças e adolescentes que trabalham, de 5 a 13 anos de idade, não recebem remuneração (61%) e que os adolescentes trabalhadores, com idade de 16 e 17 anos, prestam jornada média de 32,7 horas por semana, sendo esse um dos motivos apontados para o alto índice de evasão escolar nessa faixa etária (27,5%). O trabalho de crianças e adolescentes com idade inferior a 16 anos é proibido, salvo na condição de aprendiz, que é permitido apenas a partir dos 14 anos, conforme o previsto na Constituição Federal (artigo 7º, inciso XXXIII), no Estatuto da Criança e do Adolescente (artigo 67) e na Consolidação das Leis do Trabalho (artigo 405).
4 Com efeito, o trabalho não pode causar nenhuma espécie de prejuízo ao adolescente. Assim, caso ainda não tenha concluído a escolaridade obrigatória, o adolescente só poderá trabalhar em horário compatível com a freqüência escolar. A erradicação do trabalho infantil exige ações imediatas que assegurem a efetiva retirada, do mercado de trabalho, das crianças que se encontram em situação de exploração, a regularização do trabalho dos adolescentes e a melhoria das condições de trabalho dos adultos, além de respostas de longo prazo que interfiram nas relações econômicas e sociais das populações de baixa renda. Também é preciso buscar, por meio de um permanente processo de conscientização da sociedade, romper as atuais barreiras culturais, com base nas quais ainda se aceita o trabalho precoce quando necessário ao complemento da renda das famílias pobres. Entretanto, não se pode negar que a melhoria da condição social e o rompimento das barreiras culturais passam necessariamente pela educação. Alguns pontos para reflexão de acordo com os textos no manual: Abordagem do Trabalho Infantil na Escola ( disponível na plataforma moodle) A evasão e o atraso escolar são dois dentre os graves problemas que ocorrem entre as crianças que trabalham. Estas crianças estão mais sujeitas aos maus tratos, à violência sexual e psicológica. (p.44) A falta de perspectiva é mais presente entre os jovens que, desde crianças, foram explorados no trabalho, não tiveram oportunidade de escolarização, sofreram abandono e outras formas de violência. Todas as crianças precisam de carinho, proteção, segurança e, para isto, elas devem conviver com pessoas que cuidem delas. (p.45) Não se pode negar que a melhoria da condição social e o rompimento das barreiras culturais passam, necessariamente, pela educação. (p.46) Todo e qualquer programa social de atendimento à criança e ao adolescente empobrecidos deve ter como objetivo permanente o ingresso, o regresso, a permanência e o sucesso de todas as crianças por ele atendidas na escola,
5 ou seja, lugar de criança é na escola. (p.47) O papel dos professores na garantia dos direitos das crianças adolescentes é fundamental, sobretudo porque a escola integra o Sistema de Garantia de Direitos SGD, preconizado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente ECA. (p.49).
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