CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS AGENTE FISCAL DE RENDAS-SP PROFESSOR FREDERICO DIAS

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1 Aula 1 - Teoria geral da Constituição. Princípios constitucionais. Olá! Seja bem-vindo à primeira aula deste nosso curso para o concurso de Agente Fiscal de Rendas ICMS/SP. Hoje vamos falar da parte teórica da nossa disciplina, especificamente sobre temas como: o Estado, o Direito Constitucional, a Constituição e os princípios constitucionais. Veremos ainda que, em geral, as questões relativas a este último item (previsto nos arts. 1 a 4 da Constituição de 1988) são bem literais e simples de serem resolvidas. Antes de começar, permita-se introduzir o assunto rapidamente. Segundo José Afonso da Silva, o estudo do direito divide-se em três grandes ramos. 1) Público (abrangendo constitucional, administrativo, urbanístico, econômico, financeiro, tributário, processual, penal e internacional). 2) Social (abrangendo previdenciário e do trabalho). 3) Privado (abrangendo civil e comercial). Como você deve ter observado, o Direito Constitucional integra o Direito Público, mas se distingue dos seus demais ramos pela natureza específica de seu objeto e por seus princípios peculiares. Afinal, o Direito Constitucional refere-se diretamente à organização e funcionamento do Estado, à articulação dos elementos primários do mesmo e ao estabelecimento das bases da estrutura política. O que seria o Direito Constitucional? Bem, podemos defini-lo como o ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado. E tem como objeto a Constituição desse Estado. Quanto ao conceito de Constituição, podemos relacioná-lo, inicialmente, à simples noção de forma de organização do Estado. Quando eu digo Estado, você tem de ter em mente a junção de três elementos fundamentais: território, população e governo. O Estado é, assim, a forma histórica de organização jurídica limitada a um determinado território e com população definida e dotada de soberania. Modernamente, a doutrina vai falar em povo (em vez de população) e acrescentar mais um elemento: a finalidade. Assim, o Estado seria constituído de um governo (poder institucionalizado/soberania) que tem por finalidade essencial a regulamentação das relações sociais travadas pelos membros de uma população (ou povo) distribuída em determinado território. Prof. Frederico Dias 1

2 Nesse sentido, qualquer Estado tem sua Constituição (afinal, tem de haver algum tipo de organização, concorda?), independentemente de estar essa organização compilada em um livro, um documento específico. Todavia, o estudo sistemático da Constituição somente se desenvolve a partir do momento em que os Estados passam a compilar em um documento as regras de organização de suas estruturas. E isso ocorre especialmente a partir das revoluções burguesas do fim do séc. XVIII, cujos ideais iluministas e liberais coincidiam com a necessidade de se estabelecer normas para o funcionamento do Estado (até como forma de limitar seu poder). É nesse ambiente que surge o constitucionalismo moderno, movimento que concebeu a ideia de limitação do poder estatal (atenção para isso!) por meio da criação de um documento escrito, que estabelecesse as regras fundamentais e supremas de organização do Estado. Como não podia deixar de ser, aquelas primeiras constituições eram sucintas. Tratavam de poucos assuntos: (i) regras de organização do Estado; (ii) exercício e transmissão do poder; e (iii) direitos e garantias fundamentais e separação dos poderes, como forma de limitação do poder estatal. Nesse contexto, chamo sua atenção para o conceito de Constituição ideal, decorrente do triunfo do movimento constitucional no início do séc. XIX e apresentado por J. J. Gomes Canotilho. Assim, essa concepção identifica-se com os postulados político-liberais e sustenta que a Constituição deve: (i) ser escrita; (ii) consagrar um sistema de garantias de liberdades (reconhecimento de direitos individuais e sistema democrático formal); e (iii) limitar o poder do Estado por meio do princípio da divisão dos poderes. Mas, se as primeiras Constituições escritas e rígidas eram de orientação puramente liberal; com o tempo elas começam a apresentar caráter social. Com isso, as Constituições passam a expandir seu objeto, a traçar os fins estatais e a estabelecer programas e linhas de direção para o futuro. Em suma, ganham uma vertente social. Feita essa introdução, vamos ao que interessa: questões de concurso. 1) (FCC/TJ/PI/ adaptada) A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos estados, municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito. O item está correto, pois reproduz o art. 1 da nossa Constituição. Mas vamos utilizá-la para tratarmos do conceito de Estado Democrático de Direito... Como sabemos, o Estado de Direito é um conceito tipicamente liberal e se relaciona com a primazia da lei, divisão de poderes e garantia de direitos fundamentais. Entretanto, o individualismo e a abstenção do Estado geraram injustiças sociais, o que gerou a superação do Estado de Direito. Nesse momento, ganhou força o conceito de Estado Social de Direito, em que o social refere- Prof. Frederico Dias 2

3 se à correção do individualismo clássico liberal pela afirmação de direitos sociais. Entretanto, nem sempre o Estado de Direito (seja liberal seja social) se revela como democrático. Daí se considerar que o Estado Democrático agrega o componente da soberania popular, impondo a participação efetiva e operante do povo na coisa pública (o que não se exaure na simples formação de instâncias representativas). Já o Estado Democrático de Direito pode ser entendido como uma evolução desses conceitos. Segundo o prof. José Afonso da Silva, o Estado Democrático de Direito reúne os princípios do Estado Democrático e do Estado de Direito, mas não como simples reunião formal dos respectivos elementos, na medida em que revela um conceito novo que os supera. Nesse sentido, incorpora uma vertente de transformação da realidade, superação das desigualdades e realização da justiça social. Então, fiquemos assim: vamos tentar enxergar o nosso Estado Democrático de Direito como uma evolução do Estado de Direito, que agrega tanto o aspecto democrático (participação do povo no controle das decisões públicas) quanto o aspecto de transformação social. Bem, mas o item foi literal e podia ser respondido apenas com base no art. 1 da Constituição. 2) (FCC/EPP/SAD-BA/2004) São elementos constitutivos do Estado Moderno: povo, território e soberania. Para a doutrina o Estado constitui-se de três elementos básicos: povo, território e soberania. Portanto, correta a questão. De qualquer forma, você pode encontrar doutrinadores que venham a acrescentar mais um elemento: a finalidade. Assim, o Estado seria constituído de um governo (poder institucionalizado/soberania) que tem por finalidade essencial a regulamentação das relações sociais travadas pelos membros de uma população (ou povo) distribuída em determinado território. Prof. Frederico Dias 3

4 3) (FCC/EPP/SAD-BA/2004) O conceito de Estado não se confunde com o de Nação. Já vimos o conceito de Estado e ele não se confunde com o conceito de nação. A nação seria um conjunto de pessoas unidas por tradições, línguas e costumes comuns. Ou seja, trata-se de um vínculo sociológico e cultural que dá identidade a um determinado grupo. Note que é possível, por exemplo, haver mais de uma nação dentro do mesmo Estado. Embora seu concurso seja da FCC, é necessário utilizar algumas questões de outras bancas em alguns temas, como este inicial, mais teórico. Isso não será necessário, por exemplo, na parte final desta aula, voltada aos princípios fundamentais (como é uma parte mais literal, aí sim teremos diversas questões da FCC). Sendo assim, vejamos duas assertivas interessantes da Esaf. 4) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) A Constituição contém normas fundamentais da ordenação estatal que servem para regular os princípios básicos relativos ao território, à população, ao governo, à finalidade do Estado e suas relações recíprocas. A noção de Constituição está ligada à organização do Estado (ordenação estatal), ou seja, de seus elementos constitutivos. Em síntese a Constituição regula os princípios básicos relativos ao Estado: território, população (ou povo), governo e finalidade. 5) (ESAF/AFRFB/2005) Segundo a doutrina do conceito de constituição, decorrente do movimento constitucional do início do século XIX, deve ser afastado qualquer conteúdo que se relacione com o princípio de divisão ou separação de poderes, uma vez que tal matéria não se enquadra entre aquelas que se referem de forma direta à estrutura do Estado. Se, conceitualmente, a Constituição é o documento que organiza o Estado, devemos considerar que qualquer Estado tem sua Constituição, independentemente de estar essa organização compilada em um livro, um documento específico. Todavia, a partir das concepções surgidas na época das revoluções burguesas do fim do século XVIII, inicia-se um esforço de estudo sistemático da Constituição. Isso ocorre quando os Estados passam a compilar em um documento especial as regras de organização de suas estruturas. Observe que, se eu coloco em um documento as regras de organização do Estado, eu estou limitando o poder de quem o governa, pois passam a existir normas a serem cumpridas. Sem regras, o governante exerce o poder Prof. Frederico Dias 4

5 indiscriminadamente. Com o surgimento de regras de organização, passam a existir limites para o exercício do poder político do Estado. É nesse ambiente que surge o constitucionalismo, movimento que concebeu essa ideia de limitação do poder estatal por meio da criação de um documento escrito, que estabelecesse as regras fundamentais e supremas de organização do Estado. Portanto, as primeiras constituições escritas surgem como forma de limitar o poder e tratavam basicamente disso (eram sucintas): organização e limitação do poder estatal. Cabe destacar que essa limitação do poder estatal fundamenta-se em dois pilares: prevalência dos direitos fundamentais e separação dos poderes. A propósito, vejamos o que diz o art. 16 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (documento que decorre da Revolução Francesa): A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição.. Item errado. Agora, permita-me comentar duas questões simultaneamente. 6) (FCC/Auditor/TCE/MG/2005) O conceito de Constituição liberal foi expresso na Constituição mexicana revolucionária, de ) (FCC/Auditor/TCE/MG/2005) O conceito de Constituição liberal estava presente na Constituição de Weimar, de O conceito de Constituição liberal surge com as próprias Constituições escritas, junto ao constitucionalismo moderno (limitação do poder estatal por meio da elaboração de Constituições escritas que assegurassem a separação de Poderes e estabelecem direitos e garantias fundamentais). Esse modelo nasce nos fins do século XVIII e início do século XIX e permanece quase inquestionável até meados do século XX. Com efeito, no início do século XX já se demandam do Estado mais do que a simples abstenção. As crescentes injustiças sociais causadas pelo chamado Estado liberal vão exigir medidas do poder público que visem possibilitar a redução das desigualdades sociais. É quando surge o conceito de Constituição social. Ou melhor, é quando as constituições passam a exigir a intervenção do Estado com vistas a promover direitos econômicos, sociais e culturais para o indivíduo. E as primeiras Constituições que podem ser caracterizadas como sociais são exatamente a Constituição mexicana de 1917 e a de Weimar de Portanto, a questão está errada. No Brasil, a primeira Constituição que traz essa vertente social é a de Itens errados. Prof. Frederico Dias 5

6 8) (FCC/Auditor/TCE/MG/2005) Do ponto de vista histórico, o denominado conceito de Constituição liberal foi expresso pela Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de O conceito de Constituição liberal tem estreita relação com a limitação do poder estatal por meio da elaboração de Constituições escritas que assegurassem a separação de Poderes e estabelecem direitos e garantias fundamentais. E essa ideia estava presente na chamada Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (decorrente da Revolução Francesa). Vejamos o que diz o seu art. 16: A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição.. 9) (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-PR/2012) O constitucionalismo fez surgir as Constituições modernas que se caracterizam pela adoção de a) rol de direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais e regime presidencialista de governo. b) pactos de poder entre soberanos e súditos que garantem àqueles privilégios, poderes e prerrogativas sem a contrapartida de deveres e responsabilidades exigíveis por estes. c) princípio do governo limitado pelas leis, separação de poderes e proteção de direitos e garantias fundamentais. d) controle de constitucionalidade difuso das normas realizado por qualquer membro do Poder Judiciário. e) cartas constitucionais escritas, formais, dogmáticas, dirigentes, analítica e outorgadas. Depois do que já conversamos nesta aula, você não teve dúvidas de relacionar o conceito de Constituição Moderna com a limitação do poder do Estado por meio de separação dos poderes e estabelecimento de direitos e garantias fundamentais. Portanto, está correta a letra c. A alternativa a está errada. Embora as Constituições modernas tragam um rol de direitos fundamentais, você não deve pensar que esses direitos sejam tão extensos quanto hoje. Com efeito, naquele momento ainda não se pode falar em direitos sociais, culturais e econômicos. Como vimos, direitos dessa natureza só ganham relevância no século XX, quando as Constituições passam a ter uma vertente social. A alternativa b está errada, pois as Constituições modernas caracterizam-se por estabelecer limites aos soberanos (e não privilégios). Prof. Frederico Dias 6

7 A alternativa d traz uma resposta ambígua. Por um lado, o controle de constitucionalidade surge a partir da aplicação de Constituições Modernas. Por outro lado, não podemos dizer que isso as caracterizaria. Ademais, como vimos, a letra c apresenta uma resposta que se encaixa melhor ao enunciado. Assim, o controle de constitucionalidade difuso surge nos Estados Unidos a partir da aplicação concreta da Constituição de 1787, tendo como marco o caso Madison versus Marbury (1803). É que o fato de as Constituições passarem a ser escritas e rígidas favorece o surgimento do controle de constitucionalidade. Entretanto, não podemos dizer que isso é o que caracteriza as Constituições Modernas. A alternativa e está errada. Não são características das Constituições Modernas serem dirigentes, analíticas (características que vão surgir principalmente com as chamadas Constituições Sociais) e nem outorgadas. Gabarito: c 10) (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/SP/2006) Para Ferdinand Lassalle, defensor do sentido político, Constituição significa, essencialmente, decisão política fundamental, ou seja, concreta decisão de conjunto sobre o modo e a forma de existência política. Nas provas da FCC, esse assunto já é bem mais frequente do que os anteriores. São os conceitos político, sociológico e jurídico de Constituição. Excepcionalmente nesse assunto, é importante que você memorize os nomes relacionados a cada uma das concepções de Constituição: política, sociológica e jurídica. Carl Schmitt é quem desenvolve a concepção política de Constituição. Segundo esse conceito, a Constituição é uma decisão política fundamental. Assim, a Constituição surge a partir de uma vontade política fundamental de definir a forma e modo de organização do Estado. É importante saber que Carl Schmitt estabeleceu uma distinção entre Constituição e leis constitucionais. A Constituição disporia somente sobre as matérias substancialmente constitucionais, materialmente constitucionais devido à sua grande relevância jurídica (organização do Estado, direitos e garantias fundamentais etc.). Essas sim seriam, por excelência, as decisões políticas fundamentais. As demais matérias integrantes do texto da Constituição, de menor relevância, seriam tão somente leis constitucionais. Ou seja, uma coisa é tratar de temas realmente importantes, substancialmente constitucionais - assunto para a Constituição. Outra coisa seriam aqueles temas menos relevantes, que constituiriam o conteúdo de meras leis constitucionais. Prof. Frederico Dias 7

8 Ou seja, a questão caracterizou adequadamente o sentido político de Constituição. Todavia, tal concepção é defendida por Carl Schmitt e não por Lassalle. Item errado. 11) (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/SP/2006) Para Ferdinand Lassalle, defensor do sentido sociológico, a verdadeira Constituição de um país somente tem por base os fatores reais do poder que naquele país vigem e as Constituições escritas não têm valor nem são duráveis a não ser que exprimam fielmente os fatores do poder que imperam na realidade. Na concepção sociológica, a Constituição é concebida como fato social, como resultado da realidade social do país, e não propriamente como norma. A Constituição seria a soma dos fatores reais de poder que imperam na sociedade (tais como a aristocracia, a burguesia, os banqueiros etc.). Aquele documento escrito teria a função de simplesmente sistematizar essa correlação de forças, e só teria eficácia e valor se, de fato, representasse os valores sociais da sociedade. Essa noção é defendida por Ferdinand Lassalle, segundo o qual há duas Constituições: a real e a escrita. A real é a soma dos fatores reais de poder e a escrita, mera folha de papel. Em caso de conflito, aquela sempre prevalecerá sobre esta. Dessa forma, Lassalle nega a força normativa da Constituição escrita. Afinal, para ele, se a Constituição escrita não representar a real soma dos fatores de poder, ela não passará de uma folha de papel. Em suma, a questão está certa. Ferdinand Lassalle defende o sentido sociológico de Constituição, segundo o qual esta deve refletir os fatores reais de poder da sociedade. Além dos sentidos sociológico e político, já cobrados pela FCC (como vimos acima), temos o sentido jurídico, desenvolvido por Hans Kelsen. Para Hans Kelsen, defensor da concepção jurídica de Constituição, a Constituição é norma jurídica pura, sem qualquer consideração de ordem social, política, moral ou filosófica. Nesse caso, a Constituição teria um caráter estritamente formal. Kelsen estabeleceu uma distinção entre Constituição em sentido lógicojurídico e Constituição em sentido jurídico-positivo. De acordo com o sentido lógico-jurídico, a Constituição significa norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental da validade da Constituição jurídico-positiva. Ou seja, trata-se de fato instaurador não positivado (já que apenas pressuposto, pensado, imaginado), origem de todo o processo de criação das normas. Prof. Frederico Dias 8

9 Já em seu sentido jurídico-positivo, a Constituição equivale à norma positiva suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau. Assim, enquanto o jurídico-positivo está corporificado pelas normas postas, positivadas, o lógico-jurídico situa-se em nível do suposto, do hipotético (haja vista não configurar norma editada por nenhuma autoridade). A partir desse conceito de Kelsen, você já pode observar algo interessante: há um escalonamento das normas, em que uma constitui fundamento de validade para a outra (hierarquicamente inferior), constituindo uma verticalidade hierárquica. Assim, podemos dizer que as normas inferiores buscam seu fundamento de validade numa norma superior, e esta na Constituição (lei nacional no seu mais alto grau), que se caracteriza como fundamento de validade de todo ordenamento jurídico. Segundo Kelsen, essa Constituição positivada busca seu fundamento de validade na norma hipotética fundamental (sentido lógicojurídico). Vejamos duas questões sobre isso. 12) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) No sentido jurídico, a Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica. Na visão jurídica (Hans Kelsen), a Constituição é percebida de uma perspectiva estritamente formal: norma jurídica pura, desprovida de influências de ordem sociológica, política, moral ou filosófica. 13) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/STF/2008) Considere a seguinte definição, elaborada por Kelsen e reproduzida, com adaptações, de José Afonso da Silva (Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Atlas, p ). A constituição é considerada norma pura. A palavra constituição tem dois sentidos: lógico-jurídico e jurídicopositivo. De acordo com o primeiro, constituição significa norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental da validade da constituição jurídico-positiva, que equivale à norma positiva suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau. É correto afirmar que essa definição denota um conceito de constituição no seu sentido jurídico. Como vimos, na concepção jurídica de Constituição (Hans Kelsen), a Constituição é vista a partir de uma perspectiva estritamente formal, como norma pura, desprovida de qualquer consideração de cunho sociológico, moral, político ou filosófico. Nesse sentido, para o mesmo autor, o termo Constituição apresenta dois sentidos: sentido lógico-jurídico (norma fundamental hipotética) e sentido Prof. Frederico Dias 9

10 jurídico-positivo (norma positiva suprema, que regula a criação das demais normas). 14) (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/MA/2003) A conceituação de Constituição como "a soma dos fatores reais do poder que regem nesse País", atribuída a Lassalle, indica, segundo a doutrina, uma concepção de Constituição no sentido jurídico. É conhecida como sociológica a concepção de Constituição como resultado da realidade social do país, concebida como soma dos fatores reais de poder que imperam na sociedade. Tal sentido de Constituição foi desenvolvida por Lassale. Item errado. E na hora da prova? Bem, a FCC vai tentar de confundir trocando as definições, os conceitos e os autores. Portanto, deixe-me sintetizar essas informações para você. Sintetizando: Vejamos agora como se classificam as constituições. 15) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRF-4ª REGIÃO/2004) No que diz respeito à classificação das Constituições, considerando-se a origem, observa-se que umas derivam do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte, composta de representantes do povo, eleitos com a finalidade de sua elaboração, sendo que outras são elaboradas e estabelecidas sem a participação popular, através de imposição do poder na época. Nesses Prof. Frederico Dias 10

11 casos, tais Constituições são denominadas, respectivamente, promulgadas e outorgadas. Quanto à origem, as Constituições podem ser promulgadas e outorgadas. Constituição promulgada (democrática ou popular) é produzida pela participação popular, normalmente por força do regime de democracia representativa. Assim, a Constituição surge do trabalho de uma assembléia constituinte, formada por representantes do povo (eleitos democraticamente). Por outro lado, a Constituição outorgada é imposta de forma unilateral pelo poder da época, sem a participação popular. Trata-se de obra de um agente revolucionário que atua sem legitimidade para representar o povo. Há, ainda, dois tipos menos relevantes, e mais raros em concursos. A Constituição cesarista (geralmente não cobrada em concursos) também não é democrática. Trata-se de uma Constituição elaborada pelo detentor do poder e submetida ao povo, com vistas a referendar aquele documento, dando a ele ares de aparente legitimidade. Por fim, a doutrina fala em Constituição pactuada ou dualista (também mais rara em concursos) para se referir àquelas resultantes de um pacto entre a monarquia decadente e a burguesia em ascensão. Foram elaboradas como meio de transição do regime monárquico (decadente) para o burguês liberal (ascendente), razão pela qual a doutrina afirma que essas Constituições resultavam, na verdade, de duas vontades constituintes (dois poderes constituintes): da monarquia e da burguesia. No Brasil, já tivemos tanto Constituições promulgadas, quanto outorgadas. Sabendo um pouquinho de história você pode ter uma noção inicial do perfil daquela Constituição. É só verificar o ambiente em que surge aquela Constituição. I) A primeira Constituição foi a de 1824, que era outorgada. II) Em 1937, tivemos uma Constituição outorgada, durante o regime totalitário de Getúlio Vargas (Estado Novo). III) A Constituição de 1967 e a emenda constitucional de 1969 foram outorgadas logo após o golpe militar de 1964 e regeram o país até Ou seja, na história do constitucionalismo brasileiro tivemos Constituições outorgadas (1824, 1937, 1967 e 1969) e Constituições promulgadas (1891, 1934, 1946 e 1988). Em suma, enquanto as Constituições promulgadas derivam de uma Assembleia Constituinte (democrática), as outorgadas são elaboradas unilateralmente, sem participação popular. 16) (FCC/PROCURADOR/TCE/MG/2007) As constituições analíticas examinam e regulamentam todos os assuntos que entendam relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado. Prof. Frederico Dias 11

12 A questão trata da classificação quanto à extensão, em que as constituições dividem-se em: sintéticas e analíticas. A Constituição sintética (breve ou concisa) é aquela de texto abreviado, que trata apenas de matérias substancialmente constitucionais. De outra forma, a Constituição analítica (extensa ou prolixa) é aquela de texto extenso, tratando de matérias variadas, e não só de temas substancialmente constitucionais. Portanto, a questão está certa. As Constituições analíticas regulam vários assuntos, extrapolando as matérias propriamente constitucionais (organização dos elementos básicos do Estado). Assim, qualquer assunto que seja considerado relevante pelo legislador constituinte passará a integrar a Constituição, o que faz com que esta termine sendo extensa e prolixa. A Constituição de 1988 é classificada como analítica, pois apresenta texto extenso, abrangendo normas materialmente constitucionais, normas apenas formalmente constitucionais e normas programáticas. Nesse sentido, nossa Constituição segue a tendência moderna de as Constituições analíticas como forma de: (i) conferir maior estabilidade a certas matérias, levando-as para o texto da Constituição; e (ii) assegurar uma maior proteção social aos indivíduos, por meio da fixação de programas e diretrizes de política social para a concretização futura pelos órgãos estatais. 17) (FCC/AUXILIAR DE CONTROLE EXTERNO/TCE-MG/2007) A Constituição Federal brasileira é uma Constituição rígida, porque somente pode ser alterada por procedimento especial nela prevista. Quanto à estabilidade (ou alterabilidade) as constituições classificam-se em: imutáveis, rígidas, flexíveis e semi-rígidas. A Constituição imutável é aquela que não admite alteração do seu texto em nenhuma hipótese. Atualmente, podemos dizer que esta forma está em desuso (constituem relíquias históricas), tendo em vista que a imutabilidade pode resultar na total desconexão entre a Constituição e a realidade à sua volta. A Constituição rígida é aquela que admite alteração do seu texto, mas somente mediante um processo legislativo solene, mais dificultoso do que aquele de elaboração das leis. A Constituição flexível admite alteração do seu texto mediante processo legislativo simples, igual ao de elaboração das leis. Em regra, são também não escritas (classificação quanto à forma), mas podem ser excepcionalmente escritas. A Constituição semiflexível ou semirrígida mescla os dois tipos anteriores. Exige um procedimento especial para alteração de parte do seu texto (parte rígida) e permite a alteração da outra parte mediante procedimento simples, igual ao de elaboração das leis (parte flexível). Prof. Frederico Dias 12

13 A assertiva está certa, pois a Constituição Federal de 1988 é rígida exatamente pelo fato de exigir um processo especial para a modificação do seu texto, previsto no 2.º do seu art. 60. Ou seja, alterar a Constituição Federal é mais difícil do que alterar uma lei ordinária. Atenção! Apesar de a Constituição de 1988 ser do tipo rígida, há na doutrina (Alexandre de Moraes) quem a classifique como super rígida, uma vez que possui um núcleo não passível de supressão (cláusulas pétreas). 18) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT - 16ª REGIÃO (MA)/2009) Classificamse como analíticas as Constituições que prevêem somente os princípios e as normas gerais de regência do Estado, organizando-o e limitando seu poder, por meio da estipulação de direitos e garantias fundamentais. Se a Constituição trata apenas e princípios e normas gerais de organização do Estado (matérias substancialmente constitucionais) ela é sintética. A Constituição analítica trata de matérias variadas, e não só de temas substancialmente constitucionais. Item errado. 19) (FCC/JUIZ/MS/2009) Uma Constituição pode ter partes rígidas e partes flexíveis. Uma Constituição pode ter partes rígidas e partes flexíveis se, por exemplo, estabelecer que determinadas matérias só podem ser alteradas mediante procedimento especial, mais rígido. Já as demais partes podem ser modificadas pelo rito ordinário. Nesse caso, ela seria classificada como semiflexível, ou semirrígida. Você quer ver como isso funciona na prática? Observe este texto: É só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos Poderes Políticos, e aos Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado, sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias. Trata-se do art. 178 da Constituição de 1824, do Brasil imperial. Ou seja, a própria Constituição trazia um dispositivo que indicava qual era a sua parte rígida (que exigia procedimento mais dificultoso para sua modificação) e qual era a sua parte flexível. Com isso, ela era caracterizada como semiflexível. 20) (FCC/ANALISTA/MPU/2007) Conforme a doutrina dominante, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é classificada como a) formal, escrita, outorgada e rígida. b) formal, escrita, promulgada e rígida. Prof. Frederico Dias 13

14 c) material, escrita, promulgada e imutável. d) formal, escrita, promulgada e flexível. e) material, escrita, outorgada e semi-rígida. Aproveitando essa questão, vejamos como as constituições classificam-se quanto à forma e quanto ao conteúdo. Quanto à forma: escritas e não escritas Constituição escrita é aquela solenemente elaborada por um órgão constituinte num determinado momento. Disso resulta um documento escrito, integrado por todas as normas constitucionais. E aquele documento é que rege todo ordenamento jurídico, regulando jurídica e efetivamente as relações da vida e dirigindo as condutas. Já a Constituição não escrita (costumeira ou consuetudinária) é aquela que surge com o lento passar do tempo, como resultado de lenta síntese da evolução histórica do Estado. É integrada por leis escritas esparsas, jurisprudências, normas costumeiras e convenções. A Constituição de 1988 é do tipo escrita, pois está compilada em um único documento elaborado por um órgão constituinte. Quanto ao conteúdo: materiais e formais Constituição material (ou substancial) é aquele conjunto de normas substancialmente constitucionais. Não importa se as normas estão ou não codificadas em um único documento (um livro denominado Constituição ). Se a norma fala sobre temas substancialmente constitucionais, ela integra a Constituição material. A Constituição formal é aquela que está restrita a um documento solene, de forma escrita. Assim, independentemente do tema sobre o qual versem, aquelas normas ali inseridas terão status de normas constitucionais. Observem a Constituição de Ela é do tipo formal, tendo em vista que qualquer dos temas inseridos naquele documento revestem-se da mesma dignidade jurídica. Não importa se trata da organização do Estado (tema essencialmente constitucional, substancialmente constitucional) ou de qualquer outro aspecto pouco relevante, o que importa é o processo de formação, é o fato de aquela norma estar dentro daquele documento. Quer um exemplo para esclarecer? O art. 242, 2 da CF/88 assim dispõe: O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal. Acho que fica claro para qualquer um que isso não tem dignidade constitucional. Não é um assunto essencialmente constitucional. Entretanto, segundo o sentido formal de Constituição, o que importa é o fato de ele integrar a Constituição. É dizer, o art. 242, 2 é tão formalmente constitucional quanto os artigos que estabelecem os princípios constitucionais ou os direitos fundamentais. Prof. Frederico Dias 14

15 Voltando à questão, ela trata especificamente da nossa Constituição de Podemos dizer que ela é classificada como: formal (qualquer um dos assuntos inseridos naquele documento reveste-se da mesma dignidade jurídica, independentemente de se tratar de tema substancialmente constitucional); escrita (está compilada em um único documento elaborado por um órgão constituinte em determinado momento histórico); promulgada (elaborada com participação popular); e rígida (sua alteração exige procedimento mais dificultoso do que o das leis ordinárias). Assim, a única alternativa que satisfaz corretamente a classificação da CF/88 é a letra c. Não estaria errada a questão se, em vez de rígida, a nossa Constituição tivesse sido apresentada como super-rígida. Gabarito: b 21) (FCC/AUDITOR/TCE/AM/2007) Considerando os vários critérios utilizados para classificar as constituições, elas podem ser classificadas quanto à estabilidade, em imutáveis, rígidas, flexíveis e semi-rígidas. Quanto à estabilidade (ou alterabilidade) as constituições classificam-se em: I) imutáveis: não admitem alteração do seu texto em nenhuma hipótese; II) rígidas: admitem alteração do seu texto, mas somente mediante um processo legislativo solene, mais dificultoso; III) flexíveis: admitem alteração do seu texto mediante processo legislativo simples, igual ao de elaboração das leis; IV) semi-rígidas: exigem procedimento especial para alteração de parte do seu texto (parte rígida) e permite a alteração da outra parte mediante procedimento simples, igual ao de elaboração das leis (parte flexível). 22) (FCC/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE-SE/2009) A Constituição brasileira de 1824 previa, em seus artigos 174 e 178: "Art Se passados quatro anos, depois de jurada a Constituição do Brasil, se conhecer, que algum dos seus artigos merece reforma, se fará a proposição por escrito, a qual deve ter origem na Câmara dos Deputados, e ser apoiada pela terça parte deles." "Art É só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos Poderes Políticos e aos Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias." Depreende-se dos dispositivos acima transcritos que a Constituição brasileira do Império a) poderia ser classificada como sintética e histórica, em oposição à Constituição vigente, que é analítica e dogmática. b) previa hipótese especial de revisão constitucional, semelhante àquela contemplada no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Prof. Frederico Dias 15

16 Constituição vigente, quanto a prazo e quorum para exercício do poder de revisão. c) impunha limites temporais, materiais e circunstanciais ao exercício regular do poder de reforma constitucional, a exemplo do que se tem na Constituição vigente. d) exigia quorum de maioria qualificada para propositura de emendas à Constituição por membros do Legislativo, diferentemente da Constituição vigente, que admite iniciativa isolada de parlamentares para proposta de emenda. e) era do tipo semirrígida, quanto à alterabilidade de suas normas, diferentemente da Constituição vigente, que, sob esse aspecto, é rígida. A alternativa a está errada, pois pelos dispositivos apresentados não há elementos para se classificar a Constituição de 1824 como sintética ou histórica. Pelo contrário, uma vez que o próprio art. 178 admite integrar a Constituição o que não é constitucional, como sendo o que não seria tema substancialmente constitucional. A alternativa b está errada, pois, como veremos em aula posterior, ao estudar a modificação constitucional, a revisão constitucional prevista pela CF/88 foi realizada cinco anos após a sua promulgação e o quórum era de maioria absoluta (ADCT, art. 3 ). A alternativa c está errada, pois, como vimos na aula demonstrativa, não existe, na CF/88, limitação temporal ao poder de reforma da Constituição. A alternativa d está errada, pois não se admite iniciativa parlamentar isolada para proposta de emenda constitucional. Os legitimados a propor emenda constitucional são, nos termos do art. 60 da CF/88: A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. A alternativa e está correta. O art. 178 da CF/1824 demonstra que ela era semiflexível (ou semirrígida); ao contrário da CF/88, que é rígida. Gabarito: e 23) (FCC/AUDITOR/TCE/AM/2007) Considerando os vários critérios utilizados para classificar as constituições, elas podem ser classificadas quanto ao conteúdo, em materiais e formais. Quanto ao conteúdo, as Constituições classificam-se em: Prof. Frederico Dias 16

17 I) materiais: conjunto de normas substancialmente constitucionais. Não importa se as normas estão ou não codificadas em um único documento (um livro denominado Constituição ). Se a norma fala sobre temas substancialmente constitucionais, ela integra a Constituição material; e II) formais: aquela constituições que estão restritas a um documento solene, de forma escrita. Assim, independentemente do tema sobre o qual versem, as normas ali inseridas terão status de normas constitucionais. 24) (FCC/PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE SALVADOR/2006) A Constituiçãodirigente tem como uma de suas características a existência de numerosas normas programáticas. A questão trata da classificação da Constituição quanto à finalidade. Nesse critério, elas se classificam em garantia, balanço e dirigente. A Constituição garantia (negativa) é aquela de texto abreviado (sintética) que se limita a estabelecer as garantias fundamentais e limites frente ao Estado. Podemos dizer que elas olham para o passado, no sentido de garantir aquelas conquistas. A Constituição balanço é aquela elaborada para retratar a vida do Estado por um período certo de tempo. Podemos dizer que elas olham o presente. A Constituição dirigente (ou programática) tem texto extenso (analítica) e, além de estabelecer as garantias fundamentais frente ao Estado, fixam programas e diretrizes para a atuação futura dos órgãos estatais, normalmente de cunho social. Em suma, elas olham para frente, para o futuro. Estas últimas (dirigentes) nasceram com o surgimento do chamado Estado Social, e passaram a introduzir, no texto constitucional, verdadeiros programas sociais a serem concretizados no futuro pelos órgãos estatais. Esses programas, em sua maioria de cunho social-democrático, correspondem às chamadas normas programáticas. 25) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT7/2009) A Constituição que prevê somente os princípios e as normas gerais de regência do Estado, organizando-o e limitando seu poder, por meio da estipulação de direitos e garantias fundamentais é classificada como sintética. a) sintética. b) pactuada. c) analítica. d) dirigente. e) dualista. A Constituição sintética é a que apresenta apenas os princípios e normas gerais referentes à organização do Estado e à limitação de seus poderes. Prof. Frederico Dias 17

18 Gabarito: a CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 26) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRF4/2007) A Constituição da República Federativa do Brasil (1988), pode ser classificada quanto ao seu conteúdo, seu modo de elaboração, sua origem, sua estabilidade e sua extensão, como a) formal, histórica ou costumeira, promulgada, flexível e sintética. b) material, dogmática, outorgada, rígida e sintética. c) formal, dogmática, promulgada, super-rígida e analítica. d) material, pragmática, outorgada, semi-rígida e sintética. e) formal, histórica ou costumeira, outorgada, flexível e analítica. Com essa questão a FCC quer saber se o candidato conhece os critérios de classificação da Constituição e as respectivas classificações em que se enquadra a CF/88. A CF/88 é classificada como: - formal (quanto ao conteúdo), pois todos os assuntos nela inseridos revestem-se da mesma dignidade jurídica, independentemente de seu conteúdo; - promulgada (quanto à origem), pois foi elaborada com participação popular; e - analítica (quanto à extensão), pois tem texto extenso, tratando das mais variadas matérias, e não só de assuntos substancialmente constitucionais. Ademais, a Constituição de 1988 pode ser caracterizada como rígida, uma vez que sua alteração exige procedimento mais dificultoso do que o das leis ordinárias. Há uma variante dessa classificação considerada pela doutrina. Trata-se da classificação da nossa Constituição de 1988 como super rígida, (já que ela possui um núcleo não passível de supressão: as cláusulas pétreas. Assim, na sua prova, estariam certas as duas classificações para a CF/88: rígida ou super rígida. Por fim, vejamos como se classificam as constituições quanto ao modo de elaboração (dogmáticas e históricas). A Constituição dogmática é formada em determinado momento histórico, baseada nas ideias, ideologias e princípios da teoria política e do direito daquele tempo. É o caso da Constituição de 1988, que foi elaborada por uma assembléia constituinte, em determinado momento fixo, segundo os dogmas reinantes àquela época. Ao contrário, a Constituição histórica é fruto da lenta e contínua síntese da história daquele povo, constituindo um longo processo de formação. Ou seja, não é formulada em um momento pontual e temporalmente determinado. Prof. Frederico Dias 18

19 Em suma, a letra c é a que melhor responde a questão: A nossa Constituição de 1988 pode ser classificada como formal, dogmática, promulgada, superrígida e analítica. Gabarito: c Segue abaixo um esquema que organiza as classificações da Constituição mais comuns nas provas da FCC. Sintetizando: 27) (FCC/AUDITOR/TCE/AM/2007) Considerando os vários critérios utilizados para classificar as constituições, elas podem ser classificadas quanto à forma, em escritas e não escritas. É certo que, quanto à forma, as constituições podem ser classificadas em escritas e não escritas. Prof. Frederico Dias 19

20 A Constituição escrita é aquela solenemente elaborada por um órgão constituinte num determinado momento. Disso resulta um documento escrito, integrado por todas as normas constitucionais. A Constituição não escrita (costumeira ou consuetudinária) é aquela que surge com o lento passar do tempo, como resultado de lenta síntese da evolução histórica do Estado. É integrada por leis escritas esparsas, jurisprudências, normas costumeiras e convenções. 28) (FCC/PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE SALVADOR/2006) O conceito formal de Constituição aplica-se apenas àquelas Constituições que acolhem normas com hierarquia de lei ordinária. A Constituição formal é aquela que está restrita a um documento solene, de forma escrita. Assim, independentemente do tema sobre o qual versem, aquelas normas ali inseridas (dentro da Constituição) terão status de normas constitucionais. Ou seja, para uma Constituição ser classificada como formal ela não precisa acolher normas com hierarquia de lei ordinária. Item errado. 29) (FCC/JUIZ/TJ/MS/2009) Nem toda Constituição escrita é rígida. A rigidez de uma Constituição pressupõe que ela seja escrita, já que são as formalidades especiais exigidas para a elaboração das normas constitucionais que caracterizam uma Constituição como rígida. Com isso, podemos concluir que, para uma Constituição ser rígida, é necessário que ela seja escrita. Ou, dito de outra forma, ser do tipo escrita é pressuposto para que uma Constituição seja rígida. Entretanto, o contrário não é verdadeiro. Significa dizer que nem toda Constituição escrita será, necessariamente, rígida. Isso porque, para a doutrina, pode haver uma Constituição escrita, porém flexível muito embora, atualmente, predominem as constituições escritas e rígidas. 30) (FCC/PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE SALVADOR/2006) A Constituição inglesa é um exemplo de constituição inteiramente costumeira, vale dizer, resultante apenas do costume popular. A Constituição inglesa é o exemplo clássico de Constituição não escrita ou costumeira. Num regime de Constituição não escrita, uma lei constitucional não surge a partir da sua elaboração solene por um órgão constituinte. A lei é elaborada ordinariamente pelo Poder Legislativo e, com o passar do tempo, os Tribunais passam a considerá-la uma norma constitucional caso ela assuma relevância para o Estado (ela é alçada ao status constitucional). Prof. Frederico Dias 20

21 O enunciado está errado porque as Constituições não-escritas são formadas por normas costumeiras, jurisprudência e convenções, mas também por leis escritas esparsas. A diferença é que elas não foram formalmente elaboradas como uma Constituição, num procedimento solene, e não estão consolidadas num único documento. Atenção! É errado dizer que a Constituição não escrita é integrada apenas por normas costumeiras, sem textos propriamente ditos. Observe que esse tipo de Constituição pode ser formado, também, por algumas normas escritas, adicionalmente aos costumes e convenções. Item errado. 31) (FCC/AUDITOR/TCE/AM/2007) Considerando os vários critérios utilizados para classificar as constituições, elas podem ser classificadas quanto à finalidade, em dirigentes e garantias. Quanto à finalidade, as constituições se classificam em: I) garantia: (negativa) é aquela de texto abreviado (sintética) que se limita a estabelecer as garantias fundamentais e limites frente ao Estado; II) balanço: é aquela elaborada para retratar a vida do Estado por um período certo de tempo. Retratam o presente; III) dirigente (ou programática): tem texto extenso (analítica) e, além de estabelecer as garantias fundamentais frente ao Estado, fixam programas e diretrizes para a atuação futura dos órgãos estatais, normalmente de cunho social. Introduzem verdadeiros programas sociais a serem concretizados pelos órgãos estatais ( normas programáticas ). A questão só mencionou as constituições garantias e as dirigentes. Mesmo assim, podemos considerá-la correta. 32) (FCC/PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE SALVADOR/2006) A história brasileira não tem exemplos de Constituições outorgadas. Todas foram promulgadas, ainda que num contexto político não-democrático. Na história do constitucionalismo brasileiro tivemos Constituições outorgadas (1824, 1937, 1967 e 1969) e Constituições promulgadas (1891, 1934, 1946 e 1988). I) A primeira Constituição foi a de 1824, que era outorgada. II) Em 1937, tivemos uma Constituição outorgada, durante o regime totalitário de Getúlio Vargas (Estado Novo). III) A Constituição de 1967 e a emenda constitucional de 1969 foram outorgadas logo após o golpe militar de 1964 e regeram o país até Item errado. 33) (FCC/JUIZ/TJ/MS/2009) Toda Constituição rígida é escrita. Prof. Frederico Dias 21

22 De fato, de acordo com o que foi comentado anteriormente, a rigidez pressupõe uma Constituição escrita. 34) (FCC/PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE SALVADOR/2006) As Constituições flexíveis são sempre costumeiras. Embora não seja a regra, nada impede que haja uma Constituição escrita e flexível. Atualmente, predominam as constituições escritas e rígidas. Item errado. 35) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/PB/2007) O princípio da supremacia da Constituição em face das demais normas que compõem o ordenamento jurídico estatal é característico das Constituições flexíveis. Aproveito essa questão para tratar de um assunto relevante para concursos: a relação entre rigidez e supremacia constitucionais. Você já se perguntou de onde surge a chamada supremacia da Constituição, que a coloca em patamar superior ao das demais leis? Relembrando o que acabamos de falar ao tratar da classificação da Constituição quanto à estabilidade... Se a nossa Constituição é rígida, ela exige um procedimento especial para sua alteração, mais dificultoso do que o das demais normas. Ou seja, alterar a Constituição é mais difícil que alterar uma simples lei. Como resultado, não pode uma simples lei revogar uma norma constitucional qualquer, afinal a Constituição é mais forte do que as leis. Veja que se o procedimento de alteração da Constituição fosse o mesmo das demais leis, uma simples lei poderia alterar a Constituição. Afinal, imagine um sistema de Constituição flexível, em que tanto as normas constitucionais quanto as demais normas exigem apenas maioria simples para sua produção. Nessa hipótese, qualquer lei aprovada por maioria simples após a Constituição poderia revogar seus dispositivos. Isso porque nos sistemas de Constituição flexível, não há superioridade formal entre as normas constitucionais e as demais leis. Assim sendo, estas (as leis) não precisam respeitar aquelas (as normas constitucionais). Daí ser importante você memorizar: a rigidez traz como conseqüência lógica, o posicionamento da nossa Constituição Federal no vértice, no topo do ordenamento jurídico. É nos ordenamentos de Constituição rígida que vigora o princípio da supremacia formal da Constituição. Por conseqüência, todos os atos e manifestações jurídicas, para permanecerem no ordenamento jurídico, devem estar de acordo com a Lei Maior, a Constituição. Entretanto, você tem de saber que supremacia material e supremacia formal não se confundem. Prof. Frederico Dias 22

23 Essa superioridade que posiciona a Constituição em um plano superior e exige conformidade das demais normas com seus princípios e suas regras consiste na supremacia formal (supremacia decorrente das formalidades especiais exigidas para a alteração das normas constitucionais). Observe que essa força das normas constitucionais não existe devido ao seu conteúdo. Não é a dignidade do tema tratado que faz nascer essa superioridade. Ela decorre do simples fato de a norma estar dentro da Constituição rígida. Por seu turno, existe a supremacia material; aí sim, decorrente da matéria, do conteúdo da norma. Essa supremacia decorre do fato de uma norma tratar de matéria relevante, substancialmente constitucional. Não há qualquer relação com o processo de elaboração da norma ou com o fato de ela estar dentro ou fora de um documento único. Supremacia formal relaciona-se ao processo de elaboração; Supremacia material relaciona-se à dignidade do conteúdo; É possível então que você já tenha formulado uma constatação interessante: I) só há que se falar em supremacia formal das normas constitucionais em um sistema de Constituição rígida; II) já a supremacia material também existe nas Constituições flexíveis, nãoescritas, históricas e costumeiras. Por fim, observe que, se a noção de supremacia formal posiciona a Constituição acima de todas as demais normas, a Constituição funciona como parâmetro de validade dessas normas, que devem sempre estar de acordo com ela. Em outras palavras, o controle de constitucionalidade das leis e atos normativos decorre da noção de supremacia formal da Constituição. Mas, voltaremos a tratar disso nas últimas aulas; aliás, as mais interessantes do curso... Por enquanto, guarde bem essas relações. Rigidez Constitucional Supremacia Constitucional Controle de Constitucionalidade Voltando à questão, ela está incorreta. A supremacia da Constituição decorre diretamente da rigidez constitucional. Item errado. 36) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA/TRT 16ª/2009) Semiflexível é a constituição, na qual algumas regras poderão ser alteradas pelo processo legislativo ordinário. Prof. Frederico Dias 23

24 Nas constituições semiflexíveis (ou semirrígidas) há uma parte rígida (que exige procedimento especial para alteração) e uma parte flexível (regras que podem ser alteradas por processo ordinário). 37) (FCC/ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS I/SP/2009) O princípio da supremacia hierárquica ou formal da Constituição está diretamente relacionado com a) o sistema político democrático. b) a irresponsabilidade política do Chefe de Estado. c) a dignidade da pessoa humana. d) o duplo grau de jurisdição. e) a rigidez das normas constitucionais. Como vimos, a supremacia formal da Constituição está estreitamente relacionada com a rigidez das normas constitucionais. Gabarito: e 38) (FCC/TÉCNICO SUPERIOR DE PROCURADORIA/PGE/RJ/2009) O conceito de normas materialmente constitucionais é aquele segundo o qual são normas constitucionais as que estejam contidas dentro do documento intitulado Constituição. Com base nessa questão, podemos mencionar um aspecto importante para concursos: a distinção entre normas materialmente constitucionais e normas formalmente constitucionais. Em primeiro lugar, é importante você saber que há: (i) temas propriamente constitucionais (substancialmente constitucionais); e (ii) temas que, apesar de menos relevantes, integram a Constituição. As normas materialmente constitucionais são aquelas que tratam dos temas fundamentais (substancialmente constitucionais), ligados à organização básica do Estado. Por sua vez, aquelas normas que integram uma Constituição escrita, mas tratam de assuntos que nada têm a ver com organização básica do Estado, não são, materialmente, normas constitucionais. Ou seja, elas têm forma de norma constitucional (porque integram a Constituição escrita), mas não são materialmente constitucionais (porque tratam de temas que nada têm a ver com a organização básica do Estado). Essas normas são, apenas, formalmente constitucionais. Portanto, ao contrário do que afirma a questão, a concepção formal é que caracteriza como constitucionais as normas que integrem uma Constituição escrita, independentemente do conteúdo. Item errado. Prof. Frederico Dias 24

25 39) (FCC/JUIZ/TJ/MS/2009) Toda Constituição costumeira é, ao menos conceitualmente, flexível. Doutrinariamente, a rigidez constitucional exige que a Constituição seja do tipo escrita. Nessa linha de raciocínio, toda Constituição costumeira seria flexível. 40) (FCC/AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL/PM/SP/2007) A classificação da Constituição brasileira de 1988, quanto à alterabilidade de suas normas, decorre dos dispositivos constitucionais nos quais a) foi prevista a possibilidade de convocação de plebiscito para a definição quanto à forma e o sistema de governo que deveriam vigorar no país. b) foi determinada a realização de uma revisão constitucional, cinco anos após sua promulgação, pelo voto de três quintos dos membros do Congresso Nacional. c) se estabelecem iniciativa, turnos e quorum de votação, além de limitações materiais e circunstanciais, para o exercício do poder de reforma constitucional. d) a soberania popular é assegurada, por meio do voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, por plebiscito, referendo e iniciativa popular. e) se define que os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados. Interessante essa questão. A classificação da Constituição de 1988 quanto à alterabilidade de suas normas caracteriza-a como rígida. Isso ocorre porque a CF/88 admite alteração do seu texto, mas somente mediante um processo legislativo solene, mais dificultoso do que aquele previsto para a elaboração das leis. Esse processo legislativo especial e solene está estabelecido no art. 60 da CF/88. Trata-se de normas que definem iniciativa, turnos e quorum de votação, além de limitações materiais e circunstanciais para o exercício do poder de reforma constitucional. Gabarito: c 41) (FCC/ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS I/SP/2009) No tocante à caracterização das normas constitucionais sob o ângulo formal e material, é correto afirmar, em face da Constituição brasileira de 1988, que a) são materialmente constitucionais apenas as suas normas referentes à organização dos Poderes e aos direitos individuais. b) são formalmente constitucionais todas as normas contidas em seu corpo articulado, mesmo as destituídas de rigidez. Prof. Frederico Dias 25

26 c) todas as normas nela contidas são formal e materialmente constitucionais. d) nela existem algumas normas que são apenas formalmente constitucionais. e) não há normas materialmente constitucionais fora de seu corpo articulado. A alternativa a está errada. Não é pacífico na doutrina quais seriam exatamente as matérias substancialmente constitucionais. De qualquer forma, podemos considerar pacífico o entendimento de que são materialmente constitucionais as normas relativas a: organização do Estado; aquisição e exercício do poder; princípios, direitos e garantias fundamentais; entre outros. A alternativa b está errada. São formalmente constitucionais todas as normas contidas no corpo da CF/88. Todavia, não existem normas constitucionais destituídas de rigidez. A alternativa c está errada, pois, dentro da CF/88, existem: (i) normas apenas formalmente constitucionais; e (ii) normas material e formalmente constitucionais. Quer um exemplo de norma apenas formalmente constitucional? Veja o teor do art. 242, 2 : O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal. É norma formalmente constitucional por integrar a Constituição. Mas não é uma norma materialmente constitucional, pois não trata de assunto relevante para a organização do Estado (não trata de tema substancialmente constitucional). Vejamos agora um exemplo de norma material e formalmente constitucional (CF, art. 1 ): A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito (...). É norma formalmente constitucional por integrar a Constituição. E é norma materialmente constitucional, pois trata de tema substancialmente constitucional: organização do Estado. A alternativa d está correta, pois, como vimos, algumas normas da Constituição são apenas formalmente constitucionais. A alternativa e está errada, pois pode haver normas materialmente constitucionais fora da Constituição (normas que, embora não estejam incluídas na Constituição, tratam de temas substancialmente constitucionais direitos fundamentais, por exemplo). Gabarito: d 42) (FCC/AUXILIAR DE CONTROLE EXTERNO/TCE/MG/2007) A Constituição Federal brasileira é uma Constituição Prof. Frederico Dias 26

27 a) não-escrita, porque dotada de muitos princípios de sentido amplo. b) não-escrita, porque a compreensão de muitas de suas normas depende de manifestação do poder judiciário. c) flexível, porque somente pode ser alterada por procedimento especial nela prevista. d) rígida, porque não pode ser alterada. e) rígida, porque somente pode ser alterada por procedimento especial nela prevista. Como sabemos, a CF/88 é uma Constituição escrita (solenemente elaborada por um órgão constituinte num determinado momento, resultando num documento escrito, integrado por todas as normas constitucionais) e rígida (pois somente pode ser modificada por procedimento especial, mais rígido do que o previsto para as demais leis). Gabarito: e 43) (FCC/AUXILIAR DE CONTROLE EXTERNO/TCE/MG/2007) O conjunto de regras concernentes à forma do Estado, à forma do governo, ao modo de aquisição e exercício do poder, ao estabelecimento de seus órgãos e aos limites de sua ação corresponde a) a um dos possíveis conceitos de Constituição. b) aos princípios que regem o Estado Federal. c) aos direitos fundamentais do homem. d) aos princípios que regem a Administração Pública. e) às normas que, se violadas, ensejam a intervenção federal no Estadomembro. As regras concernentes à forma do Estado, à forma do governo, ao modo de aquisição e exercício do poder, ao estabelecimento de seus órgãos e aos limites de sua ação correspondem ao conceito de Constituição material (normas de organização do Estado). Gabarito: a 44) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/PB/2007) Em tema de controle de constitucionalidade, a chamada supremacia formal é atributo das Constituições classificadas como rígidas. A supremacia formal decorre diretamente da rigidez constitucional. Isso porque a rigidez, ao exigir um processo especial para a elaboração das normas constitucionais, posiciona a Constituição num patamar de superioridade hierárquica em relação a todas as demais normas do ordenamento. Como essa superioridade decorre da exigência de formalidades especiais para a elaboração das normas constitucionais, tal supremacia é denominada formal. Prof. Frederico Dias 27

28 45) (FCC/TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO I/DIREITO/TCE/MG/2007) As normas constitucionais relativas aos direitos e garantias individuais, inseridas no título relativo aos direitos e garantias fundamentais, contêm elementos da Constituição ditos a) sócio-ideológicos, por revelar o compromisso da Constituição entre o Estado individualista e o Estado social. b) orgânicos, por regularem a estrutura do Estado e do poder. c) limitativos, por limitarem a atuação do Estado, dando ênfase à sua configuração como Estado de Direito. d) de estabilização constitucional, na medida em que asseguram a defesa da Constituição e das instituições democráticas. e) formais de aplicabilidade, diante da aplicação imediata das normas definidoras de direitos dessa espécie. Esse assunto é desenvolvido pelo professor José Afonso da Silva e vem sendo cobrado pelas bancas examinadoras de concursos. José Afonso da Silva agrupa as normas em cinco categorias de elementos constitucionais, a saber: I) elementos orgânicos reúnem os dispositivos constitucionais relacionados à organização, ao funcionamento e à estrutura do poder e do Estado. São exemplos os títulos III (organização do Estado); IV (organização dos poderes e do sistema de governo); VI (tributação e orçamento); e capítulos II e III do título V (forças armadas e segurança pública); II) elementos limitativos abrangem os dispositivos referentes aos direitos e garantias fundamentais (com exceção dos direitos sociais), que, como se sabe, visam a limitar o poder do Estado; III) elementos sócio-ideológicos incluem as normas relacionadas à noção de Estado de bem-estar social, que indicam o caráter intervencionista e social das constituições modernas. São exemplos os direitos sociais e os títulos VII (ordem econômica e financeira) e VIII (ordem social); IV) elementos de estabilização constitucional consubstanciam normas destinadas a assegurar a solução de conflitos constitucionais, a defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas. Inclui os arts. 102 e 103 (jurisdição constitucional); o art. 60 (processo de emenda constitucional); os arts. 34 a 36 (intervenção); e o capítulo I do título V (estado de defesa e estado de sítio); V) elementos formais de aplicabilidade normas que estatuem regras de aplicação das constituições. São exemplos o preâmbulo, as disposições constitucionais transitórias (ADCT); bem como o 1 do art. 5, segundo o qual as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. Prof. Frederico Dias 28

29 Voltando à questão, os direitos e garantias individuais consubstanciam os chamados elementos limitativos da Constituição, uma vez que pretendem limitar o poder do Estado. Gabarito: c 46) (FCC/PROCURADOR/TCE/MG/2007) Em conformidade com a doutrina que rege a matéria, é correto afirmar que a generalidade das constituições revela em sua estrutura normativa vários elementos. Assim, aqueles que se manifestam nas normas que consubstanciam o elenco dos direitos e garantias fundamentais: direitos individuais e suas garantias, direitos de nacionalidade e direitos políticos e democráticos, dizem respeito aos elementos limitativos. Segundo a classificação de José Afonso da Silva, os direitos e garantias individuais e os direitos políticos configuram elementos limitativos das Constituições. Resolva, agora, excepcionalmente, mais três assertivas do Cespe para treinar esse assunto. 47) (CESPE/ANALISTA PROCESSUAL/MPE/PI/2012) O Preâmbulo e o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias são exemplos dos denominados elementos de estabilização constitucional. Na verdade, o preâmbulo e o ADCT são considerados elementos formais de aplicabilidade. Item errado. 48) (CESPE/JUIZ/PB/2011) Por limitarem a atuação dos poderes estatais, as normas que regulam a ação direta de inconstitucionalidade e o processo de intervenção nos estados e municípios integram os elementos ditos limitativos. Os instrumentos de controle de constitucionalidade e intervenção são caracterizados como elementos de estabilização constitucional. Os elementos limitativos são os direitos e garantias fundamentais. Deixe-me sintetizar essas classificações para você. Prof. Frederico Dias 29

30 Sintetizando: CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS Item errado. 49) (CESPE/JUIZ/PB/2011) Os elementos formais de aplicabilidade são exteriorizados nas normas constitucionais que prescrevem as técnicas de aplicação delas próprias, como, por exemplo, as normas inseridas no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. De fato, a questão caracteriza corretamente os elementos formais de aplicabilidade. 50) (CESPE/DELEGADO/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) O dispositivo constitucional que determina a competência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para julgar crimes cometidos por governador de estado insere-se no chamado elemento formal de aplicabilidade. O dispositivo constitucional que determina a competência do STJ para julgar crimes cometidos por governador de estado insere-se nos chamados elementos orgânicos da Constituição. Afinal, trata-se de regra que diz respeito à relação entre os poderes. Item errado. 51) (FCC/PROCURADOR/ARCE/2012) O Preâmbulo da Constituição vigente apresenta o seguinte texto: Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e Prof. Frederico Dias 30

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