8400/16 mb/pbp/fc 1 DGE 2B
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1 Conselho da União Europeia Bruxelas, 12 de maio de 2016 (OR. en) 8400/16 ENER 134 ENV 254 CLIMA 37 COMPET 189 CONSOM 94 FISC 66 NOTA de: para: Assunto: Presidência Comité de Representantes Permanentes/Conselho Mensagens da Presidência sobre a configuração do mercado da eletricidade e a cooperação regional - Apresentação pela Presidência A estratégia-quadro para o desenvolvimento de uma União da Energia resiliente dotada de uma política em matéria de alterações climáticas virada para o futuro, apresentada pela Comissão em 25 de fevereiro de 2015, é um dos principais objetivos estratégicos da UE e define cinco vertentes de ação interligadas: segurança energética, solidariedade e confiança; um mercado interno da energia plenamente integrado; eficiência energética como contributo para a moderação da procura de energia; descarbonização da economia e uma União da Energia em prol da investigação, da inovação e da competitividade. Nas suas conclusões de 19 e 20 de março de 2015, o Conselho Europeu aprovou a referida estratégia-quadro que, juntamente com a aprovação das metas em matéria de clima e energia para 2030 pelo Conselho Europeu em outubro de 2014, criou um quadro para uma nova configuração dos mercados da eletricidade da União Europeia. É por demais evidente que os mercados da eletricidade estão confrontados com grandes desafios, tais como a transição para um sistema energético hipocarbónico, a integração eficiente em termos de custos das energias renováveis intermitentes, a passagem de centrais elétricas convencionais para a produção descentralizada de energias renováveis, a evolução do papel e a participação crescente dos consumidores de energia (tanto famílias como empresas) e a difícil tarefa de garantir a segurança do abastecimento a curto e a longo prazo de forma eficiente e a custos acessíveis. 8400/16 mb/pbp/fc 1 DGE 2B PT
2 Além disso, os mercados da eletricidade têm de enviar aos investidores os sinais certos, a fim de garantir que são efetuados os necessários investimentos de longo prazo e que estes são tão eficazes quanto possível em termos de custos. Os mercados devem ser acessíveis a novos operadores, recompensar as tecnologias, os produtos e os serviços inovadores e estimular a concorrência. Na sequência do acima exposto, em 15 de julho de 2015, a Comissão apresentou a sua Comunicação intitulada "Lançamento da consulta pública sobre a nova configuração do mercado da energia" (doc /15), tendo em vista adaptar as atuais regras de configuração do mercado da eletricidade aos novos desafios. Este processo consultivo constitui um primeiro passo que permitirá à Comissão debater posteriormente os resultados da consulta com os Estados-Membros e as partes interessadas. Aquela comunicação foi adotada a par da Comunicação intitulada "Um novo quadro para os consumidores de energia" (doc /15), com o objetivo de colocar os consumidores no centro do futuro sistema energético. A Comissão deverá posteriormente apresentar propostas legislativas até ao final de Para o efeito, recordando a troca de pontos de vista entre os Ministros sobre o futuro modelo do mercado da eletricidade e o papel dos mercados regionais, que teve lugar na reunião informal dos Ministros da Energia em Amesterdão, a 10 e 11 de abril de 2016, a Presidência tenciona dar orientações à Comissão para a elaboração de tais propostas legislativas. A análise das questões acima referidas foi prosseguida a nível do grupo de trabalho em 21 de abril e 3 de maio de Com base nesse debate e nas várias observações apresentadas pelas delegações, a Presidência elaborou mensagens sobre a configuração do mercado da eletricidade e a cooperação regional. Em geral, a Presidência concluiu que, como primeira prioridade, são necessárias medidas para melhorar o funcionamento do mercado e eliminar os obstáculos à flexibilidade. Embora os mecanismos de mercado possam proporcionar as melhores soluções para garantir a segurança do abastecimento, existem diferentes pontos de vista sobre o papel de mecanismos de capacidade conformes. Os Estados-Membros que ponderem implementar mecanismos de capacidade deverão ter em conta as sinergias da cooperação regional transfronteiras e evitar desincentivos ao investimento na interconexão minimizando, simultaneamente, as distorções do mercado. A fim de dar orientações no que respeita a esta prioridade de melhorar o funcionamento do mercado e eliminar os obstáculos à flexibilidade, envia-se em anexo, à atenção das delegações, um conjunto de mensagens da Presidência, que serão enviadas à Comissão para análise durante a preparação das próximas propostas legislativas sobre a nova configuração do mercado da energia. 8400/16 mb/pbp/fc 2 DGE 2B PT
3 Sem prejuízo da análise, pelo Comité de Representantes Permanentes, do texto da Presidência constante do anexo, o Conselho TTE (Energia) de 6 de junho de 2016 é convidado a acolher favoravelmente as mensagens da Presidência sobre a configuração do mercado de eletricidade e a cooperação regional. 8400/16 mb/pbp/fc 3 DGE 2B PT
4 ANEXO MENSAGENS DA PRESIDÊNCIA SOBRE A CONFIGURAÇÃO DO MERCADO DA ELETRICIDADE E A COOPERAÇÃO REGIONAL RECORDANDO: as conclusões sobre a comunicação da Comissão intitulada " Preços e custos da energia na Europa", adotadas pelo Conselho TTE (Energia) em 13 de junho de 2014, as conclusões sobre a comunicação da Comissão intitulada "Progressos na concretização do mercado interno da energia", adotadas pelo Conselho TTE (Energia) em 9 de dezembro de 2014, as conclusões sobre a implementação da "União da Energia: empoderar os consumidores e atrair investimentos no setor da energia", adotadas pelo Conselho TTE (Energia) em 8 de junho de Tendo em vista a próxima legislação sobre a configuração do mercado da eletricidade, convida-se a Comissão a ter em conta as mensagens que se seguem. 1. Dada a necessidade de um quadro regulamentar sólido e estável, é essencial implementar plenamente e fazer cumprir a legislação existente da UE, incluindo o terceiro pacote energético, e adotar e implementar atempadamente códigos de rede e orientações para a eletricidade amplamente aceites. 2. O mercado da eletricidade na Europa está a mudar; a quota-parte de fontes intermitentes está a aumentar e os mercados estão cada vez mais interligados, o que exige uma maior coordenação e cooperação entre os Estados-Membros. O reforço da cooperação regional, baseado no princípio de uma abordagem da base para o topo e no empenhamento político, constitui um passo importante para um mercado da UE mais integrado, eficaz e flexível, que irá aumentar a segurança energética, reduzir os custos da energia, estabelecer preços mais eficazes e permitir uma maior integração das fontes de energia renováveis à medida que vai prosseguindo a transição energética. A cooperação regional poderá igualmente acelerar o desenvolvimento de projetos de infraestruturas, o que é necessário para reforçar o funcionamento de mercados integrados. 8400/16 mb/pbp/fc 4 ANEXO DGE 2B PT
5 3. É essencial reforçar o funcionamento do mercado interno da energia e eliminar os obstáculos à flexibilidade. A fim de beneficiar plenamente das vantagens de um mercado interno da eletricidade, deverá ser resolvida a questão da insuficiente capacidade de transporte, tanto a nível interno como transfronteiras. São necessárias novas interconexões, na perspetiva da sincronização das redes elétricas com as redes da UE. Além disso, a capacidade de interconexão existente deverá ser utilizada em todo o seu potencial, o que pressupõe a necessidade de evitar restrições ao comércio transfronteiras de eletricidade, nomeadamente em períodos de preços elevados que reflitam a escassez do mercado, bem como a otimização da atribuição de capacidade e a gestão de congestionamentos regionais com o objetivo de fazer face aos atuais condicionalismos da rede. 4. Atendendo à necessidade de regimes de apoio às energias renováveis com uma boa relação custo/eficácia e baseados no mercado, é necessário respeitar as orientações relativas aos auxílios estatais no domínio do ambiente e da energia, visando uma maior coerência entre os regimes de apoio. As fontes de energia renováveis deverão fazer parte integrante do mercado da eletricidade, garantindo condições de concorrência equitativas para todos os intervenientes no mercado e permitindo que os produtores de energias renováveis participem plenamente no mercado, designadamente para equilibrar a sua carteira e reagir aos sinais de preço do mercado. 5. É essencial que os intervenientes no mercado recebam sinais de preço corretos. Os preços deverão refletir a escassez em termos de tempo e localização e proporcionar incentivos eficazes para gerar os necessários investimentos de longo prazo e garantir a segurança do abastecimento. 6. Um mercado europeu integrado da eletricidade pressupõe o bom funcionamento dos mercados a curto prazo e um maior nível de cooperação transfronteiras no que diz respeito aos mercados do dia seguinte, intradiário e de ajustes, sem comprometer o bom funcionamento das redes, o que melhorará a segurança do abastecimento, a custos mais baixos para o sistema e para os consumidores. 8400/16 mb/pbp/fc 5 ANEXO DGE 2B PT
6 7. Reconhecendo embora a responsabilidade dos Estados-Membros no tocante à garantia de segurança do abastecimento, a segurança do abastecimento beneficiaria de uma abordagem mais coordenada e eficiente, designadamente de um sistema regional de avaliação da adequação para além das avaliações de adequação a nível nacional e do intercâmbio regular de informações sobre a evolução das políticas. É necessário desenvolver uma metodologia comum para avaliar a adequação da produção, sendo necessário, neste contexto, proceder a uma maior harmonização dos métodos de avaliação das normas e dos indicadores de segurança do abastecimento. Além disso, é necessário desenvolver uma abordagem mais unificada de preparação para situações de crise na UE e de gestão dessas crises, tendo simultaneamente em conta as soluções regionais já existentes que funcionam de forma eficaz. 8. Os futuros mercados retalhistas da eletricidade deverão garantir o acesso em pé de igualdade a novos operadores de mercado (tais como agregadores e empresas de serviços energéticos (ESCO, Energy Service Company)) e facilitar a introdução de tecnologias, produtos e serviços inovadores, a fim de estimular a concorrência e o crescimento. É importante promover uma maior redução do consumo de energia na UE e informar e capacitar os consumidores, tanto famílias como empresas, quanto às possibilidades de participarem ativamente no mercado da energia e responderem aos sinais de preço, controlarem o seu consumo de energia e participarem em soluções de resposta à procura com uma boa relação custo-eficácia. A este respeito, é essencial proceder à instalação eficaz em termos de custos de contadores inteligentes e de sistemas de dados relevantes. Deverão ser eliminados os obstáculos que impeçam a prestação de serviços de resposta à procura. 8400/16 mb/pbp/fc 6 ANEXO DGE 2B PT
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