Junto se enviam, à atenção das delegações, as conclusões do Conselho sobre:

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1 Conselho da União Europeia Bruxelas, 12 de dezembro de 2016 (OR. en) 15508/16 AGRI 676 AGRILEG 197 RESULTADOS DOS TRABALHOS de: para: Assunto: Secretariado-Geral do Conselho Delegações O reforço da posição dos agricultores na cadeia de abastecimento alimentar e a luta contra as práticas comerciais desleais - Conclusões do Conselho (12 de dezembro de 2016) Junto se enviam, à atenção das delegações, as conclusões do Conselho sobre: O reforço da posição dos agricultores na cadeia de abastecimento alimentar e a luta contra as práticas comerciais desleais, adotadas pelo Conselho na sua 3509.ª reunião, realizada em 12 de dezembro de /16 mb/jm/jc 1 DGB 1B PT

2 ANEXO Conclusões do Conselho sobre o reforço da posição dos agricultores na cadeia de abastecimento alimentar e a luta contra as práticas comerciais desleais O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA 1. TENDO EM CONTA o relatório da Comissão de janeiro de 2016 sobre as práticas comerciais desleais nas relações entre empresas da cadeia de abastecimento alimentar, a resolução do Parlamento Europeu de junho de 2016 sobre as práticas comerciais desleais, o relatório do Comité Económico e Social Europeu de 30 de setembro de 2016 sobre as práticas comerciais desleais nas relações entre empresas da cadeia de abastecimento alimentar, as conclusões do fórum político "Repensar a cadeia de abastecimento alimentar", realizado em Kaunas em 31 de março de 2016, e da Conferência Internacional de Peritos sobre o reforço da posição dos agricultores na cadeia de abastecimento alimentar, que teve lugar em Bratislava em 30 de junho e 1 de julho de 2016, o discurso do Presidente Jean-Claude Juncker sobre o estado da União em 2016, bem como o relatório do Grupo de Missão para os Mercados Agrícolas, apresentado ao Conselho em 15 de novembro de RECORDANDO a atenção que o tema do reforço da posição dos agricultores na cadeia de abastecimento alimentar tem merecido regularmente nos trabalhos do Conselho. 2. CONSIDERANDO que a sustentabilidade da cadeia de abastecimento alimentar é de importância estratégica para a União Europeia e que o seu bom funcionamento é essencial para o benefício dos consumidores e dos agricultores europeus. 3. SALIENTANDO que, a fim de assegurar o bom funcionamento da cadeia de abastecimento alimentar, assim como o crescimento económico e o emprego, é fundamental que as relações entre todos os intervenientes na cadeia sejam equilibradas, que o valor acrescentado seja repartido equitativamente entre eles e que os consumidores possam fazer as suas escolhas de forma informada. SALIENTANDO a importância de facilitar o acesso aos produtos locais /16 mb/jm/jc 2

3 4. SUBLINHANDO que a sustentabilidade a longo prazo e a competitividade da agricultura e das empresas agroalimentares da UE têm de ser tidas em conta nas considerações políticas relativas à atual Política Agrícola Comum e à futura PAC pós Reforço da posição dos agricultores na cadeia de abastecimento alimentar 5. MANIFESTA PREOCUPAÇÃO pelo facto de, embora a situação varie na UE, os agricultores continuarem a ser o elo mais fraco da cadeia de abastecimento alimentar, apesar de se envidarem múltiplos esforços para alterar esta situação, e pelo facto de esta realidade ser particularmente óbvia em tempos de crise nos mercados agrícolas. 6. NOTA que os riscos inerentes ao setor agroalimentar não estão distribuídos equitativamente ao longo da cadeia alimentar. RECONHECE que são os agricultores que correm a maior parte dos riscos da cadeia alimentar, e que estes riscos devem ser repartidos de forma mais equitativa entre os diferentes intervenientes da cadeia. 7. OBSERVA que, a fim de manter e melhorar a viabilidade das explorações agrícolas, a sua competitividade e a sua resiliência, é necessário explorar os instrumentos de gestão do risco a nível da UE, coordenados com as estratégias nacionais dos Estados-Membros e em complemento destas, incluindo a sua aplicação a nível regional. 8. OBSERVA que, em períodos de maior volatilidade dos preços, mercados de futuros em bom funcionamento poderão constituir um importante instrumento de gestão de risco para os agricultores e para outros intervenientes da cadeia de abastecimento, por permitirem partilhar o risco e darem aos agricultores estabilidade para planearem o futuro, e SALIENTA a importância da formação e da assessoria técnica para facilitar a participação nestes mercados. 9. APOIA o desenvolvimento e a generalização de contratos-tipo para uso voluntário dos operadores na cadeia de abastecimento, bem como o intercâmbio e a promoção das melhores práticas em matéria de celebração de contratos /16 mb/jm/jc 3

4 10. ACOLHE FAVORAVELMENTE as iniciativas adotadas pela Comissão Europeia no intuito de melhorar a posição dos agricultores na cadeia de abastecimento alimentar, em particular a criação do Fórum de Alto Nível sobre a Melhoria do Funcionamento da Cadeia de Abastecimento Alimentar, o referido Grupo de Missão para os Mercados Agrícolas, e as medidas que contribuem para o desenvolvimento de organizações de produtores, incluindo cooperativas. 11. RECONHECE que a atual Política Agrícola Comum fornece alguns instrumentos para o reforço da posição dos agricultores. No entanto, a sua eficácia parece diferir significativamente consoante o Estado-Membro, e há potencial para melhorar alguns destes instrumentos, como por exemplo uma maior promoção da organização e cooperação entre os agricultores em toda a UE, o apoio às organizações de produtores e à cooperação vertical na cadeia alimentar em organizações interprofissionais, bem como uma maior clareza jurídica para uma melhor utilização das disposições derrogatórias ao direito da concorrência específicas para a agricultura por parte de organizações de produtores, inclusive das cooperativas, sem deixar de respeitar as estruturas cooperativas existentes. 12. NOTA que, a fim de garantir um melhor funcionamento da cadeia de abastecimento alimentar, é fundamental reduzir as assimetrias de informação e aumentar a transparência do mercado, inclusive ao nível do consumidor, em especial no que respeita à disponibilização em tempo útil de informações sobre os preços ou as margens de lucro a todos os níveis da cadeia de abastecimento alimentar, sempre que possível, minimizando, simultaneamente, os custos e os encargos administrativos. 13. ACOLHE FAVORAVELMENTE a criação de plataformas de monitorização, tais como o Observatório do Mercado do Leite e o Observatório para o Mercado da Carne, bem o trabalho desenvolvido pela ferramenta europeia de monitorização dos preços dos produtos alimentares, embora SALIENTANDO que o alargamento desta monitorização a todos os níveis da cadeia, não a cingindo apenas no produtor, e a um grupo selecionado de produtos, matérias-primas e fatores de produção traria um claro valor acrescentado no apoio aos agricultores para se adaptarem adequadamente aos sinais do mercado, sem deixar de respeitar os princípios da confidencialidade e da concorrência leal e mantendo os custos administrativos no mínimo. 14. INCENTIVA os observatórios a nível nacional e da UE a cooperarem e a procederem ao intercâmbio de dados, a fim de aumentar a transparência do mercado e melhor ajudar os agricultores a tomarem decisões informadas /16 mb/jm/jc 4

5 Luta contra as práticas comerciais desleais 15. MANIFESTA A SUA PREOCUPAÇÃO pelo facto de, por se encontrarem numa posição negocial mais fraca, os agricultores estarem frequentemente sujeitos a práticas que se desviam significativamente da boa conduta comercial e que são contrárias à boa-fé e às práticas comerciais leais ("práticas comerciais desleais", a seguir designadas por "PCD"), embora a situação varie consoante o Estado-Membro. 16. OBSERVA que os exemplos de tais práticas incluem, entre outros, atrasos de pagamento indevidos, transferência abusiva de custos ou riscos, alterações unilaterais e/ou retroativas de contratos e rescisões abusivas de contrato. 17. TOMA NOTA de que vinte Estados-Membros já adotaram legislação nacional e iniciativas destinadas a combater as PCD, e outros estão a planear fazê-lo num futuro próximo. 18. RECONHECE o importante contributo das iniciativas voluntárias, em particular da Iniciativa Cadeia de Abastecimento, para a mudança cultural e o intercâmbio das melhores práticas, ambos necessários para combater as PCD, e SALIENTA, por conseguinte, a importância de continuar, desenvolver e reforçar estas iniciativas. Ao mesmo tempo, ESTÁ CONSCIENTE das limitações destas iniciativas para garantir uma dissuasão eficaz das práticas mencionadas e TOMA NOTA de que estas iniciativas deveriam ser complementadas, designadamente, por uma abordagem regulamentar a nível da UE. 19. SUBLINHA a importância de criar condições equitativas para todos os intervenientes na cadeia de abastecimento alimentar em toda a UE, o que poderá ser alcançado através de um quadro legislativo comum em matéria de PCD, e RECORDA o forte apoio do Parlamento Europeu a uma tal abordagem regulamentar, tal como manifestado na sua resolução de junho de TOMA NOTA do princípio subjacente ao relatório do Grupo de Missão para os Mercados Agrícolas que favorece uma abordagem de base que não comprometa os sistemas em funcionamento nos Estados-Membros e que, ao mesmo tempo, responda à questão de uma aplicação efetiva /16 mb/jm/jc 5

6 21. SALIENTA a importância de evitar a burocracia e, por conseguinte, SOLICITA que qualquer quadro regulamentar da UE seja ágil, fácil de aplicar e eficaz em termos de custos. Embora respeitando o princípio da subsidiariedade, e tendo em conta os diferentes sistemas jurídicos dos Estados-Membros, esse quadro, caso seja necessário, deve apresentar uma definição de base das PCD e prever a possibilidade de denúncias anónimas para enfrentar o "fator medo", de um organismo de inquérito independente e de um sistema eficaz de sanções. Seguimento 22. APELA à Comissão para que tome em consideração as presentes conclusões nas suas ações futuras que visem o reforço da posição dos agricultores na cadeia de abastecimento. 23. Em particular, APELA à Comissão para que leve a cabo, em tempo útil, uma avaliação de impacto com vista a propor um quadro legislativo da UE, ou outras medidas não legislativas, para combater as PCD, em conformidade com as presentes conclusões, sem deixar de respeitar o princípio da subsidiariedade e salvaguardando os sistemas nacionais que funcionam bem, assim como as proteções legais nacionais já existentes. CONVIDA a Comissão, aquando da preparação da avaliação de impacto, a analisar a aplicação e o funcionamento dos sistemas nacionais dos Estados-Membros e a ter em conta os elementos comuns desses sistemas. Qualquer quadro da UE deve ser complementar às iniciativas voluntárias existentes, tanto a nível da UE como dos Estados-Membros. 24. EXORTA a Comissão a abordar, num prazo razoável, de forma coordenada e quando possível, a questão da falta de transparência e das assimetrias de informação em todos os níveis da cadeia de abastecimento alimentar, incluindo ao nível do consumidor. 25. CONVIDA a Comissão a garantir clareza jurídica para uma melhor compreensão e utilização de disposições derrogatórias ao direito da concorrência específicas para a agricultura por parte das organizações de produtores, incluindo cooperativas, sem deixar de respeitar as estruturas cooperativas existentes. 26. INCENTIVA os Estados-Membros a cooperarem através do intercâmbio das melhores práticas que vigoram nos sistemas nacionais de regulamentação existentes no que respeita às PCD e às organizações de produtores /16 mb/jm/jc 6

7 27. COMPROMETE-SE em avaliar, no primeiro semestre de 2018, e com base num relatório da Comissão, os progressos realizados em matéria de luta contra as práticas comerciais desleais e de reforço da posição dos agricultores na cadeia de abastecimento alimentar /16 mb/jm/jc 7