A HERMENÊUTICA DO SISTEMA ALTERNATIVO DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS NA PERSPECTIVA FAMILIAR

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1 133 A HERMENÊUTICA DO SISTEMA ALTERNATIVO DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS NA PERSPECTIVA FAMILIAR Leticia Amorim Marques Pereira Acadêmica do Curso de Direito do Centro Universitário Estácio Uniseb Júlia Picinato Medeiros de Araújo - Acadêmica do Curso de Direito do Centro Universitário Estácio Uniseb Paula Aquino Montenegro de Andrade - Acadêmica do Curso de Direito do Centro Universitário Estácio Uniseb Resumo O presente artigo busca amplificar o conhecimento sobre os métodos alternativos de conciliação, focando na mediação no âmbito familiar, assim como dar enfoque à crise que o poder judiciário vem passando. Os meios alternativos vem cada vez mais se mostrando eficaz nos seus resultados, sendo introduzidos em nosso sistema em um momento que o mesmo se mostra defasado. A crise do poder judiciário leva a perda de credibilidade e perda de desempenho por parte da justiça, impossibilitando que o acesso a mesma tenha total garantia para os que a procuram. Os meios alternativos que abordaremos no trabalho é a conciliação e a mediação, meios que buscam um resultado autocompositivo entre as partes, fazendo com que as mesmas busquem a solução da maneira que lhes agradem. A conciliação e a mediação foram recentemente instituídas no novo Código de Processo Civil, ganhando uma maior importância no meio jurídico e sendo métodos alternativos que previnem futuros conflitos. A mediação familiar é um meio alternativo que busca tratar das questões emocionais que são inadequadamente afastadas do processo. As técnicas utilizadas visam identificar e resolver os problemas decorrentes de um divorcio ou união estável. Auxiliam na verbalização dos sentimentos, bem como contribui para o estabelecimento do respeito e da preservação de um mínimo diálogo entre os envolvidos. Quando se obtém o comprometimento das partes com a mediação, é possível tratar os pontos convergente e divergentes, considerando-se, assim, uma mediação de sucesso. Palavras- Chave: Crise do Judiciário; Conciliação; Mediação Familiar. 1 Introdução As formas alternativas de resolução de conflito refletem sobre o judiciário, destacar de forma objetiva o novo capítulo abordado sobre Mediação e a Conciliação que se tornaram métodos consensuais obrigatórios no novo Código de Processo Civil, e como a mediação se torna cada vez mais importante no âmbito familiar. Não podemos ignorar uma das situações mais complexas vem ocorrendo em nosso país: a crise do poder judiciário. Os fatores que levam a crise estão ligados às transformações que a sociedade brasileira vem passando, principalmente

2 134 no que diz respeito ao aumento do número de demandas judiciais e a ausência de políticas públicas nesse sentido. O acesso à ordem jurídica justa está defasado, há uma necessidade de solução mais adequada aos conflitos e a incorporação de meios alternativos, principalmente os consensuais, tem se apresentado como uma possibilidade real que ajudaria na redução de demandas. No Brasil, tão logo se criou a Resolução n o. 125/2010, por iniciativa do CNJ, ficou institucionalizada a Política Judiciária Nacional de Tratamento Adequado dos Conflitos de Interesses no Âmbito do Poder Judiciário. Esta proposta visa permitir que o Poder Judiciário estabeleça políticas públicas de tratamento adequado dos problemas jurídicos e dos conflitos de interesses, que ocorrem em larga e crescente escala na sociedade, de forma a organizar, em âmbito nacional, não somente os serviços prestados nos processos judiciais, como também os que possam ser mediante outros mecanismos de solução de conflitos, em especial dos consensuais, como a mediação e a conciliação. Ainda sobre o tema, o texto do Novo Código de Processo Civil aprovado pelo Poder Legislativo tem como destaque a introdução da Conciliação e Mediação, disciplinando sua aplicação em várias oportunidades. Essas medidas têm como objetivo estimular a autocomposição das partes, desafogar o poder judiciário e despolarizar os conflitos, pacificando as divergências, dentre outros. De forma objetiva, a mediação foi elencada logo no primeiro capítulo do novo CPC, com o título Das Normas Fundamentais do Processo Civil. As técnicas adotadas pelos sistemas alternativos de conflito se mostram essenciais no âmbito familiar. A preocupação com a família é algo de extrema importância no cenário brasileiro, tendo a própria Constituição Federal proclamado que a família é a base da sociedade. O que fica evidente é a responsabilidade do Estado em promover sempre que possível a solução consensual dos conflitos. Esses meios alternativos devem ser estimulados pelos juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público. Outra mudança que torna o assunto relevante foi atribuir como requisito essencial da petição inicial o requerimento pela mediação e conciliação, e também a aplicação de multa pelo não comparecimento de alguma das partes na audiência de mediação, sendo visto como ato atentatório à dignidade da justiça. A adoção oficial, por meio do novo CPC, de um sistema alternativo de conflito retrata a necessidade e confirmação da preservação ou restabelecimento dos vínculos afetivos no

3 135 instituto da família, assim como busca solucionar causas que dentro do judiciário muitas vezes não se dão de forma satisfatória e célere. Podemos concluir que apesar das constantes transformações que nosso país vem sofrendo, sempre há um método, um meio pelo qual se pode chegar a uma solução mais eficaz e satisfatória, aprimorando a estrutura já existente, assim como criando novos meios alternativos que ajudam na superação desses obstáculos. Os procedimentos adotados pela conciliação ou mediação afastam a ideia de fixar quem é o culpado, evidenciando-se que todos os envolvidos são culpados por chegar à situação em que se encontram, devendo, portanto, conjuntamente, buscar um meio pacífico de solucionar o conflito desde a raiz do problema. 2 Discussão 2.1 Crise do Poder Judiciário Não podemos ignorar uma das situações mais complexa e importante que vem ocorrendo em nosso país: a crise do poder judiciário. O Poder Judiciário, com sua estrutura atual, trata apenas superficialmente de conflituosidade social, dirimindo controvérsias, mas nem sempre resolvendo o conflito. Os fatores que levam a crise estão ligados às transformações que a sociedade brasileira vem passando, como: aumento do número de massa, excesso de demandas, procura para solução dos conflitos familiares, ausência de políticas públicas, o individualismo que leva a competitividade, e a falta de política pública. O acesso à ordem jurídica justa está defasado, há uma necessidade de solução mais adequada aos conflitos e a incorporação de meios alternativos de solução desses conflitos, principalmente os consensuais, que ajudaria na redução de demandas, assim como a redução das fases recursais e de execução, pois há um envolvimento maior com as pessoas envolvidas, dando-lhes uma solução mais satisfatória que muitas vezes o poder judiciário não chegaria, além da redução dos desgastes emocionais. A Justiça tradicional tem como objetivo julgar e sentenciar, enquanto a justiça informal visa a compor, conciliar e principalmente, prevenir conflito. Politica pública significa conjunto de programas e ações desenvolvidas pelo estado, com participação de entes públicos e privados visando assegurar determinado direito social. Ações e programas com a dimensão de politica publica não pode ser feita de forma simples, deve ser complexamente pensado e organizada. Toda politica publica tem força de gerar impacto relevante na sociedade. Assim politica publica interfere na vida de todos na sociedade. Como é o caso também dos meios de solução de

4 136 conflitos alternativos em que por exemplo muitas faculdades de direito particulares prestam esse serviço a comunidade. Para que se tenha um problema resolvido concretamente e o poder judiciário cumpra seu papel temos que comparar o acesso formal com o acesso efetivo. No art. 5º - inciso XXXV, CF A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito ; notamos que neste inciso se tem o acesso formal. E para distinguir do acesso efetivo, temos que ter consciência que ele se dá somente quando combina resultado final com a satisfação das partes, sendo que quando existe, por exemplo muitos recursos no processo, o acesso efetivo não está garantido. Para o doutrinador Boaventura de Sousa Santos os obstáculo de acesso a justiça, são: sociais (pessoas não tem conhecimento mínimo de seus garantias como cidadãos), culturais (chamado também de resignação, no caso em que a população não vai ao judiciário por achar que não vai ter solução para seus problemas) e econômicos (em que o cidadão não tem condições muitas vezes de se deslocar até o fórum, muito menos de manter um processo). 2.2 Conciliação e mediação A conciliação e mediação é uma das formas de solução de conflito, considerada alternativa pois o que se coloca em primeiro lugar é sempre o poder judiciário. E assim como duas formas de solução, podemos notar consonâncias e dissonâncias entre conciliação e mediação. Nos Estados Unidos sistemas alternativos simboliza tudo que é feito fora do judiciário, tanto conciliação e mediação, sendo uma coisa única; Na Europa, se tem base nas tradições antigas, antes do Estado, caracterizando uma solução de conflito por meio de auto composição. Já como se nasce depois o Estado, ele é considerado alternativo. Incentivando-se que resolva de forma autônoma e depois se tiver algum problema se vai o judiciário. No Brasil, seguia-se incialmente a ideia dos Estados Unidos, mas com a grande demanda esses meios alternativos foram levados para dentro do fórum, tendo múltiplas portas. Para tanto precisando diferenciar conciliação de mediação, por comportam técnicas diferentes. É preciso saber qual conflito é mais adequado para ser resolvido com mediação ou conciliação. De principio, técnicas de conciliação são mais incisivas, sendo mais determinantes, repercutindo mais nas partes e mediação é mais facilitadora e acompanha o processo das partes.

5 137 Assim, conciliação é um método de solução de conflitos, no qual um terceiro imparcial, que domina a escuta, sem forçar a vontade das partes, investiga apenas os aspectos objetivos do conflito e ajuda as partes chegarem em um acordo comum. Para definir a conciliação, temos elementos importantes como: atuação por terceiro, domínio da escuta, não forçar a vontade das partes, investigar os aspectos objetivos do conflitos. Conciliação é uma pratica rápida voltada aos aspectos objetivos do conflito, adequada para os casos em que o vinculo é de curta duração. Por essa definição temos elementos importantes, sendo que é uma atuação por terceiro imparcial, figura do conciliador; O conciliador domina a escuta, essa escuta tem relação com a técnica da escuta ativa, técnica usada por conciliadores e mediadores para valorizar o discurso das partes; Sem forçar a vontade das partes, porque no sistema auto compositivo, se valoriza muito a autonomia das partes; Investiga os aspectos objetivos dos conflitos, que são os aspectos materiais. Já a mediação é o processo segundo o qual as partes são auxiliadas por um terceiro imparcial, ou um grupo de pessoas sem interesse na causa, para auxilia-los a chegar uma composição que, no mínimo, restabeleça vínculos. Mediação é um processo mais longo, envolve a negociação assistida ou facilitadora que é mais adequada aos conflitos de vinculo de longa duração, como causas que envolvam relacionamentos familiares. Na atual conjuntura do Brasil, poder judiciário e núcleos de conciliação e mediação tudo que é direto de família é tratado com mediação e tudo que é do direito civil com exceção da parte de família é tratado com conciliação, segundo Morais e Spengler: Diferenciam a conciliação e a mediação de quatro maneiras: a) quanto ao conflito: na conciliação eles são esporádicos, pois as parte conflitantes não têm ou tiveram qualquer tipo de relacionamento e na mediação, contrariamente, os conflitantes mantêm e continuarão mantendo assim se espera relações íntimas; b) quanto ao papel do conciliador/mediador: o conciliador é o terceiro que pode sugerir, orientar as partes e até mesmo direcionar o confronto e seus resultados, ao contrário, o mediador nada pode fazer nesse sentido, e sim, ajudar os conflitantes a restabelecer a comunicação; c) quanto aos objetivos perseguidos: na mediação temos o tratamento adequado ao conflito o qual deve gerar comunicação e satisfação dos conflitantes, sendo o acordo uma consequência, porém, na conciliação, o acordo é o propósito principal; d) quanto às técnicas empregadas e a dinâmica das sessões: na mediação, as técnicas são direcionadas para a escuta e o desvelamento do real interesse em questão; a mediação admite sessões mais longas (uma hora e meia cada uma) e até remarcação de sessões quando necessário, tendo em vista a mantença do diálogo. Na conciliação, há o estímulo de propostas e contrapropostas, usando assim técnicas de negociação. As sessões são tem menor duração do que na mediação e a remarcação delas não é frequente (MORAIS, SPENGLER, 2012, p. 174). Neste mesmo entendimento, expressa Frabetti:

6 138 Porém, muitos aspectos são iguais, como a imparcialidade do terceiro mediador ou conciliador. Eles não podem julgar, nem dar juízo de valor, como dizer quem tem razão. Deve, sim, ajudar no diálogo entre as partes sem emitir opiniões. Ambos devem guardar sigilo, preservando a intimidade das partes. Não devem sugerir ou tentar convencer, e sim, indagar à parte sobre a proposta se esta seria ou não adequada, bem como quais os óbices para sua aceitação. Devem tratar as partes com respeito e tranquilidade e pedir aos presentes que assim o façam também. Durante uma reunião, as partes podem se dirigir tanto ao conciliador/mediador quanto para elas mesmas, ampliando as possibilidades de diálogos entre os presentes. (FABRETTI, 2008, p ). 2.3 Resolução nº 125/2010 Em 29 de novembro de 2010 foi publicada a Resolução nº 125 do Conselho Nacional de justiça, que dispõe sobre a Política Judiciária Nacional de tratamento adequado dos conflitos de interesses no âmbito do Poder Judiciário e dá outras providências. A resolução esta relacionado ao acesso a justiça e pacificação dos conflitos de forma consensual, visando na solução benéfica aos envolvidos, sendo decisões autocompositivas que levam a maior satisfação das partes e prevendo litígios futuros. Tendo como enfoque a mediação e a conciliação, tem-se obtido resultados que reduzem a judicializacao dos conflitos, assim como os recursos. Percebemos, portanto, a importância do Poder Judiciário estabelecer uma política pública nacional de tratamento adequado dos conflitos de interesses, uma vez que surgem muitos problemas na sociedade, que o sistema judiciário não consegue abarcar, ou até mesmo dar um resultado satisfatório as partes, devendo buscar outros meios alternativos de solução dos conflitos, de forma consensual, tais como a mediação e a conciliação que se mostram bastante eficientes, permitindo aos cidadãos o acesso à justiça. 2.4 Introdução da mediação e conciliação no novo Código de Processo Civil No novo Código de processo civil, a conciliação e a mediação, vem sendo vista como uma espécie de obrigatoriedade segundo o artigo 334, com a seguinte redação: Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. Neste artigo mostra-se que é preciso, de modo quase obrigatório então, a designação da audiência de conciliação ou mediação. E assim se nota uma mudança na ordem processual

7 139 atual, em que coloca a audiência de conciliação ou mediação antes mesmo do ré apresentar defesa. A aprovação desse ponto pelo poder legislativo, é para objetivar o estímulo da autocomposiçao das partes, desafogamento do judiciário, a despolarização dos conflitos, entre outras consequências benéficas para todo o campo jurídico. Essas mudanças trazem uma quebra de barreira para se ter o efetivo acesso a justiça, assim prevendo esses meios alternativos de solução de conflito poderá causar maior credibilidade e celeridade aos olhos da sociedade. 2.5 Mediação familiar O Direito de Família Tradicional atenta-se quase que exclusivamente as questões patrimoniais decorrentes dos divórcios e dissolução das uniões estáveis. Essa ótica não atende a realidade brasileira, vez que são afastadas do tratamento judicial as reais intenções dos envolvidos. E virtude da separação das questões emocionais e dos verdadeiros interesses das partes envolvidas no processo judicial, o Estado deve fazer uso de meios que proporcionem a realização pessoal do indivíduo, não apenas acolhendo as questões referentes a patrimônio nas relações jurídicas de família. É evidente que quando não se trata dessas questões, os desejos mascarados acabam sendo frustrados no momento em que é estabelecida a decisão do juiz, com base apenas nas provas e fatos relatados superficialmente. O Sistema Judicial atual enfrenta uma crise de demandas, vez que a quantidade de situações que surgem e não são resolvidas pacificamente pelas pessoas, acabam sendo lançadas ao Judiciário a fim de obter uma solução. Graças a esse acúmulo de demandas, ouve-se constantemente falar da morosidade do Sistema Judicial Brasileiro. Alega-se a incapacidade do Judiciário de solucionar questões tão complexas que envolvam o vínculo jurídico com o emocional das pessoas, vez que isso exige um tratamento diferenciado e contribui para o atraso da solução das demandas, que já são tidas como vagarosas. Todavia, questiona-se acerca da impossibilidade de destinar um mínimo de tempo para dar um tratamento mais cauteloso aos casos concretos. As reclamações da coletividade falam do atraso da análise dos casos, bem como da demora para haver audiências e sair os resultados. Mas, quando se veem numa audiência, o

8 140 tratamento dos fatos é superficial, e o rápido proceder do momento destinado ao convencimento do juiz quase nunca se propõe a qualquer incentivo para tratar dos conflitos pessoais. Estudos comprovam que pessoas, até mesmo de classes privilegiadas, não buscam o auxílio de especialistas como psicólogos, psiquiatras ou psicanalistas, e graças a essa falta de aconselhamento, os indivíduos que, normalmente, saem com sentimentos machucados dos rompimentos afetivos, não conseguem preservar um mínimo de respeito, bem como estabelecer um simples diálogo. É impossível imaginar quais os sentimentos e a gravidade destes que as pessoas carregam durante a vida. A dor causada e não tratada, muitas vezes, impossibilita ex-cônjuges a tentar uma reconciliação ou uma simples iniciativa de preservar algum diálogo. É fato que a ausência de comunicação entre eles impede qualquer chance de se acertar questões que não foram resolvidas durante o relacionamento, bem como no seu término. Afinal de contas, o Judiciário é incapaz de destinar um mínimo de tempo para uma tentativa de restabelecer e preservar uma comunicação? O sistema está tão congestionado assim que não pode estimular o acesso rápido aos especialistas supracitados? Assim como expresso pela Autora Beatriz helena Braganholo: Mesmo tendo a família nuclear, nos moldes contemporâneos, resgatado os fundamentos centrados na afetividade, estabelecido uma repersonalização do suporte fático da família, substituindo a prevalência dos interesses patrimoniais, que antes vigoravam, pelos interesses pessoais e comuns do grupo familiar (BRAGANHOLO, 2005, p. 71). A mediação familiar tem o papel decisivo diante dessa realidade. O intuito das técnicas utilizadas visa buscar o restabelecimento da relação interpessoal e do diálogo. Sabe-se que há necessidade de tratar o interior dos envolvidos a fim de que os problemas exteriores sejam resolvidos efetivamente. A partir do momento que os envolvidos entendem os motivos pelos quais estão ali e esforçam-se para obter resultados, as questões patrimoniais e conexas, ao fim do relacionamento, poderão acabar sendo solucionadas naturalmente. Obtém-se, desde já uma consciência de que o processo deve ser meio para auxiliar no resultado e não um mecanismo de vingança pessoal. Havendo um sincero envolvimento das partes para com o trabalho da mediação, os resultados podem ser extremamente positivos, de modo que pode haver uma pacificação da relação dos ex-cônjuges, ou ex-conviventes e, assim, a preservação de um bom relacionamento,

9 141 consequentemente a solução dos problemas em questão, seja no momento desse processo, seja em tempo posterior a ele. A mediação é efetiva a partir do momento que houve o tratamento adequado dos sentimentos dos envolvidos, mesmo que não haja uma solução imediata dos problemas em questão. As técnicas da mediação familiar almejam a solução dos problemas como uma consequência do restabelecimento de um mínimo vínculo entre as partes. Resta claro que há possibilidade de tratar, mesmo que rapidamente, os conflitos pessoais. Em uma audiência, deve-se disponibilizar meios de superação das eventuais rupturas dos laços de afetividade. As partes poderão notar o próprio progresso a partir do momento que o estímulo dado a elas permitir que entendam os pontos de vista opostos, colocando-se no lugar uma da outra. Enquanto não houver estímulo dessa consciência mútua de análise de pontos convergentes e divergentes, a tendência é que os indivíduos participantes do conflito usem o processo para discutir patrimônio, bens, guardar de filhos, e outros. Nesses casos, nota-se que é a forma utilizada por uma parte para atingir a parte oposta, sendo assim uma maneira de vingar-se dos reais motivos do rompimento, que não foram tratados em momento anterior ao processo. As técnicas mediadoras buscam identificar e resolver os conflitos internos, dando estratégia para verbalização dos sentimentos dos envolvidos decorrentes, da mudança de vida promovida pelo término da União. Em suma, se as desavenças entre as partes não forem tratadas, será quase que impossível o sucesso nas negociações. Esse entendimento é evidenciado pela Autora Beatriz Helena Braganholo (2005, p. 73) Se as questões escondidas não puderam ser discutidas, jamais ocorrerá o rompimento das barreiras que entravam o processo de negociação. 3. Considerações Finais Assim, podemos notar que cada vez mais temos claro, que o número pela demanda é crescente, fazendo se notar uma crise do poder judiciário. Os operadores do direito estão tendo que pensar em meios alternativos de solução, colocando assim mais presente no campo jurídico a conciliação e mediação.

10 142 Essa busca por novas soluções é para s ter uma justiça com acesso justo aos cidadãos. A conciliação e mediação surge neste contexto que tratamos para ser equivalente a jurisdição, mas proporcionar mais celeridade. Esta certo que os meios alternativos de solução de conflito são voltados para satisfazer os anseios da sociedade, estando sempre atendo aos princípios e direitos da mesma. Em suma, resta claro que diante da atual situação do sistema judiciário e a forma pelo qual as questões são tradicionalmente tratadas, a mediação familiar é um mecanismo benéfico a ser adotado. Tendo em vista que estimula a preservação do vinculo entre os envolvidos ou pelo menos um dialogo entre eles, o que permitirá que no dado momento ou em algum tempo futuro, possam solucionar suas desavenças de um maneira autocompositiva. Esse objetivo implica o afastamento da solução judiciaria que, normalmente, acaba por estabelecer decisões que não agradam as partes, bem como não trata dos reais conflitos, os emocionais, que as levaram lá. 4. Referências BRAGANHOLO, Beatriz Helena. Novo Desafio do Direito de Família Contemporâneo: Mediação Familiar. Brasília, p BRASIL. Resolução nº 125 de 29 de novembro de Instituído pelo Conselho Nacional de Justiça. CINTRA, Antonio Carlos de Araujo. GRINOVER, Ada Pellegrini. DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. São Paulo: Malheiros Editores, p WATANABE, Kazuo. Acesso à justiça e sociedade moderna. Participação e processo. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1988.

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