V Curso de Especialização em Segurança Pública e Cidadania Violência e Conflitualidade Novembro de 2014

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1 V Curso de Especialização em Segurança Pública e Cidadania Violência e Conflitualidade Novembro de 2014 Universidade de Brasília UnB Quartas (19h-22h40) e sextas (8h-12h) Local: A definir. Professor: Rodrigo Figueiredo Suassuna rfsuassuna@yahoo.com.br Introdução A disciplina Violência e conflitualidade contextualiza-se na crescente atenção das pesquisas em ciências sociais para o tema da violência na atualidade, especialmente a violência criminal, configurando o campo de estudos denominado no Brasil como Sociologia da Violência 1. Com o intuito de trazer os desenvolvimentos da pesquisa social sobre violência ao conhecimento dos profissionais de segurança pública no Brasil, foi proposta em 2009 pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) a disciplina: Abordagem sociopsicológica da violência e do crime 2, na qual a presente disciplina está fundamentada. Contextualização 3 Já há algum tempo, esforços de pesquisa, tanto na área da Sociologia quanto da História, vêm se voltando para o estudo da criminalidade e da violência, de forma a elucidar o fenômeno em termos de suas variações no tempo em relação às estruturas e processos mais amplos e de longa duração. De um modo geral, as mudanças históricas acentuadas nos padrões de violência estariam relacionadas a duas alterações de longo curso: as profundas mudanças culturais que modelam a sociedade moderna e a expansão do Estado moderno e seus aparatos de vigilância e controle social, realizadas concomitantemente. Poucos problemas sociais mobilizam tanto a opinião pública como a criminalidade e a violência nos dias atuais, pois afetam toda a população, independentemente de classe, raça, credo religioso, sexo ou estado civil. São consequências que se repercutem tanto no imaginário cotidiano das pessoas, como nas cifras extraordinárias a respeito dos custos diretos da criminalidade violenta. 1 BARREIRA, César; ADORNO, Sérgio. A violência na sociedade brasileira. In: MARTINS, Carlos Benedito; MARTINS, Heloísa Helena T. de Souza (Org.). Sociologia: horizontes das ciências sociais. São Paulo: ANPOCS, p MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Secretaria Nacional de Segurança Pública / SENASP. Matriz curricular nacional: para ações formativas dos profissionais da área de segurança pública. Brasília: Ministério da Justiça, p Extraído de: MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Secretaria Nacional de Segurança Pública / SENASP. Matriz curricular nacional: para ações formativas dos profissionais da área de segurança pública. Brasília: Ministério da Justiça, p

2 Atualmente, as teorias científicas sobre a violência e a criminalidade são utilizadas para a compreensão e investigação do fenômeno criminoso, indagando porque determinadas pessoas são tratadas como criminosas; vislumbrando o predomínio dos elementos sociais e situacionais sobre a personalidade e orientando na formulação de políticas públicas. Objetivos 4 1. Compreender o fenômeno da violência e do crime a partir de uma prévia visão do homem e da sociedade historicamente considerada, vislumbrando o predomínio dos elementos sociais e situacionais sobre a personalidade. 2. Refletir sobre os fatores e situações inerentes à violência e à criminalidade, de acordo com o contexto cultural de sua atuação. Conteúdo programático 5 1. Introdução ao Estudo da Sociologia da Violência e Conflitualidade. 2. A violência criminal como problema social e suas raízes históricas A questão do monopólio A questão dos direitos Desafios do Estado frente à violência contemporânea. 3. Violência, insegurança e o papel da mídia. 4. Recomendações de políticas públicas sobre violência e conflitualidade. Bibliografia básica LIMA, Renato Sérgio; PAULA, Liana de (orgs.). Segurança pública e violência: o Estado está cumprindo seu papel? São Paulo: Contexto PORTO, Maria Stela Grossi. Sociologia da violência. Brasília: Ed. Francis, Unidade 1 7 de novembro de 2014 Apresentação do curso, do professor e dos alunos. Panorama geral da relação entre violência, conflitualidade e Estado na fase atual da modernidade. A violência e os conflitos modernos. 4 Baseado em: MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Secretaria Nacional de Segurança Pública / SENASP. Matriz curricular nacional: para ações formativas dos profissionais da área de segurança pública. Brasília: Ministério da Justiça, p Baseado em: MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Secretaria Nacional de Segurança Pública / SENASP. Matriz curricular nacional: para ações formativas dos profissionais da área de segurança pública. Brasília: Ministério da Justiça, p

3 Leitura complementar 6 : a. WIEVIORKA, Michel. O novo paradigma da violência. Tempo social, São Paulo, v. 9, n. 1, maio de Palavras-chave: violência, Estado, violência do Estado, criminalidade, segurança, políticas públicas, políticas internacionais, modernidade, globalização, solidariedade social, moralidade, conflito. Unidade de novembro de 2014 O monopólio estatal da violência na era moderna. Consequência para os conflitos. O monopólio da violência no Brasil. Leitura básica: 1. PORTO, Sociologia da Violência, 2010, cap. 10 e 11. Leitura complementar: a. PORTO, 2010, cap. 13. b. ELIAS, Norbert. X Mudanças na agressividade. In:. O processo civilizador, volume 1: uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., p c. ELIAS, Norbert. Os alemães: a luta pelo poder e a evolução do habitus nos séculos XIX e XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., p d. ADORNO, Sérgio. Exclusão socioeconômica e violência urbana. Sociologias, Porto Alegre, n. 8, dezembro de Palavras-chave: monopólio estatal da violência, Estado, conflito, resolução de conflito, violência, legitimidade, violência no Brasil, democratização no Brasil, uso da força, polícia, eficácia policial, violência policial, segurança privada, impunidade, reciprocidade. Unidade de novembro de 2014 Contenção da violência estatal como direito. Os direitos e a reciprocidade entre Estado e sociedade civil. Leitura básica: 1. MESQUITA NETO. Segurança, justiça... In: LIMA; DE PAULA, Segurança pública e violência, MUNIZ. Direitos Humanos... In: LIMA; DE PAULA, Segurança pública e violência, Leitura complementar: 6 Os textos para leitura complementar poderão ser encontrados nos sítios: ; scholar.google.com.br ; ; revista.forumseguranca.org.br, dentre outros. 3

4 a. SUASSUNA, Rodrigo Figueiredo. 4. Confiança na competência. In:. Confiança e reciprocidade entre policiais e cidadãos: a polícia democrática nas interações Tese (doutorado em sociologia). Universidade de Brasília, Brasília, b. RAMOS, Sílvia. Direito à segurança: um balanço das respostas brasileiras e uma agenda para o Brasil. Disponível em: < >. Acesso em: 30 de outubro de c. MINAYO, Maria Cecília de Souza; SOUZA, Edinilsa Ramos de; CONSTANTINO, Patrícia. Riscos percebidos e vitimização de policiais civis e militares na (in)segurança pública. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 11, novembro de d. COSTA, Arthur T.M. Como as Democracias Controlam as Polícias. Novos Estudos CEBRAP, Palavras-chave: direitos, direitos civis, cidadania, Estado-nação, movimentos sociais, direitos humanos, direito à segurança, direitos das crianças e adolescentes, violação de direitos, direitos humanos na polícia, profissão policial, Regulamento Disciplinar da Polícia Militar, subcidadania, reciprocidade, cerimônias de degradação, vitimização policial, risco, controle e responsabilização. Unidade de novembro de 2014 Função pacificadora do Estado contemporâneo. Divergências nas percepções de cidadãos e agentes de segurança pública quanto às funções estatais. Leitura básica: 1. PORTO, Sociologia da Violência, 2010, cap. 9; SILVEIRA; SILVA; BEATO. Prevenção de crimes... In: LIMA; DE PAULA, Segurança pública e violência, Leitura complementar: a. PERES. Violência: um problema... In: LIMA; DE PAULA, Segurança pública e violência, b. LEITE, Márcia Pereira. Da metáfora da guerra ao projeto de pacificação : favelas e políticas de segurança pública no Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Segurança Pública, v. 6, n. 2, setembro de c. SINHORETTO. Reforma da justiça... In: LIMA; DE PAULA, Segurança pública e violência,

5 Palavras-chave: violência, violência urbana, violência criminal, segurança pública, sociabilidade violenta, militarização da segurança pública, personalidade policial, perigo, autoridade policial, eficiência policial, solidariedade social, causas externas de mortalidade, homicídios, prevenção à violência, Programa Fica Vivo, Unidades de Polícia Pacificadora, políticas públicas, gestão estadual. Unidade 3 21 de novembro de 2014 O medo e a insegurança como características contemporâneas. A relação entre violência real e a violência percebida. O surgimento da segurança pública a partir das inseguranças contemporâneas. Leitura básica: 1. ADORNO; LAMIN. Medo, violência... In: LIMA; DE PAULA, Segurança pública e violência, PORTO, Sociologia da Violência, 2010, cap. 6. Leitura complementar: a. CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. 8. A implosão da vida pública moderna. In:. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: EDUSP, b. BAUMAN, Zygmunt. Medo líquido. Rio de Janeiro: Zahar, Palavras-chave: medo, insegurança, subjetividade, mídia, sociedade do risco, direito à segurança, segurança pública, democracia, processo civilizador, justiça criminal, incivilidades, solidariedade social, pânico civil, eleições, ditadura, enclaves fortificados, condomínios fechados, segurança privada, fortificações, espaço público, espaço privado, democratização. Unidade 4 26 de novembro de 2014 Atividade avaliativa: documento programático. Tema. Violência, conflitualidade e Estado no Brasil contemporâneo. Estratégias de ensino-aprendizagem Aulas expositivas dialogadas com apoio de audiovisuais. Estudo domiciliar de textos sociológicos clássicos e, sobretudo, recentes. Estudo de casos. Avaliação Debates em grupo. Realizados em sala de aula. 5

6 Para ter valor de nota, as intervenções devem necessariamente ser baseadas em alguma das leituras (básicas ou complementares) estabelecidas para a aula. A soma das notas dos debates responde por 40% da nota final. Avaliação escrita: redação de um documento programático referente a um tópico da temática; consiste em: 1. Entrega de um registro escrito, informando o tópico de interesse do aluno dentro da disciplina (10% da nota final). O tópico deve ser simultaneamente: Um problema sociológico, tratado nos textos da disciplina; e Um problema social, pertencendo real ou potencialmente à agenda pública. O registro deve ter de duas a quatro linhas, informando o tema escolhido, entre os abordados na disciplina. Prazo de entrega: antes de iniciada a penúltima aula. Há apenas duas formas de entrega do registro: Como tarefa no ambiente da disciplina no Aprender / Moodle; ou Impresso, entregue na penúltima aula. 2. Redação de um documento programático (50% da nota final). Atividade em grupos estabelecidos pelo professor, com consulta e realizada durante a última aula da disciplina. As regras / questões norteadoras da apresentação serão oportunamente apresentadas pelo professor. O documento redigido deve necessariamente se referir aos conteúdos discutidos na bibliografia e em sala de aula. Valor total da avaliação escrita: 60% da nota final. Disciplina virtual A aquisição de artigos de leitura complementar, dos slides das aulas, assim como uma série de avisos e informações úteis, se darão por meio da versão Aprender / Moodle da disciplina. 6