BANANEIRA -CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA
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- Vítor Gabriel Jardim Miranda
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1 BANANEIRA -CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA Ordem: Scitaminea Família: Musaceae Sub-Família: Musoideae Gênero: Musa Sub-Gênero: Eumusa ESPÉCIES a) Musa cavendishi - Nanica, Nanicão, Valery, Lacatan, Piruá. b) Musa sapientum - Gros Michel, São Tomé, Figo Vermelho, Figo, Cinza, Maçã, Prata, Pacovan, Enxerto. c) Musa paradisiaca -Terra, Maranhão branca, Maranhão vermelha. d) Musa corniculata -Farta Velhaco ou Pacova Obs.: Esta classificação foi abandonada porque, pois seu empirismo não permite a inclusão de todos as cultivares. A classificação proposta por SIMMONDS e SHEPHERD (1955) para o gênero Musa, hoje adotado em todo o mundo, é baseada no número de cromossomos. Assim ele seria dividido em 2 grupos: com 10 cromossomos e com 11 cromossomos. 1º. Grupo: bananeiras com número básico de cromossomos igual a 10 possuem brácteas lisas, divide-se em duas secções. Seção Australimusa -compreende 5 espécies mais importante: Musa textilis (para extração de fibra). Seção Callimusa -5 ou 6 espécies, de pequeno tamanho e apenas interesse botânico. 2º.Grupo: bananeiras com número básico de cromossomos 11 divide-se em duas secções. Seção Rhodoclamys -inflorescência ereta, com pencas de flores sob cada bráctea. Espécie mais conhecida Musa ornata, de importância ornamental. Seção Eumusa -ou simplesmente Musa, engloba as variedades cultivadas. Caracteriza-se pela grande inflorescência e numerosos frutos por penca.
2 Espécies mais importantes: Musa acuminata (AA) Musa balbisiana (BB) - EVOLUÇÃO DOS CULTIVARES DE BANANA COMESTÍVEIS A maioria das cultivares de banana comestível evoluiu das espécies selvagens Musa acuminata e Musa balbisiana. Essas duas cultivares são diplóides e constam de dois níveis cromossômicos (2n = 22). Portanto, todas as cultivares devem conter combinações de genomas completos dessas espécies parentais. Tais genomas são denominados respectivamente, pelas letras A, representando a espécie acuminata e B a espécie balbisiana. PASSOS DA EVOLUÇÃO DA BANANEIRA 1. Ocorrência de partenocarpia, ligada a alguma esterilidade feminina, por mutação na única espécie de M. acuminata, para dar origem, inicialmente ao grupo AA. 2. Cruzamentos espontâneos entre mutantes partenocárpicos e outras formas selvagens da mesma espécie e de M. acuminata e M. balbisiana, originando diplóides partenocarpicos AA e AB. 3. A evolução de triplóides a partir de cultivares diplóides dos grupos AA e AB, em cruzamento com pais AA ou BB, dando origem às novas cultivares dos grupos AAA; AAB e ABB. 4. Hibridações espontâneas com pais AA e BB, com grupo triplóides, originando os tetraplóides. Os tetraplóides possíveis são: AAAA, AABB, ABBB e AAAB. 5. A diversificação das cultivares básicas por meio de mutações somáticas. CLASSIFICAÇÃO DE ALGUMAS BANANEIRAS NO BRASIL Grupo AA -"Ouro" Grupo AB -só constatado dentre cultivares Indianas, não no Brasil. Grupo AAA -sub grupo Cavendish -Nanica, Nanicão, Grand Naine sub grupo Gros Michel -
3 Grupo AAB Maçã sub grupo Prata, 'Branca', 'Pacovan' Mysore Prata Anã sub-grupo Terra Grupo ABB -sub grupo Figo Grupo AAAA -IC-2 Grupo AAAB -'Ouro da mata' e 'Platina' CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO PORTE a) Porte baixo -até 2 metros -Nanica b) Porte médio -de 2,0 a 3,5 metros -Nanicão, Ouro, Grand Nine, Figo, Maçã, Valery, etc. c) Porte alto -mais de 3,5 metros -Prata, Mysore, Ouro da Mata, etc.
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5 MORFOLOGIA DA BANANEIRA A bananeira é um vegetal herbáceo completo, pois apresenta caule, raízes, flores, frutos e sementes. a) Rizoma (Caule Subterrâneo) É a parte da bananeira onde todos os órgãos se apóiam direta ou indiretamente. Sua forma externa pode variar de acordo com as condições edáfoclimaticas. Em solos de textura fraca ele se toma arredondado, com tendência para ser ovóide. Em solos de estrutura forte tende a ser achatado. Um rizoma bem desenvolvido pode ter de 25 a 40cm de diâmetro e pesar de 6,9 a 11,5 quilogramas, de acordo com o clone e a idade da planta. Fazendo-se um corte vertical passando pelo centro de um rizoma da bananeira, pode-se identificar perfeitamente, o córtex e o cilindro central, que são branqueados, mas que se oxidam rapidamente em contato com o ar. Córtex: é a camada mais externa do rizoma, cuja espessura é de 3 a 5cm. Cilindro Central do Rizoma: envolvido pelo córtex, é bastante fibroso, e é nele que as raízes se formam. Implantado acima no cilindro central, encontra-se a gema apical de crescimento. b) Raízes As raízes têm origem no cilindro central do rizoma. São fasciculadas e estão dispostas horizontalmente em maior porcentagem nas camadas superficiais do solo. Em toda a extensão de superfície externa das raízes existem radicelas, normalmente sempre abundantes. A bananeira gera raízes continuamente apenas até a diferenciação floral, simultaneamente com o processo de formação de folhas. Na fase de floração a parte central do rizoma começa a esclerosar da base para o ápice. Esse fenômeno inativa as raízes basais e limita a emissão de novas raízes nesta área. Porem, algumas raízes que já haviam sido formadas antes da época da diferenciação floral continuam se desenvolvendo. Logo, as plantas adultas de bananeira que estão chegando à fase final de seu ciclo biológico têm um sistema radicular bastante deteriorado.
6 Fazendo-se um corte transversal da raiz encontra-se, externamente, um tecido mais macio -o córtex -que envolve um tecido bastante fibroso e resistente denominado cilindro central da raiz. O cilindro central de raiz, mais parece o prolongamento do cilindro central do rizoma, onde iniciou sua formação. c) Gema Apical de Crescimento É um conjunto de células meristemáticas, localizado no centro do colo da bananeira, e é responsável pela formação das folhas e das gemas laterais de brotação. A gema apical se biparte dando formação a uma folha com sua gema lateral de brotação. Logo que gerada, a folha apresenta-se como um pequeno cone foliar tendo a base apoiada sobre o cilindro central do rizoma, em cujo interior encontra-se a gema apical, que reinicia seu processo de multiplicação celular, formando mais folha e gema lateral de brotação. A gema apical pode gerar de 30 a 70 folhas, dependendo da cultivar. Sendo simultânea a formação da folha e da gema lateral de brotação, pode-se facilmente concluir que, a bananeira tem tantas gemas laterais quantas forem as folhas geradas. d) Folhas É do pequeno cone foliar formado que tem origem todas as partes componentes da folha, ou seja, bainha, pecíolo, páginas foliares, nervura e aguilhão (ou "pavio"). Ao se desenvolverem as folhas e gemas laterais iniciam um deslocamento radial concêntrico. Ao se aproximar da periferia do rizoma, a bainha das folhas mais externas envolvem todo o pseudocaule na parte inferior, mas torna-se menos envolvente na sua parte mais alta, devido ao seu formato deltóide. Em determinada altura a bainha se afasta do pseudocaule. A gema lateral correspondente a esta folha, que fica localizada no vértice da bainha, também ao se aproximar da periferia do rizoma apresenta-se como uma pequena protuberância que se transformará, futuramente, em um novo rebento. Quando esta gema brota, o novo rebento apresenta folha bastante estreita devido ao não desenvolvimento dos lóbulos foliares, e por ter a forma lanceolada, ela é chamada de espada. Isto ocorre devido a inibição hormonal que a "mãe" está exercendo sobre o "filho". A inibição hormonal vai diminuindo progressivamente até a diferenciação floral da planta "mãe".
7 As bainhas das folhas da bananeira têm grande importância, pois são elas que formam o pseudocaule, o sustentáculo do cacho. e) Pseudocaule O pseudocaule da bananeira é um estipe. Seu comprimento, que representa a altura da planta, é igual à distância do solo até o topo da roseta foliar. Roseta foliar: "região delimitada entre o ponto onde a folha mais velha se separa do pseudocaule, até onde a folha mais nova está se abrindo". É através do pseudocaule que a inflorescência ganha o exterior da planta. No interior do pseudocaule da planta que já emitiu a inflorescência encontra-se o palmito, constituído pelo alongamento do cilindro central do rizoma. f) Inflorescência Depois de gerar o total de folhas e gemas laterais, a gema apical cessa esta atividade, devido a uma série de fatores hormonais. A gema apical se transforma no órgão de frutificação da bananeira: a inflorescência. Este processo ocorre quando cerca de 60% de todas as folhas (jovens e adultas) que a gema apical gerou já se abriram para o exterior. Os 40% restantes já estão formadas, mas permanecem em desenvolvimento dentro do pseudocaule. A inflorescência é terminal e emerge envolta por uma grande bráctea. As flores das bananeiras comestíveis são sempre completas, verificando-se em algumas a atrofia das anteras (flores femininas) e, em outras, atrofia dos ovários (flores masculinas). A inflorescência vai formar o cacho da bananeira. g) Cacho O cacho é constituído de engaço, raque, pencas de bananas e botão floral. Engaço: botanicamente é o pedúnculo da inflorescência. O engaço tem início no ponto de fixação da última folha e termina na inserção da primeira penca. Raque: definida botanicamente como eixo de inflorescência. É na raque que se inserem as flores. Inicia-se a partir do ponto de inserção da primeira penca e termina no botão floral. Pode ser dividida em raque feminina, onde se inserem as flores femininas e raque masculina, onde se inserem as flores masculinas.
8 Botão Floral: ou coração é o conjunto de flores masculinas ainda em desenvolvimento, com suas respectivas brácteas. Pode-se dizer que o coração é a gema apical de crescimento, modificada, que ganhou o exterior. Pencas: é o conjunto de frutos (dedos), reunidos pelos seus pedúnculos em duas fileiras horizontais e paralelas. O ponto de fusão dos pedúnculos recebe o nome de almofada. As almofadas se fixam no raque sempre em níveis diferentes, seguindo três linhas helicóides e paralelas. O fruto é resultado do desenvolvimento partenocárpico dos ovários das flores femininas. CICLOS DA BANANEIRA A bananeira como todas as plantas, tem um ciclo de vida definido que se inicia com a formação do rebento e seu aparecimento ao nível do solo. Com seu crescimento há a formação da planta, que irá produzir um cacho cujos frutos se desenvolvem, amadurecem e caem, verificando-se em seguida a seca de todas as suas folhas, quando se diz que a planta morreu. A bananeira propaga-se normalmente pela emissão de novos rebentos. Como esse processo é contínuo, uma bananeira adulta apresenta sempre ao seu redor, em condições naturais, outras bananeiras em diversos estádios de desenvolvimento. Esse conjunto de bananeiras integradas, com diferentes idades e oriundas de uma única planta, denomina-se "touceira". Essa característica de constante renovação das plantas permite dizer que os bananais têm vida permanente. Botanicamente as touceiras são formadas por rebentos que constituem a primeira, segunda, terceira outras gerações da muda original, e que recebem popularmente as denominações de: Mãe: é a planta mais velha da touceira. Ela perde a denominação de mãe após a colheita. Mãe é sempre uma só! Filho: é todo o rebento originário de uma gema localizada no rizoma da planta mãe. Neto: é todo rebento originário do filho.
9 Irmão: é todo rebento que se forma devido ao desenvolvimento de uma segunda gema de um mesmo rizoma. Família: é um conjunto de rizomas interligados e descendentes representados pela mãe, um filho e um neto, onde todos os demais rebentos foram eliminados. Obs.:. Após a colheita da planta mãe, a planta filho assume a posição dessa, e a planta neto por sua vez assume a posição da planta filho e, assim, sucessivamente. Na prática, define-se como ciclo vegetativo de uma bananeira o período compreendido entre sua brotação até a colheita de sua produção. Por ciclo de produção, entende-se o período decorrido entre a colheita do cacho da planta mãe até a colheita do cacho da planta filho. Os ciclos vegetativos e de produção são afetados por todos os fatores que atuam direta ou indiretamente na fisiologia da bananeira, ou seja, os fatores edafoclimáticos e algumas técnicas culturais, principalmente métodos de desbaste e espaçamentos adotados. PROPAGAÇÃO Mudas: dá-se o nome de muda de bananeira a uma parte dessa planta provida de uma ou mais gemas vegetativas, cujo desenvolvimento dará formação a uma nova bananeira. Tipos de Mudas: os vários tipos de mudas podem ser classificados em apenas 3 tipos: rizomas inteiros, pedaços de rizoma e mudas micropropagadas. Obtenção das Mudas: estes tipos de mudas são obtidos geralmente de bananais comerciais em produção, de preferência os que já sofreram a primeira colheita. Mudas Pedaços de Rizoma: os rizomas com mais de 5,0 kg são arrancados. Faz-se a limpeza destes rizomas, eliminando-se as raízes e os rebentos que ele possuir, assim como toda a sua parte escura (região cortical externa), até eliminar por completo todos os tecidos necrosados. O pseudocaule é eliminado através de um corte transversal à altura de 5 a 10cm do colo do rizoma. A seguir retalha-se radialmente o rizoma obtendo-se pedaços com forma de cunha. Deve-se cuidar para que a gema lateral de brotação mais visível, fique no centro da parte externa da cunha. As mudas tipos pedaços de rizoma podem ter de 800gr a 4000gr.
10 Mudas de Rizoma Inteiro: é o arranquio de brotações laterais da bananeira. Estes rebentos, com folhas lanceoladas, são arrancados com o auxílio de uma vanga. Estas mudas sofrem o mesmo processo de limpeza, citado anteriormente, sendo que o pseudocaule é cortado a uma altura de 20cm. Conforme o desenvolvimento desta brotação lateral, recebe denominações diferentes. Chifrinho -rizoma pesando até 1,5 quilos Chifre -rizoma pesando entre 1,5 a 2,5 quilos Chifrão -rizoma pesando acima de 2,5 quilos Obs.:. os rebentos que não possuem folhas lanceoladas, ou seja, que já de início apresenta folhas largas, são chamados de mudas guarda-chuva. Este tipo de muda não é a preferida para o plantio. Mudas Micropropagadas: são mudas produzidas em laboratórios através do cultivo de meristemas. Além de ser um processo rápido de multiplicação, as mudas produzidas oferecem a vantagem de serem livres de nematóides e outras moléstias.
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