Biblioteca Freudiana de Curitiba Centro de Trabalho em Psicanálise

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1 Anseio a Ser? Impressões da leitura do seminário da identificação de J. Lacan André Ehrlich (Trabalho apresentado em 27 de novembro de 2014 no âmbito da XIX Jornada da Biblioteca Freudiana de Curitiba) Boa noite a todos. Esta não é a primeira vez que procuro elaborar algo em torno da identificação e creio que não será a última. O estímulo a esta presente elaboração partiu da discussão em torno de uma apresentação minha em nosso grupo das segundas feiras, um retorno-à-letra, no qual expus impressões de minha leitura do Seminário IX de Lacan, A Identificação. É no capítulo VII de Psicologia das Massas e Análise do Eu, de 1921, que Freud nos trás uma formalização do conceito de identificação. Afirma que a identificação é a mais remota expressão de um laço emocional para com outra pessoa. Logo a seguir, escreve que é fácil diferenciar identificação de escolha objetal. A primeira é o que se gostaria de ser, a segunda o que se gostaria de ter. Freud diferencia três modos de identificação, sendo o primeiro ao pai, anterior à tomada da mãe como escolha objetal. O segundo modo Freud denomina de regressivo, ou seja, cito: ela se torna sucedâneo para uma vinculação de objeto libidinal, por assim dizer, por meio de uma introjeção do objeto no ego (FREUD 1921/89, p. 100). Esta se caracteriza por tomar emprestado apenas um traço isolado da pessoa que é objeto dela (FREUD 1921/89, p.100). O terceiro modo Freud assemelha a um contágio mental que pode surgir com qualquer percepção de uma qualidade ou desejo comum partilhada com outra pessoa que não seja objeto da pulsão sexual. Acrescenta que este modo de identificação, por meio do sintoma, torna-se assim o sinal de um ponto de coincidência entre dois egos, sinal que tem de ser mantido recalcado. Em seu seminário de 1961, Lacan não trabalha de modo pormenorizado o primeiro modo de identificação. Quanto aos outros dois modos freudianos de identificação efetua uma releitura que o leva a uma ruptura com a filosofia, tão presente nos dois seminários anteriores, em direção à lógica e, em particular, a introdução da topologia. O primeiro conceito a ser trabalhado no seminário A Identificação é o traço unário. É a partir da observação de Freud, curiosamente acompanhada por um deve causar-nos estranheza (FREUD, 1921, p.100), de que a identificação toma emprestado apenas um traço isolado (ein einziger Zug) da pessoa que é objeto de identificação que Lacan forja o conceito de traço unário: identificação inaugural do sujeito com o significante radical do traço único como tal. O traço unário designa a unicidade da volta na repetição, designa a diferença absoluta de cada volta. Paradoxo é que como contagem (1,1, 1...), quanto mais a diversidade das semelhanças se apaga, mais o traço suporta a diferença quanto tal. O exemplo dado por Lacan é das marcas que um caçador faria em um osso marcando cada uma de suas caçadas: marcas que se assemelham, não são mais que um traço, mas que marcam justamente a diferença entre cada caçada. Em termos freudianos, a função do traço unário é associada por Lacan ao narcisismo das pequenas diferenças, pois, cito: É a partir dessa pequena diferença enquanto é a mesma coisa que o grande I, Ideal do Eu, que se pode acomodar todo o propósito de narciso; o sujeito se constitui ou não como portador desse traço unário (LACAN /2003, p. 171). Ou, como podemos ler em Subversão do sujeito e dialética do desejo, o traço unário preenche a marca invisível que o sujeito recebe do significante, aliena esse sujeito na identificação primeira que forma o Ideal do Eu (LACAN 1960/1998, p. 822). Lacan nos propõe a superfície do toro (superfície que podemos assemelhar a uma câmara de pneu) para pensarmos a estrutura do sujeito enquanto ele é pensado como repetindo (LACAN /2003, p. 177). Isto em ambos os sentidos que a frase pode suscitar, ou seja, o sujeito enquanto repete e que é pensado, no sentido da insistência inconsciente, no que repete. Como vimos, o traço unário é coextensivo à esse sujeito da/na repetição. O objetivo de tal empreendimento Lacan o deixa explícito: é agarrar o desejo pelo rabo. A quem não ocorre a imagem do cachorro dando voltas, perseguindo o próprio rabo? Jornada de Trabalho e Desenodamento de Cartéis

2 A maneira com que Lacan dispõe os conceitos de demanda, desejo e objeto a nesta estrutura topológica, assim como nos espaços delimitados por esta superfície, coloca uma ligeira diferença em relação às elaborações já encontradas no seminário As Formações do Inconsciente. Recordando: o desejo se situa em um para aquém da demanda; no para além de toda demanda, a demanda de amor. O amor, assim, se mostra articulado à demanda em sua relação com o Ideal. Como vai ficando claro ao longo deste seminário de 1961, nas repetições da demanda, o sujeito, em sua procura por aquilo que possa determiná-lo, somente delineia o contorno do objeto do desejo, encontrando, ao invés do objeto, i(a), as vestimentas a torná-lo amável ao Outro. Neste sentido, também na mostração pelo toro, para além da demanda, a demanda de amor: o amor solidário do Ideal. Lacan nos diz que o que é acentuado na função da repetição no inconsciente não é seu retorno, pois não se trata de um ciclo natural, mas sim o que é procurado pelo sujeito: sua unicidade significante. No que uma das voltas marcou o sujeito ele se põe a repetir o que evidentemente não poderia repetir, pois nunca será mais que uma repetição, mas com objetivo, com desígnio de fazer ressurgir o unário primitivo de uma de suas voltas (LACAN /2003, pg 177). A cada volta da demanda (em um movimento como de mola percorrendo a superfície do toro) o traço unário marca a unicidade da volta na repetição. Na medida em que o sujeito percorre a sucessão de voltas, ele necessariamente se engana de 1 em sua conta. Citando Lacan: Vemos aqui reaparecer o -1 inconsciente, em sua função constitutiva. Isso pela simples razão de que a volta que ele não pode contar é a que ele fez ao fazer a volta do toro (LACAN /2003, p. 186). Metonímia da falta. Mas Lacan nos adverte que neste movimento metonímico da demanda, não é o desejo que é simbolizado por tais círculos, mas o objeto que se propõe ao desejo, objeto do desejo, como é ainda designado o objeto a neste seminário. Pensemos nas contribuições que propor a superfície do toro pode nos dar ao tema das identificações. A cada relançamento da demanda o sujeito, em sua procura pela unicidade significante, pelo significante que o determine, escapa justamente do que o determina, foge, por assim dizer, de sua posição de objeto para o Outro. Como nos assinala Diana Rabinovich, é característico do sujeito barrado, na neurose, tentar sempre se manter aberto a uma nova determinação, a uma nova possibilidade. O -1 que implica o contorno do objeto implica também o retorno ao mesmo lugar. Retorno do mesmo que Lacan, neste seminário, explicita como do real. Cito: Se (o retorno) se assemelha, então há sugestão, probabilidade que a semelhança venha do real (LA- CAN, ,/2003, p. 336). É um limite! Ou seja, propor a superfície do toro coloca um limite à pseudoinfinitude do desejo como efeito da metonímia desejante; citando Diana Rabinovich: o objeto a, em seu contorno, não apenas detém a metonímia, freia-a, marcando esse ponto de volta ao mesmo lugar (RABINOVICH 2005 p. 25). A estrutura do toro mostra a impossibilidade do sujeito na repetição metonímica da demanda produzir o significante que o determine. Nas palavras de Lacan: ele só pode se pensar como excluído do significante que o determina (LACAN /2003 p. 300). Na repetição trata-se, assim, da busca ao mesmo tempo necessária e condenada por este traço unário no que este teria a função de indicar o lugar onde está suspensa, pendurada no significante a questão de sua garantia no advento da verdade. Lacan coloca explicitamente que é desta busca que ele entende significar por desejo. Podemos relacionar o segundo modo de identificação com o terceiro, que Freud designou como por meio do sintoma, traçando um paralelo com o percurso de análise. Em A Direção do Tratamento, texto de Lacan contemporâneo ao seminário As formações do Inconsciente, Lacan coloca que a identificação com o objeto como regressão, por partir da demanda de amor, abre a sequencia da transferência (abre em vez de fechá-la), ou seja, a via em que poderão ser denunciadas as identificações que, detendo essa regressão, a escande (LACAN, 1958/1998, p. 641). Precisamente neste contexto podemos entender a função da interpretação que, cito, para decifrar a diacronia das repetições inconscientes, deve introduzir na sincronia dos significantes que nela se compõem algo que, de repente, possibilite a tradução (LACAN 1958/1998, p. 599). Na metonímia da demanda a interpretação introduz a metáfora. Jornada de Trabalho e Desenodamento de Cartéis

3 Efetivamente, para introduzir, neste seminário dedicado à identificação, seu terceiro modo, designado como condicionado por sua função de sustentação do desejo e especificado, portanto, pela indiferença de seu objeto (LACAN, 1958/1998, p. 646), Lacan trabalha a diferença significante em sua possibilidade sincrônica. Ele lança a pergunta se o significante, em sua essência mais radical, só poderia ser encarado como corte em uma superfície e responde que sendo a diferença a essência do significante esta, cito, está no corte, ou na possibilidade sincrônica que constitui a diferença significante (LACAN /2003, p. 326). A superfície proposta é o cross-cap, por ser particularmente propícia a fazer funcionar, diante de nós, esse elemento, o mais inapreensível, que se chama desejo enquanto tal, em outras palavras, a falta (LA- CAN /2003, p. 341) Como podemos descrever o cross-cap? Esta é uma superfície que não se presta à plena representação no espaço tridimensional. Portanto, na imersão desta superfície fechada e unilátera no espaço tridimensional haverá restrições. A forma final, como o próprio nome diz, deve se assemelhar a um boné cruzado, ou mitra, montado sobre uma calota esférica. Imaginemos uma esfera, uma bola, e nela cortamos um quadrado. Ou seja, em sua superfície haverá um buraco em forma de quadrado. Agora unamos as pontas opostas pela diagonal. Uma união das pontas ficará pra dentro do que restou da esfera, a outra pra fora. Agora as laterais opostas do quadrado recortado são costuradas. Resta imaginar que estes planos unidos formados pela costura das laterais, que em nossa imersão do cross-cap necessariamente se cruzam, passem um pelo outro sem se notarem. Lacan explora diversas características da superfície do cross-cap, mas para o âmbito deste trabalho me aterei a somente uma. Lembrando a equivalência do corte com a pura diferença significante na sua possibilidade sincrônica, se efetuarmos um corte nesta superfície de modo que este cruze na ida e na volta, por assim dizer, pelo cruzamento dos planos e constitua uma curva fechada, uma parte da superfície será destacada. Nas palavras de Lacan: o duplo corte divide sempre a superfície chamada cross-cap em duas: isso pelo que nos interessamos e com que vou fazer para vocês o suporte da explicação da relação de $ com a no fantasma, e, do outro lado, uma superfície de Moebius (LACAN /2003 p. 383). Assim, na mostração por meio da superfície do cross-cap, o objeto a é correlativo ao próprio corte significante que engendra o sujeito, do qual o sujeito é produto. A possibilidade da construção do objeto se dá justamente no lugar desse splitting, na diferença do significante dele mesmo. O cross-cap nos mostra o sujeito, enquanto marcado pelo significante, no fantasma, propriamente como corte de a. Tomemos brevemente o objeto a como trabalhado neste seminário de Lacan coloca que o Outro, como lugar da palavra torna-se véu, princípio de ocultação do próprio lugar do desejo, aí onde o objeto vai se esconder. Esse nada, enquanto oculto ao Outro (pois o desejo se constitui como aquilo que está escondido do Outro, por estrutura), toma consistência, tornase invólucro de todo objeto diante da qual a própria questão do sujeito estanca, na medida em que o sujeito torna-se então, apenas imaginário (LACAN, /2003 p 214). Diante da irrupção do objeto, momento em que $ se coloca efetivamente como corte de a, objeto a designar a carência do Outro, tudo recua, tudo se apaga na função significante (LACAN /2003, p. 397). Ou seja, há um estancamento do remetimento significante próprio da cadeia significante o que, por outro lado, confere consistência, fornece uma ancoragem ao sujeito. O objeto a não é especularizável, mas a imagem com a qual se recobre a fantasia, resposta que se inventa ao desejo do Outro, sujeito tornado puro imaginário, é uma forma de obturar a falta no Outro. Citando Diana Rabinovich (2005, p. 32): Se priorizo (na fórmula da fantasia) o sujeito barrado a produção do objeto tem uma função que não é causa do desejo, mas a função que lhe havia sido atribuída até esse seminário (X), a de objeto do desejo que vem resgatar o sujeito de seu desvanecimento, de seu fading. O a resgata o sujeito do fading, impede que se desvaneça, dá uma ancoragem ao sujeito quando esse se desvanece no remetimento de significantes próprio da cadeia significante. (...) A própria fantasia tampona a divisão desse A em sua fórmula clássica $<>a, que, enquanto tal, é homóloga à função do eu i (a). (...) (todas as respostas do lado esquerdo do grafo) implicam uma forma peculiar de desconhecimento da castração do Outro, que é a verdadeira resposta, a resposta insuportável. O ponto insuportável para o sujeito e também para o Outro. Jornada de Trabalho e Desenodamento de Cartéis

4 Mas se i(a) é homólogo a $<>a, e Lacan explicita a relação destas duas funções, porque colocar que há dois imaginários, o verdadeiro e o falso, e o falso não se sustenta senão nessa espécie de subsistência à qual ficam presas todas as miragens do des-conhecer: o sujeito se des-conhece no espelho (LACAN, /2003, p. 397)? Uma resposta possível viria de assinalar que, enquanto a imagem corporal é uma resposta a nível da demanda, o fantasma suporta o desejo. Afinal, como podemos ler em A Direção do Tratamento : Não se trata de identificação nas insígnias, mas de encontrar o desejo do Outro na hiância significante (LACAN, 1958/1998, p. 635), pois o impasse do neurótico é de, na busca pelo objeto de seu desejo encontra i(a). Neste sentido a imagem especular é um erro. Nas palavras de Lacan: O neurótico está nessa posição crítica devido a uma impossibilidade estruturante radical de identificar sua demanda com o objeto do desejo do Outro ou de identificar seu objeto com a demanda do Outro (LACAN /2003, p. 357), casos da histeria e neurose obsessiva, cuja saída, liberando-o da demanda do Outro, seria tornar-se o próprio corte de a no fantasma. É possível também antever uma outra via para a questão proposta. A psicanálise não é uma filosofia. Seus conceitos, os conceitos que nos guiam, surgem a partir da escuta clínica e é a partir desta que devem ser pensados. Freud em Futuro de uma Ilusão coloca de maneira clara que a psicanálise não aspira a uma Weltanschauung. Para Freud a psicanálise filia-se à visão de mundo proposta pela ciência e por este viés que o pai da psicanálise rejeita tanto a religião quanto a filosofia como passiveis de oferecer ancoragem à psicanálise. Dito isto, é digno de nota a multiplicidade de citações poéticas com as quais Freud apoia suas afirmações. Por outro lado, não me ocorre qualquer referência na obra de Freud à filosofia. Não é o que encontramos na transmissão empreendida por Lacan. Deixemos aqui de lado a relação da transmissão lacaniana com a ciência. Em relação à filosofia, se por um lado Lacan acentua a diferença da psicanálise para com esta, em especial em função da referência da psicanálise à clínica, por outro é nos oferecida uma reflexão com respeito à termos caros à filosofia. Ou seja, me parece que, colocada claramente a diferença entre estes dois campos, não cabe à psicanálise recuar diante das questões propostas pela filosofia. Este é até um viés pelo qual podemos nos situar diante de um seminário inteiro dedicado à Ética. Em relação à identificação, este conceito se oferece para Lacan para dialogar com a questão do ser. Este conceito não é somente caro à filosofia desde Parmênides, mas retomado com vigor na produção filosófica do século XX. Basta lembrarmos O Ser e o Tempo de Heidegger, publicado em 1927, ou O Ser e o Nada de Sartre, publicado em 1943 e mencionado por Lacan, por exemplo, em seu seminário As Formações do Inconsciente. É Freud mesmo que oferece esta abertura. Recordemos sua definição: a identificação é o que se gostaria de ser. Definição sucinta, mas que vale a pena uma leitura mais atenta. Tomemos brevemente a partícula se. Freud faz uso do pronome man, que, como se em português, deixa em aberto quem, que instância gostaria de ser. No caso da escolha objetal, Freud explicita que a Besetzung é do Isso. O mesmo não ocorre em relação à identificação. Sim, o eu é precipitado das identificações, mas também, lembrando O Eu e o Isso, projeção de uma superfície. Sugestão a Lacan para fazer uso da topologia? O Eu que gostaria de ser? Sem dúvida, mas o gostaria freudiano já nos aponta o fracasso da empreitada. Impressiona a frequência com que o conceito de ser comparece na escrita e fala de Lacan. Em relação à posição do analista, por exemplo, Lacan coloca, em A direção do Tratamento que em sua política o analista faria melhor situando se em sua falta-a-ser do que em seu ser (LACAN 1958/1998, p. 595), ou, pouco antes, em que lemos que o analista paga com o que há de seu juízo mais íntimo, para intervir numa ação que vai a cerne do ser (IDEM, p. 593). Mais diretamente relacionado com o nosso tema, temos logo na segunda lição do seminário da Identificação a seguinte declaração: É por parar de pensar que posso entrever que simplesmente sou (LACAN, /2003, p. 32). Esta retomada do cogito de Descartes será trabalhado mais adiante na obra de Lacan, mas também remete ao seminário do Desejo e sua Interpretação : O inconsciente coloca o sujeito a uma certa Jornada de Trabalho e Desenodamento de Cartéis

5 distância de seu ser e que faz com que esse ser não o reencontre nunca (LACAN /2002, p. 33). Ou seja, não é como pensante ou pensado, no sentido do sujeito do inconsciente, que abrir-se-ia um acesso ao ser. É a partir da posição de objeto! Citando novamente Diana Rabinovich: O eu não penso corresponde à escolha do lado do isso e o eu não sou corresponde à escolha do lado do inconsciente. O sujeito como objeto é um eu não penso, que implica algo que se assemelha ao ser. Em contrapartida, o sujeito não aparece do lado do eu não penso (RABINOVICH 2005, p. 37). Um sendo inconsistente a prescindir de miragens? O sujeito, como objeto, desejaria outro objeto? Me parece que este é um dos impasses que este seminário de aponta. Priorizando o sujeito barrado, $, na leitura da fantasia, (sujeito corte do objeto do desejo do Outro) tampona-se a divisão do Outro, como já foi mencionado. Nesta leitura levanta-se a questão se o sujeito se sustentaria, na fantasia, como desejante, o que levará Lacan ao conceito do objeto a com causa do desejo. As elaborações de Lacan no seminário da Identificação não nos permite falar em desejo próprio, mas algo que se assemelhe a um desejo próprio desponta no horizonte. Em sua lição de 21 de março Lacan aponta uma saída para liberar o sujeito da demanda do outro na medida em que o sujeito exclui esse não saber do Outro e aje: Lavo minhas mãos quanto a você saber ou não e ajo (LACAN /2003 p. 214). Mas já três anos antes, em seu seminário sobre o desejo a questão é explicitada: É nesse intervalo, nessa abertura, que se situa a experiência que é a do desejo, que é primeiramente apreendida como desejo do Outro e no interior da qual o sujeito tem que situar seu próprio desejo (LA- CAN, /2002 p. 27). LACAN, J. ( ) A Identificação: seminário Recife: Centro de Estudos Freudianos do Recife, 2003 LACAN, J. (1958) A direção do tratamento e os princípios de seu poder. In: Escritos, Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998 LACAN, J. (1960) Subversão do sujeito e dialética do desejo no inconsciente freudiano. In: Escritos, Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998 RABINOVICH, D. S. A angústia e o desejo do Outro. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, REFERÊNCIAS BIBLIOG R ÁFIC AS FREUD, S. (1921) Massenpsychologie und Ich-Analyse. In: Sigmund Freud Studienausgabe. Frankfurt am Main: Fischer Verlag, V 9 LACAN, J. ( ) O Seminário, livro 5: as formações do inconsciente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999 LACAN, J. ( ) O Desejo e sua Interpretação. Porto Alegre: Associação Psicanalítica de Porto Alegre, 2002 Jornada de Trabalho e Desenodamento de Cartéis

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