O PAPEL SOCIAL Mineração e Desenvolvimento local: o caso da CFEM no Brasil. Maria Amélia Enríquez
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- Cristiana Canto Araújo
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1 O PAPEL SOCIAL Mineração e Desenvolvimento local: o caso da CFEM no Brasil Maria Amélia Enríquez amelia@ufpa.br
2 Estrutura da Apresentação 1. Visões sobre mineração e desenvolvimento 2. O caso dos 15 maiores municípios mineradores do Brasil 3. Uso da CFEM e desenvolvimento local
3 Visões sobre mineração e desenvolvimento Otimista -> > a mineração é um trampolim (locomotiva, máquina...) para o desenvolvimento Pessimista -> > a mineração é um setor perdedor (atrasado, enclave...) Realista -> > Há possibilidades, mas muitos desafios para que a mineração contribua favoravelmente com o desenvolvimento
4 Otimista: a mineração é máquina do desenvolvimento (economia convencional -> > políticas do Banco Mundial) Aumento do PIB e do PIB per capita crescimento e desenvolvimento geração de emprego, renda e tributos novos investimentos dotação mineral
5 Pessimista -> > a mineração gera enclave e atraso socieconômico (economia crítica) Enclaves Desenvolvimento do subdesenvolvimento Escassa geração de emprego, renda novos investimentos dotação mineral
6 ineração: problemas e otencialidades para a promoção do esenvolvimento local restrito pelas filtrações e pelo uso que se faz da renda mineira aumenta o PIB e O PIB per capita crescimento = desenvolvimento Desenvolvimento d subdesenvolvimen filtrações: oferta regional e participação local no bolo tributário geração de emprego, renda, tributos Investimentos produtivos dotação Mineral EXTERNALIDADES
7 Questão principal Municípios de base mineira têm maiores possibilidades de desencadear um processo de desenvolvimento sustentável? O uso das rendas minerais (CFEM) contribui para isso?
8 Metodologia do estudo Delimitação da área de estudos 15 maiores municípios mineradores e seus entornos não-mineradores (35 municípios) Base de dados variáveis ambientais, econômicas, sociais e de governança Técnicas utilizadas Philcarto, SPSS
9 Brasil: 15 municípios de base mineradora e 35 municípios dos entornos não-mineradores
10 Base de dados Dimensões do desenvolvimento sustentável Ecológica Econômica Humana (Social) Governança Indicadores CMMA, órgão ambiental, legislação ambiental, UC municipal, desflorestamento, doenças, gastos com meio ambiente PIB, PIB per capita, população ocupada, receita municipal, IDHM e seus sub-índices, posição do IDHM no ranking estadual, % pobres, Gini de renda, taxa analfabetismo, anos de estudos Despesas municipais, índice de presteza orçamentária, número de funcionários por habitantes
11 Resultados Mineração e as dimensões do desenvolvimento sustentéval Ambiental (meio físico) Econômica Social Governança Municípios de base mineradora e o uso da CFEM
12 Dimensão Ambiental As políticas ambientais das empresas são muito sensíveis ao destino da produção A condição do meio ambiente do município minerador e entorno depende de variáveis como: tipo de mina, método de extração e beneficiamento, período de implantação
13 Dimensão Ambiental A institucionalização ambiental é maior nos municípios mineradores, por isso eles têm melhor estrutura organizacional para tratar do meio ambiente. NÃO HÁ PADRÃO UNIFORME reativa no sistema Sul e pró-ativa no sistema Norte
14 Efeito gangorra : pobreza versus qualidade ambiental mineração de caulim no Amapá
15 mineração de carvão em Santa Catarina
16 CVRD: Sossego (PA) e Conceição (MG)
17 Impacto ambiental provocado pela INCO em Sudbury (Canadá)
18 t Inco Limited Sudbury Operations: emissões SO MOE Limite Ano
19 Dimensão Econômica FATOR DE CRESCIMENTO (não necessariamente de desenvolvimento), ENQUANTO EXISTIR ATIVIDADE MINERADORA Parauapebas (PA) 4 Itabira (MG) índice de crescimento Paracatu (MG) Mariana (MG) Oriximiná (PA) Minaçu (GO) Corumbá (MS) Jaguarari (BA) Ipixuna do Pará (PA) Crixás (GO) Santa Bárbara (MG) Forquilinha (SC) Rosário do Catete (SE) Canaã dos Carajás (PA) Maracajá (SC)
20 PIB per capita é maior nos municípios mineradores. Ex PIB per capita de Jaguarari (BA) 1970/ Jaguarari Estado da Bahia Campo Formoso Andorinha Uauá Implantação do projeto
21 População - acompanha o ciclo mineral de apogeu e crise amortece o potencial expansivo do PIB há um forte viés regional: maior dinâmica na região Norte
22 Dimensão Econômica Receita Municipal é mais elevada nos municípios mineradores (ISSQN, ICMS, CFEM) População Ocupada (emprego) na média, não há diferenças significativas entre mineradores e não-mineradores, mas há diferenças regionais. Nos municípios mineradores das regiões Norte e Nordeste ela é maior.
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24 Dimensão Humana CONTRIBUI PARA ELEVAÇÃO DO CAPITAL HUMANO, MAS A INTENSIDADE DEPENDE DO CONTEXTO
25 IDHM: maior nos mineradores.
26 ducação: analfabetismo menor e número de ano de estudo maior nos municípios mineradores
27 % de Pobres: menor nos mineradores. menor redução N e NE.
28 Concentração de Renda (Gini): aumenta nos unicípios N e Ne e diminui nas demais regiões
29 Incidência de doenças infecciosas: menor nos municípios mineradores
30 Dimensão Governança FORTE VIÉS REGIONAL, MAS O CONTEXTO LOCAL FAZ DIFERENÇA Funcionários públicos pos hab Padrão regional. Maior crescimento no Norte e Nordeste. Decrescimento nas demais regiões Eficiência no gasto público Forte influência do padrão regional de desenvolvimento
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32 Padrões de Crescimento (Dudley Seers) Padrão de crescimento municipal Iniqüidade de Renda Pobreza Emprego Crescimento Perverso Concentração com desemprego Repartição da pobreza Crescimento com eqüidade
33 Padrões de crescimento dos municípios do estudo. Crescimento Perverso: mineradores do Norte.. Concentração com desocupação: municípios do entorno demais regiões. Repartição da pobreza: municípios do entorno. CRESCIMENTO COM EQÜIDADE: municípios mineradores Sul/Sudeste: Itabira, Forquilhinha, Minaçu, Mariana e Santa Bárbara ontextos institucionais que favorecem este perfil EFICIÊNCIA NO USO DAS RECEITAS PÚBLICAS, RESPONSABILIDADE NA ADMINISTRAÇÃO DO
34 o caminho da guilhotina Padrões de Uso da CFEM 1. Armadilha do Caixa Único Adotado por dois terços dos municípios 2. Uso Sustentado Legislação específica Itabira (MG) e Forquilhinha (SC) Discricionário Minaçu (GO) NÃO PARTIU DE DECISÕES VOLUNTÁRIAS
35 odelo esquemático de mudança na rajetória do uso da renda mineira o caminho da guilhotina
36 O caso Minaçu ameaça de fechamento por motivos ambientais Início dos 2000 a CFEM passou a ser utilizada em atividades de Dinamização do turismo; Estímulo às atividades agropecuárias e Geração de renda
37 Caso Forquilhinha disputas judiciais 1998 a CFEM foi vinculada ao Fundo Especial do Meio Ambiente que se transformou em Fundo de Agricultura e Meio Ambiente. A decisão de criar o Fundo foi baseada nos condicionantes da Lei 8.001/90 (não-pagamento de pessoal permanente e de dívidas) e no princípio de que a compensação financeira deveria promover melhorias ambientais e sociais no município.
38 ovo arranjo institucional para o so da renda mineira em Itabira (MG)
39 Itabira redirecionamento no uso da CFEM De 1993 a o FUNDESI financiou 76 indústrias em dois distritos industriais Pós-2003 mudança de foco para capacitação e qualificação profissional. De apenas criação de infra-estrutura física para promoção e estímulo de infra-estrutura no sentido amplo tecnológico, institucional e político.
40 suposição quebrando a profecia de São Mateus O papel estrutura da companhia mineradora Companhia Mineradora
41 Conclusões (1) No Brasil, bem mais do que a base produtiva, os municípios se diferenciam a partir da região geográfica A mineração é um importante fator de crescimento econômico, de ampliação do capital humano e de institucionalização do meio ambiente. Porém, ela não é uma atividade que resolva por si só problemas estruturais de expansão do emprego e de desconcentração da renda. Isso requer políticas públicas adicionais
42 Conclusões (2) Os efeitos da mineração sobre o desenvolvimento, portanto, dependem do contexto Para municípios de uma mesma região o acúmulo de capital humano e condições institucionais favoráveis contribuem fortemente para ampliação do potencial de desenvolvimento da mineração
43 Conclusões (3) A mineração gera impactos ambientais, porém, a pressão social, dos mercados, dos acionistas a força da lei e os marcos regulatórios, amortecem enormemente esse potencial No entanto, não há marcos regulatórios que determinem o que deva ser um município minerador sustentável, do ponto de vista socioeconômico. Assim, a renda mineira assume um papel crítico na atualidade
44 Conclusões (4) Municípios que adotaram o padrão de uso sustentado da CFEM pertencem ao conjunto que apresentou o perfil crescimento com eqüidade Portanto, melhorando a governança da CFEM é possível contribuir para a ampliação dos benefícios que a mineração gera no município
45 Obrigada pela atenção!!!
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