BANCO ESPIRITO SANTO RESULTADOS DO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2001
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- Gabriella Mirandela Almada
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1 BANCO ESPIRITO SANTO RESULTADOS DO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2001
2 2 RESULTADOS DO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2001 ASPECTOS MAIS RELEVANTES: SIGNIFICATIVO CRESCIMENTO DA ACTIVIDADE DESIGNADAMENTE A CAPTAÇÃO DE RECURSOS (+22,9%) E O CRÉDITO CONCEDIDO (+22,7%). REDUÇÃO DO RESULTADO LÍQUIDO (-14,4%) ASSOCIADA, ESSENCIALMENTE, À QUEBRA DOS RESULTADOS DE MERCADOS E DE BANCA DE INVESTIMENTO. EVOLUÇÃO DOS CUSTOS INFLUENCIADA PELA AQUISIÇÃO/CONSTITUIÇÃO DE NOVAS EMPRESAS DENTRO DO GRUPO BES, COM REFLEXOS NO COST TO INCOME. TRIBUTAÇÃO DAS PROVISÕES PARA RISCOS GERAIS DE CRÉDITO OCASIONOU AGRAVAMENTO NA INCIDÊNCIA FISCAL, REDUZINDO O RESULTADO DO TRIMESTRE. 1. APRECIAÇÃO GERAL As perspectivas de crescimento económico foram revistas em baixa - na zona Euro e, sobretudo, nos Estados Unidos e no Japão. A desaceleração da actividade iniciou-se no 3º trimestre no ano de 2000 e tornou-se mais vincada a partir do 4º trimestre, em particular nos Estados Unidos. Na zona Euro, estima-se em 2001 um crescimento inferior a 2,5 p.c., contra 3,4 p.c. no ano anterior.
3 3 Esta inversão do ciclo induziu um clima adverso nos mercados, com os principais índices mundiais a apresentarem quebras significativas. Desde o início do ano, o Dow Jones caíu 8,4%, o NASDAQ 25,5% e o PSI 20 5,5%. Comparadas com o pico atingido há doze meses atrás, estas quedas são ainda mais pronunciadas (de 16%, 64% e 34%, respectivamente). Em Portugal, o crescimento também deve desacelerar de cerca de 3% no ano anterior para menos de 2,5% no corrente ano. A reforma fiscal entrada em vigor no início do ano não vai deixar de ter uma influência marcante no andamento da economia portuguesa. O Grupo BES não ficou imune a esta conjuntura. De facto, os resultados do trimestre foram fortemente influenciados pela queda nos resultados de trading, tanto mais que o período homólogo de 2000 tinha correspondido a um excepcional desempenho da área de mercados e da banca de investimento. O resultado líquido consolidado do Grupo BES, atentos os condicionalismos referidos, atingiu 55 milhões de euros - ou seja, um decréscimo de 14,4% face ao primeiro trimestre do ano anterior. Numa conjuntura em deterioração, não podemos deixar de realçar o andamento positivo do resultado financeiro, o qual cresceu 11,8% face ao período homólogo do ano anterior, assim como o aumento de 10,1% das receitas de serviços prestados a clientes. Em conjunto, estas duas áreas de negócio apresentam uma subida de 26,7 milhões de euros (+ 11,2%).
4 4 Para o aumento do resultado financeiro, continuou a ser decisivo o acréscimo dos activos geradores de juros (efeito volume), com particular destaque para o crédito a empresas (+25%) e à habitação (+21,3%). A margem diminuiu 9 pontos base face ao exercício anterior situando-se, no final de Março, em 2,24%. Nos serviços a clientes, o crescimento foi suportado essencialmente pelos produtos tradicionais. As comissões de bancasseguros (+9%) e dos cartões de crédito/débito (+13%) continuaram a ter um comportamento positivo. O excepcional desenvolvimento da actividade de bancasseguros, em contraste com uma evolução negativa do sector, permitiu que a quota de mercado do ramo vida da Tranquilidade atingisse 24,4% no final do primeiro trimestre, o que compara com 18,5% em 31 de Março Pelo contrário, os resultados da corretagem (-95%) e do asset management (-13%) sofreram os efeitos adversos dos mercados. No entanto, as receitas adicionais geradas na actividade tradicional não foram suficientes para superar a quebra nos resultados das operações de mercado e de banca de investimento, as quais sofreram uma diminuição de quase 78%. Este impacte nos resultados foi, porém, atenuado pelo importante reforço de provisões para títulos e participações financeiras que tinha sido constituído no primeiro trimestre de Líquida das provisões, esta quebra de resultados foi de cerca de 41%, ou seja, equivalente a 14 milhões de euros. Por outro lado, são de sublinhar os resultados muito favoráveis atingidos, neste período, pelas empresas: Credibom (+100%), Besleasing (+93%), BIC (+18%) e Euroges (+18%).
5 5 Não podemos deixar de realçar ainda um outro factor exógeno, igualmente com impacte negativo nos resultados. Queremos referirnos à reforma fiscal, cujos efeitos já se fizeram sentir, no sistema bancário, desde o início do ano; enquanto o resultado antes de impostos e interesses minoritários teve uma redução de 15%, a dotação para impostos sobre lucros apenas diminuiu 8%, reflectindo, essencialmente, a tributação em sede de IRC do reforço das provisões para riscos gerais de crédito. DECOMPOSIÇÃO DA CONTA DE RESULTADOS Milhares de Euros MAR-00 MAR-01 D RESULTADO FINANCEIRO +SERVIÇOS A CLIENTES +RESULTADOS MERCADO ,8 10,1-78,2 =PRODUTO BANCÁRIO ,8 -CUSTOS OPERATIVOS (AMORTIZAÇÕES) (23 833) (29 466) 20,3 (23,6) -PROVISÕES LÍQUIDAS DE REPOSIÇÕES CRÉDITO TÍTULOS OUTRAS =RESULTADOS ANTES DE IMPOSTOS E ,0-17, ,0 MINORITÁRIOS -IMPOSTOS SOBRE LUCROS ,1 -INTERESSES MINORITÁRIOS ,9 E RESULTADOS EM ASSOCIADAS =RESULTADO LÍQUIDO ,4
6 6 2. EVOLUÇÃO DA ACTIVIDADE E SOLIDEZ FINANCEIRA O activo líquido ultrapassou 35 mil milhões de euros, sendo de destacar a expansão da actividade creditícia, com realce para o crédito à habitação (+21,3%) e o crédito a empresas (+25%). A política de marketing e os progressos alcançados com as mais modernas técnicas de C.R.M. (customer relationship management), contribuíram para impulsionar a actividade comercial e devem ter permitido ganhos importantes de quota de mercado, numa fase de evolução económica menos favorável. PRINCIPAIS VARIÁVEIS DA ACTIVIDADE Milhões de Euros MAR-00 MAR-01 Variação ACTIVO LÍQUIDO CONSOLIDADO ,9 % CRÉDITO A CLIENT ES, BRUTO ,7 -HABITAÇÃO ,3 -OUTRO CRÉDITO A PARTICULARES ,3 -EMPRESAS ,0 CRÉD. PARTICULARES / CRÉD. CLIENTES(%) 42,9 41,8 RECURSOS TOTAIS ,9 DE BALANÇO ,5 DESINTERMEDIAÇÃO ,1
7 7 A captação de recursos também continuou a progredir a bom ritmo, atendendo ao abrandamento da actividade económica, à menor liquidez verificada na economia, traduzida na evolução recente dos agregados monetários em Portugal. Os recursos totais com expressão no balanço tiveram um acréscimo de 24,5% (cerca de 18% excluindo o programa EMTN). Na desintermediação, o aumento conseguido reflecte, sobretudo, a inclusão no perímetro de consolidação das novas unidades do Grupo BES em Espanha e na Florida. A acção do G.R.M., (global risk management) tem vindo a aperfeiçoar a selecção de riscos utilizando técnicas cada vez mais modernas, o que tem permitido dar continuidade à política de solidez financeira. O rácio do crédito vencido a mais de 90 dias desceu para 1,67 % (contra 1,87% em Mar/2000), com melhoria no respectivo nível de cobertura por provisões, o qual passou de 132,7% para 134,9%. Idêntica evolução favorável foi conseguida para a cobertura do crédito vencido, o qual registou um acréscimo de 46 milhões de euros, enquanto o saldo das provisões correspondentes aumentou 71 milhões de euros.
8 8 INDICADORES DE SOLIDEZ FINANCEIRA MAR-00 MAR-01 D CRÉDITO A CLIENTES M ,7 CRÉDITO VENCIDO DE CLIENTES M 377,1 423,4 12,3 PROVISÕES TOTAIS PARA CRÉDITO M 500,3 570,9 14,1 CRÉDITO VENCIDO/CRÉDITO A CLIENTES (bruto) % 2,06 1,89-0,17 P.P. CRÉDITO VENCIDO +90 DIAS/CRÉDITO CLIENTES (bruto) % 1,87 1,67-0,20 P.P. COBERTURA DO CRÉDITO VENCIDO % 132,7 134,9 2,2 P.P. COBERTURA DO CRÉDITO VENCIDO (+90 dias) % 146,8 152,2 5,5 P.P. A solidez financeira medida pelos tradicionais rácios de solvabilidade situou-se em cerca de 9% (critério do Banco de Portugal) e 10,5% (critério do BIS).
9 9 3. PRODUTIVIDADE Os custos operativos evidenciam um agravamento de 20,3%, cuja origem reside quer na inclusão de novas unidades na consolidação, quer no comportamento das amortizações. Se se tivesse apenas em consideração o universo das empresas do Grupo em Mar/2000, os custos operativos teriam aumentado a um ritmo inferior (9,6%). CUSTOS OPERATIVOS Milhares de Euros MAR-00 MAR-01 VARIAÇÃO % Actual s/aquisições CUSTOS COM PESSOAL ,8 2,2 SERVIÇOS E FORNECIMENTOS DE TERCEIROS ,6 17,6 AMORTIZAÇÕES ,6 14,4 CUSTOS OPERATIVOS ,3 9,6 Neste contexto, os indicadores de eficiência registam uma melhoria quando os custos são relacionados com a actividade e uma deterioração quando relacionados com o produto bancário. INDICADORES DE PRODUTIVIDADE Ano º T/01 D COST TO INCOME (com mercados) (%) 51,0 57,0 6,0 p.p. COST TO INCOME(sem mercados) (%) 61,6 62,1 0,5 p.p. CUSTOS OPERATIVOS/ACTIVO LÍQUIDO (%) 2,08 1,94-0,14 p.p. ACTIVOS TOTAIS POR EMPREGADO m
10 10 No quadro da estratégia multicanal que o BES tem vindo a desenvolver, durante o primeiro trimestre de 2001 assistiu-se a um aumento do número de operações transaccionais realizadas através dos novos canais de distribuição. Esta evolução muito favorável tem permitido, não só aumentar a conveniência de uma parcela cada vez mais significativa de clientes, como igualmente libertar tempo das equipas comerciais dos balcões para a realização de tarefas de maior valor acrescentado. EVOLUÇÃO DAS OPERAÇÕES NOS CANAIS DIRECTOS 1º TRIM. 1ºTRIM. CRESCIMENTO ANUAL ( ) Nº CLIENTES BES DIRECTO % Nº CHAMADAS /MÊS % Nº CLIENTES BESNET % Nº LOGINS/MÊS % % TOTAL TRANSACÇÕES(BES DIRECTO+BESNET) 6% 11% 83% ORDENS DE BOLSA 56% 71% 27% TRANSFERÊNCIAS 8,8% 17,5% 99% PAGAMENTOS SERVIÇOS 2,2% 7,1% 223% PEDIDOS DE CHEQUES 11,1% 18,8% 69%
11 11 A orientação estratégica do Grupo BES no sentido de melhorar a eficiência está a conhecer novos desenvolvimentos com a implementação de dois projectos de largo alcance: Projecto Back- Office Zero, que visa a eliminação das cargas administrativas nos balcões e Projecto de Integração que visa concentrar numa única base operativa todo o suporte logístico e informático da actividade do BES, BIC, BESI e BESSA. Nos próximos dois anos estes projectos, que estão a decorrer conforme o programado, vão permitir reduzir cerca de 790 postos de trabalho. O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
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