«Coaching ABM» Gabinete Técnico 05/06 Cadetes
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- Vergílio da Fonseca Figueiroa
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3 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes «Coaching ABM» GABINETE TÉCNICO DA ABM João Paulo Silva (Juca) Carlos Sousa - Quando se viaja em direcção a um objectivo disse Petrus é muito importante prestar atenção ao Caminho. O Caminho é que nos ensina sempre a melhor maneira de chegar, e enriquece-nos, enquanto o cruzamos. Comparando isto com uma relação sexual, diria que são as carícias preliminares que determinam a intensidade do orgasmo. Qualquer pessoa sabe isso....por isso, a SEGUNDA PRÁTICA De RAM é tão importante: tirar daquilo que estamos acostumados a olhar todos os dias os segredos que, por causa da rotina, não conseguimos ver. * Paulo Coelho, O Diário de um Mago 00/006 Lança-te em:
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5 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes Índice. Introdução 7. Objectivos 9. Objectivos Gerais 9. Objectivos Específicos 9. Conteúdos Técnicos. Conteúdos Tácticos. Ofensivos.. Contra-Ataque.. Transição 9.. Flex Polegar para Cima (dedo).. Movimento (M).. Punho..6 Movimento (M) 7..7 Ataque Zona 8..8 Reposição Linha Lateral..9 Reposição Linha Final..0 Saída Contra Pressão Todo o Campo. Defensivos 7 Situações Específicas 8 Recuperação Defensiva 8 Defesa ao Atacante com Bola 9 Defesa ao Atacante Sem Bola do Lado da Bola 9 Defesa ao Atacante Sem Bola do Lado Contrário da Bola 0 Defesa dos Cortes 0 Defesa dos Postes Defesa do Bloqueio Directo Defesa dos Bloqueios Indirectos Principio do contra a bola.. Defesa HxH ½ Campo.. Defesa :: Pressão Todo Campo.. Defesa duplo punho : zona 8. Referências Bibliográficas CAPA ELABORADA POR: «Francisco Silva»
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7 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes - Introdução Coaching ABM Cadetes, apresenta-se como um programa de prossecução formativa complementar ao trabalho desenvolvido anteriormente. A inserção de alguns conteúdos visa favorecer as etapas de formação desportiva imprescindíveis ao enquadramento efectivo destes atletas em escalões superiores. No entanto, os conteúdos abordados serão permanentemente alvo de trabalho aturado, perspectivando a sua estável consolidação. Só assim, podemos ambicionar corresponder a um convincente processo de formação desportiva. A sequência do trabalho apresenta-se aqui como um vector determinante da aprendizagem. Muitas vezes sentimos alguma relutância em insistir na abordagem de conteúdos primordiais para a correcta formação desportiva. Esta sensibilidade, é controlada pela necessidade, imponderada, de ambicionarmos o resultado como um fim avaliativo de um determinado trabalho formativo. Obviamente que este produto pode ser um dos vectores da apreciação mas, isoladamente, não é mais do que uma elementar circunstância de glória. Não nos esqueçamos que a conquista competitiva é capital para a formação desportiva. No entanto, pelo facto de não ganharmos determinada competição não devemos consentir uma regressão no processo de formação desportiva. A avaliação final, a que assume maior relevância, deve ser 7
8 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes conferida pela maior ou menor capacidade de enquadramento destes atletas em níveis competitivos elevados. Este é o grau de exigência que deve conduzir os treinadores da formação. 8
9 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes - Objectivos. Objectivos Gerais a) Padronizar o trabalho desenvolvido com as Selecções Regionais; b) Permitir uma identificação objectiva dos conteúdos, auxiliando assim o compromisso participativo dos clubes e dos atletas; c) Contribuir para que o trabalho realizado com as Selecções Regionais seja compreendido numa perspectiva de complemento de formação; d) Assegurar, de forma programada, a continuidade do trabalho desenvolvido anteriormente, através da introdução de novos elementos e respectiva consolidação dos temas abordados; e) Autenticar o programa de trabalho das Selecções Regionais como Espaço de Qualidade.. Objectivos Específicos a) Descrever conteúdos, permitindo assim uma eficaz continuidade de trabalho; b) Fortalecer as temáticas apresentadas anteriormente; c) Responsabilizar cada jogador por um conjunto de tarefas adequadas às funções que lhes são exigidas, facilitando assim o desempenho individual e colectivo; d) Consolidar e incrementar as capacidades condicionais (força, velocidade, flexibilidade...) de forma a podermos promover um jogo de acordo com as características dos nossos jogadores: velocidade de execução progressivamente maior; e) Facilitar a articulação deste programa com o trabalho desenvolvido ao nível das Selecções Nacionais; f) Articular o trabalho das Selecções Regionais com o dos clubes, sendo que, esta associação seja dirigida aos conceitos básicos inerentes ao jogo. Não é pretensão desta programação convergir para uma uniformidade absoluta de estruturas ofensivas e defensivas, que de alguma forma possam condicionar o comportamento dos atletas; 9
10 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes g) Perante o reconhecimento das tarefas, estimular as tomadas de decisões autónomas, sejam de carácter individual ou colectivo; h) Valorizar os fundamentos do jogo, aplicados no trabalho realizado pelos clubes, em benefício de uma progressão colectiva devidamente estruturada; i) Crescimento das capacidades psíquicas, nomeadamente a atenção/percepção, vontade, ambição, disciplina, espírito colectivo, superação...; j) Possibilitar o enquadramento destes atletas numa competição de alto rendimento; k) Dotar as Selecções Regionais de condições humanas, materiais e técnicas, no sentido de motivar os atletas para a sua participação neste Espaço de Qualidade ; l) Possibilitar a participação em competições de nível elevado, quer sejam no panorama nacional ou internacional, contribuindo assim para uma avaliação sistemática deste programa e, sobretudo, para o desenvolvimento desportivo dos jogadores. 0
11 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes Conteúdos Técnicos A rentabilização do tempo disponível para trabalhar na Selecção, é um factor que condiciona uma intervenção fortemente dirigida a aspectos de ordem Técnico-táctica. Neste sentido, em seguimento do já apresentado no escalão de iniciados, entendemos que a abordagem predominantemente de carácter técnico, deverá ser desenvolvida nos clubes em conformidade com os seus programas de trabalho. No entanto, julgamos que os elementos técnicos abaixo apresentados são determinantes para a aquisição de uma condição comportamental favorável ao entendimento colectivo. Técnica Individual Defensiva Técnica Individual Ofensiva - Posição defensiva básica - Orientação racional no espaço - Deslizamentos - Enquadramento - Agressividade/Condicionar os atacantes - Comunicação - Defesa ao jogador com bola - Defesa ao jogador sem bola: - Do lado da bola - Do lado da ajuda - Defesa ao bloqueio directo - Defesa ao bloqueio indirecto - Ajuda e recuperação - Rotações - Posição ofensiva básica (tripla ameaça) - Trabalho de pés: - Mudanças de direcção - Trabalho de recepção - Paragens a e tempos - Rotações - Lançamento - Passe (em função da oposição e da distancia) - Drible: - Arranques - Paragens - Mudanças de direcção e de ritmo - Inversões - Desmarcações - Agressividade/Condicionar os defensores - Ocupação racional do espaço
12 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes. Ofensivos Conteúdos Tácticos.. Contra-Ataque Este continua a ser o conteúdo táctico ao qual destinamos mais tempo de preparação pois, de acordo com as nossas características exigem a adopção de uma estratégia que nos permita jogar mais rápido, procurando situações de superioridade numérica que nos possibilite lançamentos em áreas próximas do cesto. Perante as incontornáveis desvantagens morfológicas que usualmente manifestamos, a solução persiste em procurarmos executar todos os elementos de forma mais agressiva e mais rápida. O contra-ataque apresentase assim como um aspecto determinante do nosso jogo. Neste sentido, persistimos na apresentação de aspectos fundamentais para o entendimento claro da importância de um contra-ataque eficaz. A) Aspectos Gerais o O contra-ataque inicia-se através da recuperação da posse de bola mas, constrói-se com base numa atitude defensiva muito agressiva; o Para que se possa beneficiar de um contra-ataque organizado, as tarefas de cada jogador devem estar claramente definidas: O jogador responsável por garantir uma linha de º passe (base), O e O ocupam os dois corredores laterais, O e O correm no corredor central assumindo respectivamente as funções de º e º trailer. o Oportunidades para iniciar um contra-ataque: - Após cesto sofrido - Após uma violação cometida pelo adversário - Após um roubo de bola - Após ressalto defensivo
13 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes o O contra-ataque deve ser abordado segundo um princípio de continuidade, onde exista transferência das tarefas de cada jogador para novas situações de finalização (transições) o Razões pelas quais o contra-ataque é determinante no modelo utilizado pelas Selecções Regionais: a) Praticamente todos os jogadores gostam de participar num jogo rápido e organizado; b) Os espectadores adoram ver um jogo com movimentos rápidos e eficazes, onde os jogadores correm muito, passam bem, driblam rápido, beneficiando assim a criatividade e, consequentemente, acções espectaculares de finalização; c) Beneficia as equipas que estão bem preparadas fisicamente e que têm jogadores suplentes capazes de assumir essas funções (jogar em contra-ataque); d) Dá mais oportunidades a vários jogadores de poderem contribuir para o rendimento da equipa; e) Cria mais dificuldades ao adversário, obrigando-os a uma preparação defensiva para impedir o contraataque; f) Ajuda a disciplinar uma equipa, colectiva e individualmente. Temos como exemplo a necessidade de decidir bem e rápido sobre a selecção dos lançamentos; g) Incute uma forma agressiva de jogar, tendo repercussão em tarefas onde este aspecto também é determinante: defender, ressaltar...
14 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes B) Consolidação da Proposta de Desenvolvimento do Contra-Ataque Fig. Fig. «x0» Em grupos de jogadores com bola, o jogador O atira a bola à tabela e executa ressalto, fazendo rotação para a linha lateral mais próxima e passando sem baixar a bola (por cima da cabeça). O jogador O abre uma linha de passe, recebendo a bola de O. O entra em drible pelo centro e O ocupa o corredor lateral para contra-ataque. No prolongamento da linha de lance-livre, O corta para o cesto, finalizando na passada após passe de O (Fig. ). Após lançamento na passada, O abre linha de passe, recebendo a bola de O que executou ressalto. O percurso contrário é igual ao anterior havendo apenas troca de tarefas entre os jogadores (Fig. ). Nota: O exercício deve ser realizado a grande velocidade. A finalização vai variando entre: lançamento na passada, recepção/paragem a ou tempos e lançamento de curta distância, recepção/paragem/finta de lançamento e penetração com lançamento na passada...
15 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes Fig. Fig. Fig. Fig. 6 «x0» Grupos de com uma bola, o jogador O atira a bola à tabela, executa ressalto e passa para O que abre uma linha de passe. O entra em drible pelo centro. No momento que O apanha o ressalto, O ocupa o corredor lateral do lado contrário saindo para contra-ataque. O dribla pelo centro e finaliza na passada fazendo costa-a-costa. Após passe para O, O corta pelo centro entrando no ressalto na tabela contrária (Fig. ). Nas situações seguintes, apresentamos várias possibilidades de finalização: - O exercício inicia-se sempre da mesma forma. Na Fig., O (base) passa para O que, correndo pelo corredor lateral, corta para o cesto no prolongamento da linha de lance livre, realizando lançamento na passada. O corta para o cesto pelo centro e entra no ressalto. - Na Fig., O após driblar pelo centro e passar o meio campo, dribla sobre uma das laterais abrindo o ângulo de passe para comunicar com o corte de O para o interior que finaliza (variar estas finalizações: passada, com rotação, x no interior...). Perante esta leitura, O continua o seu movimento para o canto. - Após drible pelo centro, O executa passe para O que correu pelo corredor lateral. No entanto, não havendo possibilidade de penetrar, O comunica em passe para o corte de O para o interior (Fig. 6). Nota: Estes exercícios devem ser feitos nos dois sentidos do campo, imprimindo assim mais ritmo e velocidade. Nesta situação, o regresso deve ser feito com o cruzamento do jogador O, ocupando o corredor lateral contrário.
16 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes Fig. 7 Fig. 8 Fig.9 Fig. 0 «x0» Grupos de com uma bola. Todas as situações verificadas nas figuras anteriores são repetidas em situação de x0, adicionando-se a possibilidade do jogador O poder decidir o lado do campo onde realizar as acções ( corredores laterais). Nesta situação, O corta pelo centro controlando o lado da bola (decisão tomada pelo base) (Fig. 7). Na Fig. 8, apresentamos uma variante de finalização. Após corte para o interior de O sem receber a bola, este coloca-se na posição de poste baixo, garantindo uma linha de passe. O comunica com o interior, passando para O que após recepção muda a bola de lado para O colocado na diagonal. À recepção O executa lançamento longo. Após passe de O para O, O desloca-se sobre o lado da bola dando apoio. Na Fig. 9, repete-se a situação anterior sendo que, O ao receber a bola no interior passa para o movimento de O para o canto e este executa lançamento longo. Fig. 0, idem a anterior, sendo que O após passe para O, corta para o interior recebendo passe de O e finalizando numa área próxima do cesto. Nesta situação é importante que O ocupe a vaga de O que acabou de cortar. 6
17 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes Fig. Fig. T Fig. «x0» Grupos de com uma bola. Todas as situações descritas anteriormente devem ser realizadas também em x0. Os jogadores O e O, colocam-se no interior da área para disputar o ressalto do lançamento executado pelo treinador. Após ressalto ganho, ou reposição pela linha final em caso de cesto convertido, o jogador que ganha o ressalto ou faz a reposição, no caso da Fig. o O, será o jogador mais atrasado. O entra em drible pelo centro e O e O ocupam os corredores laterais. O corta para o cesto pelo centro, fazendo movimento de º trailer, se não receber no corte coloca-se a poste baixo do lado da bola. O é o último jogador a entrar no ataque e coloca-se na posição contrária de O (Fig. ). - Após saída de contra-ataque, os jogadores ficam estruturados de acordo com o apresentado na Fig.. - Na Fig. podemos observar três possibilidades de O receber o primeiro passe, factor determinante no sucesso do contra-ataque. Sendo assim, O pode receber a bola em progressão (situação ), no prolongamento da linha de lance-livre (situação ) e abaixo da linha de lance livre (situação ). Nota: O movimento de º trailer deve ser realizado pelo jogador livre, isto é, entre O e O aquele que não apanha o ressalto ou que não faz a reposição pela linha final. Para que o contra-ataque seja uma realidade, deve ser cumprido o principio de que, entre o ressalto ou a reposição e o º passe, decorra o menor tempo possível. Progressivamente devem ser introduzidos defensores no sentido de garantir a realidade do jogo. Sendo assim, é possível criarmos situações de x, x, x. 7
18 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes Fig. Fig. Fig.6 «Variantes de Finalização» Após a bola penetrar com passe de O para O, O coloca-se junto à linha de lance livre, recebendo a bola de O e realiza lançamento curto. Perante o passe de O para O, O e O cortam para os cantos tornando-se possíveis lançadores de longa distância (Fig. ). - Idem a situação anterior. No entanto, O executa corte para o cesto, recebendo passe de O e finalizando próximo do cesto. O reage repondo a posição de O (Fig. ). - Na Fig. 6 está expresso a comunicação entre poste baixo e poste alto. Ao passe de O para O, O executa movimento de rotação sobre o seu defensor ganhando posição no interior para receber a bola de O. Se O lançar, O entra no ressalto. Perante este movimento, O corta para o canto colocando-se na diagonal e sendo um possível lançador de longa distância. 8
19 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes.. Transição Garante a continuidade do contra-ataque, permitindo assim que o jogo permaneça caracterizado por movimentos rápidos e agressivos. Explora situações de indefinição defensiva. Não esqueçamos que as transições podem apresentar um inconveniente: os jogadores moldam-se aos movimentos de transição e vão progressivamente deixando de realizar as acções de contraataque. É fundamental distinguir os momentos. Esta situação deve ser sempre trabalhada e prevenida. Fig.7 Fig. 8 O trabalho de transição em x0 pode ser iniciado da mesma forma que o contra-ataque de x0. Após ocupados os dois corredores laterais por O e O, O dribla pelo centro passando para um dos corredores laterais (O). O corta para o cesto fazendo movimento de trailer, colocando-se aposte baixo do lado da bola. O e O fazem duplo bloqueio no lado contrário (O). No decurso deste movimento de duplo bloqueio, O e O têm oportunidade de jogar situação x. A intenção será libertar O para lançamento de longa distância. Após duplo bloqueio, O abre uma linha de passe a O, garantindo a mudança do lado da bola e O corta para o interior ganhando posição de poste baixo (Fig. 7 e 8). Fig.9 Fig. 0 Fig. 9
20 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes Fig. Fig. Fig. «Variantes de Finalização» Após a recepção, O tem a possibilidade de executar um lançamento de longa distancia ou realizar uma penetração da bola em drible ou em passe (Fig. 9). Optando por mudar o lado da bola através de passe para O, este pode criar uma situação de passe interior para O. Nesta condição (bola no interior em O), O executa um movimento de subida ( flash- post ) para a linha de lance livre, criando espaço para que O possa jogar x. Ao movimento de O, O e O executam rotação libertando espaço e garantindo linhas de passe (Fig. 0). Se o defensor de O ajudar sobre a bola, então O opta pelo passe para O que pode realizar um lançamento de curta distância. Perante a recepção de O, O e O aprofundam a sua rotação e O executa corte para o interior ( duck-in-move ) garantindo nova linha de passe para O, fazendo assim o jogo entre poste alto e poste baixo (Fig. ). Após a mudança do lado da bola, se O não passa para o interior, então, O inicia o movimento de triplo-poste. O bloqueia cruzado ( post across ) para O, criando assim a possibilidade para a bola penetrar com passe de O para O que corta sobre o bloqueio. Após este bloqueio, O executa bloqueio para O que sobe para lançamento (Fig. ). Essencial que após bloqueio O aclare para o canto libertando espaço no interior para O poder decidir: lançamento ou penetração da bola em drible ou passe para O (Fig. ). Na eventualidade de O não executar passe para O, então esta será uma situação privilegiada para que O jogue um bloqueio directo com O (punho), permitindo assim várias formas de finalização: penetração do driblador, passe interior para o corte de O, lançamento curto de O após passar o bloqueio, lançamento longo de O se o seu defensor passar o bloqueio a º homem... (Fig. ). 0
21 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes.. Flex Polegar para cima (dedo) Fig. Fig. 6 Fig. 7 O Flex é um movimento ofensivo contínuo e versátil, garantindo assim que todos os jogadores possam tomar decisões em várias áreas do campo. A leitura dos bloqueios indirectos é fundamental para que se possa tirar rendimento de cada movimentação, de acordo com a reacção defensiva. O espaçamento entre os jogadores é um factor determinante pois, facilita as decisões individuais ou colectivas. A estrutura utilizada ( jogadores exteriores e interior) permite a criação de espaço no interior, possibilitando assim situações de penetração da bola (passe ou drible) para finalizações em áreas próximas do cesto. A estrutura ofensiva inicial apresentada mantém-se constante pois, facilita a compreensão do jogo ofensivo por parte dos jovens atletas. O indica o início do movimento através de passe para O. Após recepção de O, O coloca bloqueio indirecto para O que corta na direcção do cesto (UCLA). Após passagem de O pelo bloqueio, O abre garantindo uma linha de passe para O (Fig. ). Para que aconteça o corte do Flex, é importante que a bola mude rapidamente de lado, através de passe de O para O e deste para O. Após esta rotação da bola, O que está colocado numa posição de poste baixo, reage à mudança do lado da bola, colocando bloqueio cego para O que executa o corte do Flex. O executa finta abrindo uma linha de passe (Fig. 6). O tem a possibilidade de penetrar a bola em passe para o corte do Flex ou, passando para O e este assim executar passe penetrante para o corte de O. Após O realizar o corte do Flex, O coloca bloqueio indirecto para O que também pode receber de O para executar um lançamento longo. O deve abrir para fora libertando espaço no interior para a possibilidade de se realizar novo corte do Flex no lado contrário (Fig. 7).
22 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes Fig.8 Fig. 9 Fig. 0 Em substituição do corte da UCLA, O, após passar para O, pode decidir colocar bloqueio indirecto para O, permitindo que este possa ter um lançamento longo (Fig. 8). No entanto o mais importante será mudar o lado da bola em passe de O para O e deste para O que abriu. Perante esta rotação, inicia-se todo o processo referido anteriormente (Fig. 9 e 0). Fig. Fig. Fig. O tem ainda a possibilidade de iniciar esta movimentação através de passe directamente para O, mudando assim o lado da bola de forma mais rápida, o que garante que o corte do Flex seja executado logo de princípio. Esta opção, torna os movimentos mais agressivos causando alguma indefinição para os defensores pois, muitas vezes ainda se encontram numa fase de organização defensiva (Fig., e ).
23 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes.. Movimento (M) Fig. Fig. Fig. 6 Fig. 7 A estrutura inicial mantém-se ( jogadores exteriores:o, O, O e O e jogador interior: O). Ao sinal de O (base) para iniciar M, este inicia drible na direcção de O que aclara para a posição de poste baixo, sendo que O sobe para o cotovelo, juntamente com O do lado contrário (Fig. ). Uma vez na posição de poste baixo, O tenta uma recepção no interior, podendo criar assim uma situação de x se O optar pelo passe (Fig. ). Não havendo passe penetrante para O, O desce e coloca bloqueio indirecto para O que sobe e recebe de O. Após recepção de O, e se este não optar por lançamento ou penetração, então O desce e coloca bloqueio indirecto para O, no lado contrário. Este bloqueio liberta O para lançamento longo, garantindo ainda a mudança do lado da bola (Fig. 6). Após recepção, O, se não lançar nem penetrar, deve abrir ângulo de passe para O. Uma vez realizado passe penetrante para O, O sobe libertando espaço para O jogar x ou, dando-lhe uma linha de passe em caso de ajuda defensiva. Perante esta movimentação, O e O fazem rotação libertando espaço no centro e também garantindo linhas de passe e possíveis áreas de lançamentos longos (Fig. 7 e 8).
24 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes Fig. 8 Fig. 9 Fig. 0 Se, pelo contrário, O optar por não penetrar a bola em O, então tem início a movimentação de triplo-poste. Isto é, O coloca bloqueio para O e recebe bloqueio de O. Com este movimento criamos a possibilidade da bola penetrar em O ou ser realizado um passe para O lançar do centro. Após bloqueio indirecto para O, O deve aclarar rapidamente criando espaço livre no interior (Fig. 9 e 0). Nota: Todos os jogadores devem respeitar o princípio da tripla-ameaça: lançar, driblar ou passar. Os sistemas ofensivos por si só, não produzem resultados. Neste sentido, podemos afirmar que o sucesso advém da correcta decisão relativamente à utilização de cada um dos fundamentos de jogo. A autonomia que se ambiciona não deve favorecer o individualismo mas sim as individualidades. Daí que, seja necessário agir e reagir em função de uma estrutura colectiva.
25 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes.. Punho Esta movimentação ofensiva, que designamos de Punho e que indica a construção de um bloqueio directo, pode ser utilizada perante duas situações distintas, mas que devem cumprir os mesmos princípios de interpretação do bloqueio directo: ) Perante uma condição de jogo em que o tempo está a acabar (tempo total ou segundos de ataque), sendo necessário recorrer a uma situação de bloqueio directo (x entre um jogador interior e um exterior com bola); Fig. Fig. Fig. Ao sinal de Punho, pedido pelo jogador com bola (O), o jogador interior mais próximo (O) faz bloqueio directo. O e O estão colocados em cantos opostos e O fica no interior do lado contrário ao bloqueio. O e O criam uma situação de finalização em função da condicionante do tempo, decidindo de acordo com a resposta defensiva. O reage de acordo com O. (Fig. ). Perante as ajudas defensivas, O não pode penetrar em drible, sendo que podem surgir as seguintes situações (Fig. ): a) O lança de longa ou curta distância; b) O executa passe penetrante para O que corta para o cesto; c) Em função das ajudas defensivas, O passa para lançamento longo de O ou O. Na eventualidade do defensor de O ficar retido no bloqueio e, não surgirem ajudas defensivas, então O deve penetrar e lançar junto ao cesto. Perante esta leitura de O, O não corta para o cesto, mas sim para o canto curto criando espaço. O e O reagem com movimento para cima sendo possíveis lançadores e responsáveis pela recuperação defensiva (Fig. ).
26 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes ) De acordo com uma decisão correspondente a uma situação de ataque planeado, onde o tempo não se assume como condicionante imediata. Fig. Fig. Fig. 6 O assinala movimentação Punho e inicia com drible na direcção de O que aclara para posição de poste baixo. O sobe e coloca bloqueio directo para O, sendo que O e O colocam duplo bloqueio no lado oposto para O (Fig. ). De acordo com a movimentação de O sobre o bloqueio directo de O, O desloca-se para o duplo bloqueio, coordenando o seu movimento com a leitura do bloqueio directo. Após O passar o duplo bloqueio, O corta para o canto tornando-se num possível lançador de longa distância. As variantes de finalização decorrentes da leitura do bloqueio directo são semelhantes às apresentadas anteriormente (Fig. ). O apresenta-se como lançador prioritário. O e O garantem linhas de passe interior. A continuidade deste movimento é semelhantes às apresentadas anteriormente ( triplo poste ou ajustes ofensivos para criação de espaços), e dependem da decisão do portador da bola: passe interior, lançamento ou drible penetrante (Fig. 6). 6
27 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes..6 Movimentação (M) Esta movimentação é utilizada fundamentalmente por comando do treinador e deriva de duas situações: ) Necessidade de encontrar uma finalização rápida pois, o tempo de jogo está terminando (tempo total ou os segundos de ataque); ) Explorar uma situação de x, onde se observa que o atacante tem vantagem clara sobre o seu defensor. Esta decisão pode obrigar a que existam muitas ajudas defensivas libertando assim lançadores de longa distância ou passes penetrantes para jogadores interiores. Fig. 7 Fig. 8 Fig. 9 Normalmente são utilizados jogadores com uma boa capacidade para jogar x. Ao comando do treinador, o jogador escolhido, O, procura o centro do campo e os restantes jogadores deslocam-se para próximo da linha final. A identificação desta movimentação (M) significa jogadores em posições baixas. A iniciativa pertence a O (Fig. 7 e 8). Se O ganha vantagem ao seu defensor, deve penetrar até ao cesto. Em situação de ajudas defensivas sobre a penetração de O, este deve procurar assistir o jogador livre para lançamento. É importante destacar o movimento de O e O, coordenado com a penetração de O, possibilitando assim ganhar posições de lançamento e garantir a recuperação defensiva (Fig. 9). 7
28 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes..7 Ataque Zona As defesas zonas neste escalão etário são utilizadas como forma de inibição dos ataques, impedindo situações de finalização próximas do cesto e, pelo contrário, forçando o recurso a lançamentos de longa distância, fundamento este que ainda não se revela como determinante nestas idades. Sendo assim, procuramos abordar o ataque contra zona em função da utilização dos fundamentos inerentes ao jogo e que possam fomentar a criatividade individual: o Contra-ataque; o Movimentar a bola com mudanças sucessivas de lado ( swing de ball ); o Dividir a defesa principalmente pelo meio; o Penetrar a bola passe ou drible; o Explorar espaços livres no interior através de cortes nas costas; o Posições adequadas de lançamento; o Criar sobrecargas; o Acompanhar a deslocação da bola com movimentos dos atacantes. A melhor forma de superarmos as defesas zonas é evitando-as. Neste sentido, sempre que deparamos com uma defesa zona, a nossa programação incide sobre a necessidade de utilizarmos situações de contra-ataque. O contraataque é uma exigência condicionante da liderança. A resposta perante defesas zonas é, em primeiro plano, a utilização do contra-ataque e nunca a submissão às regras dessa mesma defesa. Obviamente que temos necessidade de abordar uma movimentação organizada perante estas defesas. É importante referir que o sistema ofensivo previsto vai de encontro aos fundamentos acima apresentados e a sua configuração inicia-se da mesma forma que os ataques contra HxH ( jogador interior e exteriores). Esta organização facilita a transição do contra-ataque para o ataque contra zona. A racionalidade na ocupação do espaço, facilitada através da sistematização dos movimentos, permite encontrar correctas decisões individuais, suportadas pela construção colectiva. 8
29 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes Fig. 0 Fig. Fig. A movimentação inicia-se a partir da configuração apresentada ( jogador no interior e exteriores). Ao passe de O para O, O sobe para o cotovelo ( flash post ) e O corta para o canto curto (Fig. 0). Estes movimentos visam criar sobrecarga jogadores do lado da bola e do lado contrário (Fig. e ): o Se O passa para O, então O corta para o cesto tentando receber passe e O sobe colocando-se na diagonal da bola para um possível lançamento longo (reacção a eventuais ajudas defensivas ao corte de O); o Se O passa para O, O corta para o cesto pela linha de fundo, tentando receber passe. O e O cortam para os cantos, colocando-se na diagonal da bola e tornando-se possíveis lançadores de longa distância. É importante referir que qualquer jogador ao receber a bola deve enquadrar-se com o cesto, admitindo como possível uma eventual decisão de lançamento. Fig. Fig. Fig. Movimento da bola para o lado contrário: O movimento da bola para o lado contrário assume uma importância determinante pois, obriga à movimentação defensiva. O passa de retorno para O e este divide pelo centro passando para O. O corta para o canto curto do lado contrário e O sobe para o cotovelo flash post (Fig. ). 9
30 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes Após corte de O e O, O corta para o lado contrário criando assim nova sobrecarga e libertando O para o lado oposto (Fig. ). Uma nova movimentação da bola para o lado contrário determina que O e O realizem movimentos idênticos aos anteriores (Fig. ). Fig. 6 Fig. 7 Fig. 8 Nesta situação, O será responsável por cortar para o lado contrário criando assim nova sobrecarga (Fig. 6). Situações possíveis para movimentar a bola para o lado contrário (Fig. 7 e 8): o Com Bloqueio directo O abre e faz bloqueio directo para O que dribla para o centro e passa para O. Após bloqueio, O corta para o canto curto e O sobe para o cotovelo flash post; o Com passe O abre para o topo, criando uma linha de passe para O. Após recepção, O passa para O e corta para o canto curto. O sobe para o cotovelo flash post. 0
31 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes..8 Reposição Linha Lateral Fig. 9 Fig. 60 Fig. 6 As reposições pelas linhas laterais, no meio campo ofensivo, são sempre feitas pelos jogadores O e O. O faz reposição, O e O colocam-se do lado da bola, respectivamente nas posições indicadas na Fig. 0. À entrega da bola pelo árbitro, O coloca bloqueio indirecto para O e O para O para que este receba de O (Fig. 9). Após bloquear para O, O recebe bloqueio de O que sobe no centro para lançamento longo (Fig. 60). Se O não lança nem penetra a bola, O corta para o lado contrário, passando pelos bloqueios de O e O, tornando-se um possível lançador, pois a mudança do lado da bola dificulta as acções defensivas (Fig. 6). Nota: Em todas as situações devem ser exploradas possibilidades de penetração da bola em drible ou em passe. Em cada bloqueio indirecto devem ser criadas duas linhas de passe: quem recebe e quem coloca o bloqueio.
32 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes..9 Reposição Linha Final Fig. 6 Fig. 6 Fig. 6 A reposição pela linha final é sempre feita pelo jogador O. O e O colocamse lado a lado junto ao cotovelo e pela ordem apresentada na figura. O na posição de poste baixo do lado contrário e O, na diagonal da bola, assegura um passe longo (passe de segurança). O inicia movimento colocando bloqueio cego para O que corta para o cesto tentando receber no interior (Fig. 6). Após corte de O para o interior, O coloca bloqueio para O que corta para fora recebendo a bola de O. O corta para o cesto sendo uma possibilidade de passe interior para O antes do passe e para O após o passe (Fig. 6). Após passe para O, O recebe duplo bloqueio de O e O para um possível lançamento longo da zona central. O abre para fora garantindo a mudança do lado da bola (Fig. 6). A continuidade é feita através do movimento do triplo poste, demonstrado em situações anteriores.
33 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes..0 Saída Contra Pressão Todo o Campo Após cesto sofrido devemos reagir sempre com a agressividade ofensiva necessária à realização do contra-ataque. Esta reacção permite-nos muitas vezes anteciparmo-nos a possíveis defesas pressionantes evitando-as. No entanto, é necessário trabalharmos alguns princípios fundamentais para a eventual possibilidade de nos depararmos com defesas deste tipo. Sendo assim, além da configuração apresentada nas figuras, devemos cumprir os seguintes procedimentos: o Contra-ataque deve ser sempre a primeira das reacções ofensivas, independentemente das intenções manifestadas pela defesa; o Insistir com a penetração da bola pelas zonas centrais do campo evitar que a defesa condicione a condução da bola pelos corredores laterais possibilitando assim situações de dois contra um ( trap ); o Utilizar preferencialmente o passe o passe é a arma mais eficaz para ultrapassarmos defesas pressionantes. Permite mudanças de lado rápidas criando muitas dificuldades à defesa; o Enquadramento com o cesto esta atitude de todos os atacantes permite um domínio visual sobre a área para onde queremos avançar: o ataque; o Evitar finalizações precipitadas um dos objectivos das defesas pressionantes é criar alguma ansiedade nos ataques, levando a que estes tentem finalizar muitas vezes perante situações de grande desvantagem: desorganização ofensiva, lançamentos forçados e sem garante de ressalto ofensivo (...); o Manter espaço entre os atacantes ( spacing ) esta atitude cria muitas dificuldades à defesa e a eventuais situações de trap. Pelo contrário, beneficia o ataque ao nível da movimentação da bola e dos jogadores; o Respeitar regras todos os jogadores devem cumprir um conjunto de regras de acordo com as suas funções. Esta necessidade, admite reagir adequadamente a situações imprevistas que casualmente possam surgir, em função da agressividade e organização defensiva apresentada: Quem repõe a bola (O ou O) Zonas laterais da linha final evitando assim a área da tabela;
34 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes Comunicar com os restantes atacantes pois, tem o domínio visual de todo o campo; Ponderar rápido e bem sobre o passe a executar (olhar antes de passar). Quem executa um passe Fintar antes de passar; Optar mais por passes curtos do que longos (executar passes longos apenas em clara vantagem atacante); Passar sempre do meio para os lados ou dos lados para o meio (diagonais). Os passes executados dentro do mesmo corredor dificultam a sua recepção. Quem recebe um passe Olhar para a bola; Movimentar-se criando linhas de passe; Após recepção enquadrar-se com o cesto. Quem dribla Fintar passe antes de driblar; Driblar para áreas centrais do campo; Progredir com o drible. Ser agressivo; Dividir as defesas antes de passar.
35 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes Fig.6 Fig. 66 Na Fig. 6 apresentamos a configuração dos atacantes perante uma defesa pressionante campo todo. A reposição da bola pela linha final é sempre feita pelos jogadores O ou O. O e O colocam-se em lados opostos no prolongamento da linha de lance livre e, se não conseguem criar uma linha de passe directa, então, O coloca bloqueio para O permitindo assim a abertura de duas linhas de passe. O passa para O e entra no campo tornando-se num possível passe de segurança atrás da linha da bola. O e O ocupam os corredores laterais, intenção de sair para o contra-ataque, e ficam em lados opostos junto à linha de meio campo. Após entrada da bola em O, O, que está na diagonal da bola, cria uma linha de passe no centro do campo, O corta para o cesto e O corre no corredor lateral (Fig. 66). Fig.67 Fig. 68 Optando preferencialmente pelo passe, O coloca a bola em O no centro que ao se enquadrar com o cesto fica com várias possibilidades de passe. O acompanha sempre atrás da linha da bola mantendo-se como possível passe de segurança. O corta para o lado da bola e coloca-se na posição de poste baixo. O passa a O e corta para o lado oposto a este. O entra no ataque no lado da bola e O coloca-se no lado contrário a O (Fig. 67).
36 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes A configuração apresentada na Fig. 68 ( jogadores exteriores e interior), permite respeitar o princípio existente para todos os movimentos ofensivos, facilitando assim a sua funcionalidade. A partir desta disposição, podemos iniciar os movimentos que pretendermos de acordo com a leitura adequada da defesa. Enquanto atacantes e, perante uma oposição de pressão todo o campo, não devemos patentear perturbação nas nossas decisões de finalização. 6
37 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes. Defensivos As defesas apresentam-se como um valor comum a todas as boas equipas... Através deste programa vamos estabelecer uma nova etapa de trabalho defensivo dedicado à consolidação das matérias anteriores e, à inclusão da temática inerente à defesa zona e defesa dos bloqueios directos. Estes novos conteúdos, apresentam-se como segmentos de continuidade da aprendizagem de uma defesa HxH eficaz. Cumpre à defesa condicionar sistematicamente os atacantes, não permitindo que estes se movimentem como e por onde querem, sendo um dos processos defensivos mais eficazes para o conseguir o de defender HxH. O sucesso da defesa é um objectivo que deve ser encarado colectivamente. A sua eficácia começa no momento em que quem lança ao cesto se organiza e reage o mais rapidamente tendo em vista a transição para a defesa, sem comprometer a intervenção no ressalto ofensivo. Princípios básicos para uma correcta orientação defensiva:. Ver a bola e o jogador que se defende: Usar a visão periférica de modo a nunca perder de vista a bola e o atacante respectivo;. A movimentação dos defesas deve ser simultânea com a da bola: As posições defensivas devem ser permanentemente ajustadas de acordo com a movimentação da bola ( jogadores na defesa da bola);. Comunicar: Os defensores devem utilizar a comunicação tendo como objectivo o aviso recíproco das movimentações dos atacantes. A comunicação representa uma maior coesão defensiva;. Ser agressivo: Querer recuperar a posse de bola é o factor nobre da motivação defensiva, sendo necessário para tal utilizar uma grande agressividade sem que esta signifique ser faltoso;. Impedir/Dificultar as mudanças do lado da bola: Esta situação permite reduzir o espaço utilizado pelos atacantes, facilitando a intervenção defensiva. Sempre que a bola muda de lado, a defesa é obrigada a cobrir um espaço maior do campo, tornando-se assim mais penetrável. A eficácia defensiva está directamente dependente do cumprimento dos seguintes factores específicos: a) Pressionar e desviar o atacante com bola para zonas laterais do campo; 7
38 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes b) Sobremarcar as linhas de primeiro passe; c) Impedir cortes pela frente; d) Desviar os atacantes que cortam para o cesto da área próxima do cesto; e) Ajudar sobre o lado da bola, impedindo cortes, passes ou penetrações em drible; f) Evitar que jogadores atacantes ganhem posições favoráveis na área próxima do cesto; g) Fazer x ( trap ) aos atacantes que recebam a bola na área próxima do cesto, ou que penetrem em drible pela linha final. Situações Específicas: Recuperação defensiva; Ser rápido e agressivo é uma das características determinantes da recuperação defensiva (RD). Sempre que executamos um lançamento, a RD deve ser uma preocupação imediata. Optamos por colocar jogadores no ressalto ofensivo e a recuarem no campo precavendo situações de contra-ataque. Fig. 69 Ao lançamento de O, jogadores disputam o ressalto ofensivo O do lado contrário ao lançamento, O e O por terem características apropriadas à disputa de ressaltos. O e O recuperam na direcção do meio campo tendo maior atenção sobre as tentativas de passe longo e impedindo a progressão do contra-ataque. Uma vez perdido o ressalto ofensivo, apenas o jogador mais próximo deve dificultar o º passe. Os restantes devem recuperar em direcção ao seu cesto (Fig. 69). 8
39 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes Defesa ao atacante com bola; Fig. 70 Condicionar sistematicamente a movimentação do atacante através de uma agressividade muito forte, imposta pela movimentação dos braços sobre a bola e da colocação dos pés orientando para as laterais, preferencialmente para o lado menos forte do driblador. Esta atitude faz com que o atacante esteja mais atento ao seu defensor e menos ao jogo em geral; Os deslizamentos devem ser realizados sem nunca perder o equilíbrio, tendo em atenção as mudanças de direcção e de ritmo; Prioridade do defesa vai para impedir as penetrações da bola, em drible ou em passe, fundamentalmente pela zona central; A pressão defensiva deve ser feita de forma a reduzir tanto quanto possível o campo de visão do atacante; Prever os movimentos atacantes possibilitando agir de forma antecipada (favorece roubos de bola); Forçar a paragem do drible, permitindo assim uma maior pressão defensiva (mais próxima), dificultando o lançamento ou o passe com a colaboração dos outros defensores (forçar um turn-over); Convidar a entrada da bola nas zonas determinadas para situações de x (trap áreas assinaladas a amarelo) (Fig. 70). Defesa ao atacante sem bola do lado da bola; Fig. 7 Fig. 7 Sobremarcação da linha de passe, impedindo a entrada da bola; Ajudar sobre a penetração em drible; 9
40 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes Forçar o atacante a se afastar do cesto (Fig. 7); Colocação dos pés e das mãos impedindo os cortes nas costas; Reagir aos cortes nas costas: Recuperar a posição defensiva através de rotação e abrir para a bola dando as costas ao atacante e correndo para o interior, ajudando quem ajudou rotação defensiva (Fig. 7). Defesa ao atacante sem bola do lado contrário da bola; Fig. 7 Fig. 7 Fig. 7 Ver a bola e o atacante (visão periférica); Variar a sua posição de ajuda de acordo com a posição da bola e do seu atacante (linha de lance-livre e linha cesto-cesto como referência); Posição de intercepção da linha de passe (Fig.7); Impedir cortes do atacante pela frente e na direcção da bola; Ajudar sobre a penetração da bola em drible (Fig. 7); Ajuda sobre atacantes que se libertem dos seus defensores (Fig. 7). Defesa dos cortes; Fig. 76 Fig. 77 Obrigar o corte a ser realizado por detrás e nunca pela frente; Após o passe o defensor deve separar-se do seu jogador em direcção à bola (salto para a bola), entrando em ajuda; 0
41 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes Acompanhar o corte sempre pela frente: para o lado forte (Fig. 76); Quando a bola muda de lado, o defensor coloca-se em ajuda sem perder a visão do seu jogador. Se este cortar, o corte deve ser marcado pela frente (Fig. 77). Defesa dos postes; Conceito fundamental: Chegar primeiro. A luta pela posição é uma característica da movimentação interior. Fig. 78 Fig. 79 Fig. 80 Poste do lado da bola (poste alto, médio ou alto) é sobremarcado a ¾ do lado da bola; Poste do lado contrário da bola (poste alto, médio ou alto), é defendido em posição de ajuda (defensor rosa visão periférica) (Fig. 78); Entrada da bola no poste baixo: é regra para fazermos trap (x) com o defensor do lado contrário pela linha final (Fig. 79), procedendo-se aos respectivos ajustos defensivos (Fig. 80).
42 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes Defesa do bloqueio directo; Fig. 8 Fig. 8 Defesa do bloqueador (rosa) ajuda sobre o atacante com bola, colocando o corpo na sua trajectória, impedindo a penetração deste. O defensor do atacante com bola deve passar por cima do bloqueio (Fig. 8); Após ajuda o defensor do bloqueador deve recuperar o seu atacante não se procedendo a nenhuma troca defensiva (Fig. 8). Defesa dos bloqueios indirectos; Fig. 8 Tendo em atenção que qualquer bloqueio indirecto visa criar duas linhas de passe, então, a atenção defensiva deve tentar contrariar essa intenção anulando penetrações da bola em áreas próximas do cesto e impedindo recepções favoráveis a lançamentos fáceis. Defesa do bloqueador deve controlar a movimentação do bloqueio e a posição da bola: ajudas sobre penetração da bola em drible, impedir movimentos em curl do jogador que beneficia do bloqueio e impedir que o bloqueador ganhe posição interior pela frente. O defesa do bloqueador deve ainda abrir espaço para que o defensor do jogador que beneficiar do bloqueio possa passar a meio, dificultando ou impedindo a recepção do atacante. È fundamental que todos os defensores controlem o espaço no sentido de poderem reagir favoravelmente aos movimentos dos seus atacantes e da bola (Fig. 8).
43 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes Principio do contra a bola Este princípio visa reduzir o espaço ao ataque, criando assim maiores dificuldades nas suas acções. Possibilita um maior envolvimento da defesa na recuperação da posse de bola através de acções colectivas. A noção de que todos defendem a bola, valoriza a necessidade de estabelecer uma comunicação constante entre os defensores. Esta dinâmica, responsabiliza colectivamente os aspectos bons e menos bons do empenhamento defensivo dos intervenientes. Fig. 8 Quando a bola se movimenta, todos os defensores devem reagir de imediato ajustando as suas posições no sentido de poderem controlar sempre o seu defensor e a bola. As linhas de º passe devem ser defendidas através de sobremarcação fechada e os atacantes mais distantes da bola devem ser defendidos em ajuda. Esta, varia de acordo com a posição da bola e do atacante (ajuda mais ou menos profunda). Uma vez cumprido o princípio de contra a bola, as ajudas sobre as penetrações e os cortes e as rotações defensivas terão maior sucesso (Fig. 8).
44 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes.. Defesa HxH ½ Campo A defesa significa que devemos aplicar toda a agressividade defensiva no nosso meio campo defensivo. Condicionar permanentemente os atacantes é um dos aspectos determinantes, levando a que a equipa adversária seja forçada a jogar em zonas do campo favoráveis à defesa (laterais e cantos). Todos devem ter presente que os roubos de bola não se apresentam como condição principal da nossa defesa. No decurso de uma defesa, se o treinador sinalizar significa que deve ser feito rapidamente um trap (x sobre o jogador com bola) tendo em atenção as respectivas rotações defensivas. É determinante que se cumpra o princípio do contra a bola. Fig. 8 Fig. 86 Defesa de O desviar o atacante para a linha lateral retirando-o do centro. Os restantes defensores cumprem o princípio de contra a bola (Fig. 8). Entrada da bola no poste baixo, reagimos com x (ver Fig. 79). Sempre que conseguimos colocar a bola nos cantos reagimos fazendo trap de acordo com o apresentado na Fig. 86: os defensores amarelos e azul fazem x sobre a bola, garantindo que O fica sem soluções de decisão fácil. Defensor verde defende o poste baixo pela frente impedindo a entrada da bola. O defensor rosa ajusta a sua posição impedindo que O receba o passe de retorno de O. Defensor cinza está em ajuda reagindo aos passes por cima e, na eventualidade de O ou O receberem a bola, este deverá ser defendido de imediato pelo defensor cinza.
45 Gabinete Técnico 0/06 Cadetes.. Defesa :: Pressão Todo o campo Esta defesa pressionante tem como objectivo global comandar o ritmo do jogo. Este tipo de defesa exige um alto grau de responsabilidade individual, no sentido de podermos articular as acções tácticas defensivas. O sucesso defensivo passa pelo cumprimento de conceitos básicos: Pressão sobre a equipa atacante, gerando mais ansiedade nas suas decisões ofensivas; Dificultar todas as acções previstas pelos atacantes, diminuindo os seus êxitos e aumentando os erros; Impedir situações de finalização fácil, e movimentações, com e sem bola, por zonas desejadas pelos atacantes. Para que este tipo de defesa se revele devidamente adequada às pretensões da nossa equipa, há que conhecer e dominar um conjunto de características fundamentais: Motivação cada jogador deve acreditar no sucesso desta defesa, caso contrário torna-se desadequada. Neste sentido, devemos valorizar o aspecto psicológico através de uma preparação sistematizada dos treinos; Concentração a colocação e os deslocamentos, executados a grande velocidade e agressividade, exigem que se conheça as zonas apropriadas para executar determinadas acções tácticas. A necessidade de agir e reagir eficazmente, obriga a uma constante concentração; Surpresa o factor surpresa, pelo impacto táctico que provoca (...situações de trap ), cria grande indefinição nas decisões a tomar pelo ataque, retirando-lhes capacidade de organização; Variar as posições clássicas e o ritmo de jogo do adversário força os ataques a utilizarem situações de recurso, promovendo assim a desordem e alterações não previstas; Potência as possibilidades de recuperar desvantagens no resultado o envolvimento colectivo em torno de um objectivo permite que os jogadores acreditem no seu aumento de rendimento recuperando assim um resultado desfavorável.
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