Como desenvolver uma comunicação participativa de risco no Estado de São Paulo? Três desafios : confiança, emoções e incerteza
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- Rui Beltrão Borges
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1 Como desenvolver uma comunicação participativa de risco no Estado de São Paulo? Três desafios : confiança, emoções e incerteza Cintia Okamura CETESB Jacques Lolive CNRS III Congresso SRA LA 10 a 13 de maio de 2016
2 Projeto CETESB FAPESP Da Comunicação de Riscos à Cultura de Risco: construção de instrumentos e métodos para empoderar populações em situações de risco ambiental 2014/ CETESB (coordenação) Faculdade de Saúde Pública da USP Centro Nacional de Pesquisa Científica da França Laboratório PACTE Laboratório CRESSON
3 Introdução A pesquisa CETESB FAPESP tem como objetivo experimentar diferentes métodos qualitativos para implementar uma comunicação participativa de risco junto às populações que vivem em áreas de risco em São Paulo. São duas áreas selecionadas para este estudo: o Condomínio Residencial Barão de Mauá e Tebar em São Sebastião A pesquisa, que teve início em setembro de 2014, comporta duas etapas: o diagnóstico participativo e o fórum participativo. Em relação à comunicação de risco, o diagnóstico apontou deficiências na comunicação (de risco)
4 Situação da pesquisa ETAPAS DA PESQUISA 1) Experimentação de métodos para realizar um diagnóstico 2) Experimentação de métodos para constituição de um Fórum Participativo 3) Elaboração do protocolo de comunicação e participação Área Piloto Sa o Sebastiao Análise de Controvérsias Ambiências de Risco (em andamento) Simulação artística De catástrofe (em andamento) (em andamento primeiro esboço) Área Piloto Bara o de Maua Análise de Controvérsias Ambiências de Risco (em andamento avançado) Implementação do Fórum Participativo (em andamento)
5 Condomínio Barão de Mauá
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7 Deficiências na comunicação Ausência de comunicação integrada das instituições Ausência de uma verdadeira comunicação das instituições com os moradores Necessidade de estudos sobre percepção de risco, levar em conta as preocupações dos moradores As instituições não «se ocupam suficientemente da dimensão humana e social do problema Comunicação das empresas: ambígua, seletiva A empresa expressa sua "comunicação" por meio das suas práticas e comportamentos cotidianos
8 Deficiências de comunicação desenham a estrutura do protocolo O Protocolo será composto de pelo menos quatro partes: Protocolo que será adotado pela Instituição CETESB Roteiro para as empresas: para que elas tenham um programa de remediação que associe a população, etc. Protocolo para constituição de um Fórum das Instituições para expressar uma comunicação integrada Protocolo para constituição de um fórum de moradores para expressar a percepção de risco e as preocupações dos moradores
9 Primeiras reuniões dos dois fóruns no Condomínio Barão de Mauá Fórum das instituições: Reunião preparatória de 02/12/2015 Reuniões de 01/02/2016, 02/03/2016, 30/03/2016 et 04/05/2016 Fórum dos moradores: Reunião preparatória de 03/12/2015 Reunião de 21/02/2016
10 Tres questões reveladas pelas primeiras reuniões dos dois fóruns A confiança: como restaurar a confiança dos moradores? As emoções: como dar espaço às emoções na comunicação de risco? A incerteza: como comunicar a incerteza que está no coração do risco?
11 Como restaurar a confiança dos moradores? Constatação: Nas reuniões do fórum dos moradores, a questão do risco pareceu menos importante do que a questão da confiança nas instituições Por exemplo, uma demanda forte por uma reunião com os responsáveis que aprovaram o projeto de remediação, a fim de que eles apresentem em detalhe o projeto e sua avaliação e que eles tenham uma linguagem da verdade Atender esta demanda pareceu uma condição prévia para a continuação do diálogo => Uma oportunidade para restaurar a confiança
12 Como restaurar a confiança dos moradores? Análise: Esta demanda dos moradores indica três maneiras de estabelecer a confiança: A rastreabilidade = o controle técnico eficiente do risco. A eficiência da avaliação e o controle técnico em relação à contaminação e a remediação gerariam confiança. A transparência = a participação dos moradores expostos ao risco. A informação completa e verdadeira e a participação dos moradores gerariam a confiança. A proximidade = a gestão local dos problemas. A gestão local dos problemas de contaminação geraria a confiança.
13 Como restaurar a confiança dos moradores? Proposta: a gestão partilhada Experimentar um dispositivo voltado para o monitoramento participativo do controle da contaminação, bem como do processo de remediação no Condomínio Barão de Mauá Exemplos práticos: Existem várias estruturas deste tipo, como as comissões de acompanhamento do site (CSS) na França, que são responsáveis por informar os vizinhos das instalações industriais em risco
14 Como dar espaço às emoções na comunicação de risco? Constatação: O diagnóstico participativo realizado no Condomínio Barão de Mauá sublinhou a importância das emoções, tanto nas entrevistas como durante a sessão pública com os moradores realizada em 04 de junho de Um contexto carregado de emoções acompanhou a pesquisa em toda a sua progressão
15 Como dar espaço às emoções na comunicação de risco? Análise: Qual é o papel dessas emoções no nosso projeto? Uma «ameaça»: as emoções são muitas vezes o estímulo para a mobilização porque a expressão de emoções em público é por vezes ligada a uma avaliação moral Uma fonte de conhecimento: a expressão pública das emoções permitiu aprofundar o conhecimento sobre o que é importante para as populações expostas e sobre as suas vulnerabilidades
16 Como dar espaço às emoções na comunicação de risco? Proposta: experimentar uma cena de risco Uma cena de risco poderia acontecer separadamente ou poderia haver uma série de sessões específicas no fórum dos moradores, consagradas à expressão dessas emoções A cena de risco pode contribuir para aliviar a experiência dolorosa e a emoção dos moradores, em duas formas complementares: a partilha (socialização) das emoções e uma forma de reconhecimento, pelo outro, para reparar o desrespeito. Exemplo prático: O Seminário Participativo de Salsigne (França)
17 Como comunicar a incerteza que está no coração do risco? Constatação: As incertezas apontadas na análise das controvérsias são confirmadas pelas primeiras sessões do Fórum Interinstitucional. Em particular, as incertezas relativas ao plano de remediação: sobre a eficácia da remediação quanto ao prazo da remediação (10 anos ou mais) sobre a capacidade das empresas para financiar a remediação durante um longo período
18 Como comunicar a incerteza que está no coração do risco? Análise: Riscos e incertezas estão ligados de várias maneiras: Incerteza é consubstancial ao risco mas os moradores e os especialistas tem definições diferentes em relação ao risco e à incerteza e, sobretudo, eles têm uma experiência muito diferente Um segundo nível de incerteza se refere ao questionamento da natureza comprovada do risco no condomínio Um terceiro nível de incerteza concerne à ação pública
19 Como comunicar a incerteza que está no coração do risco? Proposta: A incerteza é uma questão fundamental para a comunicação de risco. Ela nos obriga a pensar na passagem de uma comunicação de risco comprovado e controlado, a uma comunicação mais sutil que tenta apresentar diferentes níveis de incerteza nas políticas de gestão de risco Assim, o órgão responsável e a justiça poderiam explicar, porquê, apesar de suas incertezas, tomou a decisão de apoiar a proposta de remediação da empresa contratada. A resposta às questões dos moradores podem se apoiar nesta nova gestão de incerteza na comunicação Exemplo prático: Dois comunicações sobre riscos de saúde pública (HIV e H1N1) em Manitoba e Colômbia Britânica (Canadá)
20 Três experimentações para integrar estas questões no protocolo Experimentação 1 : a gestão partilhada para restaurar a confiança dos moradores Experimentação 2: uma cena de risco para dar espaço às emoções na comunicação de risco Experimentação 3: uma "comunicação diferenciada" institucional que apresenta aos moradores diferentes níveis de incerteza na gestão de riscos?
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