Grafiteiros conversam sobre políticas públicas para artes urbanas

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Geraldo Delgado Espírito Santo
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1 Grafiteiros conversam sobre políticas públicas para artes urbanas

Art istas de rua se reuniram, na tarde desta terça-feira (7), com o presidente da Fundação Cultural de Uberaba, Antônio Carlos Marques, para discussão sobre assuntos que envolvem a prática do grafite

2 Art istas de rua se reuniram, na tarde desta terça-feira (7), com o presidente da Fundação Cultural de Uberaba, Antônio Carlos Marques, para discussão sobre assuntos que envolvem a prática do grafite nas ruas de Uberaba. Ao todo, 11 artistas estiveram na reunião. Segundo o artista Clayton Tomaz, essa discussão é importante para que os órgãos públicos não interfiram no movimento artístico, como aconteceu em São Paulo após a gestão de João Dória. Entre os artistas reunidos, estavam professores de artes visuais, tatuadores, artistas plásticos e estudantes. Dos mais velhos aos mais novos, todos com o mesmo propósito: desmistificar a cultura estereotipada do grafite por meio do apoio dos órgãos públicos.

Se o poder público estiver com a gente, a população vai entender que o grafite não é vandalismo. O grafite é arte, é um painel que está nas ruas e todo mundo tem a oportunidade de ver.

3 Se o poder público estiver com a gente, a população vai entender que o grafite não é vandalismo. O grafite é arte, é um painel que está nas ruas e todo mundo tem a oportunidade de ver. Desde o morador de rua até as pessoas mais elitizadas, diz o grafiteiro Romeu Zanforlin. A reunião durou cerca de uma hora e, segundo os participantes, foi produtiva. Os artistas pediram apoio para que a arte urbana seja descriminalizada. O presidente da Fundação Cultural, que tem uma relação afetuosa com as manifestações artísticas, já que há 36 anos é professor de artes, se mostrou aberto às discussões e demonstrou apoiar a arte urbana nas ruas de Uberaba. As artes urbanas, dança ou grafite, ainda sofrem muito preconceito. A população tem que entender que tudo é arte. O grafiteiro é mais liberal do que o artista que pinta quadros em um ateliê, por exemplo, mas todos são artistas. Vamos estudar algumas políticas públicas, juntamente com os grafiteiros de Uberaba, para que juntos possamos mostrar que o grafite não é vandalismo. O grafite é arte, comenta Marques. A arte nas ruas. Durante a reunião, os grafiteiros salientaram que nunca foram proibidos pela Prefeitura de fazerem as artes urbanas. Clayton, por exemplo, já conseguiu levar uma arte para dentro da Expozebu.

Nós não estamos impedidos. O diálogo é justamente para prevenir que não sejamos proibidos de expressar nossa arte. Ainda há pessoas em Uberaba que enxergam o grafite com outros olhos, pontua Clayton.

4 Nós não estamos impedidos. O diálogo é justamente para prevenir que não sejamos proibidos de expressar nossa arte. Ainda há pessoas em Uberaba que enxergam o grafite com outros olhos, pontua Clayton. Segundo os grafiteiros, ainda há policiais e guarda municipais que confundem o grafite com a pichação que, ao contrário da arte urbana, é considerada vandalismo. Para driblar o problema e defender a causa dos artistas, Antônio Carlos diz que também levará ao secretariado uma proposta de valorização da cultura do grafite. Vou ouvir as propostas dos artistas e, a partir de então, estudar o que pode ser feito. Talvez criemos uma Associação dos Grafiteiros de Uberaba, com carteirinha, mostrando a todas as entidades que aquele artista está legalizado perante o órgão público, ou uma política pública que apoie a ação. Às vezes a gente cria uma parceria para que eles atuem em datas comemorativas, grafitando alguns muros autorizados ou da Prefeitura. Também estudaremos a questão da Concha Acústica, por exemplo, no qual eles podem fazer grafites novos com a cara da música popular brasileira, ou no coreto na Praça Rui Barbosa. Uma coisa é certa: algo será feito. Minha linha é popular, então eu apoio tudo o que é do povo, avalia o presidente da Fundação Cultural.

5 Segundo Clayton, o próximo passo será elaborar as propostas de políticas públicas, para que o presidente da Casa de Cultura as leve na próxima reunião com o secretariado. Antônio Carlos diz que também estudará a probabilidade de realizar a Primeira Mostra de Grafiteiros de Uberaba, com total apoio da Fundação. Planos que serão estudados e que já inspiram os artistas de rua. Temos que mostrar que grafite também é arte e assim fazer com que novas pessoas se interessem pela manifestação urbana. O grafite pode ser a porta de entrada para um artista ser reconhecido pela arte que faz, conclui Clayton.

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