Análise Probabilística de Estabilidade de Taludes pelo Método de Monte Carlo

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Análise Probabilística de Estabilidade de Taludes pelo Método de Monte Carlo"

Transcrição

1 Análise Probabilística de Estabilidade de Taludes pelo Método de Monte Carlo Marco Aurelio Flores Apaza LENC Consultoria e Engenharia, São Paulo, Brasil, marcogeotec@gmail.com José Maria de Camargo Barros Instituto de Pesquisas Tecnológicas IPT, São Paulo, Brasil, jmbarros@ipt.br RESUMO: As análises de estabilidade de taludes são em geral realizadas por métodos determinísticos e avaliadas por meio de um fator de segurança. Embora se saiba que os parâmetros geotécnicos podem apresentar grande dispersão, nessas análises eles são considerados fixos e conhecidos. Os métodos probabilísticos, por sua vez, quantificam as incertezas oriundas da variabilidade dos parâmetros geotécnicos, permitindo a determinação de um índice de confiabilidade e de uma probabilidade de ruína. Existem três métodos probabilísticos frequentemente utilizados no meio geotécnico: Primeira Ordem e Segundo Momento (FOSM), Estimativas Pontuais (PE) e Monte Carlo (MC). São analisados no trabalho pelo método de MC dois casos reais de estabilidade de taludes, o primeiro de um talude de mineração e o segundo de um talude submerso, ambos reportados na literatura técnica com análises probabilísticas pelos métodos FOSM e PE. Os seguintes métodos de estabilidade foram empregados no estudo: Fellenius, Bishop Simplificado, Janbu, Spencer e MorgensternPrice. Em ambos os casos estudados, verificouse que o índice de confiabilidade e a probabilidade de ruína são influenciados pelos métodos de análise de estabilidade adotados. Também se verificou que o método de MC apresenta diversas vantagens perante os outros dois métodos probabilísticos. Recomendase a sua aplicação em conjunto com as análises de estabilidade determinísticas. PALAVRASCHAVE: Estabilidade de Taludes, Análise probabilística, Probabilidade de ruína, Índice de confiabilidade. 1 INTRODUÇÃO As análises de estabilidade de taludes são tradicionalmente realizadas com o emprego de métodos determinísticos e avaliadas por meio de um fator de segurança (FS). Nessas análises, os parâmetros geotécnicos dos solos envolvidos, embora possam apresentar grande dispersão, são considerados fixos. Um enfoque probabilístico para estudar a estabilidade de taludes, por sua vez, permite quantificar as incertezas oriundas da variabilidade dos parâmetros geotécnicos, com a determinação de um índice de confiabilidade e de uma probabilidade de ruína. Os métodos probabilísticos não são novos; na realidade foram desenvolvidos há algumas décadas. Infelizmente, o seu uso na engenharia geotécnica não tem sido tão expressivo quanto se poderia desejar. Este trabalho apresenta um estudo comparativo dos métodos probabilísticos Primeira Ordem e Segundo Momento (FOSM), Estimativas Pontuais (PE) e Monte Carlo (MC) aplicados a dois casos da literatura, o primeiro de um talude de mineração e o segundo, o caso de um talude submerso. 2 INDICE DE CONFIABILIDADE E PROBABILIDADE DE RUÍNA O fator de segurança pode ser substituído pela margem de segurança: Z=RS (1)

2 sendo R e S, respectivamente, resistência e solicitação. Definese probabilidade de ruína P f como sendo a probabilidade de Z 0. informação suficiente, a adoção de distribuição de probabilidade normal é um procedimento a favor da segurança. Se a resistência e a solicitação seguem distribuições normais, então a probabilidade de ruína pode ser avaliada como: P f =1ф(β)= ф(β) (2) onde ф é a função de distribuição normal e β é o parâmetro usado para caracterizar o grau de segurança comumente chamado de Índice de Confiabilidade, definido pela expressão: Normal R S Z Z 2 2 R S RS R S (3) onde µ R, µ S, µ Z, σ R, σ S e σ Z são as médias e desviospadrões de R, S e Z respectivamente. O coeficiente de correlação entre R e S é denotado por ρ RS. Podese também calcular o índice de confiabilidade pela expressão: 1 FS (4) FS onde µ (FS) e σ (FS) são respectivamente a média e o desviopadrão do fator de segurança. No caso em que R e S apresentem distribuições lognormais, o índice de confiabilidade será: Lognormal Ln FS 2 Ln 1 c 2 LnFS 2 v, FS LnFS LnFS (5) sendo C v,fs =σ FS /µ FS (coeficiente de variação de FS) A Figura 1 mostra a relação entre o índice de confiabilidade (normal e lognormal) e a probabilidade de ruína. Observase que, para valores de β>0,8, a distribuição normal fornece valores de P f superiores que a distribuição lognormal, enquanto que para β<0,8 podese considerar que P f independe do tipo de distribuição. Portanto, quando não há Figura 1. Relação entre probabilidade de ruína e índice de confiabilidade para distribuição normal e lognormal de FS (adaptado de Dell Avanzi e Sayão,1998). 3 METODOS PROBABILÍSTICOS Existem três métodos probabilísticos frequentemente utilizados no meio geotécnico: Monte Carlo, também conhecido como método direto, e os métodos de Primeira Ordem e Segundo Momento (FOSM) e das Estimativas Pontuais (PE), também conhecidos como indiretos. 3.1 Método FOSM O método FOSM é desenvolvido por uma expansão da série de Taylor, para a determinação da distribuição de probabilidade de uma função com um certo número de variáveis aleatórias. O desenvolvimento matemático é abordado e descrito por Harr (1987). 3.2 Método das Estimativas Pontuais (PE) Este método, proposto por Rosenblueth (1975), assume uma distribuição normal para os fatores de segurança calculados com as variáveis nos pontos de estimativa, o fator de segurança médio é calculado pelo primeiro momento da distribuição. 3.3 Método de Monte Carlo (MC) O método de MC ganhou significância com o desenvolvimento de computadores para a

3 automação de dados. Para aplicação do método, é necessário conhecer as funções de densidade de probabilidade das variáveis aleatórias. Fazse uma série de análises, por um método determinístico qualquer, sendo que em cada uma delas atribuise um valor a cada variável aleatória a partir de sua distribuição de probabilidade. Após um grande número de simulações, é construído um histograma com todos os dados armazenados, obtendose uma função de distribuição de probabilidade do fator de segurança (Figura 2) e como consequência a probabilidade de ruína. Há dois aspectos importantes a considerar no método de MC. O primeiro referese à procura da superfície crítica para cada conjunto de valores de entrada de dados gerados aleatoriamente, o que envolve significativo esforço computacional, tornandose pouco prático. A maneira comumente usada para resolver essa dificuldade é tomar como superfície de ruptura crítica aquela obtida pelo método determinístico, portanto independente dos valores do conjunto de dados de entrada da análise probabilística (El Ramly, 2001). Figura 2 Gráfico de distribuição de probabilidade do FS, Talude Submerso, método Spencer. O segundo aspecto importante é a quantidade de iterações, pois quanto mais iterações forem feitas maior acurácia terá a solução. A maneira prática para determinar o número adequado de iterações é através do gráfico de convergência. A Figura 3 apresenta exemplo desse gráfico, para um caso de uma simulação de MC com iterações. Verificase que uma quantidade de iterações seria suficiente para atingir valores de probabilidade de ruína estáveis. Figura 3 Gráfico de convergência de probabilidade, Talude Submerso, método Spencer. O método de Monte Carlo apresenta uma série de vantagens perante os outros dois métodos. Fornece a curva de distribuição estatística do fator de segurança e a curva de convergência da probabilidade de ruína, permite o uso de diferentes tipos de distribuição probabilística para os parâmetros geotécnicos, de várias camadas de solos com diferentes distribuições de probabilidade e ainda de correlações entre as variáveis envolvidas nas análises. 4 OBTENÇÃO DE DADOS ESTATISTICOS Para a aplicação de métodos probabilísticos em estudos geotécnicos, são necessários os valores estatísticos de média e variância. Quando não se dispõe de dados e apenas são conhecidos os valores médios dos parâmetros, é possível estimar os desviospadrões e consequentemente as variâncias a partir de coeficientes de variação existentes na literatura. Valores típicos podem ser encontrados em Ribeiro (2008). Para uma estimativa do desvio padrão em análises probabilísticas, Duncan (2000) propõe usar a Three Sigma Rule, baseada no fato de que 99,7% dos dados normalmente distribuídos estão dentro de ±3σ. A expressão 6 pode ser utilizada para obtenção do desviopadrão, quando se dispõe de dados limitados ou para avaliar coeficientes de variação publicados na literatura. HCV LCV (6) 6 onde HCV e LCV são o maior e o menor valor

4 concebível do parâmetro, respectivamente. 5 PROBABILIDADE DE RUÍNA E ACEITÁVEIS recomendados: 10 4 (Santamarina et al., 1992), 10 3 (Wolff, 1996) e 2x10 2 (ElRamly, 2001). Têm sido publicados, na literatura técnica, critérios para o gerenciamento do risco em função da probabilidade de ruína ou índice de confiabilidade e das consequências (vidas humanas, construções afetadas, prejuízos, etc.) para diferentes tipos de obras. Como se pode verificar a seguir, há variações consideráveis entre os critérios propostos. Na Tabela 2, apresentamse, de acordo com o Corps of Engineers (1997), níveis de desempenho esperados em função da probabilidade de ruína e do índice de confiabilidade. Verificase que um nível médio de desempenho corresponde nessa tabela a uma probabilidade de ruína de Tabela 2. Relação entre índice de confiabilidade e probabilidade de ruína. Nível Índice de Probabilidade confiabilidade de ruína Alto Bom Acima da média Abaixo da media Pobre Não satisfatório Perigoso 5,0 4,0 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 3 x x ,0013 0,006 0,023 0,07 0,16 Na Figura 4 e na Tabela 3, apresentamse limites de risco admissíveis propostos por Whitman (1984) e por Dell avanzi e Sayão (1998) para projetos de engenharia. Para o caso específico de taludes de minas, Whitman considera como aceitável uma P f =10 1, enquanto Dell avanzi e Sayão propõem 10 1 a Sandroni e Sayão (1992), baseados em retroanálises de taludes estáveis e rompidos de mineração de ferro, concluem pela adoção de P f =2,3x10 2 como valor máximo de projeto. Para taludes de barragens, têmse as seguintes probabilidades de ruína aceitáveis: <10 4 (Whitman, 1984), de 10 3 a 10 5 (Dell avanzi e Sayão, 1998) e 3x10 5 (Wolff, 1996). Finalmente, para taludes em geral foram encontrados na literatura os seguintes valores Figura 4. Valores usuais de probabilidade e consequências de ruína (Adaptado de Whitman, 1984) Tabela 3. Valores típicos de índice de confiabilidade e probabilidade de ruína (Dell avanzi e Sayão, 1998) Casos Fundações Taludes de mineração Barragens Estruturas de Contenção Índice de Confiabilidade 2,3 a 3,0 1,0 a 2,3 3,5 a 5,0 2,0 a 3,0 Probabilidade de ruína 10 2 a a a a APLICAÇÃO EM DOIS CASOS DA LITERATURA TÉCNICA São analisados neste trabalho pelo método de MC dois casos reais de estabilidade de taludes, o primeiro de um talude de mineração, apresentado por Sandroni e Sayão (1992), Farias e Assis (1998) e Sayão et al. (2012) e o segundo, um talude submerso apresentado por Duncan (2000). Maiores detalhes desta aplicação do método de MC podem ser encontrados em Flores (2013). 6.1 Talude de mineração Sandroni e Sayão (1992) e Sayão et al. (2012) apresentaram procedimentos para a previsão da probabilidade de ruína, pelo método FOSM, de um talude de mineração a céu aberto apresentado esquematicamente na Figura 5.

5 O material constituinte do talude era predominantemente de saprolito de quartzito ferrífero, com o nível de água, determinado por meio de piezômetros, na profundidade próxima a 80,0m abaixo da crista do talude. Figura 5. Seção típica para análise de estabilidade de talude As análises de estabilidade realizadas considerando uma superfície circular e com os valores de parâmetros geotécnicos médios apresentados na Tabela 4, indicaram, pelo método de Janbu, um FS=1,34. Os parâmetros geotécnicos e as variâncias foram obtidos de uma campanha de 50 ensaios de cisalhamento Safety Factor direto em amostras indeformadas Tabela 4. Parâmetros geotécnicos adotados (Sandroni e Sayão, 1992) c NA (kpa) ( ) (m) (kn/m 3 ) sat (kn/m ) µ , , ±24,3 ±5 ±20,0 ±1, ±1, Tabela 6 Resumo dos resultados do FS para o talude de mineração (Farias e Assis, 1998) Método Fellenius Bishop Janbu MPrice adotado FOSM 1,166 1,280 1,180 1,279 µ (FS) PE 1,160 1,254 1,175 1,253 FOSM 0,157 0,169 0,155 0,166 (FS) P f (%) PE FOSM PE 0,152 14,50 14,60 0,172 4,90 7,00 0,160 12,30 13,70 0,171 4,70 6,90 Com a finalidade de comparação, apresentase neste trabalho o resultado de uma nova análise de estabilidade do mesmo talude. Desta vez, utilizouse o método de MC, fazendo uso do software geotécnico Slide, considerando iterações, usando os parâmetros geotécnicos adotados por Sandroni e Sayão (1992). Nas análises de estabilidade foram adotados para o ângulo de atrito desviospadrões de 3 e 5. Os métodos empregados nas análises de estabilidade foram: Fellenius, Bishop Simplificado, Janbu e MorgensternPrice. A Figura 6 apresenta o modelo usado nas análises de estabilidade. Os resultados obtidos estão apresentados na Tabela W Os resultados obtidos pelos autores para a avaliação da probabilidade de ruína pelo método FOSM são apresentados na Tabela 5. Farias e Assis (1998) analisaram o mesmo talude de mineração pelos métodos FOSM e PE, considerando quatro diferentes métodos de análise de estabilidade. A Tabela 6 apresenta um resumo dos resultados. Tabela 5. Resumo de análise de estabilidade pelo método FOSM (Sandroni e Sayão, 1992) µ(fs) (FS) P f (%) β Resultados 1,341 0,161 1,80 ( 1:60) 2,12 W Material Name Solo saprolitico Quartzito ferrífero Color Unit Weight (kn/m3) Sat. Unit Weight (kn/m3) Strength Type Cohesion (kpa) Phi Water Surface (deg) Solo saprolitico Quartzito ferrífero MohrCoulomb Water Surface Figura 6. Modelo adotado nas análises de estabilidade pelo método de Monte Carlo Podese verificar que os FS determinísticos variam entre 1,177 (Janbu) e 1,269 (MorgensternPrice), sendo que o método de Bishop apresenta valor próximo do limite superior e o método de Fellenius valor intermediário. Foram obtidos valores ligeiramente superiores para os FS médios obtidos pelo método de MC. É interessante observar que os métodos de Bishop e MorgensternPrice apresentaram

6 valores praticamente idênticos. Tabela 7. Resumo dos resultados de análises probabilísticos para o talude de mineração pelo método de MC. Bishop Fellenius Janbu M&Price Simplificado =3 =3 =3 =3 =5 =5 =5 =5 FS determ.. 1,203 1,268 1,177 1,269 µ(fs) 1,247 1,312 1,217 1,312 1,256 1,322 1,226 1,322 (FS) 0,127 0,134 0,125 0,134 0,212 0,223 0,208 0,223 P f (%) 1,94 0,494 3,39 0,494 β 10,56 1,94 1,21 6,254 2,33 1,44 13,422 1,74 1,09 6,250 2,33 1,44 Podese verificar que a probabilidade de ruína e o índice de confiabilidade sofrem forte dependência do desviopadrão do ângulo de atrito, como já sugerido por Sandroni e Sayão (1992). Ao se variar o desvio padrão do ângulo de atrito de 3º para 5º, a probabilidade de ruína aumentou de 4 a 12 vezes, dependendo do método de análise de estabilidade utilizado. A Tabela 8 apresenta a comparação dos resultados obtidos pelos métodos probabilísticos FOSM (Sandroni e Sayão, 1992), FOSM e PE (Farias e Assis, 1998) e MC. Tabela 8. Resumo dos resultados de análises probabilísticos pelos métodos FOSM, PE e MC Método Felle nius Bishop Janbu M&Price FOSM 1 1,166 1,280 1,180 1,279 µ (FS) FOSM 3 1,341 PE 1 1,160 1,254 1,175 1,253 MC 2 1,256 1,322 1,226 1,322 (FS) p f (%) β FOSM 1 FOSM 3 PE 1 MC 2 FOSM 1 FOSM 3 PE 1 MC 2 FOSM 1 FOSM 3 PE 1 MC 2 0,157 0,152 0,212 14,50 14,60 10,56 1,058 1,053 1,209 0,169 0,172 0,223 4,90 7,00 6, ,477 1,443 0,155 0,161 0,160 0,208 12,30 1,67 13,70 13,42 1,161 2,12 1,094 1,089 0,166 0,171 0,223 4,70 6,90 6,25 1,679 1,480 1,441 Fonte: Farias e Assis (1998) 1, MC(=5º) 2, Sandroni e Sayão (1992) 3 Podese notar que: a) os valores de FS médios e de P f obtidos por Sandroni e Sayão (1992) são discrepantes em relação aos demais; b) os métodos de Fellenius e Janbu resultam em valores próximos de FS médio e de P f ; c) os métodos de Bishop Simplificado e MorgensternPrice resultam em valores próximos de FS médio e de P f ; d) Os métodos de Bishop Simplificado e MorgensternPrice resultam em valores mais elevados de FS e em valores mais baixos de P f que os obtidos pelos outros dois métodos; d) em relação aos métodos probabilísticos, o método de MC foi o que resultou nos maiores valores de FS médio; em termos de P f não se observa grande diferença entre os métodos probabilísticos. Adotando P f = 6,25% (MC, métodos de MorgensternPrice e Bishop), temse uma probabilidade de ruína muito superior à recomendada por Whitman (1984), Sandroni e Sayão (1992) e Dell avanzi e Sayão (1998), confirmando que o talude estudado apresentava um nível de segurança abaixo do normalmente aceitável. 6.2 Talude Submerso Duncan (2000) apresenta uma análise de estabilidade pelo método probabilístico FOSM, de um talude submerso, de 30m de altura e 600m de comprimento em planta, localizado na área portuária da cidade de São Francisco. O solo do talude é uma argila siltosa orgânica, normalmente adensada e de origem marinha e foi escavado com inclinação de 1V:0,875H. Em 20 de agosto de 1970, após escavação ao longo de 150m em planta, ocorreram deslizamentos e ruptura do talude num trecho de 135m. A Figura 7 apresenta a seção transversal do talude antes e após o deslizamento. Maiores detalhes a respeito da ruptura podem ser encontrados em Duncan e Buchignani (1973). Os parâmetros adotados pelo autor para as análises de estabilidade estão apresentados na Tabela 9. Um resumo dos resultados é apresentado na Tabela 10, onde se nota um valor de P f =18%. Duncan não informa em seu trabalho qual o método de estabilidade que utilizou, porém

7 Elevação ft MLLW Safety Factor supõese que foi empregado o método de Janbu, em razão dos resultados obtidos. Superfície escavada antes da ruptura Superfície após a ruptura Profundidade no momento da ruptura Superfície antes da ruptura Profundidade de projeto Bahia de San Francisco Superfície de ruptura estimado 1ft =0,305m Solo resistente Dique Figura 7. Geometria da ruptura do talude submerso (adaptado de Duncan, 2000). Tabela 9. Parâmetros geotécnicos da argila orgânica Variação Peso Coesão da espec. Coesão saturado kpa kpa/m kn/m 3 µ 4,79 1,54 15,71 Cv (%) 1,25 3,30 0,19 0,518 Tabela 10 Resumo dos resultados de análises probabilísticos, pelo método FOSM Resultado µ (FS) 1,17 (FS) 0,18 P f (%) 18,0 ( 1:6) β 0,94 Com a finalidade de comparação, apresentamse neste trabalho os resultados de uma análise de estabilidade pelo método de MC, usando os mesmos parâmetros adotados por Duncan. Foram utilizados os métodos de análise de Fellenius, Bishop Simplificado, Janbu, Spencer e MorgensternPrice, usando a mesma superfície de ruptura. A Figura 8 apresenta o modelo usado na análise , ,875 1 W Material Name Color Unit Weight (kn/m3) Argila siltosa orgânica Strength Type Cohesion (kpa) Cohesion Type Argila siltosa orgânica Undrained FDatum Figura 8. Modelo geométrico usado nas análises de estabilidade (em metros) Nas análises pelo método de MC foram consideradas iterações. A Tabela 11 apresenta o resumo dos resultados. Podese observar que: a) os FS médios dos métodos probabilísticos foram ligeiramente superiores aos FS determinísticos; b) o método de Janbu foi o que resultou no menor FS médio e no maior valor de P f, os métodos de Spencer e MorgensternPrice apresentaram valores intermediários e os métodos de Fellenius e Bishop Simplificado apresentaram os valores mais elevados de FS e mais baixos de P f ; c) em relação aos métodos probabilísticos, os métodos MC e FOSM apresentaram valores de FS e P f relativamente próximos. Tabela 11. Resumo das análises probabilísticas, pelo método de MC /Método F BS J S MP FS Determ. 1,191 1,202 1,126 1,156 1,158 µ (FS) FOSM 1,17 MC 1,202 1,211 1,135 1,166 1,167 (FS) FOSM 0,18 MC 0,175 0,166 0,154 0,159 0,159 P f (%) FOSM 18,00 MC 10,25 9,12 18,81 14,16 13,89 β FOSM 0,94 MC 1,214 1,276 0,880 1,045 1,055 F: Fellenius; BS: Bishop Simplificado; J: Janbu; S: Spencer e MP: MorgensternPrice. Os valores de probabilidade de ruína determinados (entre 9,1 a 18,8%) não atendem a nenhum dos critérios apresentados anteriormente, sendo classificado pelo Corps of Engineers (1997), como de nível perigoso. 7 CONCLUSÕES Neste trabalho foram analisados pelo método de Monte Carlo dois casos reais de estabilidade de taludes, o primeiro de um talude de mineração e o segundo de um talude submerso, ambos reportados na literatura técnica com análises probabilísticas pelos métodos FOSM e PE. Os seguintes métodos de estabilidade foram empregados no estudo: Fellenius, Bishop Simplificado, Janbu, Spencer e Morgenstern Price. Em ambos os casos estudados, verificouse que o fator de segurança médio e a probabilidade de ruína são influenciados pelos métodos de análise de estabilidade adotados. O método de

8 Janbu foi o que resultou em menores FS e maiores P f. Maiores FS e menores P f foram obtidos pelo método de Bishop Simplificado. Por outro lado, não se notou grande influência do método probabilístico utilizado no valor da probabilidade de ruína, observandose valores ligeiramente menores para o método FOSM em relação aos métodos PE e MC. Pôdese verificar que a probabilidade de ruína é fortemente dependente da variabilidade do ângulo de atrito. Ao se variar o desvio padrão do ângulo de atrito de 3º para 5º, a probabilidade de ruína aumentou de 4 a 12 vezes, dependendo do método de análise de estabilidade utilizado. O método de Monte Carlo apresenta uma série de vantagens perante os outros dois métodos probabilísticos. Fornece a curva de distribuição estatística do fator de segurança e a curva de convergência da probabilidade de ruína, permite o uso de diferentes tipos de distribuição probabilística para os parâmetros geotécnicos, de várias camadas de solos com diferentes distribuições de probabilidade e ainda de correlações entre as variáveis envolvidas nas análises. O conceito de probabilidade de ruína pode se tornar uma ferramenta muito valiosa na avaliação da segurança de taludes, pois leva em consideração a variabilidade dos parâmetros dos materiais geotécnicos. Porém, o trabalho mostrou que ainda não existe um consenso quanto ao que seria uma probabilidade de ruína aceitável para uso em análise de estabilidade de taludes. Somente com a realização mais frequente de análises probabilísticas e a divulgação de seus resultados, será possível aumentar gradativamente a experiência na definição de valores aceitáveis do P f e β para taludes e para os demais tipos de obras geotécnicas. REFERÊNCIAS Corps of Engineers, Engineering and Design Introduction to Probability and Reability Methods for Use in Geotechnical Engineering, Engineering Technical Letter N , Department of the Army, U. S., Washington, DC Dell avanzi, E. e Sayão, A.S. Avaliação da Probabilidade de Ruptura de Taludes. In: COBRAMSEG, 11, 1998, Brasília, Anais. Brasília, v. 2, p Duncan J. M. Factors of Safety and Reliability in Geotechnical Engineering. Journal of Geot. and Geoenvir. Engineering, Volume 126, Number 4, pp , Duncan, J. M. e Buchignano, A. L. Failure of Underwater Slope in San Francisco Bay. Journal Soil Mech. and Foundation, Division, ASCE, USA, Vol. 99 (9), p , ElRamly, H. Probabilistic Analyses of Landslide Hazards and Risks: Bridging Theory and Practice PhD. Thesis, University of Alberta, Canada, Farias, M. M. e Assis, A. P. Uma Comparação entre Métodos Probabilísticos Aplicados à Estabilidade de Taludes. In: COBRAMSEG, 11, 1998, Brasília. Anais... Brasília 1998.v. 2: p Flores, M. A, Análise Probabilistica de Estabilidade de Taludes pelo Método de Monte Carlo p. PósGraduação. Prática de Fundações e Geotecnia em Empreendimentos Imobiliarios, FESP, SP, Harr, M. E. Reliability Based Design in Civil Engineering. New York, McGrawHill, Ribeiro, R. C. H. Aplicações de Probabilidade e Estatística em Análises Geotécnicas p. Teses de Doutorado. PUC, Rio de Janeiro, Rocscience. Slide v Theory Manual. Rocscience, Toronto, Ontario, Canada, Rosenblueth, R.Y. Point Estimates for Probability Moments. Proc. of the Nat. Acad. of Sciences, Mathematics Section, vol. 72 (10), p.p Sandroni, S. S. e Sayao, A. S. F. J. Avaliação Estatística do Coeficiente de Segurança de Taludes. In: COBRAE, I, ABMS, Rio de Janeiro, p Santamarina P.J.; Altschaeffl A.G. e Chameu, J.L. Reliability of Slopes: Incorporating Qualitative Information Transportation research Record 1343, Rockfall,Prediction, control and landslide case histories, p 15, Sayão, A.S.F.J.; Sandroni, S. S.; Fontoura, S.A.B.; Ribeiro, R. C. H. Considerations on the Probability of failure of mine slopes. Soils & Rocks, v. 35, p. 3137, Whitman, R. V. Evaluating Calculated Risk in Geotechnical Engineering. Journal of the Geotechnical Engineering, Division ASCE, vol. 110 (2), , Wolff, T. F. "Probabilistic Slope Stability in Theory and Practice". Invited Paper, In Uncertainty in the Geologic Environment: From Theory to Practice, Proceedings of Uncertainty 96, ASCE Geotechnical Special Publication ASCE, USA, Number 58, pp

5 Análises de probabilidade de deslizamento de muro de arrimo

5 Análises de probabilidade de deslizamento de muro de arrimo 5 Análises de probabilidade de deslizamento de muro de arrimo 5.1. Introdução Apresentam-se, a seguir, aplicações de métodos probabilísticos em estimativas de probabilidades de deslizamento de um muro

Leia mais

RELATÓRIO TÉCNICO ARGOPAR PARTICIPAÇÔES LTDA FUNDAÇÕES ITABORAÍ SHOPPING ITABORAÍ - RJ ÍNDICE DE REVISÕES

RELATÓRIO TÉCNICO ARGOPAR PARTICIPAÇÔES LTDA FUNDAÇÕES ITABORAÍ SHOPPING ITABORAÍ - RJ ÍNDICE DE REVISÕES CLIENTE: FOLHA 1 de 17 PROGRAMA: FUNDAÇÕES AREA: ITABORAÍ SHOPPING ITABORAÍ - RJ RESP: SILIO LIMA CREA: 2146/D-RJ Nº GEOINFRA ÍNDICE DE REVISÕES REV DESCRIÇÃO E / OU FOLHAS ATINGIDAS Emissão inicial DATA

Leia mais

UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL PARECER DE GEOTECNIA

UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL PARECER DE GEOTECNIA UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL PARECER DE GEOTECNIA Rua Macéio, s/n Bairro Barcelona São Caetano do Sul /SP PAR 15026 Março/2015 Revisão 0 CPOI Engenharia e Projetos Ltda Índice 1. INTRODUÇÃO...3

Leia mais

LISTA 1 CS2. Cada aluno deve resolver 3 exercícios de acordo com o seu númeo FESP

LISTA 1 CS2. Cada aluno deve resolver 3 exercícios de acordo com o seu númeo FESP LISTA 1 CS2 Cada aluno deve resolver 3 exercícios de acordo com o seu númeo FESP Final 1 exercícios 3, 5, 15, 23 Final 2 exercícios 4, 6, 17, 25 Final 3- exercícios 2, 7, 18, 27 Final 4 exercícios 1 (pares),

Leia mais

Fundações I. UNIVERSIDADE: Curso: Escoramento de Escavação / Abaixamento de Lençol Freático. Aluno: RA: Professor Douglas Constancio

Fundações I. UNIVERSIDADE: Curso: Escoramento de Escavação / Abaixamento de Lençol Freático. Aluno: RA: Professor Douglas Constancio UNIVERSIDADE: Curso: Fundações: Escoramento de Escavação / Abaixamento de Lençol Freático Aluno: RA: Professor: Disciplina: Professor Douglas Constancio Fundações I Data: Americana, agosto de 2004. 0 FUNDAÇÕES:

Leia mais

Estabilização de uma área utilizando a contribuição da sucção: O caso de Barro Branco.

Estabilização de uma área utilizando a contribuição da sucção: O caso de Barro Branco. Estabilização de uma área utilizando a contribuição da sucção: O caso de Barro Branco. Campos, L. E. P. UFBA, Salvador, Bahia, Brasil, ledmundo@ufba.br Fonseca, E. C. UFBA, Salvador, Bahia, Brasil, evan@ufba.br

Leia mais

Probabilidade de Colapso de Muro de Solo Reforçado e Considerações de Projeto

Probabilidade de Colapso de Muro de Solo Reforçado e Considerações de Projeto Probabilidade de Colapso de Muro de Solo Reforçado e Considerações de Projeto Marcus Vinicius Weber de Campos Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, EESC-USP, São Carlos, Brasil,

Leia mais

Instrumentadas no Estado do Ceará: Estudo de Caso da Barragem Olho d'água.

Instrumentadas no Estado do Ceará: Estudo de Caso da Barragem Olho d'água. Avaliação do Risco em Barragens de Terra Instrumentadas no Estado do Ceará: Estudo de Caso da Barragem Olho d'água. Prof. Dr. Silvrano Adonias Dantas Neto Universidade Federal do Ceará Programa de Pós-graduação

Leia mais

Análise de Percolação em Barragem de Terra Utilizando o Programa SEEP/W

Análise de Percolação em Barragem de Terra Utilizando o Programa SEEP/W Análise de Percolação em Barragem de Terra Utilizando o Programa SEEP/W José Waldomiro Jiménez Rojas, Anderson Fonini. Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande

Leia mais

6 Construção de Cenários

6 Construção de Cenários 6 Construção de Cenários Neste capítulo será mostrada a metodologia utilizada para mensuração dos parâmetros estocásticos (ou incertos) e construção dos cenários com respectivas probabilidades de ocorrência.

Leia mais

Análise numérica de fundações diretas de aerogeradores Carlos A. Menegazzo Araujo, Dr. 1, André Puel, Msc 2, Anderson Candemil 3

Análise numérica de fundações diretas de aerogeradores Carlos A. Menegazzo Araujo, Dr. 1, André Puel, Msc 2, Anderson Candemil 3 Análise numérica de fundações diretas de aerogeradores Carlos A. Menegazzo Araujo, Dr. 1, André Puel, Msc 2, Anderson Candemil 3 1 MENEGAZZO Projeto e Consultoria Ltda / carlos.menegazzo@gmail.com 2 IFSC

Leia mais

Análise Numérica em Uma Estrutura de Contenção do Tipo Estaca Justaposta Grampeada Assente no Solo Poroso no Distrito Federal

Análise Numérica em Uma Estrutura de Contenção do Tipo Estaca Justaposta Grampeada Assente no Solo Poroso no Distrito Federal Análise Numérica em Uma Estrutura de Contenção do Tipo Estaca Justaposta Grampeada Assente no Solo Poroso no Distrito Federal Alexandre Gil Batista Medeiros e Renato Pinto da Cunha Departamento de Engenharia

Leia mais

4 Avaliação Econômica

4 Avaliação Econômica 4 Avaliação Econômica Este capítulo tem o objetivo de descrever a segunda etapa da metodologia, correspondente a avaliação econômica das entidades de reservas. A avaliação econômica é realizada a partir

Leia mais

5 Método de Olson (2001)

5 Método de Olson (2001) 6 5 Método de Olson (200) Na literatura existem várias técnicas empíricas para análise da liquefação de solos, como as de Campanella (985), Seed e Harder (990) e Olson (200). Neste capítulo é brevemente

Leia mais

Roda de Samba. Série Matemática na Escola

Roda de Samba. Série Matemática na Escola Roda de Samba Série Matemática na Escola Objetivos 1. Apresentar uma aplicação de funções quadráticas; 2. Analisar pontos de máximo de uma parábola;. Avaliar o comportamento da parábola com variações em

Leia mais

CAPÍTULO 9 RISCO E INCERTEZA

CAPÍTULO 9 RISCO E INCERTEZA CAPÍTULO 9 9 RISCO E INCERTEZA 9.1 Conceito de Risco Um fator que pode complicar bastante a solução de um problema de pesquisa operacional é a incerteza. Grande parte das decisões são tomadas baseando-se

Leia mais

3.0 Resistência ao Cisalhamento dos Solos

3.0 Resistência ao Cisalhamento dos Solos 3.0 Resistência ao Cisalhamento dos Solos 3.1 INTRODUÇÃO Vários materiais sólidos empregados em construção normalmente resistem bem as tensões de compressão, porém têm uma capacidade bastante limitada

Leia mais

Simulação Transiente

Simulação Transiente Tópicos Avançados em Avaliação de Desempenho de Sistemas Professores: Paulo Maciel Ricardo Massa Alunos: Jackson Nunes Marco Eugênio Araújo Dezembro de 2014 1 Sumário O que é Simulação? Áreas de Aplicação

Leia mais

2. Método de Monte Carlo

2. Método de Monte Carlo 2. Método de Monte Carlo O método de Monte Carlo é uma denominação genérica tendo em comum o uso de variáveis aleatórias para resolver, via simulação numérica, uma variada gama de problemas matemáticos.

Leia mais

Estudo da Resistência ao Cisalhamento de Interface em Fita Metálica para Soluções em Terra Armada

Estudo da Resistência ao Cisalhamento de Interface em Fita Metálica para Soluções em Terra Armada COBRAMSEG : ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. ABMS. Estudo da Resistência ao Cisalhamento de Interface em Fita Metálica para Soluções em Terra Armada Sérgio Barreto

Leia mais

Observação do Contato Concreto-Solo da Ponta de Estacas Hélice Contínua

Observação do Contato Concreto-Solo da Ponta de Estacas Hélice Contínua Observação do Contato Concreto-Solo da Ponta de Estacas Hélice Contínua Rubenei Novais Souza Petrobras S/A Rio de Janeiro - Brasil RESUMO: O trabalho apresenta uma verificação expedita realizada em uma

Leia mais

Hipótese Estatística:

Hipótese Estatística: 1 PUCRS FAMAT DEPTº DE ESTATÍSTICA TESTE DE HIPÓTESE SÉRGIO KATO Trata-se de uma técnica para se fazer inferência estatística. Ou seja, a partir de um teste de hipóteses, realizado com os dados amostrais,

Leia mais

UTILIZAÇÃO DE GEOWEB NA ROTEÇÃO SUPERFICIAL DE TALUDE DO EDIFICIO BANCO SULAMÉRICA SEGUROS SP

UTILIZAÇÃO DE GEOWEB NA ROTEÇÃO SUPERFICIAL DE TALUDE DO EDIFICIO BANCO SULAMÉRICA SEGUROS SP UTILIZAÇÃO DE GEOWEB NA ROTEÇÃO SUPERFICIAL DE TALUDE DO EDIFICIO BANCO SULAMÉRICA SEGUROS SP Autor: Departamento Técnico - Atividade Bidim Colaboração: Eng. Hérsio Antonio Ranzani Júnior JULHO 1998 Revisado

Leia mais

RETROANÁLISE DO MOVIMENTO DE MASSA DE TALUDE DE SOLO ESTUDO DE CASO

RETROANÁLISE DO MOVIMENTO DE MASSA DE TALUDE DE SOLO ESTUDO DE CASO RETROANÁLISE DO MOVIMENTO DE MASSA DE TALUDE DE SOLO ESTUDO DE CASO Flávia Aparecida Tavares Bonadeu (1), Adailton Antônio dos Santos (2). UNESC Universidade do Extremo Sul Catarinense (1)flaviabonadeu@hotmail.com,

Leia mais

Uma Avaliação do Uso de um Modelo Contínuo na Análise de Dados Discretos de Sobrevivência

Uma Avaliação do Uso de um Modelo Contínuo na Análise de Dados Discretos de Sobrevivência TEMA Tend. Mat. Apl. Comput., 7, No. 1 (2006), 91-100. c Uma Publicação da Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional. Uma Avaliação do Uso de um Modelo Contínuo na Análise de Dados Discretos

Leia mais

Análise de Sensibilidade

Análise de Sensibilidade Análise de Risco de Projetos Análise de Risco Prof. Luiz Brandão Métodos de Avaliação de Risco Análise de Cenário Esta metodologia amplia os horizontes do FCD obrigando o analista a pensar em diversos

Leia mais

Qual é o risco real do Private Equity?

Qual é o risco real do Private Equity? Opinião Qual é o risco real do Private Equity? POR IVAN HERGER, PH.D.* O debate nos mercados financeiros vem sendo dominado pela crise de crédito e alta volatilidade nos mercados acionários. Embora as

Leia mais

INSPEÇÃO BASEADA EM RISCO SEGUNDO API 581 APLICAÇÃO DO API-RBI SOFTWARE

INSPEÇÃO BASEADA EM RISCO SEGUNDO API 581 APLICAÇÃO DO API-RBI SOFTWARE INSPEÇÃO BASEADA EM RISCO SEGUNDO API 581 APLICAÇÃO DO API-RBI SOFTWARE Carlos Bruno Eckstein PETROBRAS/CENPES/PDEAB/Engenharia Básica de Equipamentos Edneu Jatkoski PETROBRAS/REPLAN/MI/Inspeção de Equipamentos

Leia mais

CURSO ON-LINE PROFESSOR GUILHERME NEVES

CURSO ON-LINE PROFESSOR GUILHERME NEVES Olá pessoal! Neste ponto resolverei a prova de Matemática Financeira e Estatística para APOFP/SEFAZ-SP/FCC/2010 realizada no último final de semana. A prova foi enviada por um aluno e o tipo é 005. Os

Leia mais

A SEGURANÇA NAS ESTRUTURAS

A SEGURANÇA NAS ESTRUTURAS A SEGURANÇA NAS ESTRUTURAS CONCEITO DE SEGURANÇA Quando uma estrutura pode ser considerada segura? SEGURANÇA: Resistência Estabilidade Durabilidade ENVOLVE DOIS CONCEITOS: Conceito Qualitativo: (Método

Leia mais

PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DE FLORESTAS TROPICAIS-PG-CFT INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA-INPA. 09/abril de 2014

PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DE FLORESTAS TROPICAIS-PG-CFT INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA-INPA. 09/abril de 2014 PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DE FLORESTAS TROPICAIS-PG-CFT INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA-INPA 09/abril de 2014 Considerações Estatísticas para Planejamento e Publicação 1 Circularidade do Método

Leia mais

Modelagens e Gerenciamento de riscos (Simulação Monte Carlo)

Modelagens e Gerenciamento de riscos (Simulação Monte Carlo) Modelagens e Gerenciamento de riscos (Simulação Monte Carlo) Prof. Esp. João Carlos Hipólito e-mail: jchbn@hotmail.com Sobre o professor: Contador; Professor da Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais

Leia mais

Estudo de Arrancamento de Grampos em Modelos Reduzidos

Estudo de Arrancamento de Grampos em Modelos Reduzidos Estudo de Arrancamento de Grampos em Modelos Reduzidos Lisiane do Rocio Bueno Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brasil, lisianebueno@hotmail.com Lucas Emilio Bernardelli Hoeltgebaum Universidade

Leia mais

O tornado de projeto é admitido, para fins quantitativos, com as seguintes características [15]:

O tornado de projeto é admitido, para fins quantitativos, com as seguintes características [15]: 4 Tornado de Projeto O tornado de projeto é admitido, para fins quantitativos, com as seguintes características [15]: Tornado do tipo F3-médio; Velocidade máxima de 233km/h = 64,72m/s; Velocidade translacional

Leia mais

SISTEMA. Tecnologia. Software. Hardware. Prazos. Pessoas. Qualidade. Custo GERENCIAMENTO DE RISCO: COMO GARANTIR O SUCESSO DOS PROJETOS DE TI?

SISTEMA. Tecnologia. Software. Hardware. Prazos. Pessoas. Qualidade. Custo GERENCIAMENTO DE RISCO: COMO GARANTIR O SUCESSO DOS PROJETOS DE TI? GERENCIAMENTO DE RISCO: COMO GARANTIR O SUCESSO DOS PROJETOS DE TI? Os projetos de Tecnologia de Informação possuem características marcantes, que os diferencia dos demais são projetos onde o controle

Leia mais

Decidir como medir cada característica. Definir as características de qualidade. Estabelecer padrões de qualidade

Decidir como medir cada característica. Definir as características de qualidade. Estabelecer padrões de qualidade Escola de Engenharia de Lorena - EEL Controle Estatístico de Processos CEP Prof. MSc. Fabrício Maciel Gomes Objetivo de um Processo Produzir um produto que satisfaça totalmente ao cliente. Conceito de

Leia mais

2 INSTRUMENTAÇÃO E SEGURANÇA DE BARRAGENS

2 INSTRUMENTAÇÃO E SEGURANÇA DE BARRAGENS 2 INSTRUMENTAÇÃO E SEGURANÇA DE BARRAGENS 2.1. Introdução O interesse crescente pela segurança de barragens tem levado, em um número apreciável de países, à implementação de normas e critérios específicos

Leia mais

As fundações podem ser classificadas como rasas ou profundas, diretas ou indiretas.

As fundações podem ser classificadas como rasas ou profundas, diretas ou indiretas. Memória de cálculo de fundações 1. Classificação As fundações podem ser classificadas como rasas ou profundas, diretas ou indiretas. As fundações rasas podem ser sapatas (isoladas ou corridas) e radiers

Leia mais

Simulação Estocástica

Simulação Estocástica Simulação Estocástica O que é Simulação Estocástica? Simulação: ato ou efeito de simular Disfarce, fingimento,... Experiência ou ensaio realizado com o auxílio de modelos. Aleatório: dependente de circunstâncias

Leia mais

ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO AULA 2. CIV 247 OBRAS DE TERRA Prof. Romero César Gomes

ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO AULA 2. CIV 247 OBRAS DE TERRA Prof. Romero César Gomes ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO AULA 2 CIV 247 OBRAS DE TERRA Prof. Romero César Gomes 2.1 Critérios de Projeto de Muros de Arrimo. 2.2 Análises da Estabilidade de Muros de Arrimo. 2.3 Exemplo de Cálculo. Aula

Leia mais

CAPÍTULO 9 Exercícios Resolvidos

CAPÍTULO 9 Exercícios Resolvidos CAPÍTULO 9 Exercícios Resolvidos R9.1) Diâmetro de esferas de rolamento Os dados a seguir correspondem ao diâmetro, em mm, de 30 esferas de rolamento produzidas por uma máquina. 137 154 159 155 167 159

Leia mais

Estimativa de Parâmetros de Argilas Moles a partir dos Conceitos de Energia do Ensaio SPT

Estimativa de Parâmetros de Argilas Moles a partir dos Conceitos de Energia do Ensaio SPT Estimativa de Parâmetros de Argilas Moles a partir dos Conceitos de Energia do Ensaio SPT Bianca de Oliveira Lobo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, UFRGS, Porto Alegre/RS, Brasil. Julia Luiza

Leia mais

Como escrever um bom RELATÓRIO

Como escrever um bom RELATÓRIO Como escrever um bom RELATÓRIO Mas o que é uma EXPERIÊNCIA? e um RELATÓRIO? Profa. Ewa W. Cybulska Profa. Márcia R. D. Rodrigues Experiência Relatório Pergunta à Natureza e a procura da Resposta Divulgação

Leia mais

Estrada de Rodagem Terraplanagem

Estrada de Rodagem Terraplanagem Estrada de Rodagem Terraplanagem Prof. Dr. Rodrigo de Alvarenga Rosa rodrigoalvarengarosa@gmail.com (27) 9941-3300 1 O motivo para realizar terraplenagem é que o terreno natural não é adequado ao tráfego

Leia mais

Cláudio Tadeu Cristino 1. Julho, 2014

Cláudio Tadeu Cristino 1. Julho, 2014 Inferência Estatística Estimação Cláudio Tadeu Cristino 1 1 Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Brasil Mestrado em Nutrição, Atividade Física e Plasticidade Fenotípica Julho, 2014 C.T.Cristino

Leia mais

DISTRIBUIÇÃO NORMAL 1

DISTRIBUIÇÃO NORMAL 1 DISTRIBUIÇÃO NORMAL 1 D ensid ade Introdução Exemplo : Observamos o peso, em kg, de 1500 pessoas adultas selecionadas ao acaso em uma população. O histograma por densidade é o seguinte: 0.04 0.03 0.02

Leia mais

A ANÁLISE DE RISCO NA AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS DE BARRAGENS NO ESTADO DO CEARÁ

A ANÁLISE DE RISCO NA AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS DE BARRAGENS NO ESTADO DO CEARÁ A ANÁLISE DE RISCO NA AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS DE BARRAGENS NO ESTADO DO CEARÁ Vicente de Paulo Pereira Barbosa Vieira, PhD Ticiana Marinho de Carvalho Studart, MSc AVALIAÇÃO ECONÔMICA E FINANCEIRA

Leia mais

Introdução ao Método de Galerkin Estocástico

Introdução ao Método de Galerkin Estocástico Introdução ao Método de Galerkin Estocástico Americo Barbosa da Cunha Junior Departamento de Engenharia Mecânica Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro 1 Introdução A dinâmica de um sistema

Leia mais

TAXA DE DESCONTO, ANÁLISE DE RISCO, MODELOS DE PREDIÇÃO

TAXA DE DESCONTO, ANÁLISE DE RISCO, MODELOS DE PREDIÇÃO TAXA DE DESCONTO, ANÁLISE DE RISCO, MODELOS DE PREDIÇÃO AGNALDO CALVI BENVENHO, IBAPE, MRICS Eng. Mecânico, Especialista em Engenharia de Avaliações e Perícias TAXA DE DESCONTO NBR 14.653-4: Taxa de desconto:

Leia mais

A desigualdade de renda parou de cair? (Parte I)

A desigualdade de renda parou de cair? (Parte I) www.brasil-economia-governo.org.br A desigualdade de renda parou de cair? (Parte I) Marcos Mendes 1 O governo tem comemorado, ano após ano, a redução da desigualdade de renda no país. O Índice de Gini,

Leia mais

Disciplina: Resistência dos Materiais Unidade I - Tensão. Professor: Marcelino Vieira Lopes, Me.Eng. http://profmarcelino.webnode.

Disciplina: Resistência dos Materiais Unidade I - Tensão. Professor: Marcelino Vieira Lopes, Me.Eng. http://profmarcelino.webnode. Disciplina: Resistência dos Materiais Unidade I - Tensão Professor: Marcelino Vieira Lopes, Me.Eng. http://profmarcelino.webnode.com/blog/ Referência Bibliográfica Hibbeler, R. C. Resistência de materiais.

Leia mais

DESEMPENHO DE MUDAS CHRYSOPOGON ZIZANIOIDES (VETIVER) EM SUBSTRATO DE ESTÉRIL E DE REJEITO DA MINERAÇÃO DE MINÉRIO DE FERRO

DESEMPENHO DE MUDAS CHRYSOPOGON ZIZANIOIDES (VETIVER) EM SUBSTRATO DE ESTÉRIL E DE REJEITO DA MINERAÇÃO DE MINÉRIO DE FERRO Belo Horizonte/MG 24 a 27/11/2014 DESEMPENHO DE MUDAS CHRYSOPOGON ZIZANIOIDES (VETIVER) EM SUBSTRATO DE ESTÉRIL E DE REJEITO DA MINERAÇÃO DE MINÉRIO DE FERRO Igor Fernandes de Abreu (*), Giovane César

Leia mais

CAPÍTULO 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

CAPÍTULO 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS CAPÍTULO 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Após a aplicação do instrumento de recolha de dados, torna-se necessário proceder à respectiva apresentação e análise dos mesmos, a fim de se poderem extrair

Leia mais

Cálculo de volume de objetos utilizando câmeras RGB-D

Cálculo de volume de objetos utilizando câmeras RGB-D Cálculo de volume de objetos utilizando câmeras RGB-D Servílio Souza de ASSIS 1,3,4 ; Izadora Aparecida RAMOS 1,3,4 ; Bruno Alberto Soares OLIVEIRA 1,3 ; Marlon MARCON 2,3 1 Estudante de Engenharia de

Leia mais

APLICAÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA EM ANÁLISES GEOTÉCNICAS

APLICAÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA EM ANÁLISES GEOTÉCNICAS Rômulo Castello Henriques Ribeiro APLICAÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA EM ANÁLISES GEOTÉCNICAS Tese de Doutorado Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil da PUC-Rio como requisito

Leia mais

Teorema do Limite Central e Intervalo de Confiança

Teorema do Limite Central e Intervalo de Confiança Probabilidade e Estatística Teorema do Limite Central e Intervalo de Confiança Teorema do Limite Central Teorema do Limite Central Um variável aleatória pode ter uma distribuição qualquer (normal, uniforme,...),

Leia mais

http://www.de.ufpb.br/~luiz/

http://www.de.ufpb.br/~luiz/ UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA MEDIDAS DESCRITIVAS Departamento de Estatística Luiz Medeiros http://www.de.ufpb.br/~luiz/ Vimos que é possível sintetizar os dados sob a forma de distribuições de frequências

Leia mais

Admissão por Transferência Facultativa 2. a Transferência Facultativa/2010 ENGENHARIA CIVIL

Admissão por Transferência Facultativa 2. a Transferência Facultativa/2010 ENGENHARIA CIVIL assinatura do(a) candidato(a) Admissão por Transferência Facultativa 2. a Transferência Facultativa/2010 Segunda Etapa Prova Dissertativa LEIA COM ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES ABAIXO. 1 Confira atentamente se

Leia mais

CÁLCULO DE INCERTEZA EM ENSAIO DE TRAÇÃO COM OS MÉTODOS DE GUM CLÁSSICO E DE MONTE CARLO

CÁLCULO DE INCERTEZA EM ENSAIO DE TRAÇÃO COM OS MÉTODOS DE GUM CLÁSSICO E DE MONTE CARLO ENQUALAB-28 Congresso da Qualidade em Metrologia Rede Metrológica do Estado de São Paulo - REMESP 9 a 2 de junho de 28, São Paulo, Brasil CÁLCULO DE INCERTEZA EM ENSAIO DE TRAÇÃO COM OS MÉTODOS DE GUM

Leia mais

Doutorando do Departamento de Construção Civil PCC/USP, São Paulo, SP paulo.barbosa@poli.usp.br 2

Doutorando do Departamento de Construção Civil PCC/USP, São Paulo, SP paulo.barbosa@poli.usp.br 2 Influência de ciclos de molhamento e secagem, da altura e do posicionamento de pilares no teor de íons cloreto presentes no concreto de estrutura com 30 anos de idade Paulo Barbosa 1, Paulo Helene 2, Fernanda

Leia mais

CONTEXTO GEOTÉCNICO EM SÃO PAULO E CURITIBA. José Maria de Camargo Barros IPT

CONTEXTO GEOTÉCNICO EM SÃO PAULO E CURITIBA. José Maria de Camargo Barros IPT CONTEXTO GEOTÉCNICO EM SÃO PAULO E CURITIBA José Maria de Camargo Barros IPT 2 Sumário Argilas cinza-esverdeadas de São Paulo x Formação Guabirotuba Solos residuais de São Paulo x Solos residuais de Curitiba

Leia mais

Estudo da Viabilidade do Uso do Penetrômetro Dinâmico Leve (DPL) para Projetos de Fundações de Linhas de Transmissão em Solos do Estado do Paraná

Estudo da Viabilidade do Uso do Penetrômetro Dinâmico Leve (DPL) para Projetos de Fundações de Linhas de Transmissão em Solos do Estado do Paraná COBRAMSEG 21: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. 21 ABMS. Estudo da Viabilidade do Uso do Penetrômetro Dinâmico Leve (DPL) para Projetos de Fundações de Linhas de

Leia mais

Universidade da Beira Interior - Departamento de Matemática ESTATÍSTICA APLICADA À PSICOLOGIA I

Universidade da Beira Interior - Departamento de Matemática ESTATÍSTICA APLICADA À PSICOLOGIA I Ano lectivo: 2008/2009 Universidade da Beira Interior - Departamento de Matemática ESTATÍSTICA APLICADA À PSICOLOGIA I Ficha de exercícios 1 Validação de Pré-Requisitos: Estatística Descritiva Curso: Psicologia

Leia mais

7Testes de hipótese. Prof. Dr. Paulo Picchetti M.Sc. Erick Y. Mizuno. H 0 : 2,5 peças / hora

7Testes de hipótese. Prof. Dr. Paulo Picchetti M.Sc. Erick Y. Mizuno. H 0 : 2,5 peças / hora 7Testes de hipótese Prof. Dr. Paulo Picchetti M.Sc. Erick Y. Mizuno COMENTÁRIOS INICIAIS Uma hipótese estatística é uma afirmativa a respeito de um parâmetro de uma distribuição de probabilidade. Por exemplo,

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS SETOR DE ENGENHARIA RURAL. Prof. Adão Wagner Pêgo Evangelista

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS SETOR DE ENGENHARIA RURAL. Prof. Adão Wagner Pêgo Evangelista UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS SETOR DE ENGENHARIA RURAL Prof. Adão Wagner Pêgo Evangelista 3 CONDUÇÃO DE ÁGUA 3.1 CONDUTOS LIVRES OU CANAIS Denominam-se condutos

Leia mais

EVENTO DE PRÉ-LANÇAMENTO DO LIVRO: TWIN CITIES SOLOS DAS REGIÕES METROPOLITANAS DE SÃO PAULO E CURITIBA

EVENTO DE PRÉ-LANÇAMENTO DO LIVRO: TWIN CITIES SOLOS DAS REGIÕES METROPOLITANAS DE SÃO PAULO E CURITIBA EVENTO DE PRÉ-LANÇAMENTO DO LIVRO: TWIN CITIES SOLOS DAS REGIÕES METROPOLITANAS DE SÃO PAULO E CURITIBA LOCAL E DATA: IPT EM 05 E 06/12/2012 Ney Augusto Nascimento, Ph.D. - UFPR Rogério F. K. Puppi, D.Sc.

Leia mais

Um estudo da correlação dos resultados patrimoniais e operacionais das seguradoras Francisco Galiza, Mestre em Economia (FGV)

Um estudo da correlação dos resultados patrimoniais e operacionais das seguradoras Francisco Galiza, Mestre em Economia (FGV) Um estudo da correlação dos resultados patrimoniais e operacionais das seguradoras Francisco Galiza, Mestre em Economia (FGV) Este estudo aborda a correlação entre os resultados operacionais e patrimoniais

Leia mais

Estudo das Aplicações de Geossintéticos em Obras Civis: Análise de Caso com Geogrelha

Estudo das Aplicações de Geossintéticos em Obras Civis: Análise de Caso com Geogrelha Estudo das Aplicações de Geossintéticos em Obras Civis: Análise de Caso com Geogrelha Carlos Alberto Ortiz Hadlich Instituto Mauá de Tecnologia, São Caetano do Sul, Brasil, caca_hadlich@hotmail.com Felipe

Leia mais

Método de Monte Carlo e ISO

Método de Monte Carlo e ISO Método de Monte Carlo e ISO GUM para cálculo l de incerteza Prof. Dr. Antonio Piratelli Filho Universidade de Brasilia (UnB) Faculdade de Tecnologia Depto. Engenharia Mecânica 1 Introdução: Erro x incerteza

Leia mais

XII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE

XII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE XII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE ESTUDO DO COMPORTAMENTO DA LINHA D ÁGUA EM UMA SEÇÃO DE TRANSIÇÃO DE UM CANAL COM MOVIMENTO GRADUALMENTE VARIADO, EM FUNÇÃO DA DECLIVIDADE DOS TALUDES. Rejane

Leia mais

DETERMINAÇÃO DA INCERTEZA DE MEDIÇÃO EM DURÔMETROS PARA PESQUISA METROLÓGICA

DETERMINAÇÃO DA INCERTEZA DE MEDIÇÃO EM DURÔMETROS PARA PESQUISA METROLÓGICA DETERMINAÇÃO DA INCERTEZA DE MEDIÇÃO EM DURÔMETROS PARA PESQUISA METROLÓGICA Pires, Fábio de Souza Nascimento, Jôneo Lopes do Cardoso, Tito Lívio Medeiros* INSTITUTO NACIONAL DE TECNOLOGIA INT 1. Introdução

Leia mais

Permeabilidade dos Solos. Mecânica de Solos Prof. Fabio Tonin

Permeabilidade dos Solos. Mecânica de Solos Prof. Fabio Tonin Permeabilidade dos Solos Mecânica de Solos Prof. Fabio Tonin Permeabilidade É a propriedade que o solo apresenta de permitir o escoamento de água através dele. (todos os solos são mais ou menos permeáveis)

Leia mais

Pesquisa em Marketing

Pesquisa em Marketing Pesquisa em Marketing Aula 4 1. Identificar o tamanho da amostral ideal 2. Saber calcular a amostra O Processo de Amostragem TIPOS DE AMOSTRAGEM Amostra não-probabilística Amostra por Conveniência Amostra

Leia mais

Introdução ao Método de Galerkin Estocástico

Introdução ao Método de Galerkin Estocástico Introdução ao Americo Barbosa da Cunha Junior Departamento de Engenharia Mecânica Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro americo.cunhajr@gmail.com 26 de julho de 2011 1 / 27 Sumário Introdução

Leia mais

Palavras-chave: Capeamento; Concreto; Compressão Axial.

Palavras-chave: Capeamento; Concreto; Compressão Axial. INFLUÊNCIA DO MATERIAL DE CAPEAMENTO NA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DOS CORPOS-DE-PROVA DE CONCRETO E ARGAMASSAS: COMPARAÇÃO ENTRE ENXOFRE, PASTA DE CIMENTO E PASTA DE GESSO Rodrigo Boesing (1); Rogério A.

Leia mais

Universidade Federal de Itajubá Instituto de Recursos Naturais DOSAGEM DO CONCRETO EHD 804 MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO. Profa.

Universidade Federal de Itajubá Instituto de Recursos Naturais DOSAGEM DO CONCRETO EHD 804 MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO. Profa. Universidade Federal de Itajubá Instituto de Recursos Naturais DOSAGEM DO CONCRETO EHD 804 MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO Profa. Nívea Pons Dosar um concreto é compor os materiais constituintes em proporções convenientemente

Leia mais

Introdução à Análise Química QUI 094 ERRO E TRATAMENTO DE DADOS ANALÍTICOS

Introdução à Análise Química QUI 094 ERRO E TRATAMENTO DE DADOS ANALÍTICOS Introdução a Analise Química - II sem/2012 Profa Ma Auxiliadora - 1 Introdução à Análise Química QUI 094 1 semestre 2012 Profa. Maria Auxiliadora Costa Matos ERRO E TRATAMENTO DE DADOS ANALÍTICOS Introdução

Leia mais

O método de Monte Carlo: algumas aplicações na Escola Básica

O método de Monte Carlo: algumas aplicações na Escola Básica 1 Universidade de São Paulo/Faculdade de Educação Seminários de Ensino de Matemática (SEMA-FEUSP) Coordenador: Nílson José Machado novembro/2009 O método de Monte Carlo: algumas aplicações na Escola Básica

Leia mais

ESTUDO DO EFEITO DAS AÇÕES DE MARKETING SOBRE O FATURAMENTO DE UMA INSTITUIÇÃO DE SAÚDE DO SUL DE MINAS GERAIS UTLIZANDO TÉCNICAS DE SÉRIES TEMPORAIS

ESTUDO DO EFEITO DAS AÇÕES DE MARKETING SOBRE O FATURAMENTO DE UMA INSTITUIÇÃO DE SAÚDE DO SUL DE MINAS GERAIS UTLIZANDO TÉCNICAS DE SÉRIES TEMPORAIS ESTUDO DO EFEITO DAS AÇÕES DE MARKETING SOBRE O FATURAMENTO DE UMA INSTITUIÇÃO DE SAÚDE DO SUL DE MINAS GERAIS UTLIZANDO TÉCNICAS DE SÉRIES TEMPORAIS Maria de Lourdes Lima Bragion 1, Nivaldo Bragion 2,

Leia mais

Estudo Comparativo de Cálculo de Lajes Analogia de grelha x Tabela de Czerny

Estudo Comparativo de Cálculo de Lajes Analogia de grelha x Tabela de Czerny Estudo Comparativo de Cálculo de Lajes Analogia de grelha x Tabela de Czerny Junior, Byl F.R.C. (1), Lima, Eder C. (1), Oliveira,Janes C.A.O. (2), 1 Acadêmicos de Engenharia Civil, Universidade Católica

Leia mais

APLICAÇÕES DA DERIVADA

APLICAÇÕES DA DERIVADA Notas de Aula: Aplicações das Derivadas APLICAÇÕES DA DERIVADA Vimos, na seção anterior, que a derivada de uma função pode ser interpretada como o coeficiente angular da reta tangente ao seu gráfico. Nesta,

Leia mais

ESCOLA SECUNDÁRIA/3 da RAINHA SANTA ISABEL 402643 ESTREMOZ PLANIFICAÇÃO ANUAL DA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA APLICADA ÀS CIÊNCIAS SOCIAIS (MACS) 10º ANO

ESCOLA SECUNDÁRIA/3 da RAINHA SANTA ISABEL 402643 ESTREMOZ PLANIFICAÇÃO ANUAL DA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA APLICADA ÀS CIÊNCIAS SOCIAIS (MACS) 10º ANO ESCOLA SECUNDÁRIA/3 da RAINHA SANTA ISABEL 402643 ESTREMOZ PLANIFICAÇÃO ANUAL DA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA APLICADA ÀS CIÊNCIAS SOCIAIS (MACS) 10º ANO ANO LETIVO DE 2015/2016 PROFESSORES: Inácio Véstia

Leia mais

ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE

ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL PROJETO DE FUNDAÇÕES Todo projeto de fundações

Leia mais

Aspectos Sociais de Informática. Simulação Industrial - SIND

Aspectos Sociais de Informática. Simulação Industrial - SIND Aspectos Sociais de Informática Simulação Industrial - SIND Jogos de Empresas Utilizada com sucesso para o treinamento e desenvolvimento gerencial Capacita estudantes e profissionais de competência intelectual

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Arquitetura e Urbanismo DISTRIBUIÇÃO AMOSTRAL ESTIMAÇÃO AUT 516 Estatística Aplicada a Arquitetura e Urbanismo 2 DISTRIBUIÇÃO AMOSTRAL Na aula anterior analisamos

Leia mais

COMENTÁRIO AFRM/RS 2012 ESTATÍSTICA Prof. Sérgio Altenfelder

COMENTÁRIO AFRM/RS 2012 ESTATÍSTICA Prof. Sérgio Altenfelder Comentário Geral: Prova muito difícil, muito fora dos padrões das provas do TCE administração e Economia, praticamente só caiu teoria. Existem três questões (4, 45 e 47) que devem ser anuladas, por tratarem

Leia mais

2 A Derivada. 2.1 Velocidade Média e Velocidade Instantânea

2 A Derivada. 2.1 Velocidade Média e Velocidade Instantânea 2 O objetivo geral desse curso de Cálculo será o de estudar dois conceitos básicos: a Derivada e a Integral. No decorrer do curso esses dois conceitos, embora motivados de formas distintas, serão por mais

Leia mais

CURSO ON-LINE PROFESSOR: VÍTOR MENEZES

CURSO ON-LINE PROFESSOR: VÍTOR MENEZES Caríssimos. Recebi muitos e-mails pedindo ajuda com eventuais recursos para as provas do BACEN. Em raciocínio lógico, eu não vi possibilidade de recursos, apesar de achar que algumas questões tiveram o

Leia mais

COMPARAÇÃO DOS TESTES DE ADERÊNCIA À NORMALIDADE KOLMOGOROV- SMIRNOV, ANDERSON-DARLING, CRAMER VON MISES E SHAPIRO-WILK POR SIMULAÇÃO

COMPARAÇÃO DOS TESTES DE ADERÊNCIA À NORMALIDADE KOLMOGOROV- SMIRNOV, ANDERSON-DARLING, CRAMER VON MISES E SHAPIRO-WILK POR SIMULAÇÃO COMPARAÇÃO DOS TESTES DE ADERÊNCIA À NORMALIDADE KOLMOGOROV SMIRNOV, ANDERSONDARLING, CRAMER VON MISES E SHAPIROWILK POR SIMULAÇÃO Vanessa Bielefeldt Leotti, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,

Leia mais

MODELO DE AVALIAÇÃO EM PROJETOS DE INVESTIMENTO DE CAPITAL

MODELO DE AVALIAÇÃO EM PROJETOS DE INVESTIMENTO DE CAPITAL MODELO DE AVALIAÇÃO EM PROJETOS DE INVESTIMENTO DE CAPITAL Marcelo Maciel Monteiro Universidade Federal Fluminense, Engenharia de Produção Rua Martins Torres 296, Santa Rosa, Niterói, RJ, Cep 24240-700

Leia mais

GERAÇÃO DE VIAGENS. 1.Introdução

GERAÇÃO DE VIAGENS. 1.Introdução GERAÇÃO DE VIAGENS 1.Introdução Etapa de geração de viagens do processo de planejamento dos transportes está relacionada com a previsão dos tipos de viagens de pessoas ou veículos. Geralmente em zonas

Leia mais

Pesquisador em Saúde Pública. Prova Discursiva INSTRUÇÕES

Pesquisador em Saúde Pública. Prova Discursiva INSTRUÇÕES Saneamento: tratamento de resíduos sólidos Pesquisador em Saúde Pública Prova Discursiva 1. Você recebeu do fiscal o seguinte material: INSTRUÇÕES a) Este Caderno de Questões contendo o enunciado das 2

Leia mais

CAPÍTULO 7 - ÁRVORES DE DECISÃO

CAPÍTULO 7 - ÁRVORES DE DECISÃO CAPÍTULO 7 - ÁRVORES DE DECISÃO 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS A árvore de decisão é uma maneira gráfica de visualizar as consequências de decisões atuais e futuras bem como os eventos aleatórios relacionados.

Leia mais

Tal questão apresenta resposta que deve abranger pelo menos três aspectos distintos, a saber:

Tal questão apresenta resposta que deve abranger pelo menos três aspectos distintos, a saber: Procedimento Proposta ABECE ESTRUTURAS DE CONCRETO CONFORMIDADE DA RESISTÊNCIA DO CONCRETO Atualmente, pode-se afirmar que no Brasil, na grande maioria das obras com estruturas de concreto, adota-se como

Leia mais

A abordagem do assunto será feita inicialmente explorando uma curva bastante conhecida: a circunferência. Escolheremos como y

A abordagem do assunto será feita inicialmente explorando uma curva bastante conhecida: a circunferência. Escolheremos como y 5 Taxa de Variação Neste capítulo faremos uso da derivada para resolver certos tipos de problemas relacionados com algumas aplicações físicas e geométricas. Nessas aplicações nem sempre as funções envolvidas

Leia mais

A distribuição Weibull-Poisson

A distribuição Weibull-Poisson A distribuição Weibull-Poisson Estela Maris P. Bereta - DEs/UFSCar Francisco Louzada-Neto - DEs/UFSCar Maria Aparecida de Paiva Franco - DEs/UFSCar Resumo Neste trabalho é proposta uma distribuição de

Leia mais

Probabilidade. Distribuição Normal

Probabilidade. Distribuição Normal Probabilidade Distribuição Normal Distribuição Normal Uma variável aleatória contínua tem uma distribuição normal se sua distribuição é: simétrica apresenta (num gráfico) forma de um sino Função Densidade

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS DE JI-PARANÁ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL LISTA DE EXERCÍCIOS 3

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS DE JI-PARANÁ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL LISTA DE EXERCÍCIOS 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS DE JI-PARANÁ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Disciplina: Estatística II LISTA DE EXERCÍCIOS 3 1. Testes de resistência à tensão foram feitas em duas estruturas

Leia mais