UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA: MESTRADO

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA: MESTRADO O PAPEL DOS DIREITOS HUMANOS NA FILOSOFIA PRÁTICA DE HABERMAS. Milene Consenso Tonetto Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção do título Mestre em Filosofia sob a orientação do Prof. Dr. Delamar Volpato Dutra. Florianópolis, 23 de fevereiro de 2006.

2 2 Para Arnaldo e Irene Direitos humanos têm faces de Jano que se voltam simultaneamente para a moral e para o direito. Sem considerar o seu conteúdo moral, eles têm a forma jurídica. Referem-se eles, como normas morais, a tudo que ostenta face humana, mas, na qualidade de normas jurídicas, protegem os indivíduos apenas à medida que pertencem a determinada comunidade jurídica ou seja, os cidadãos de um Estado Nacional. (Habermas, Sobre a legitimação pelos direitos humanos).

3 3 Agradecimentos Agradeço ao Profº. Drº. Delamar Volpato Dutra pela orientação desde as pesquisas de Iniciação Científica e Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em Filosofia, cujos resultados forneceram a base para o desenvolvimento desta dissertação de Mestrado. A todos os professores do curso de Filosofia que fizeram parte da minha formação acadêmica e, conseqüentemente, ajudaram no desenvolvimento desse trabalho, de modo especial, ao Profº. Drº. Alessandro Pinzani, à Profª Drª Maria de Lourdes Borges, ao Profº. Dr. Selvino Assmann e à Profª Drª Sônia Felipe. Agradeço, também, ao Darlei pelo carinho e pela companhia nesse período. Agradeço, finalmente, à Universidade Federal de Santa Catarina e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo financiamento da bolsa de Mestrado.

4 4 ABSTRACT: This dissertation deals with the question of the human rights in Habermas practical philosophy. It aims at examining the role that they play in his thought from the construction of the communicative action, through the discourse ethics, up to his philosophy of law. In the first part, the main elements of the juridical rationalization are reconstructed using the theory of communicative action where the concept of a discourse theory (DT) first appears. On the one hand, the application of DT in the ethical domain allows for the formulation of the Universalization Principle (UP), which is examined in the second part of the work. Among the necessary conditions for the ideal speech situation, there are some rights, for example, of the free expression of arguments. On the other hand, the application of DT in the domain of law leads to the formulation of the Democracy Principle (DmP), which is examined in the third part of the dissertation. Here the justification of a fundamental system of rights presupposes both the respect to the people s sovereignty and the human rights as they were traditionally understood. Key Words: Habermas, discourse ethics, law, human rights.

5 5 RESUMO: O tema geral da presente dissertação é a questão dos direitos humanos na filosofia prática de Habermas. Procura-se examinar o papel que eles desempenham desde a formulação do conceito da ação comunicativa, passando pela ética discursiva até a sua filosofia do direito. Na primeira parte, reconstrói-se os elementos de uma teoria da racionalização jurídica a partir da teoria da ação comunicativa onde aparecem os primeiros conceitos de uma teoria do discurso (TD). Por um lado, a aplicação da TD no âmbito da ética leva à formulação do Princípio da Universalização (PU) que é elucidado na segunda parte do trabalho. Aqui, dentre as condições da situação idealizada de fala, encontram-se alguns direitos, por exemplo, da livre expressão de argumentos. Por outro lado, a aplicação da TD no âmbito do direito leva à formulação do Princípio da Democracia (PDm) que é abordada na terceira parte do trabalho. Ali, a justificação de um sistema de direitos fundamentais pressupõe tanto o respeito à soberania do povo quanto aos direitos humanos tradicionalmente concebidos. Palavras-chave: Habermas, ética discursiva, direito, direitos humanos.

6 6 Abreviaturas TrZRhM TrTkH 1 TrTkH 2 TrMkH TrVE TrFG 1/2 TrDEA TrKHDV TrED TrTK TrZU Zur Rekonstruktion des historishen Materialismus. Frankfurt, Suhrkamp, (Cito tradução brasileira, Para a reconstrução do materialismo histórico. São Paulo: Brasiliense, 1990.) Theorie des kommunikativen Handelns. Handlungsrationalität und gesellschaftliche Rationalisierung. Frankfurt, Suhrkamp, Band 1, (Cito tradução inglesa, The theory of communicative action. Reason and the rationalization of society. [v.1] Cambrigde: Polity Press, 1997.) Theorie des kommunikativen Handelns. Zur Kritik der funktionalistischen Vernunft, Frankfurt, Suhrkamp, Band 2, (Cito tradução inglesa, The theory of communicative action. Lifeworld and system: a critique of functionalist reason. [v. 2] Cambrigde: Polity Press, 1997.) Moralbewußtsein und kommunikatives Handeln, Frankfurt, Suhrkamp, (Cito tradução brasileira, Consciência moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989.) Vorstudien und Ergänzungen zur Theorie des kommunikativen Handelns, Frankfurt, Suhrkamp, (Cito tradução espanhola, Teoría de la acción comunicativa: complementos y estudios previos. Madrid: Catedra, 1994.) Faktizität und Geltung. Beiträge zur Diskurstheorie des Rechts und des demokratischen Rechtsstaats, Frankfurt, Suhrkamp, (1992) (Cito tradução brasileira, Direito e democracia: entre facticidade e validade. [v. 1 e 2] Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997.) Die Einbeziehung des Anderen Studien zur politischen Theorie, Frankfurt, Suhrkamp, (Cito tradução brasileira, A inclusão do outro: estudos de teoria política. São Paulo, Loyola, 2002.) Kommunikatives Handeln und detranszendentalisierte Vernunft, Frankfurt, Suhrkamp, (Cito tradução argentina, Acción comunicativa y razón sin transcendencia. Buenos Aires: Paidós, 2003.) Erläuterungen zur Diskursethik, Frankfurt, Suhrkamp, (Cito tradução inglesa, Justification and application: remarks on discourse ethics. Cambridge, MIT Press, 1993). Texte und Kontexte, Frankfurt, Suhrkamp, (Cito tradução espanhola, Textos y contextos. Barcelona: Ariel, 1996). Zeit de Übergänge. Frankfurt, Suhrkamp, (Cito tradução brasileira, Era de Transições, Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 2003).

7 7 Sumário Introdução 08 1ª Parte: Os direitos humanos na teoria da ação comunicativa Capítulo 1 Elementos de uma teoria da racionalização jurídica Racionalidade e ação comunicativa A crítica de Habermas à tese da racionalização de Max Weber Os direitos humanos como condição para o alcance do consenso 36 Capítulo 2 A pragmática universal A pragmática universal dos atos de fala Discurso e pretensões de validade 57 2ª Parte: Os direitos humanos na ética discursiva Capítulo 3 A reformulação discursiva da ética O programa de fundamentação da ética discursiva A ética discursiva e a reformulação do imperativo categórico 71 Capítulo 4 O Princípio da Universalização (PU) e o do Discurso (PD) A fundamentação do PU e o argumento da contradição performativa A problemática da fundamentação dos direitos humanos 92 3ª Parte: Os direitos humanos na Filosofia do Direito Capítulo 5 A relação entre a filosofia do direito e os direitos humanos O conceito de direito subjetivo e a separação da moral e do direito O paradoxo da legitimidade que surge a partir da legalidade 112 Capítulo 6 A reconstrução do sistema de direitos e os direitos humanos O Princípio do Discurso, da Democracia e a Forma Jurídica A fundamentação absoluta e relativa dos direitos 124 Observações finais 135 Referências bibliográficas 141

8 8 INTRODUÇÃO O tema geral da presente dissertação é a questão dos direitos humanos na teoria do discurso de Habermas. Particularmente, procura-se examinar o lugar que os direitos humanos ocupam na filosofia prática habermasiana a partir da formulação da obra A teoria da ação comunicativa que é a base para a ética discursiva e para a sua filosofia do direito. Eventualmente, comparar-se-á a posição de Habermas com outros autores, especialmente Dworkin e Bobbio, a respeito dos direitos humanos levantando questões de fundamentação e aplicação dos direitos humanos. O trabalho procurará marcar uma diferença importante entre as obras A Teoria da Ação Comunicativa e Direito e Democracia. Na primeira, pode-se perceber que o conceito de ação comunicativa tem conteúdo moral, enquanto que na segunda existe a busca de uma fundamentação do direito independente da ética discursiva, isto é, neutra sob o ponto de vista de um conteúdo moral. Assim, na obra Direito e Democracia, Habermas defende a neutralidade do princípio do discurso em relação ao direito e à moral. O princípio do discurso deve, então, desdobrar-se num princípio da democracia que irá legitimar as leis jurídicas. A interligação do princípio do discurso e da forma jurídica dará gênese lógica a um sistema de direitos constituído por cinco conjuntos de direitos fundamentais. O problema específico que será analisado é o seguinte: por que Habermas reconstrói um sistema de direitos no qual alguns são fundamentados absolutamente como, por exemplo, os direitos de participação democrática e de liberdade e outros são fundamentados de forma relativa tais como os direitos a condições de vida garantidas de maneira social, técnica e ecologicamente? Tal distinção aparece na obra Direito e Democracia, mas para ser entendida é necessário analisar outros textos do pensamento do principal autor em questão. Desde o livro Para a Reconstrução do Materialismo Histórico, de 1976, onde Habermas desenvolve a teoria do agir comunicativo vinculada a uma releitura da concepção marxista de história, encontramos uma discussão sobre o papel que os direitos humanos ocupam na legitimação do Estado moderno. A principal crítica de Habermas diz respeito a quais direitos devem ser legitimados nas constituições burguesas. Segundo ele, de Hobbes a Locke, passando por Hegel, surge uma teoria da sociedade civil que garante a liberdade e

9 9 eleva o bem-estar do cidadão no sistema burguês do direito privado e nas liberdades fundamentais do cidadão. Isso, segundo Habermas, traz a polêmica sobre o preço histórico exigido pelos ideais burgueses. Veremos que essa preocupação de Habermas também é retomada principalmente na obra A teoria da ação comunicativa. Um ponto importante a ser analisado neste trabalho diz respeito à possível ligação das condições estabelecidas por Habermas como pressupostos de uma situação ideal de fala e os direitos fundamentados no sistema de direitos. Ele postula quatro condições de uma situação ideal de fala, que serão analisadas no primeiro capítulo. Agora, quando Habermas comenta essas condições, principalmente a segunda, ele explicitamente usa a linguagem dos direitos: O postulado do igual direito de fala, formulado na segunda condição, descreve a propriedade formal que todos os discursos têm que ter para desempenhar a força de uma motivação racional. 1 Se for comparada, agora, essa afirmação com a carta dos direitos humanos, por exemplo, da declaração de 1948 da ONU, notar-se-á que um direito humano é exatamente expresso nesses termos: Todos os homens têm direito à liberdade de opinião e de expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem interferências, manter opiniões, procurar, receber e compartilhar informações e idéias, por todos os meios de comunicação e independentemente de fronteiras. (Artigo XIX) Pode-se, ainda, citar o artigo X, onde é garantido o direito de uma justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra eles. Um dado importante a ser observado em Direito e Democracia é que justamente os quatro primeiros grupos do sistema de direitos fundamentais reconstruídos por Habermas, a saber, os direitos que asseguram igualdade de participação em processos de formação da opinião e da vontade, nos quais as pessoas exercitam sua autonomia política e através dos quais eles criam o direito legítimo são fundamentados absolutamente. 2 Por isso, a hipótese a ser investigada será a de que os direitos absolutos são condições necessárias para a ação comunicativa enquanto que os direitos relativos são contingentes. 1 HABERMAS, J. Teoría de la acción comunicativa: complementos y estudios prévios. [Doravante citado TrVE] Madrid: Catedra, p HABERMAS, J. Direito de democracia. Entre facticidade e validade (vol. 1). [Doravante citado TrFG 1] Rio de Janeiro: Tempo brasileiro, p.159.

10 10 Habermas sustenta, a partir do trabalho de Alexy, que os pressupostos básicos da ética discursiva podem ser formulados em termos de direitos, a saber: 3.1) É lícito a todo sujeito capaz de falar e agir participar de discursos. 3.2) a- É lícito a qualquer um problematizar qualquer asserção. b- É lícito a qualquer um introduzir qualquer asserção no discurso. c- É lícito a qualquer um manifestar suas atitudes, desejos e necessidades. 3.3) Não é lícito impedir falante algum, por uma coerção exercida dentro ou fora do discurso, de valer-se de seus direitos estabelecidos em (3.1) e (3.2). 3 Observando os comentários de Habermas, não é difícil perceber que ele fala explicitamente em direitos. A regra (3.1) estabelece os critérios para inclusão de participantes no discurso. A regra (3.2) nas formas a, b e c asseguram a todos os participantes os mesmos direitos e as mesmas oportunidades na participação da discussão. A regra (3.3) esclarece as condições da argumentação onde as pessoas podem se opor a determinadas posições sem ter medo de sofrer alguma violência ou coação. Para alcançar os objetivos acima explicitados, o trabalho será dividido em três partes. Na primeira, têm-se como objetivo reconstruir a teoria da ação comunicativa de Habermas, que irá servir de base para a sua ética discursiva e para a sua filosofia do direito. Para compreendê-las, é necessário, portanto, fazer algumas considerações sobre a teoria da ação comunicativa e da racionalização jurídica abordada por Habermas em A teoria da ação comunicativa. Nesta perspectiva, procurar-se-á elucidar o papel que os direitos humanos desempenham na teoria da ação de Habermas. Mostrar-se-á que, dentre as patologias da sociedade moderna, encontra-se o desrespeito aos direitos humanos. Desse modo, por meio da ação comunicativa pode-se restaurar a idéia e o reconhecimento dos direitos humanos dentro da sociedade. Mostrar-se-á ainda, que a tese defendida por Habermas em Direito e Democracia, a saber, a de respeitar os direitos humanos e o princípio da soberania do povo na fundamentação de um sistema de direitos, já estava presente na obra A teoria da ação comunicativa. 3 HABERMAS, J. Consciência Moral e Agir Comunicativo. [Doravante citado TrMkH] Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro p (Negritos acrescentados).

11 11 Na segunda parte do trabalho, será mostrado como a ética discursiva de Habermas decorre de sua teoria da ação comunicativa. Nesse sentido, tanto a teoria da ação comunicativa quanto a ética discursiva tem a função de resgatar um conceito comunicativo de razão e uma visão moderna de sociedade, na qual os atores agem de maneira consciente e responsável. Por meio do princípio da universalização (PU), as pessoas antes de agirem assumem múltiplas perspectivas e avaliam as possíveis conseqüências dos seus atos, colocando em jogo os valores, as normas e sanções vigentes em uma sociedade. Habermas sustenta que o PU é um princípio moral e funciona como uma regra argumentativa para a formação de normas morais que possam ser do interesse de todos. Sendo assim, nessa segunda parte, será analisado o lócus dos direitos humanos na ética discursiva estritamente vinculada à teoria da ação comunicativa habermasiana. Mostrar-se-á que alguns direitos humanos são fundamentais para a constituição de uma comunidade de comunicação e para o estabelecimento de um procedimento para validar normas de ação. Na terceira parte do trabalho, será analisada a existência de uma relação interna entre direitos humanos e democracia, sugerida por Habermas. Isso será feito tendo a finalidade de detectar a função dos direitos humanos na legitimação de um ordenamento jurídico. Mostrar-se-á que os direitos humanos, juntamente com o princípio da soberania popular, dão resposta a questão da legitimidade do ordenamento jurídico. Para construir a teoria discursiva do direito, Habermas introduz a categoria do direito moderno sob a luz do agir comunicativo, pretendendo abordar a questão da sua legitimidade. Ele, então, apresenta o princípio do discurso (PDi) capaz de legitimar o ordenamento jurídico numa sociedade pluralista através de um procedimento democrático. É através da institucionalização jurídica, que o PDi se transforma, ou nos termos de Habermas, desdobra-se num princípio da democracia (PDem).

12 12 1ª PARTE: OS DIREITOS HUMANOS NA TEORIA DA AÇÃO COMUNICATIVA Há direitos (Rechte) que se seguem de todas as normas de ação socialmente organizadas, mas o direito (das Recht) refere-se somente ao tratamento das violações de normas consideradas tão sérias que elas não podem ser tornadas boas nem serem toleradas sem outras considerações. (HABERMAS, TrTkH 2, p.175). O objetivo da primeira parte deste trabalho é reconstruir a teoria da ação comunicativa de Habermas, que irá servir de base para a sua ética discursiva e para a sua filosofia do direito. Para compreendê-las, é necessário fazer algumas considerações sobre a teoria da ação comunicativa. Nessa perspectiva, procurar-se-á elucidar o papel que os direitos humanos desempenham na filosofia habermasiana. No primeiro capítulo, será feita a apresentação dos elementos abordados por Habermas para construir sua teoria da ação. Será visto, então, como a teoria da ação comunicativa remete a alguns conceitos da teoria da ação desenvolvida por Max Weber. Na sua sociologia das religiões, Weber mostra como a ciência e o direito se tornam independentes das concepções religiosas. Segundo Habermas, isso abrirá espaços de liberdade e autonomia onde a ação comunicativa poderá atuar no mundo da vida trazendo o entendimento, o consenso, a aceitação de normas, valores e, também do caráter universal dos direitos humanos etc. Para realizar isso, é necessário fazer algumas considerações sobre a crítica habermasiana à tese de racionalização de Weber, principalmente, sobre a tese da racionalização do direito. No segundo capítulo, constatar-se-á que o conceito de ação comunicativa pressupõe a linguagem como um meio para os participantes alcançarem o entendimento. Na ação comunicativa as pessoas orientam-se por pretensões de validade ligadas aos seus atos de fala. Neste processo, as pessoas podem, reciprocamente, levantar pretensões de validade que podem ser aceitas ou contestadas. Quando as pretensões são contestadas, a ação comunicativa é interrompida. Esse impasse pode ser resolvido pelo discurso, isto é, um processo argumentativo regulado por pressupostos da situação ideal de fala que resgatará (einlösen) as pretensões de validade suspensas. Mostrar-se-á que alguns direitos estão subentendidos nesses pressupostos. O segundo capítulo tratará das questões relacionadas com a pragmática universal explicando o significado das pretensões de validade.

13 13 CAPÍTULO 1 ELEMENTOS DE UMA TEORIA DA RACIONALIZAÇÃO JURÍDICA Neste capítulo, serão apresentados os principais elementos da teoria habermasiana da ação para elucidar a sua teoria da ação comunicativa. Apesar de Habermas pouco dizer sobre os direitos humanos na construção de sua teoria da ação comunicativa, é possível encontrar vínculos indiretos entre os dois. Todavia, o objetivo principal é reconstruir essa teoria para, posteriormente, discutir o papel dos direitos humanos na sua ética discursiva e na sua filosofia do direito. Desse ponto de vista, será importante essa reconstrução, pois tanto a teoria ética quanto a filosofia do direito habermasiana remetem aos conceitos primordiais da teoria da ação comunicativa. Habermas realiza, na obra A teoria da ação comunicativa, um detalhado trabalho sobre os diversos tipos de ação social e do seu fundamento racional. Ele tem como objetivo desenvolver um conceito de racionalidade capaz de se emancipar dos pressupostos subjetivistas e individualistas que têm atacado a filosofia e a teoria social moderna. Para Habermas, o agir social não pode ser concebido somente como uma interação estratégica, onde os indivíduos regulam suas ações por interesses egoístas ou aplicando, racionalmente, meios para a obtenção de fins. O agir social deve ser entendido como uma ação comunicativa, onde os indivíduos se orientam pela busca do entendimento. Habermas desenvolve a teoria da ação social, a ética discursiva e a filosofia do direito partindo dos pressupostos da linguagem. Como será visto, a razão se manifesta, segundo o autor, de forma lingüística. No item 1.1, os conceitos de razão e de ação comunicativa serão desenvolvidos provisoriamente 4. Desse modo, pode-se mostrar como Habermas tenta efetivar a predominância da ação comunicativa sem negar a validade e a importância da ação instrumental para assegurar as condições materiais e institucionais na economia e na política. A partir desse momento, é necessário fazer algumas considerações no item 1.2 sobre a crítica que Habermas endereça à tese de racionalização de Weber, principalmente, àquela 4 Pode-se perceber, nitidamente, que o conceito de ação comunicativa foi formulado por Habermas em dois momentos na obra A Teoria da Ação Comunicativa. Num primeiro momento, Habermas faz um diagnóstico dos tipos de ação existentes na sociedade. Num segundo momento, com as contribuições da teoria weberiana da racionalização, o conceito de ação comunicativa estabelecido provisoriamente é retomado e reformulado por Habermas.

14 14 relacionada com o direito moderno. É importante ressaltar que não se pretende fazer uma comparação entre os autores em questão, a saber, Habermas e Max Weber, uma vez que esse não é o foco de estudo deste trabalho. A intenção é retomar alguns aspectos da teoria de Weber para tornar compreensível o desenvolvimento do conceito de ação comunicativa elaborado por Habermas. Ao explicitar, no item 1.2, alguns aspectos da análise habermasiana da tese de racionalização do direito de Weber, perceber-se-á que as questões relacionadas com a filosofia do direito, por exemplo, a questão de quais direitos devem ser legitimados numa constituição, ou quais são as características do direito moderno, já preocupavam Habermas em A teoria da ação comunicativa e, também, em Para a reconstrução do materialismo histórico. Com as contribuições da teoria weberiana da racionalização e com as críticas relacionadas a ela, o conceito de ação comunicativa estabelecido provisoriamente pode ser, segundo Habermas, retomado e reformulado. Habermas formula, então, o conceito de ação comunicativa perseguindo os aspectos da racionalidade da ação negligenciados na teoria da ação de Weber. No item 1.3 será investigado como o entendimento lingüístico ocorre no mundo da vida analisando a situação ideal de fala. Ao apresentar os pressupostos da situação ideal de fala, será mostrado que eles mesmos remetem a uma linguagem de direitos, isto é, eles indicam quais são os direitos que as pessoas devem ter para poder participar do discurso. Será defendido que o respeito aos direitos humanos pode ser considerada, na teoria da ação comunicativa, uma condição necessária para os indivíduos alcançarem o entendimento na prática discursiva. 1.1 Racionalidade e ação comunicativa Desde o livro Para a Reconstrução do Materialismo Histórico, onde Habermas desenvolve a teoria da ação comunicativa vinculada a uma releitura da concepção marxista de história, encontra-se uma discussão sobre o papel que os direitos humanos ocupam na legitimação do Estado moderno. Segundo Habermas, na história da humanidade, a legitimação do poder do Estado passou por diversas fases e na modernidade assumiu a

15 15 forma procedimentalista de fundamentação. Com o surgimento da sociedade e do Estado burguês, cinco temas dominaram a discussão sobre a sua legitimação: a secularização; o direito racional; o direito abstrato e o comércio capitalista de mercadorias; a soberania e, finalmente, a nação. Quanto ao papel do direito abstrato na legitimação do Estado burguês, Habermas escreve: O direito natural racional, decerto, não tem apenas um lado formal, mas também um lado conteudístico. De Hobbes a Locke, passando pelos filósofos morais escoceses (D. Hume, A.Smith, J. Millar), pelos filósofos do iluminismo francês (Helvitius, d Holbach) e pela economia política clássica, e chegando depois a Hegel, surge uma teoria da sociedade civil que indica no sistema burguês do direito privado, nas liberdades fundamentais do citoyen e no processo econômico capitalista um ordenamento que garante a liberdade e eleva o bem-estar ao máximo. 5 De fato, ao analisar o que aconteceu na Revolução Francesa, pode-se perceber que os direitos humanos fundamentais estavam intimamente vinculados ao surgimento de uma classe específica que procurava afirmar seus interesses. Por exemplo, os direitos de liberdade, considerados naturalmente humanos, foram salientados como fundamentais para a legitimação do novo modelo de Estado. Para compreender a tese de Habermas, a saber, a de que houve um novo tipo de legitimação do Estado, é necessário examinar mais detalhadamente a reconstrução que ele faz da gênese do direito moderno. Para iniciar, é importante fazer um esclarecimento metodológico e salientar o que significa reconstrução para Habermas. No mesmo texto, afirma: Analisei assim dois conceitos de legitimação: o empírico e o normativista. Um é aplicável pelas ciências sociais, mas insuficiente, já que abstrai o peso sistemático dos fundamentos de validade; o outro seria satisfatório sob esse aspecto, mas é insustentável por causa do contexto metafísico em que está inserido. Proponho, por isso, um terceiro conceito de legitimação, que chamo de reconstrutivo. 6 Assim, Habermas procurará sempre conciliar dois níveis de discurso: o empírico com o 5 Cf. HABERMAS, J. Para a reconstrução do materialismo histórico. [Doravante citado TrZRhM] São Paulo: Brasiliense, Cap. IV. p HABERMAS, TrZRhM, 1990, p.243.

16 16 normativo. Percebe-se isso tanto na sua Teoria da ação comunicativa quanto em Direito e Democracia onde aparecem uma sociologia do direito com uma filosofia da justiça. Habermas afirma, em A teoria da ação comunicativa, que o tema fundamental da filosofia é a razão. 7 Ele argumenta que a filosofia vem se esforçando, desde as suas origens, para explicar o mundo em seu conjunto ou a unidade na diversidade dos fenômenos, através de princípios que são buscados na razão e não na comunicação. 8 A filosofia não pode mais, segundo Habermas, referir-se ao conjunto do mundo, da natureza, da história e da sociedade, num sentido de um saber totalizante. A filosofia deve ser entendida como a tematização das condições formais da ação comunicativa. Assim, para Habermas, a teoria da argumentação toma uma significação especial: a ela compete a tarefa de reconstruir as pressuposições e condições pragmático-formais de um comportamento explicitamente racional. 9 Para obter o conceito ação comunicativa, Habermas fez, primeiramente, uma análise do conceito de racionalidade e uma discussão antropológica sobre a posição moderna de compreensão do mundo, caracterizando a compreensão mítica de racionalidade. 10 Segundo Habermas, sempre que fazemos uso da expressão racional supomos uma estreita relação entre racionalidade e conhecimento. 11 Sendo assim, nosso conhecimento tem uma estrutura proposicional: as opiniões podem ser representadas na forma de enunciados. 12 Para o autor, nas emissões ou manifestações lingüísticas se expressa um conhecimento. Por outro lado, nas ações teleológicas se expressa uma capacidade ou habilidade, isto é, um conhecimento implícito. Esse know how, expresso nas ações teleológicas, pode ser transformado, segundo o autor, em um know that. Se buscarmos os sujeitos gramaticais que podem completar a expressão predicativa racional temos, em princípio, dois candidatos: as pessoas, que têm conhecimento e podem ser mais ou menos racionais, e as expressões simbólicas as ações lingüísticas e não lingüísticas, comunicativas ou não comunicativas que encarnam conhecimento. Segundo Habermas, 7 HABERMAS, J. The theory of communicative action. Reason and the rationalization of society. [v.1] [Doravante citado TrTkH1] Cambrigde: Polity Press, p HABERMAS, TrTkH1, 1997, p HABERMAS, TrTkH1, 1997, p. 02. [Itálicos acrecentados]. 10 Cf. HABERMAS, TrTkH1, 1997, Cap. I. p HABERMAS, TrTkH1, 1997, p HABERMAS, TRTKH1, 1997, p.08

17 17 nós podemos chamar de racionais os homens e as mulheres, as crianças e os adultos, os ministros e os cobradores de ônibus, mas não os animais, um arbusto lilás, montanhas, ruas ou cadeiras. Nós podemos chamar de irracionais as desculpas, os atrasos, as intervenções cirúrgicas, as declarações de guerra, as reparações, os planos de construção ou as decisões tomadas numa reunião, mas não um temporal, um acidente, um prêmio da loteria ou uma doença. 13 Portanto, o conceito de racionalidade pode ser entendido, segundo Habermas, como uma disposição dos sujeitos capazes de linguagem e ação que se expressa ou se manifesta em formas de comportamento para os quais existem boas razões ou fundamentos. 14 A estreita relação entre conhecimento e racionalidade sugere que a racionalidade de uma expressão depende da confiança do saber que nela se manifesta. Assim, Habermas irá defender que as expressões racionais são acessadas por uma avaliação objetiva. Consideremos dois casos paradigmáticos: uma afirmação com que A manifesta numa atitude comunicativa uma determinada opinião e uma intervenção teleológica no mundo com a qual B persegue um determinado fim. Ambas encarnam um saber falível; ambas são tentativas que podem estar erradas. Ambas expressões, tanto o ato de fala quanto a ação teleológica, podem ser criticadas. Um ouvinte pode contestar a verdade da afirmação feita por A; um observador pode duvidar que a ação executada por B irá ter sucesso. Em ambos os casos a crítica se refere às pretensões que os sujeitos necessariamente vinculam às suas expressões para que elas sejam, respectivamente, uma afirmação ou uma ação teleológica. Essa necessidade é de natureza conceitual. 15 Desse modo, pode-se afirmar que a avaliação objetiva, defendida por Habermas, é caracterizada pela postura do ouvinte criticar ou questionar as pretensões de validade que estão vinculadas às expressões mencionadas por um falante. Nas palavras de Habermas, uma pretensão de validade pode ser contestada pelo falante vis-a-vis com o ouvinte (ou ouvintes). (...) Uma pretensão de validade equivale afirmar que as condições de validade de uma emissão estão preenchidas. 16 Como será visto no item 1.3, o exame das pretensões de 13 HABERMAS, TrTkH1, 1997, p HABERMAS, TrTkH1, 1997, p HABERMAS, TrTkH1, 1997, p HABERMAS, TrTkH1, 1997, p38.

18 18 validade controversas requerem uma forma mais exigente de comunicação, que satisfaça os pressupostos próprios de uma situação ideal chamada de discurso. O conceito de racionalidade comunicativa carrega com ele conotações que em última instância remonta à capacidade de unir sem coações e de gerar consenso a partir da força de uma fala argumentativa. Nela, os diferentes participantes superam a subjetividade inicial de seus respectivos pontos de vista e, a partir de uma comunidade de convicções racionalmente motivada, asseguram-se da unidade do mundo objetivo e do mundo da vida, isto é, da intersubjetividade do contexto em que se desenvolvem suas vidas. 17 O conceito abstrato de mundo é uma condição necessária para que os sujeitos que atuem comunicativamente possam entender-se entre si sobre o que sucede no mundo ou o que é efetivo nele. Com essa prática comunicativa se asseguram de uma vez do contexto comum de suas vidas, do mundo da vida que compartilham intersubjetivamente. 18 O conceito de racionalidade introduzido dessa maneira se refere, segundo Habermas, a um sistema de pretensões de validade que deve ser esclarecido em termos de uma teoria da argumentação. Ele chama de argumentação: um tipo de fala em que os participantes tematizam as pretensões de validade que se mostram duvidosas e tratam de desempenhá-las ou recusá-las por meio de argumentos. Uma argumentação contém razões que estão conectadas de forma sistemática com a pretensão de validade de uma expressão problemática. A força de uma argumentação é medida em um contexto dado pela pertinência das razões. Isso pode ser evidenciado, entre outras coisas, na capacidade da argumentação convencer os participantes do discurso, isto é, se é capaz de motivá-los a aceitar a pretensão de validade em questão. 19 A partir dessa formulação do conceito de argumentação, Habermas sustenta que podemos julgar a racionalidade da linguagem e da ação de um sujeito segundo seu comportamento. Segundo Steven Toulmin, qualquer participante da argumentação demonstra a sua racionalidade ou a falta dela pela forma em que atua e responde as razões que são 17 Cf. HABERMAS, TrTkH1, 1997, p HABERMAS, TrTkH1, 1997, p HABERMAS, TrTkH1, 1997, p.18

19 19 oferecidas em pró ou contra do que está em questão 20. Se ele estiver aberto a discussão, ele reconhecerá a força dessas razões ou tratará de respondê-las e, nos dois casos, estará enfrentando-as de forma racional. Mas se ele se mostra fechado à discussão, ele pode ignorar as razões contrárias ou respondê-las com afirmações dogmáticas. E nem em um e nem em outro estará enfrentando as questões racionalmente. A possibilidade de fundamentação das expressões racionais explica às pessoas que se comportam racionalmente, a disponibilidade de se expor às críticas e, se necessário, participar formalmente das argumentações. Essa lógica da argumentação não se refere, como a formal, às relações de inferência entre unidades semânticas (orações), senão às relações internas, também de tipo não dedutivo, entre as unidades pragmáticas (atos de fala) de que se compõem os argumentos. 21 Habermas irá sustentar que o entendimento é um processo de obtenção de um acordo e não pode ser meramente uma coincidência factual, nem pode ser um acordo forçado. O acordo só será válido quando ele for alcançado comunicativamente entre os participantes. Ou seja, os participantes devem concordar racionalmente com o conteúdo das emissões. Por isso, para explicar o que significa agir segundo uma atitude orientada pelo entendimento, Habermas irá sustentar que a atitude dos participantes deverá ser estabelecida pela via da análise dos atos de fala. É por isso que a teoria da ação deverá estar relacionada com uma investigação pragmática da linguagem. A pragmática universal será o objeto de estudo do segundo capítulo do presente trabalho. O quadro abaixo é utilizado por Habermas para ilustrar os tipos de argumentação e suas respectivas pretensões de validade que podem ser criticadas Apud HABERMAS, TrTkH1, 1997, p HABERMAS, TrTkH1, 1997, p HABERMAS, TrTkH1, 1997, p.23.

20 20 Formas da argumentação Objeto da argumentação Discurso teórico Expressões problemáticas Cognitivo-instrumental Pretensões de validade controversas Verdade das proposições; eficácia das ações teleológicas Discurso prático Prático-morais Correção das normas de ação Crítica estética Avaliativa Adequação dos padrões de valores Crítica terapêutica Expressivo Veracidade ou sinceridade das expressões. Discurso explicativo Inteligibilidade ou construção corretiva dos produtos simbólicos. Analisando o quadro acima, percebe-se que as formas de argumentação podem ser distinguidas de acordo com o tipo de pretensão de validade que o proponente deseja defender. Essas pretensões variam de acordo com o contexto em que a ação ocorre. Na segunda parte do trabalho, será mostrado que nos discursos práticos a pretensão normativa pode ser resgatada, caso sejam criticadas na argumentação. A esses modos de argumentação é acrescentada uma análise do enfoque semântico das formas dos enunciados. As orações descritivas que servem para a constatação de fatos podem ser asseveradas ou negadas pelo aspecto da verdade de uma proposição; as orações normativas ou orações de dever que servem a justificação de ações pelo aspecto da correção (ou de justiça) de uma forma de atuar; as orações avaliativas (ou juízos de valor) que servem para avaliar algo, pelo aspecto de adequação dos padrões de valor (ou pelo aspecto do bom), e as explicações que servem para elucidar as operações tais como falar, classificar, calcular, deduzir, julgar pelo aspecto de inteligibilidade ou correção formal das expressões simbólicas. 23 Como já foi dito, uma exposição das pretensões de validade, e, também, alguns esclarecimentos sobre as suas funções, serão feitos no capítulo 2, onde a pragmática universal será analisada. Segundo Habermas, pode-se distinguir três aspectos da fala argumentativa. Primeiro, considerada como um processo, diz respeito a uma forma de comunicação não freqüente e 23 HABERMAS, TrTkH1, 1997, p. 39.

21 21 rara, pois se aproxima de condições ideais. (...) Quando se considera a argumentação como procedimento, nós a tratamos com uma forma de interação do sujeito com regras especiais 24. Segundo: o processo discursivo de alcance do entendimento é regulado normativamente de tal maneira que os participantes: Tematizam uma pretensão de validade problemática e, Aliviados da pressão da ação e da experiência, em uma atitude hipotética, Testam com razões, e somente com razões, se procede reconhecer ou não a pretensão defendida pelos proponentes. 25 Além desses dois aspectos, Habermas também acrescenta um terceiro. A argumentação tem como seu objetivo produzir argumentos cogentes, que convençam em virtude de suas propriedades intrínsecas, com o desempenho ou com a rejeição das pretensões de validade. 26 Habermas chega, desse modo, a um primeiro conceito da ação comunicativa. Sua formulação provisória da ação comunicativa, refere-se a uma interação de ao menos dois sujeitos capazes de linguagem e de ação (...) que estabelecem uma relação interpessoal. Os atores buscam entender-se sobre uma situação de ação para assim poder coordenar de comum acordo seus planos de ação e com isso suas ações. O conceito, aqui, central, o de interpretação, refere-se, primordialmente, à negociação das definições de situações suscetíveis de consenso. Neste modelo de ação, a linguagem ocupa (...) um lugar predominante. 27 Quando Habermas analisa a linguagem, ele não a trata como um lingüista, interessado exclusivamente na riqueza do vocabulário ou nas regras gramaticais e categorias sintáticas. Ele está interessado na linguagem como um meio no qual se realizam interações, isto é, nas interações lingüisticamente mediadas. A este conceito de ação comunicativa, introduzido provisoriamente, Habermas 24 HABERMAS, TrTkH1, 1997, p. 25. Habermas apresenta no texto Teorias da verdade, originalmente publicado em 1973, as condições de uma situação ideal de fala. Essas condições serão tratadas no item 1.3 deste trabalho. 25 HABERMAS, TrTkH1, 1997, p HABERMAS, TrTkH1, 1997, p HABERMAS, TrTkH1, 1997, p.86.

22 22 vincula uma compreensão moderna do mundo para sustentar, juntamente com Max Weber, a existência de um processo universal de racionalização das imagens do mundo. Este processo, segundo Habermas, resulta em uma compreensão do mundo que prepara o caminho para a racionalização do mundo da vida. 28 A partir daí, Habermas introduz o conceito de mundo da vida (Lebenswelt) como correlato dos processos de entendimento. Ao atuar comunicativamente, os sujeitos sempre se entendem no horizonte do mundo da vida que está formado por convicções aproblemáticas. Habermas chama de mundo da vida o espaço social onde a ação comunicativa ainda é realizada. Nesse espaço, desenvolvem-se as ações que são lingüisticamente mediadas. O mundo da vida é o contexto factual intersubjetivamente compartilhado onde a linguagem, ou o sistema lingüístico permite a comunicação e a interação voltadas para o entendimento. Por isso, para Habermas, a linguagem é o medium lingüístico por meio do qual as pessoas conseguem alcançar o entendimento. Como se pode perceber, o conceito de mundo da vida é um elemento essencial na construção da teoria da ação comunicativa. Habermas chama o espaço societário em que ainda sobrevive a ação comunicativa de mundo da vida. Pode-se considerar a ação comunicativa como uma esfera da sociedade em que a linguagem desempenha o papel que o dinheiro desempenha no sistema econômico e o poder no sistema político. Assim, sem um sistema lingüístico que permita a ação comunicativa, isto é, uma interação lingüisticamente mediada, não se pode pensar e nem analisar as relações sociais cotidianas. No mundo da vida, encontram-se os elementos que tornam possível uma sociedade lingüisticamente mediada, ou seja, uma comunidade na qual prevalecem a comunicação e a interação voltadas para o entendimento entre seus membros. Do modo como foi caracterizada a ação comunicativa, pode-se afirmar que a reivindicação de direitos humanos faz parte do mundo da vida ou do mundo cotidiano das pessoas. Por sua vez, a positivação de direitos dependeria de um procedimento discursivo de legitimação de direitos. Esta etapa será abordada na terceira parte do trabalho. Até esse momento, foram apresentados alguns elementos da teoria da ação comunicativa. Agora, é necessário fazer algumas considerações sobre a crítica que Habermas endereça à teoria da ação de Weber. Ao investigar a teoria da ação de Weber, 28 Cf. HABERMAS, TrTkH1, 1997, p.43-74

23 23 Habermas detecta alguns problemas que o fizeram analisar a racionalização dos sistemas de ação, guiando-se somente pelo modelo de racionalidade regulada por fins. Esses problemas podem ser observados, principalmente, a partir da tese da racionalização do direito de Weber. Com essa análise crítica da teoria da ação weberiana, Habermas retoma o conceito de ação comunicativa, desenvolvido provisoriamente, e o apresenta de maneira definitiva. As considerações sobre a teoria da racionalização do direito de Weber também irão ajudar a elucidar as idéias relacionadas com o direito e com os direitos fundamentais sustentadas por Habermas na obra A teoria da ação comunicativa. Além disso, muitas dessas idéias serão retomadas em Direito e Democracia, o que comprova a nossa intenção de expor os elementos de uma teoria do discurso que servem de base para a filosofia do direito habermasiana. 1.2 A crítica de Habermas à tese da racionalização do direito de Max Weber. O tratamento que Habermas faz do direito e dos direitos fundamentais na obra A Teoria da Ação Comunicativa está bastante apoiado nos estudos de Max Weber sobre a racionalização da modernidade. De acordo com Habermas, Weber foi, entre os teóricos clássicos da sociologia, o único a romper com a filosofia da história e com afirmações básicas do evolucionismo. Ele fez isso sem deixar de entender a modernização da sociedade tradicional européia como um processo histórico universal de racionalização. Weber identifica, na sua sociologia, a transformação da economia capitalista e do Estado de direito, destacando a importância das esferas culturais, por exemplo, a arte, o direito, serem autônomas. Na sociologia das religiões, Weber mostra como as esferas culturais se tornam independentes das concepções ou dogmas religiosos do mundo. 29 A independência das imagens do mundo abre espaços para a autonomia e a liberdade ocupálos. A partir desse desenvolvimento da teoria weberiana, Habermas vê a possibilidade de defender uma teoria da ação comunicativa que terá como objetivo a busca de entendimento, verdade e consenso. Segundo Habermas, a institucionalização da ação comunicativa, da 29 Cf. WEBER, M. Economía y sociedad. México: Fondo de cultura económica, Cap. V (Sociologia da religião).

24 24 argumentação, do consenso, a aceitação de valores, normas, direitos humanos reivindicados pela comunidade científica, artística ou jurídica, tem como resultado a autonomia das esferas da sociedade. Apesar de reconhecer o mérito da teoria da racionalização de Weber, Habermas também aponta alguns elementos que nela considera inconsistentes. Ao fazer a análise do processo de desencantamento na história das religiões, que satisfaz as condições necessárias para surgir o racionalismo ocidental, Weber emprega, segundo Habermas, um conceito complexo e pouco esclarecido de racionalidade. Por outro lado, na sua análise da racionalização social se deixa guiar por uma restrita idéia de racionalidade, a saber, a idéia da racionalidade de acordo com fins 30. Weber afirma em Economia e Sociedade que a ação social pode ser: 1) Racional de acordo com fins: determinada por expectativas do comportamento tanto de objetos no mundo exterior como de outros homens e utilizando essas expectativas como condições ou meios para o alcance de fins próprios racionalmente contrabalançados e perseguidos. 2) Racional de acordo com valores: determinada pela crença consciente no valor ético, estético, religioso ou de qualquer outra forma como o interprete próprio e absoluto de uma determinada conduta, sem relação alguma com o resultado, ou seja, puramente nos méritos desse valor. 3) Afetiva, especialmente emotiva, determinada por afetos e estados sentimentais atuais, e 4) Tradicional: determinada por um costume arraigado. 31 Esses são, para Weber, os tipos de ação social. Mas, segundo Habermas, Weber acaba identificando a racionalização social com a expansão da racionalidade instrumental e estratégica nos contextos de ação. 32 Em outras palavras, Habermas irá sustentar que o conceito de ação que este autor se baseia não é adequado para apreender todos os aspectos das ações sociais numa teoria completa da racionalização das ações. A teoria de Weber abrange a racionalização religiosa e a racionalização social. A primeira trata da emergência histórica das estruturas da consciência moderna, e a última da 30 Cf. HABERMAS, TrTkH1, 1997, p WEBER, M. Economía y sociedad. México: Fondo de cultura económica, p HABERMAS, TrTkH1, 1997, p. 144.

25 25 materialização dessas estruturas de racionalidade em instituições. O caminho que Habermas irá percorrer, utilizando-se dos trabalhos de Weber, colocará em relevo a lógica da racionalização das imagens do mundo. Ele tentará obter a partir daí um modelo estrutural de racionalização social, para depois analisar o papel da ética protestante e a racionalização do direito. Como foi afirmado, esse trabalho vai se ater, principalmente, à crítica da racionalização do direito, pois irá elucidar as posições defendidas por Habermas. Na teoria da racionalização de Weber, a evolução do direito ocupa, segundo Habermas, um posto destacado, mas, também, ambíguo. Esta ambigüidade consiste em que a racionalização do direito torna possível tanto a institucionalização da ação econômica e administrativa racional regulada por fins, quanto a separação dos subsistemas de ação racional regulada por fins de seu fundamento prático ou moral. 33 Habermas sustenta que Weber dispõe de um conceito complexo de racionalidade prática. Essa racionalidade, parte de uma coordenação dos aspectos das ações racionais reguladas por fins e racionais reguladas por valores. Mas, por outro lado, Weber considera a racionalização social exclusivamente pelo aspecto da racionalidade regulada por fins. Este conceito de racionalidade que Weber tem usado como base de suas investigações sobre a tradição cultural não é aplicado no nível das instituições. 34 Lendo a sociologia weberiana do Estado e do direito se obtém a impressão de que nas sociedades modernas os processos de racionalização afetam somente o conhecimento teórico-empírico, os aspectos instrumentais e estratégicos da ação, enquanto a racionalidade prática não parece poder institucionalizar-se de forma autônoma, isto é, com o sentido próprio de um subsistema. 35 Para Weber, o conceito central na racionalidade dos sistemas de ação é o da racionalidade cognitivo-instrumental. Conforme foi apresentado, a grande crítica que Habermas faz à teoria da racionalização do direito weberiana se endereça ao modo como essa tarefa é realizada. Em outros termos, Weber reduz essa racionalização exclusivamente ao aspecto da racionalidade de acordo com os fins e, da mesma maneira, com a materialização da racionalidade 33 Cf. HABERMAS, TrTkH1, 1997, p Cf. HABERMAS, TrTkH1, 1997, p HABERMAS, TrTkH1, 1997, p.254.

26 26 cognitivo instrumental da economia e da administração estatal. Segundo Weber, a legitimidade de uma regra pode ser garantida: I. De maneira puramente íntima: e neste caso: i. puramente afetiva: pela entrega sentimental; ii. racional de acordo com valores: pela crença na sua validade absoluta, enquanto expressão de valores supremos geradores de deveres (morais, estéticos ou de qualquer outro tipo); iii. religioso: pela crença de que sua observância depende da existência de um bem de salvação; II. Também (ou somente) pela expectativa de determinadas conseqüências externas; ou seja, por uma situação de interesses; porém, por expectativas de um determinado gênero. 36 A partir dos critérios que podem assegurar a legitimidade de uma regra, Weber define o conceito de direito: Uma regra deve ser chamada (...) direito quando é garantida externamente pela probabilidade da coação (física ou psíquica) exercida por um grupo de indivíduos instituídos com a missão de obrigar a observância dessa regra ou de castigar sua transgressão. 37 Diferentemente de Weber, segundo Habermas, no caráter pós-tradicional do direito burguês as ações são institucionalizadas a partir de ordens legítimas, e estas se baseiam em um consenso (Einverständnis). Este consenso se fundamenta num acordo intersubjetivo de normas. Quando o consenso ou acordo normativo se baseia em normas, Weber fala de uma ação comunitária convencional (Konventionellem Gemeinschaftshandeln) 38. Na medida em que a ação é submetida a esse tipo de ligação convencional e substituída por um tipo de ação racional regulada por fins e orientada pelo sucesso, surge o problema, segundo Habermas, de como ordenar legitimamente estes âmbitos de ação interessada (Interessenhandelns) que tem se emancipado das convenções. Um acordo normativo tem 36 WEBER, M. Economía y sociedad. México: Fondo de cultura económica, p WEBER, M. Economía y sociedad. México: Fondo de cultura económica, p HABERMAS, TrTkH1, 1997, p.254.

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