PROJECTO DE GÁS NATURAL LIQUEFEITO NA PROVÍNCIA DE CABO DELGADO

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1 PROJECTO DE GÁS NATURAL LIQUEFEITO NA PROVÍNCIA DE CABO DELGADO RELATÓRIO DO ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE AMBIENTAL E DEFINIÇÃO DE ÂMBITO E TERMOS DE REFERÊNCIA RASCUNHO Maputo Setembro, 2011

2 PREPARADO POR: PARA: e Impacto, Projectos e Estudos Ambientais Lda. Av. Mártires da Machava, 968 Maputo, Moçambique Tel: (+258) Fax: (+258) impacto@impacto.co.mz ERM Southern Africa Postnet Suite 624 Private Bag X29 Gallo Manor, 2052 Johannesburg South Africa Tel: (+27) Fax: (+27) Anadarko Moçambique Área 1, Lda Av. António José Almeida, 227 Maputo, Moçambique Tel: (+ 258) Fax: (+258) mario.rassul@anadarko.com Herman.roos@anadarko.com MAPUTO SETEMBRO, 2011

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4 ACRÓNIMOS AIA APIT COLREGS DD ECAs EPDA ERM EIA EPCC EPP EUA GdM GNL IADC IFC IIP IMPACTO INAMAR INAHINA INP MARPOL MBREMP MICOA OGP OILPOL OPRC PI&As PGA PGU PNUMA REIA SPS SSA TdR UPF WWF ZEE Avaliação de Impacto Ambiental Áreas Prioritárias para o Investimento em Turismo Anadarko Moçambique Área 1, Lda Convenção sobre o Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar Documento de Discussão Agências de Crédito à Exportação Estudo de Pré-Viabilidade e Definição de Âmbito Environmental Resources Management Estudo de Impacto Ambiental Contrato de Concessão para Pesquisa e Produção Equipamento de Protecção Pessoal Estados Unidos da América Governo de Moçambique Gás Natural Liquefeito Associação Internacional de Empreiteiros de Perfuração Sociedade Financeira Internacional(International Finance Corporation) Instituto de Investigação Pesqueira Projectos e Estudos de Impacto Ambiental Limitada Instituto Nacional da Marinha Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação Instituto Nacional do Petróleo Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios Parque Marinho do Estuário de Rovuma - Baía Mnazi (Mnazi Bay-Rovuma Estuary Marine Park) Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental Associação Internacional de Produtores de Petróleo e Gás Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição do Mar por Petróleo Convenção Internacional sobre a Prevenção, Actuação e Cooperação no Combate à Poluição por Hidrocarbonetos Partes Interessadas e Afectadas Programa de Gestão Ambiental Unidade de Geração de Energia Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente Relatório do Estudo de Impacto Ambiental Sistema de Produção Submarina Saúde, Segurança e Ambiente Termos de Referência Unidade de Processamento Flutuante Fundo Mundial para a Natureza Zona Económica Exclusiva

5 ABREVIATURAS % Por cento cm Centímetros Ha Hectares km Quilómetros km 2 Quilómetros quadrados l Litro m Metros mg.l -1 Miligramas por litro m 2 Metros quadrados ml Mililitro ppm Partes por milhão

6 DEFINIÇÕES E TERMINOLOGIA Alternativa: Uma acção possível, no lugar de outra, que satisfaria a mesma finalidade e necessidade (da proposta). As alternativas podem referir-se a qualquer uma das seguintes, mas não estão limitadas a locais alternativos para o desenvolvimento, projectos alternativos para um local específico, disposições alternativas do local, concepções alternativas, processos e materiais alternativos. Impactos cumulativos: Impactos que resultam do impacto incremental da actividade proposta num recurso comum quando adicionado aos impactos das actividades razoavelmente previstas passadas, presentes ou futuras (por exemplo, descargas de nutrientes e água aquecida num rio de diferentes projectos que se combinam para causar blooms algais e perda subsequente de oxigénio dissolvido). Os impactos cumulativos podem ocorrer a partir dos impactos colectivos de acções menores individuais ao longo de um período de tempo e podem incluir impactos directos e indirectos. Impactos directos: Impactos directamente causados por uma actividade (por exemplo, ruído gerado por operações de explosão no local da actividade). Normalmente, esses impactos são associados à construção, operação ou manutenção de uma actividade e são geralmente óbvios e quantificáveis. Alternativa "Zero"/"de não implementação": A alternativa "Zero" ou "de não implementação" constitui a opção de não realização da actividade proposta ou de qualquer uma das suas alternativas. A alternativa " de não implementação" também fornece a base de referência com a qual devem ser comparados os impactos das outras alternativas. Ambiente: As imediações nas quais os humanos existem e que são compostas por: i. terra, água e atmosfera da Terra; ii. microrganismos, plantas e vida animal; iii. qualquer parte ou combinação de (i) e (ii) e as inter-relações entre elas; e iv. as condições e propriedades físicas, químicas, estéticas e culturais do supracitado que influenciam a saúde humana e o bem-estar. Isto inclui as circunstâncias, condições e objectos económicos, sociais, culturais, históricos e políticos que afectam a existência e desenvolvimento de um indivíduo, organismo ou grupo. Avaliação ambiental: O termo genérico para todas as formas de avaliação ambiental para projectos, planos, programas ou políticas. Isto inclui métodos/ferramentas, tais como avaliação de impacto ambiental, avaliação ambiental estratégica, avaliação de sustentabilidade e avaliação dos riscos ambientais. I

7 Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental: o Ministério que superintende a área do ambiente, através da Direcção Nacional da Avaliação do Impacto Ambiental. Impacto: Os efeitos positivos ou negativos no bem-estar dos humanos e/ou no ambiente. Gestão Ambiental: Garantir que as preocupações ambientais estão incluídas em todas as etapas de desenvolvimento para que o mesmo seja sustentável e não exceda a capacidade de carga do meio ambiente. Programa de Gestão Ambiental: Um plano operacional que organiza e coordena as medidas de mitigação, reabilitação e monitorização de modo a orientar a implementação de uma proposta e a sua manutenção contínua após a mesma. Impactos indirectos: Alterações indirectas ou induzidas que podem ocorrer como resultado da actividade (por exemplo, a redução de água num curso de água que reduz a disponibilidade de água para outros usos). Esses tipos de impactos incluem todos os potenciais impactos que não se manifestam imediatamente quando a actividade é realizada ou que ocorrem num local diferente como resultado da actividade. Mitigação: A implementação de medidas práticas para reduzir os impactos adversos ou aumentar os impactos benéficos de uma acção. Definição do âmbito: O processo de determinação dos limites espacial e temporal (ou seja, extensão) e questões principais a serem integradas no estudo de impacto ambiental. O objectivo principal da definição do âmbito é centralizar a avaliação ambiental num número razoável de questões importantes. A definição do âmbito também deve garantir apenas a avaliação de questões significantes e alternativas razoáveis. Significância: A significância representa a magnitude de um impacto juntamente com a probabilidade da ocorrência do mesmo. A magnitude do impacto é a alteração mensurável e é baseada na extensão, duração e intensidade do impacto. Envolvimento dos Intervenientes: O processo de envolvimento dos intervenientes (o proponente, autoridades e Partes Interessadas e Afectadas - PI&As) durante o planeamento, avaliação, implementação e/ou gestão de propostas ou actividades. II

8 RESUMO NÃO TÉCNICO Este Relatório do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (EPDA) foi compilado como parte do Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) para o desenvolvimento e operação de vários campos de gás na Área 1 da Bacia do Rovuma no Alto Mar e Fábrica de Gás Natural Liquefeito (GNL), em nome da Anadarko Moçambique Área 1, Lda (). A é uma empresa moçambicana registada e uma filial totalmente detida da Anadarko Petroleum Corporation (APC). A APC encontra-se entre as maiores empresas independentes de pesquisae produção de petróleo e gás natural no mundo. A empresa possui as principais operações terrestres nos E.U.A. abrangendo a região de Rocky Mountains, o sul dos E.U.A. e a bacia de Appalachian. A empresa opera como produtor em águas profundas no alto mar no Golfo do México e Gana e possui oportunidades adicionais de pesquisa em águas profundas no Brasil, China, Indonésia, Moçambique, Nova Zelândia e África Oriental e Ocidental. Ao criar a filial, a APC fez um compromisso a longo prazo com o governo e com o povo moçambicano para promover a pesquisa e desenvolvimento dos potenciais recursos petrolíferos do país de um modo ambiental e fiscalmente responsável. A este respeito, a Environmental Resources Management Pty Ltd. (ERM) da África Austral em parceria com a Impacto, Projecto e Estudos Ambientais Lda (IMPACTO) foi designada para realizar a AIA para o desenvolvimento e operação dos campos de gás natural da Área 1 da Bacia do de Rovuma no Alto Mar e da Fábrica de GNL (descrito detalhadamente no Capítulo 4). A AIA também actuará, sempre que possível, em conformidade com as normas internacionais de melhores práticas, tais como os Princípios de Equador (2006) e as Normas de Desempenho da Sociedade Financeira Internacional (IFC) (2006). A assinou um Contrato de Concessão para Pesquisa e Produção (EPCC) com o Governo da República de Moçambique para a Área 1 da Bacia do Rovuma. O EPCC concede à direitos exclusivos de pesquisa e aproveitamento de quantidades comerciais de hidrocarbonetos no bloco.desde então, a perfurou seis poços no alto mar (Windjammer-2, Collier-1, Ironclad-1, Barquentine-1, Lagosta-1 e Tubarão-1). Foi descoberto gás natural em quatro desses poços (Windjammer-2, Barquentine-1, Lagosta-1 e Tubarão-1) e foram encontradas evidências de petróleo em quantidades não comercializáveis num deles (Ironclad-1). A encontra-se agora na fase de pré-desenvolvimento do gás natural. O Projecto da Fábrica de LNG (daqui em diante referido como o Projecto será elaborado para recolher, transportar, processar e exportar gás natural num local remoto na costa. Este processo começará no alto mar onde o gás natural será extraído dos reservatórios de hidrocarbonetos que se localizam abaixo do leito do mar. O gás será recolhido e transportado para a instalação em terra através de gasodutos especificamente projectados para o efeito. Uma vez em terra, o gás será processado, liquefeito por arrefecimento e III

9 armazenado em depósitos de grandes dimensões especificamente desenhados. O gás líquido será, então, transportado através de gasodutos refrigerados para um cais de exportação, onde será carregado nas embarcações de GNL construídas para o efeito. Esses navios especificamente projectados mantêm o GNL no estado líquido para viagens marítimas de milhares de quilómetros. O gás líquido será, então, enviado para mercados internacionais. O Projecto proposto inclui os seguintes componentes principais: Campos de gás em mar alto; Sistema de gasodutos em mar alto que liga os campos de gás em mar alto à fábrica de GNL em terra; Gasoduto em terra a partir do ponto de desembarque do gasoduto na fábrica de GNL; Instalações em terra para processar, liquefazer e armazenar o gás natural; Infra-estruturas e serviços associados, incluindo centrais eléctricas; Instalação portuária; Instalações de exportação marítima de GNL; e Actividades logísticas, de construção e infra-estruturas associadas. A Direcção Provincial da Coordenação da Acção Ambiental ou DPCA classificou este Projecto como sendo um Projecto de Categoria A. Tal requer a realização de um processo de AIA abrangente. FINALIDADE DO RELATÓRIO DO EPDA Este relatório do EPDA apresenta os resultados da Fase do EPDA e descreve o Projecto proposto; descreve as bases de referência ambiental e social; identifica os potenciais impactos positivos e negativos resultantes do Projecto; fornece Termos de Referência (TdR) detalhados para a Fase do Estudo de Impacto Ambiental no âmbito do processo de AIA (incluindo estudos especializados e participação pública); e descreve o processo de participação pública que será realizado durante a Fase do EPDA. Consulta às Partes Interessadas e Afectadas (PI&As) A Fase do EPDA também inclui a primeira etapa do Processo de Participação Pública. Este Relatório Preliminar do EDPA será disponibilizado às PI&As, registadas (1), principais intervenientes e MICOA para análise (conforme definido no Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas). Será elaborado um Relatório de Participação Pública que irá incluir todos os (1) As PI&As incluem as pessoas que estão interessadas no Projecto e gostariam de obter mais informações, aquelas que são directamente afectados pelo Projecto e necessitam de compreender de que modo podem participar do processo de AIA, autoridades governamentais que possuem responsabilidades mandatárias relativas ao desenvolvimento do Projecto, organizações não governamentais que actuam em nome da sociedade civil e qualquer pessoa ou pessoas que possam contribuir para o processo de AIA.Se pretender registar-se como uma PI&A, são fornecidas as informações de contacto no Capítulo 8 deste relatório. IV

10 comentários recebidos das PI&As, e será anexado ao relatório do EPDA.Os comentários relevantes serão incorporados no EPDA final. Os principais objectivos da Consulta Pública são: permitir que as Partes Interessadas e Afectadas (PI&As) (incluindo comunidades, autoridades, organizações ambientais, membros interessados do público e organizações comunitárias directamente afectadas) obtenham mais informações e comentem o Projecto proposto.; e permitir às Partes Interessadas e Afectadas a análise do modo através do qual foram identificadas as questões ambientais e sociais que serão integradas na fase seguinte do processo de AIA, nomeadamente a Fase do Estudo de Impacto Ambiental (EIA). POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIOECONÓMICOS IDENTIFICADOS Potenciais Impactos Os potenciais impactos ambientais e socioeconómicos a serem avaliados na Fase do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) serão identificados com base em: Consulta com representantes da. Visitas de campo às áreas potencialmente afectadas realizadas pelos principais membros da Equipa de AIA. Questões levantadas pelas PI&As durante o processo de consulta pública. Análises de literatura de estudos semelhantes. A tabela seguinte apresenta uma lista dos potenciais impactos do projecto no ambiente biofísico e socioeconómico. Resumo dos Potenciais Impactos em Terra e alto mar Ambiente físico: Processos físicos Qualidade da água Leito do mar Movimento de sedimentos Atmosfera Ambiente socioeconómico: Pescas Tráfego marítimo Turismo e recreação Património cultural Ambiente biológico: Habitats costeiros; p.ex., corais e ervas marinhas Peixes Aves marinhas e costeiras Tartarugas Mamíferos marinhos Fauna bentónica Outros: Gestão de resíduos Eventos não rotineiros em alto mar e acidentes e perigos graves V

11 Resumo dos Potenciais Impactos em Terra Ambiente físico: Atmosfera Geologia e solos Hidrologia e geohidrologia Paisagem e aspectos visuais/estéticos Ruído e vibração Ambiente socioeconómico: Demografia Emprego e actividades económicas Utilização da terra Serviços de infra-estrutura Unidades de saúde, bem-estar e cuidados de saúde Recreação e turismo Trabalhadores Arqueologia e património cultural Ambiente biológico: Ecologia terrestre (incluindo mamíferos, aves, anfíbios e répteis, flora e habitats). Áreas de preservação da natureza Outros: Gestão de resíduos Eventos não rotineiros em alto mar e acidentes e perigos graves ESTUDOS ESPECIALIZADOS PROPOSTOS Com base nos resultados da Fase do EPDA do processo de AIA, propõe-se a realização dos seguintes estudos especializados na Fase do EIA: No continente : Solos e Aptidão da Terra (incluindo testes das características físicoquímicas do solo, inspecção visual seguida por testes, se necessário, da contaminação existente e geologia regional para determinar os potenciais impactos no solo). Habitats e Flora (descrever e mapear os tipos de habitats existentes - incluindo habitats sensíveis, espécies raras, ameaçadas, em perigo e protegidas - e identificar as espécies da flora de modo a determinar potenciais impactos) Répteis e anfíbios (identificar e determinar os possíveis impactos nas espécies de répteis e anfíbios). Avifauna (determinar a existência e abundância de espécies de avifauna existentes na área do Projecto e potenciais impactos nas mesmas). Mamíferos (identificar e descrever os habitats dos mamíferos em áreas directa e indirectamente afectadas pelo projecto e identificar as espécies de mamíferos existentes em áreas directa e indirectamente afectadas pelo projecto e os potenciais impactos do projecto de desenvolvimento nessas espécies). VI

12 Ruído (avaliar os impactos que o proposto projecto de desenvolvimento pode ter nos receptores potencialmente sensíveis ao ruído). Ar (determinar o estado da qualidade do ar local utilizando os dados de monitorização existentes ou realizar medições no e nas imediações do local. Confirmação dos padrões de vento regionais, assim como quaisquer padrões localizados. O estudo determinará os potenciais impactos na qualidade do ar e contribuirá para a determinação de potenciais impactos na saúde). Resíduos (o especialista interagirá com a equipa de projecto técnico para identificar os potenciais resíduos e os seus impactos e desenvolver medidas de mitigação.). No alto mar: Ecologia marinha (determinar os impactos nos habitats marinhos e espécies sensíveis, p.ex. tartarugas e mamíferos marinhos). Modelação marinha (o estudo utilizará informação da equipa técnica (nomeadamente, informações de dragagem, caracterização dos sedimentos, etc.) para modelar os níveis de turbidez e os impactos na erosão da praia). Social: Socioeconómico (descrever as condições socioeconómicas de base e determinar os potenciais impactos socioeconómicos). Paisagem e aspectos visuais/estéticos (determinar o impacto visual associado com o projecto de desenvolvimento proposto). Utilização da terra (classificar e delinear os actuais padrões de utilização da terra incluindo concessões existentes e solicitadas e identificar potenciais limitações do projecto). Património cultural e arqueológico (determinar a presença de locais de importância arqueológica e património cultural/histórico e determinar os potenciais impactos nos mesmos). Saúde da comunidade (determinar o estado de saúde da comunidade e os potenciais impactos na saúde). Turismo (analisar e actualizar, sempre que necessário, as informações referentes a situações de turismo na área do projecto de modo a prever potenciais impactos no turismo). VII

13 Meios de subsistência (determinar impactos sobre os meios de subsistência na potencial área de influência. O estudo incluirá a pesquisa de gabinete e recolha de dados primários). Pescas (compreender a importância dos recursos pesqueiros na área do projecto e identificar as actividades de pesca comercial, de subsistência e recreativa de modo a determinar os impactos nas pescas e na indústria pesqueira local). Tráfego Marítimo (compreender o nível de operações do tráfego marítimo ao longo da costa que pode ser afectado pela fábrica de GNL proposta e instalações associadas durante todas as fases do projecto de desenvolvimento). Infra-estrutura e tráfego (descrever o estado da integridade das rotas de transporte do projecto e avaliar a adequação relativamente à funcionalidade e segurança). Todos os especialistas irão propor medidas de mitigação para evitar ou minimizar os impactos identificados. Os Termos de Referência para a Fase do EIA são apresentados no Anexo B. CONCLUSÃO Este Relatório do EPDA foi elaborado de modo a fornecer às PI&As uma oportunidade de comentar todos os aspectos do Projecto proposto e do processo de AIA, incluindo a Fase do EPDA, os estudos especializados propostos e a Fase do EIA que se segue à Fase do EPDA. Os comentários devem ser enviados para a Impacto através do endereço, números de telefone/fax ou endereço de indicados abaixo. Os comentários a serem incluídos no Relatório EPDA Final devem ser enviados para a Impacto até 14 de Outubro de ENVIE OS SEUS COMENTÁRIOS PARA: Felicidade Munguambe Impacto Av. Mártires da Machava, Maputo Tel: Fax: fmunguambe@impacto.co.mz VIII

14 ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO PROPONENTE DO PROJECTO ANTECEDENTES FINALIDADE DO RELATÓRIO ESTRUTURA DO RELATÓRIO 4 2 QUADRO LEGAL E REGULADOR INTRODUÇÃO QUADRO LEGAL DE MOÇAMBIQUE Autoridades Relevantes em Moçambique Legislação Ambiental e Petrolífera OUTRAS CONSIDERAÇÕES LEGAIS CONVENÇÕES INTERNACIONAIS REQUISITOS DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS INTERNACIONAIS E NORMAS INTERNACIONAIS DE MELHORES PRÁTICAS Introdução Princípios do Equador Normas de Desempenho da Sociedade Financeira Internacional (SFI) Directrizes de Segurança, Saúde e Ambiente (SSA) da SFI REQUISITOS DE OUTRAS INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS IMPORTANTES Introdução Associação Internacional de Empreiteiros de Perfuração Associação Internacional de Produtores de Óleo e Gás (OGP) O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) Iniciativa da Energia e Biodiversidade (EBI) POLÍTICA DA COMPANHIA DA ANADARKO 28 3 O PROCESSO DE AIA FASE 1: PRÉ-AVALIAÇÃO DA AIA (INSTRUÇÃO DO PROCESSO) FASE 2: FASE DO ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE AMBIENTAL E DEFINIÇÃO DE ÂMBITO (EPDA) Recolha de Dados de Base Relatório do EPDA Consulta às Partes Interessadas e Afectadas (PI&As) Revisão do Relatório do EPDA pelas Autoridades FASE 3: FASE DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) Estudos Especializados EIA e Plano de Gestão Consulta Planeada para a Fase do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) Revisão do Relatório do EIA pelas Autoridades e Licenciamento CALENDÁRIO DA AIA 35 4 DESCRIÇÃO DO PROJECTO PROPOSTO E DAS ALTERNATIVAS CONSIDERADAS INTRODUÇÃO 36 IX

15 4.1.1 Conceito Geral e Justificativa do Projecto Localização e Área do Projecto ELEMENTOS DO PROJECTO NO ALTOMAR ELEMENTOS DO PROJECTO EM TERRA ELEMENTOS DO PROJECTO NA COSTA CALENDÁRIO PROPOSTO DO PROJECTO CONSIDERAÇÃO DE ALTERNATIVAS Alternativas de Localização Alternativas de Disposição das infra-estruturas Alternativas Tecnológicas e de Processo Alternativa Zero (de não implementação do projecto) 47 5 DESCRIÇÃO DA ÁREA DE REFERÊNCIA INTRODUÇÃO ÁREA DE ESTUDO E DEFINIÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRECTA E INDIRECTA AMBIENTE FÍSICO (PENÍNSULA DE AFUNGI E CABO DELGADO) Clima Geologia Regional Hidrologia e Geohidrologia Solos Oceanografia Física AMBIENTE BIOLÓGICO - AFUNGI Vegetação e Habitats Fauna AMBIENTE BIOLÓGICO - CABO DELGADO Vegetação e Habitats Fauna ÁREAS PROTEGIDAS - AFUNGI E CABO DELGADO 75 6 AMBIENTE SOCIOECONÓMICO ESTRUTURA DEMOGRÁFICA E ADMINISTRATIVA Província de Cabo Delgado ASSENTAMENTOS COSTEIROS ASSENTAMENTOS COSTEIROS ACTIVIDADES ECONÓMICAS Pescas Actividades Agrícolas e Segurança Alimentar Turismo COMODIDADES E SERVIÇOS Península de Afungi Península de Cabo Delgado PLANOS E PROJECTOS EXISTENTES Península de Afungi Península de Cabo Delgado PATRIMÓNIO CULTURAL E ARQUEOLOGIA Península de Afungi Península de Cabo Delgado TRÁFEGO MARÍTIMO 94 X

16 7 IDENTIFICAÇÃO DOS POTENCIAIS IMPACTOS INTRODUÇÃO QUESTÕES FATAIS IDENTIFICAÇÃO DO IMPACTO COSTEIRO E EM ALTOMAR IMPACTOS TERRESTRES IMPACTOS CUMULATIVOS CONCLUSÕES 8-2 REFERÊNCIAS 8-3 XI

17 1 INTRODUÇÃO 1.1 PROPONENTE DO PROJECTO A Anadarko Moçambique Área 1, Lda () é uma empresa moçambicana registada e uma filial totalmente detida da Anadarko Petroleum Corporation (APC).A Anadarko Moçambique Área 1 () detem 36,5% da área 1 da Bacia do Rovuma e os seus parceiros são a Mitsui E&P Limited (20%), BPRL Ventures Moçambique BV (10%), Videocon Mozambique (10%) e Cove Energy Moçambique Rovuma Offshore, Ltd. (8.5%) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, EP s (ENH s) com 15%. A é o operador da Área 1 em nome dos seus parceiros, conforme estipulado no Acordo Conjunto de Operação. A possui escritórios em Maputo e Pemba, estando a sua sede localizada na Rua Joseph Ki-Zerbo, nº 227, em Maputo, Moçambique. A APC é sediada em Woodlands, Texas, E.U.A. Com quase 2,4 mil milhões de barris de petróleo equivalente (BBOE) de reservas comprovadas no final do ano de 2010, a APC encontra-se entre as maiores empresas independentes de pesquisa e produção de petróleo e gás natural no mundo. A empresa possui as principais operações em terra nos E.U.A. abrangendo a região de Rocky Mountains, o sul dos E.U.A. e a bacia de Appalachian. A empresa opera como produtor em águas profundas no alto mar no Golfo do México e Gana e possui oportunidades adicionais de pesquisa em águas profundas no Brasil, China, Indonésia, Nova Zelândia e Gana, Costa de Marfim, Serra Leoa, Quénia e Moçambique. Ao criar a, a APC assumiu um compromisso a longo prazo com o governo e com o povo moçambicano para promover a pesquisa e desenvolvimento dos potenciais recursos petrolíferos do país de um modo ambiental responsável. A APC, um membro da Associação Internacional de Produtores de Petróleo e Gás (OGP), está empenhada em promover um projecto seguro, responsável e lucrativo como membro da indústria de gás e petróleo de pesquisa, desenvolvimento, produção e transporte para benefício global. Encontram-se disponíveis mais informações acerca da Anadarko no portal da internet: ANTECEDENTES Em Dezembro de 2006, a e seus parceiros assinaram um Contrato de Concessão para Pesquisa e Produção (EPCC) com o Governo da República de Moçambique para a Área 1 da Bacia do Rovuma (Figura 1.1). 1

18 Figura 1.1 Localização da Área 1 na Bacia do Rovuma, norte de Moçambique Rovuma em terra O EPCC concede à direitos exclusivos de pesquisa e aproveitamento de quantidades comerciais de hidrocarbonetos na Área 1.Sob este contrato, a comprometeu-se a, durante o Primeiro Período de Exploração, realizar levantamentos sísmicos 2D e 3D e a perfurar no mínimo sete poços de pesquisa, (dos quais quatro localizados a profundidades superiores a 200 m) 2

19 Na sequência dos resultados dos levantamentos sísmicos e dos resultados iniciais de perfuração, a obteve a aprovação do Governo de Moçambique para efectuar no 2 poços em águas profundas em substituição dos 3 em águas rasas. O compromisso do primeiro período passou portanto para um total de 6 poços em águas profundas (profundidades superiores a 200 metros). A aprovação do Ministério dos Recursos Minerais foi obtida a 23 de Abril de Desde modo a efectuou seis poços no alto mar (Windjammer-2, Collier-1, Ironclad-1, Barquentine-1, Lagosta-1 e Tubarão-1), tendo descoberto gás natural em quatro desses poços (Windjammer-2, Barquentine-1, Lagosta-1 e Tubarão-1). Foram encontrados elementos comprovativos de petróleo em quantidades não comerciais num deles (Ironclad-1). A encontra-se agora na fase de pre-desenvolvimento (fase de planeamento). O desenvolvimento do Projecto implicará a perfuração de poços adicionais no alto mar e a instalação de uma plataforma de produção flutuante para recolher o gás natural, transportando-o através de um gasoduto submarino para a costa, e a construção de uma fábrica de gás natural liquefeito (GNL) para liquefazer o gás natural. O GNL será, então, enviado através de um gasoduto para um cais de carga e exportado para os países compradores. Nos termos do EPCC, a tem a obrigação de cumprir com toda a legislação ambiental aplicável da República de Moçambique. É pois neste âmbito que se realiza o presente AIA. O Ministério para a Coordenação de Acção Ambiental (MICOA), através da Direcção Provincial de Avaliação de Impacto Ambiental, classificou o Projecto como uma actividade de Categoria A, exigindo uma AIA. A carta de categorização do projecto encontra-se no Anexo A deste relatório. A AIA completa compreende a definição do âmbito, avaliação de impactos e o desenvolvimento de planos de gestão apropriados. A contratou a Environmental Resources Management Southern Africa (Pty) Ltd (ERM) e a Impacto, Projectos e Estudos Ambientais Lda (IMPACTO) para realizarem a AIA em conformidade com a legislação moçambicana. Sempre que possível, a AIA também seguirá os padrões internacionais e as boas práticas, tais como os Princípios de Equador e Normas de Desempenho de IFC. Além disso, a é obrigada a garantir que todos os seus empreiteiros cumpram com as boas práticas internacionais e com as leis e regulamentos de Moçambique. 1.3 FINALIDADE DO RELATÓRIO Este documento constitui o Relatório do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito (EPDA) para a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) para o desenvolvimento e operação dos campos de gás natural da Área 1 da bacia do Rovuma em alto mar e da Fábrica de GNL. Foi elaborado pela ERM e 3

20 Impacto em nome da, a empresa responsável pelo desenvolvimento do campo. A Fase do EPDA oferece uma oportunidade para obter informação inicial do projecto, dos seus elementos e o seu contexto ambiental e social. Isto permite uma identificação prévia (1) dos potenciais impactos ambientais e sociais que o projecto poderá provocar. Esses impactos serão, então, avaliados em maior detalhe no EIA (os Termos de Referência para a Fase do EIA são apresentados no Anexo B). Este relatório documenta as actividades de âmbito para o projecto e os resultados subsequentes. Além disso, o documento destina-se a fornecer às PI&As: Informações gerais sobre o proposto Projecto; Uma descrição do ambiente natural e social da área do Projecto; Detalhes da abordagem a ser adoptada para avaliar a importância dos impactos; e Uma oportunidade para iniciar um diálogo com o Projecto para permitir comentários sobre as suas consultas iniciais, questões e preocupações que podem ser utilizados para desenvolver e aperfeiçoar o processo de AIA. Este Relatório de Definição de Âmbito será disponibilizado para consulta pública na sua forma preliminar (rascunho). Todos os comentários recebidos e as respectivas respostas aos mesmos serão incluídos no Relatório Final do EPDA antes da apresentação ao MICOA. 1.4 ESTRUTURA DO RELATÓRIO A estrutura do restante Relatório do EPDA é apresentada na Tabela 1.1: Tabela 1.1 Estrutura do Relatório do EPDA Secção Capítulo 2 Processo de AIA - Abordagem e metodologia Capítulo 3 Quadro Legal Capítulo 4 Descrição do projecto e alternativas Capítulo 5 Situação de referência ambiental - Afungi e Cabo Delgado Conteúdo Delineia a abordagem e a metodologia que será adoptada para concluir o EIA e resume o processo de AIA realizado para o projecto até à data Resume os requisitos legais para a AIA e outros requisitos legais que devem ser respeitados, incluindo as convenções internacionais pertinentes. Descreve as actividades propostas e explica a consideração de alternativas. Descreve o ambiente biofísico existente dos locais seleccionados de Afungi e Cabo Delgado. (1) Note-se que o Relatório do EPDA identifica e analisa os principais impactos, avalia as alternativas do projecto, e define o âmbito do EIA através da selecção ou identificação de componentes ambientais que poderão ser afectadas pelas operações petrolíferas, para as quais será efectuada uma avaliação detalhada e a recomendação de medidas de mitigação. 4

21 Secção Capítulo 6 Situação de referência socioeconómica - Afungi e Cabo Delgado Capítulo 7 Identificação preliminar dos impactos Capítulo 8 Conclusões Referências Conteúdo Descreve o ambiente socioeconómico existente dos locais seleccionados de Afungi e Cabo Delgado que possam ser afectados pelo projecto. Fornece um resumo das principais questões identificadas e os potenciais impactos associados com o projecto de desenvolvimento proposto. Descreve as conclusões do Estudo do EPDA e os passos seguintes. Fornece todas as referências utilizadas no Relatório EPDA. Além disso, o relatório inclui os seguintes anexos: Anexo A: Carta do MICOA Anexo B: TdR para o EIA Anexo C: Lista de espécies biológicas (corais, aves e peixes) Anexo D: Plano de Participação Pública para a Fase do EPDA 5

22 2 QUADRO LEGAL E REGULADOR 2.1 INTRODUÇÃO O objectivo deste capítulo é fornecer uma descrição geral dos requisitos legais relevantes e das normas aplicáveis. O Projecto deverá estar em conformidade com o seguinte: Requisitos legais de Moçambique; Tratados internacionais dos quais Moçambique é signatário. Estes incluem diversos tratados, convenções e protocolos internacionais relativos a questões tais como biodiversidade, alterações climáticas e poluição marinha; e Normas e directrizes ambientais e sociais relevantes, incluindo: Normas de Desempenho da Sociedade Financeira Internacional (IFC); e Princípios do Equador. Por fim, a desenvolveu um conjunto de políticas e especificações relacionadas com o desempenho de Saúde, Segurança e Ambiente (SSA), os quais também são consideradas neste capítulo (Secção 1.7). 2.2 QUADRO LEGAL DE MOÇAMBIQUE Esta secção delineia o actual quadro jurídico em Moçambique, no que se refere ao Projecto, e destaca as áreas específicas da legislação moçambicana que se aplicam ao mesmo ou podem influenciar o Projecto durante o planeamento, desenvolvimento e operação. Está incluído, especificamente, o seguinte: um resumo das principais autoridades reguladoras e outros organismos pertinentes; e uma breve descrição do actual regime regulamentar de AIA em Moçambique Autoridades Relevantes em Moçambique As principais instituições e os seus principais papéis e responsabilidades relativamente à protecção ambiental e indústria petrolífera em Moçambique encontram-se resumidos na Tabela 2.1 6

23 Tabela 2.1 Resumo das Responsabilidades Institucionais Instituição Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) Papéis e responsabilidades O MICOA é responsável por coordenar todas as actividades ambientais a nível nacional de modo a promover a gestão, preservação e utilização racional dos recursos naturais do país, assim como propor políticas e estratégias ambientais para a integração em planos de desenvolvimento do sector. O Ministério promove o desenvolvimento sustentável do país através da implementação de direcção da política ambiental do país. A Direcção Nacional de Avaliação de Impacto Ambiental (DNAIA) é a instituição responsável pela ) elaboração de propostas de lei, licenciamento de actividades, coordenação do processo de AIA e preparação de directrizes, monitorização de impactos ambientais e auditoria. É a Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental. Instituto Nacional do Petróleo (INP) O INP é o organismo regulador para as actividades de pesquisa, produção e transporte de hidrocarbonetos em Moçambique, incluindo a atribuição de licenças. É uma entidade legal de direito público sedeada em Maputo, com delegações nas províncias. O âmbito do INP inclui a avaliação e manutenção do conhecimento sobre os recursos petrolíferos em Moçambique, promoção do investimento nos levantamentos petrolíferos e participação na definição do contrato e obrigações de trabalho do contrato e empresas concessionárias. O INP deve inspeccionar os locais, edifícios e instalações onde são realizadas operações petrolíferas e observar a execução de actividades petrolíferas, incluindo inspeccionar todos os bens, registos e dados na posse do operador. O papel do INP inclui: Elaboração de propostas para o Ministério dos Recursos Minerais (MIREM) em matérias relacionadas com legislação e políticas do sector petrolífero. Responsabilidade por todos os aspectos relacionados com o licenciamento, incluindo nomeação, negociação e emissão de licenças. Avaliar os recursos petrolíferos antes do licenciamento e durante as actividades de pesquisa, desenvolvimento e produção. Monitorar e auditar as operações petrolíferas e assegurar que a estrutura organizativa e os procedimentos dos operadores são adequados e em conformidade com os objectivos e padrões estipulados na legislação, regulamentos, directrizes, acordos e de acordo com os padrões e códigos de do operador. Administrar a base nacional de dados de petróleo, incluindo a sua colecta, armazenamento extracção e distribuição., Fornecer informação sobre o sector petrolífero às instituições governamentais e ao público. Possuir competência, habilidades e sistemas para realizar as suas tarefas com competência, eficiência e eficácia. Ministério dos Recursos Minerais (MIREM) MIREM é o ministério que dirige e implementa as políticas relativas à pesquisa geológica, inventário e pesquisa de recursos minerais, incluindo carvão e hidrocarbonetos. No sector petrolífero, é o 7

24 Instituição Papéis e responsabilidades ministério responsável pela aprovação dos regulamentos necessários e por assegurar a implementação do Regulamento sobre as Operações Petrolíferas. Este ministério está dividido em duas principais Direcções: A Direcção Nacional de Recursos Minerais e a Direcção Nacional do Carvão e Hidrocarbonetos. Ministério da Agricultura (MINAG) O Ministério da Agricultura - MINAG é o organismo do Estado que dirige, planeia e garante a implementação de políticas em termos de terra, agricultura, produção de gado, florestas, fauna e hidráulica agrícola. O papel do MINAG inclui a administração, gestão, protecção e preservação dos recursos necessários para realizar a actividade agrícola, especialmente, terra, água, florestas, animais domésticos e selvagens. O seu papel também inclui a promoção da produção, agro-industrialização e a comercialização de produtos e factores de produção agrícola. Além disso, é tarefa do MINAG conduzir e transmitir investigação agrícola, extensão rural e assistência técnica aos produtores. As competências do MINAG incluem: a) Preparação e proposta para aprovação e implementação de políticas e estratégias relacionadas com o desenvolvimento do sector; b) Estabelecimento de normas para licenciamento, supervisão e monitorização de recursos agrícolas; c) Garantir a saúde de plantas e animais; d) Implementação de programas para a investigação agrícola e divulgação dos seus resultados; e) Promoção da criação e desenvolvimento de infra-estruturas básicas e serviços de apoio para actividades dos agentes económicos do sector. O MINAG é representado a nível provincial pela Direcção Provincial de Agricultura. A nível distrital, as questões relacionadas com a agricultura são tratadas pelos Serviços Distritais de Actividades Económicas. Registo/cadastro das concessões de terras A Direcção Nacional de Geografia e de Cadastro (DINAGECA) pertence ao Ministério da Agricultura. Uma das suas responsabilidades é garantir a implementação da política nacional de terras. Além disso, deve coordenar, promover, desenvolver, supervisionar e monitorizar actividades relacionadas com o cadastro, levantamento de terra em grande escala e imagens de satélite. A DINAGECA possui uma direcção em Maputo e Serviços Provinciais de Geografia e Cadastro em cada uma das províncias do país. A nível provincial existe uma direcção provincial de geografia e cadastro compreendendo diversos sectores: documentação, procedimentos, topografia, levantamento e cartografia. A Direcção Provincial de Geografia e Cadastro é responsável por delimitar pedidos de terra e concessões a nível provincial. Os Serviços Provinciais de Geografia e Cadastro não autorizam/atribuem o 8

25 Instituição Papéis e responsabilidades direito de uso e aproveitamento da terra (DUAT), mas preparam e canalizam a respectiva documentação para a autoridade relevante. Não existem quaisquer Direcções Distritais de Geografia e Cadastro, embora seja designado um representante com funções temporárias para as áreas onde a procura por terra é mais intensa ou problemática. As responsabilidades dos Serviços Provinciais de Geografia e Cadastro incluem: Elaboração de um mapa de utilização da terra (com base nos direitos do título) a nível provincial e documentação de todos os procedimentos no processo de autorização dos direitos de utilização da terra. Os Serviços Provinciais de Geografia e Mapeamento não autorizam/atribuem o direito de uso e aproveitamento da terra (DUAT),, mas preparam e canalizam a respectiva documentação para a autoridade relevante. Responsabilidade pela lei e regulamento de terras, pela resolução de disputas, pela transferência do uso da terra e direitos de uso e a recolha de taxas de uso da terra. Registo da terra comunitária adquirida sob direito consuetudinário e documentação dos direitos adquiridos por pessoas individuais sob direito consuetudinário (de acordo com a lei de terras). Partilha e fornecimento de informações relevantes para o planeamento económico na Província ao fornecer informações sobre áreas ocupadas ou abandonadas. A Direcção também auxilia na preparação de planos principais para a ocupação de terra em coordenação com outras instituições. O Capítulo III do Regulamento da Lei de Terras (Direitos de Uso e Aproveitamento da Terra) concede às comunidades locais direitos sobre a terra que ocupam (Artigo 9). As comunidades locais que se encontram a ocupar a terra de acordo com as práticas consuetudinárias adquirem os direitos sobre a terra, excepto quando a terra se encontra legalmente reservada para uma determinada finalidade ou se for uma Zona de Protecção Parcial. Se necessário, ou a pedido das comunidades, a terra comunal pode ser identificada e lançada no Cadastro Nacional de Terras. Os cidadãos moçambicanos que tenham utilizado uma parcela de terra continuamente há pelo menos 10 anos também podem adquirir os direitos de uso e aproveitamento da terra (Artigo 10). O direito de uso e aproveitamento da terra também pode ser adquirido por indivíduos ou associações, nacionais ou internacionais, com base na autorização de um pedido formal realizado pelo proponente (Artigo 11). O Artigo 24 define o processo de aquisição dos direitos de uso e aproveitamento da terra adquirido ao abrigo duma autorização, que inclui: Documento de identificação do requerente, de for pessoa singular, e Estatutos, no caso de se tratar de pessoa colectiva Mapa com a localização do local Memória descritiva do projecto Indicação da natureza e dimensão do projecto 9

26 Instituição Papéis e responsabilidades Parecer escrito pelo Administrador Distrital, precedido de consulta com a comunidade local Deve ser publicamente apresentado uma edital da proposta para atribuição de terra no respectivo distrito ou no próprio local Comprovativo de pagamento do depósito para o pagamento da taxa de autorização provisória Os investimentos do sector privado também são obrigados a envolver os Serviços de Cadastro, as administrações locais, assim como as comunidades locais na identificação da terra necessária (Artigo 25). A agência governamental apropriada (de acordo com a área da actividade económica, por exemplo, turismo, mineração, agricultura, etc.) também deve apresentar um parecer técnico relativamente ao plano de uso de terra do proponente (Artigo 26). O Artigo 27 do Regulamento da Lei de Terras, revogado pelo Decreto 43/2010 de 20 de Outubro, estipula que os Administradores Distritais devem elaborar um parecer escrito com base na consulta prévia com as comunidades locais relativamente ao pedido de terras no Distrito. Na primeira instância, os Serviços de Cadastro devem enviar uma cópia do pedido ao respectivo Administrador de Distrito solicitando as informações necessárias relativamente ao estado das terras. Será simultaneamente realizado um levantamento pelos Serviços de Cadastro, o Administrador de Distrito (ou o(a) seu(sua) representante, membros da aldeia e Conselhos Consultivos Locais, membros das comunidades locais, donos e ocupantes de terras adjacentes e o Proponente (ou o(a) seu(sua) representante. Os resultados do levantamento devem ser redigidos e assinados no mínimo pelos membros da aldeia e Conselhos Consultivos Locais. O relatório identificará a existência ou não de outros utilizadores da terra na área solicitada. Ministério das Pescas (MdP) O Ministério das Pescas é o organismo do Estado que auxilia o Governo na definição e implementação dos princípios, objectivos, políticas e planos de actividades para a gestão de recursos pesqueiros, actividades de pesca e respectivos serviços, assim como equipamento de pesca. O Ministério das Pescas possui os seguintes objectivos: a) Garantir a gestão responsável, protecção e preservação de recursos pesqueiros, promovendo, entre outros, os métodos de gestão participativa; b) Garantir a protecção e preservação dos recursos marinhos e a exploração sustentável dos recursos pesqueiros; c) Promover o desenvolvimento da pesca e actividades relacionadas, em termos quantitativos e qualitativos; d) Promover e desenvolver, em águas nacionais, a produção de pesca destinada à oferta interna e de exportação; e) Promover a formação no sector, com o objectivo de contribuir para a melhoria da qualidade de vida das comunidades de pescadores. As áreas de intervenção do Ministério das Pescas incluem o regulamento técnico específico da pesca em águas nacionais de Moçambique, licenciamento de exploração de recursos pesqueiros e das actividades de pesca relacionadas, garantia da supervisão das actividades pesqueiras nas águas nacionais de Moçambique, definição da política nacional para actividades piscatórias e de monitorização das embarcações pesqueiras de Moçambique em águas estrangeiras e internacionais. 10

27 Instituição Papéis e responsabilidades O Instituto de Investigação Pesqueira - IIP é o organismo subordinado do Ministério das Pescas que é responsável por avaliar e informar o estado das pescas e dos recursos aquáticos, do ponto de vista biológico e ecológico, e que fornece as recomendações necessárias para a gestão das pescas. O Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca de Pequena Escala - IDPPE) é responsável por realizar estudos com vista à criação de políticas de desenvolvimento, estratégias, planos e programas para a pesca de pequena escala. Também é responsável pelo estudo e promoção de projectos para o desenvolvimento da pesca de pequena escala, relativamente aos aspectos socioeconómicos, tecnologia de pesca e tecnologias relacionadas com as actividades que são complementares à pesca. Além disso, o IDPPE é responsável por promover e coordenar projectos de desenvolvimento da pesca de pequena escala, assim como promover seminários, viagens de campo, cursos e seminários orientados para a formação de pescadores profissionais e de pequena escala. O Ministério das Pescas é representado a nível provincial pela Direcção Provincial das Pescas. A nível distrital, as questões relacionadas com a pesca são tratadas pelos Serviços Distritais de Actividades Económicas. Ministério do Turismo (MITUR) O Ministério do Turismo - MITUR foi criado em 2000, pelo decreto presidencial 1/2000 de 17 de Janeiro. O MITUR é o organismo do Estado responsável, de acordo com os princípios, objectivos e tarefas definidas pelo Governo, pela aplicação da política nacional de turismo nos domínios público, privado e comunitário. Os papéis do MITUR incluem: a) Promoção do desenvolvimento sustentável do turismo com vista à contribuição para o desenvolvimento social e económico do país; b) Promoção da preservação da vida selvagem e a sua exploração como um dos componentes necessários ao desenvolvimento do turismo; c) Contribuição para o aumento da receita do Estado através da promoção e desenvolvimento do turismo interno e externo. d) Promoção do aumento das oportunidades de emprego com vista a garantir uma melhoria nos padrões de vida das populações locais; e) Promoção do desenvolvimento do turismo com vista à contribuição do reforço da unidade nacional para melhorar o conhecimento do país pelos seus cidadãos e de intercâmbios culturais com outras nações; f) Contribuição para o estabelecimento de uma política para o licenciamento da expansão do jogo em hotéis e instalações semelhantes com o objectivo de melhorar a rede de turismo nacional e consequentemente melhorar a receita do Estado; g) Promoção da formação profissional dos trabalhadores para melhorar a qualidade dos serviços fornecidos pelo sector. O MITUR é representado a nível provincial pela Direcção Provincial do Turismo. A nível distrital, as questões relacionadas com o turismo são tratadas pelos Serviços Distritais de Actividades Económicas. Instituto Nacional da Marinha (INAMAR) O INAMAR é uma instituição pública constituída legalmente com autonomia administrativa e financeira criada pelo governo da 11

28 Instituição Papéis e responsabilidades República de Moçambique através de administração relevante. Os seus papéis, enquanto Autoridade Marítima Reguladora, são prescritos ao abrigo do Decreto n.º 32 de 18 de Agosto de O objectivo da INAMAR é actuar nas áreas de segurança marítima, protecção de navios e instalações portuárias, transporte marítimo, agência e estiva, pessoal marítimo, preservação do ambiente marinho e administração marítima. Relacionado com o licenciamento do equipamento e material marítimo, acções de promoção para evitar e combater a poluição marinha, coordenação com outras autoridades nas actividades de busca e salvamento, garantir comunicações entre embarcações e estações costeiras, controlo do manuseamento e transporte de bens perigosos e investigação de incidentes e desrespeito marítimo. A INAMAR também é responsável pelo licenciamento e supervisão das actividades de mergulho e salvamento marítimo e reboque. As responsabilidades para com a protecção do ambiente marinho incluem propor legislação e regulamentos para combater a poluição de embarcações, coordenando acções para combater a poluição marinha e participando em fóruns para estabelecer regras e normas a este respeito. Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação (INAHINA) Ministério da Saúde (MISAU) O INAHINA é responsável pela segurança da navegação marítima na forma de "Avisos aos Navegantes" para a navegação marítima nas águas moçambicanas. É responsável pela preparação e comercialização de publicações náuticas tais como cartas, rotas de navegação, lista de faróis, tabelas de marés, etc. e também é responsável pela operação e manutenção de sistemas de ajuda à navegação. Os principais objectivos do Ministério da Saúde são: Promover e incentivar a resolução de problemas de saúde, Projectar e desenvolver programas para promover e proteger a saúde e a prevenção e combate à doença; Prestar cuidados de saúde à população através do sector da saúde pública; Promover e apoiar o sector privado sem fins lucrativos; Promover, supervisionar e apoiar um Sistema Comunitário para a prestação de cuidados de saúde; e Política de formulação farmacêutica e orientar a sua implementação em conformidade com as directrizes delineadas pelo Governo. O MISAU é representado a nível nacional pela Direcção Nacional de Saúde, a nível provincial pela Direcção Provincial de Saúde e a nível distrital pela Direcção Distrital de Saúde. A saúde da comunidade é uma prioridade do Ministério, que possui uma Direcção Nacional de Saúde Pública, assim como um Departamento de Saúde da Comunidade, e está a desenvolver diversos programas ao nível comunitário, incluindo a prestação de melhores acessos aos serviços de saúde, participação da comunidade, fornecimento de recursos humanos e financeiros e educação/capacitação em cuidados preventivos e curativos. Os principais alvos desses programas são a malária e o HIV/SIDA, assim como a saúde infantil e a subnutrição. 12

29 2.2.2 Legislação Ambiental e Petrolífera Esta secção resume as disposições da legislação nacional de Moçambique que são relevantes para a indústria petrolífera e para os potenciais impactos no ambiente. São definidas abaixo diversas leis e decretos que regem a protecção ambiental e social dos recursos naturais que se encontram directa ou indirectamente ligados à indústria petrolífera. Em Moçambique, o processo de AIA é um requisito legal nos termos da Legislação Ambiental (lei n.º 20/97 de 1 de Outubro). Relativamente às operações petrolíferas, o processo de AIA está estabelecido no Decreto n.º 56/2010 de 22 de Novembro, que aprova o Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas. A compromete-se a realizar todas as actividades em conformidade com a legislação moçambicana aplicável. Como tal, o processo de AIA cumprirá com o actual Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas (decreto n.º 56/2010 de 22 de Novembro), assim como a Lei dos Petróleos (lei n.º 3/2001 de 21 de Fevereiro) e com o Regulamento das Operações Petrolíferas (Decreto nº 24/2004 de 20 de Agosto), a lei que rege a Gestão Ambiental na Indústria Petrolífera em Moçambique. Lei-quadro do Ambiente (Lei n.º 20/97 de 7 de Outubro) A Lei-quadro do Ambiente destina-se a definir a referência legal para a utilização e gestão sensatas do ambiente para salvaguardar o desenvolvimento sustentável de Moçambique. A Lei-quadro do Ambiente é aplicável a todas as actividades públicas ou privadas que possam influenciar o ambiente directa ou indirectamente. A Lei requer que as actividades que sejam susceptíveis de causar impactos ambientais significantes sejam licenciadas pelo MICOA, com base nos resultados de um processo de AIA. Alguns dos princípios fundamentais para a gestão ambiental presentes na Lei-quadro do Ambiente e aplicáveis a este projecto são: A gestão ambiental deve considerar a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e a protecção da biodiversidade e dos ecossistemas; Reconhecimento do valor do conhecimento e tradições das comunidades locais; Definição das prioridades dos sistemas preventivos contra a degradação ambiental; Uma perspectiva holística e integrada do ambiente; A importância da participação pública; O princípio do poluidor-pagador; e A importância da cooperação internacional. O Artigo 8 da Lei-quadro do Ambiente afirma que o Governo deve criar mecanismos adequados para a participação pública no que diz respeito à 13

30 gestão dos recursos naturais e na elaboração das políticas e legislação ambiental. O Artigo 9 está relacionado com a poluição ambiental e proíbe a produção e depósito de qualquer substância tóxica e poluente nos solos, subsolos, água ou atmosfera e todas as actividades que tendem a acelerar a taxa de erosão, desertificação ou qualquer outra forma de degradação ambiental além dos limites legalmente estabelecidos. O Artigo 10 prevê o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental. Lei dos Petróleos (Lei n.º 3/2001 de 21 de Fevereiro) A Lei dos Petróleos (lei n.º 3/2001 de 21 de Fevereiro) estabelece o regime de atribuição de direitos para a realização de operações petrolíferas na república de Moçambique. O Preâmbulo da Lei afirma que "os recursos petrolíferos constituem um património cuja correcta exploração pode contribuir significativamente para o desenvolvimento nacional". O Artigo 23 prevê cláusulas de segurança e protecção ambiental aplicáveis às operações petrolíferas de Moçambique. Este artigo afirma que, além de realizar todas as suas operações em conformidade com as Boas Práticas relativas a Campos Petrolíferos, todos os titulares de direitos de Pesquisa e Produção devem realizar operações petrolíferas em conformidade com a legislação ambiental e outras legislações aplicáveis, assim como os respectivos Contratos de modo a alcançar o seguinte: Garantir que não existem danos ecológicos ou destruição causada pelas operações petrolíferas e que, quando inevitável, certificar-se de que as medidas de protecção do ambiente se encontram em conformidade com as normas internacionalmente aceites. Para tal, o titular de um direito deve preparar e apresentar uma avaliação de impacto ambiental (incluindo medidas de mitigação de impacto ambiental) às autoridades relevantes para aprovação; Controlar o fluxo e evitar a fuga ou perda de petróleo descoberto ou produzido na Área do Contracto; Evitar danificar os reservatórios de petróleo; Evitar destruir a terra, o lençol freático, árvores, plantações, edifícios ou outras infra-estruturas e bens; Limpar os locais após o termo das operações petrolíferas e cumprir com os requisitos de recuperação ambiental; Garantir a segurança do pessoal no planeamento e realização de operações petrolíferas e, se a sua integridade física estiver em risco, tomar medidas preventivas; e Relatar à entidade competente sobre as quantidades de descargas operacionais e acidentais, derrames, desperdícios e perdas resultantes das operações petrolíferas. 14

31 Além disso, o Artigo 23 afirma que "O titular de um direito nos termos desta Lei actuará de modo seguro e eficaz na realização de operações petrolíferas de modo a garantir a eliminação de água poluída e resíduos de petróleo de acordo com os métodos aprovados, assim como o encerramento seguro de todos os furos e poços antes do seu abandono". Regulamento das Operações Petrolíferas (Decreto n.º 24/2004 de 20 de Agosto) O Artigo 90 do Regulamento das Operações Petrolíferas, refere, entre outros, que devem ser realizadas avaliações de impacto Ambiental, incluindo opções de minimização do impacto abrangendo todas as áreas afectadas pelas Operações petrolíferas e estabelece obrigações do Operador: Prevenir (i) acidentes e danos materiais resultantes das actividades e do funcionamento das instalações; (ii) danos ou ameaça de danos ao pessoal e bens de terceiros; (iii) danos a animais, vegetação, vida marinha e monumentos; (iv) poluição do mar e das fontes de água descobertas no decurso das Operações Petrolíferas; (v) poluição do ar; e (vi) danos nos reservatórios de petróleo; Monitorar e reduzir os efeitos das descargas operacionais e acidentais, ou do manuseamento de lixo, e das emissões de poluição para o ar, mar, lagos, rios e terra; Tomar medidas correctivas que forem exigidas e reparar os danos ao ambiente, quando as Operações Petrolíferas por ele realizadas causarem perigo à segurança física de pessoas ou bens, ou poluição ou outro dano ambiental nocivo às pessoas, animais, vida marinha, monumentos ou vegetação; Na selecção dos materiais e químicos deve ser dada preferência aos menos perigosos para a saúde e os mais seguros, de modo a minimizar o perigo para as pessoas, para o ambiente e para as instalações; e Prestar atenção à saúde do pessoal, bem como aos requisitos e qualificações do pessoal médico. Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas (Decreto n.º 56/2010 de 22 de Agosto) De acordo com o Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas, as operações petrolíferas são definidas como "toda ou qualquer operação relacionada com a pesquisa, desenvolvimento, produção, separação e tratamento, armazenamento, transporte e comercialização ou entrega de petróleo no ponto de fornecimento acordado no país, incluindo as operações de processamento de gás natural e encerramento de todas as operações concluídas". Este Regulamento define claramente os procedimentos para AIA de operações petrolíferas e medidas de prevenção, controlo, mitigação e reabilitação do ambiente. 15

32 O Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas foi criado para promover a gestão ambiental correcta e eficiente dos recursos petrolíferos com vista ao desenvolvimento sustentável de Moçambique. O Artigo 5 do Decreto n.º 56/2010 define três categorias de projecto (A, B e C) com base no tipo de AIA requerido, como se segue: Actividades da Categoria A requerem uma AIA completa; A Categoria B abrange actividades para as quais apenas é necessário um Estudo Ambiental Simplificado, à excepção de alguns casos previstos no Artigo 17 do regulamento; e As actividades incluídas na Categoria C são isentas de um EIA e EAS, estando sujeitas à observância de normas de boas práticas da indústria petrolífera. A Consulta Pública é uma parte integral do processo de AIA para projectos classificados como sendo de Categoria A, conforme estabelecido no Artigo 19 do Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas. O regulamento requer que sejam dados, no mínimo, 15 dias de aviso prévio para a realização de reuniões públicas e dá direito a todas as partes directa ou indirectamente interessadas ou afectadas a participar no processo de AIA. Todos os relatórios técnicos elaborados no âmbito da AIA devem ser disponibilizados para o MICOA e publicados na Internet. Também é necessário que o Proponente elabore um relatório final contendo todos os comentários recebidos durante o Processo de Participação Pública. Prazos para a tomada de decisão Ao MICOA aplicam-se os seguintes prazos para a tomada de decisão: a) Pré-avaliação - até 7 dias úteis; b) EPDA e TdR - até 20 dias úteis; c) Estudo de Impacto Ambiental - até 45 dias úteis. Taxas para o licenciamento ambiental Nos termos do decreto n.º 56/2010, é aplicada uma taxa de 0,01% do valor total de investimento para o licenciamento ambiental de um projecto de Categoria A, dos quais é disponibilizado para o Estado (60%), para o Fundo do Ambiente (20%) e para o Instituto Nacional de Petróleo (20%). Regulamento de Licenciamento de Instalações e Actividades Petrolíferas (Diploma Ministerial nº 272/2009 de 30 de Dezembro) Este regulamento aplica-se às Concessionárias, Operadores, suas contratadas e subcontratadas e outras pessoas singulares ou colectivas envolvidas nas Operações Petrolíferas e nas Actividades Petrolíferas em território Nacional. O Regulamente estabelece os procedimentos para a solicitação de Licença de Instalação (Capítulo II), Licença de Operação (Capítulo III), Licença de Desmobilização (Capítulo IV), Licenciamento de Actividades Petrolíferas 16

33 Específicas (Capítulo V), Técnico Competente (Capítulo VI), Cadastro (Capítulo VII), Infracções (Capítulo VIII), Taxas e Multas (Capítulo IX) e Disposições Transitórias e Finais (Capítulo X). O pedido de Licença de Instalação de Poços e Instalações Petrolíferas é apresentado pelo Operador e outras pessoas singulares ou colectivas envolvidas nas Operações Petrolíferas e nas Actividades petrolíferas, dirigido ao Presidente do Instituto Nacional de Petróleo, em formulário por este aprovado, e instruído com os documentos indicados no Artigo 8 do Diploma Ministerial 272/2009. De acordo com este regulamento, o Instituto Nacional de Petróleo (INP) assegura as funções de coordenação geral e de apoio técnico de todo o processo de licenciamento, competindo-lhe: Licenciar e coordenar as actividades a serem desenvolvidas por todas as outras entidades envolvidas no processo de atribuição de licenças; e Solicitar os pareceres e outras informações provenientes de outras áreas de actividades envolvidas na tramitação dos processos de licenciamento. 2.3 OUTRAS CONSIDERAÇÕES LEGAIS Esta secção descreve outras considerações legais relacionadas com a utilização de água, gestão de efluentes e as espécies e áreas protegidas. A necessitará de considerar esses requisitos na concepção, construção e operação das actividades do projecto proposto. Tabela 2.2 Outras Considerações Legais Moçambicanas Regulamentos/Leis Detalhe Quadro Jurídico para o Ambiente (além do delineado na Secção 3.2) Constituição da República de Moçambique, 2004 Política Nacional do Ambiente (Resolução nº 5/1995) Regulamento da Auditoria Ambiental (decreto n.º 25/2011) Regulamento da Inspecção Ambiental (decreto n.º 11/ 2006) O Mar O Artigo 98.1 indica que os recursos naturais no território de Moçambique são propriedade exclusiva Republicado Estado. O Artigo 102 autoriza o Estado a promover a avaliação dos seus recursos naturais e para determina a sua utilização e condições de exploração em conformidade com os interesses do país. Estabelece as bases para toda a legislação ambiental auxiliar de modo a alcançar o desenvolvimento sustentável através do equilíbrio entre as necessidades de desenvolvimento socioeconómicas com protecção ambiental. Destina-se a garantir a gestão dos recursos naturais do país para preservar as suas capacidades funcionais e produtivas para as gerações actuais e futuras. Define a auditoria ambiental como um instrumento de gestão e um de avaliação sistemática, documental e objectiva da funcionalidade e organização do controlo e protecção do ambiente. Este decreto destina-se a estabelecer mecanismos legais para a inspecção de actividades realizadas pelos sectores público e privado que possam causar directa ou indirectamente impactos negativos no ambiente. 17

34 Regulamentos/Leis Lei Marítima (Lei n.º 4/1996) Regulamento para a Prevenção da Poluição e Protecção do Ambiente Marinho e Costeiro (Decreto n.º 45/2006) Regulamento para as Normas de Qualidade Ambientais e Emissões de Efluentes (Decreto n.º 18/2004) Recursos Hídricos Regulamento para a Prevenção da Poluição e Protecção do Ambiente Marinho e Costeiro (Decreto n.º 45/2006) Regulamento sobre os Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes (Decreto nº 18/2004) Decreto n.º 67/2010 (alterações ao Anexo V do decreto n.º 18/2004) Regulamento de Qualidade de Água para Consumo Humano (diploma ministerial n.º 18/ 2004) Política Nacional de Água (Resolução n.º 46/2007) e Lei da Água (Lei n.º 16/1991). Emissões Atmosféricas e Qualidade do Ar Regulamento sobre a Gestão das Substâncias que Destroem a Camada de Ozono (resolução n.º 78/ 2009) Detalhe Esta lei define a Zona Económica Exclusiva (ZEE), na qual Moçambique possui direitos e responsabilidades exclusivas para a utilização, preservação e gestão de recursos. Este decreto aprova o Regulamento para a Prevenção da Poluição e Protecção do Ambiente Marinho e Costeiro. Este regulamento proíbe a eliminação de qualquer substância que possa poluir o ambiente marinho, incluindo a poluição por hidrocarbonetos. Encontra-se anexo ao decreto um resumo de referência com as Normas da Convenção MARPOL de 73/78 relacionadas com os derrames de petróleo e líquidos prejudiciais. Este decreto estabelece as normas de emissões para a atmosfera e de efluentes (Artigos 7 e 16) para garantir um controlo e monitorização eficaz da qualidade do ambiente e dos recursos naturais. Proíbe a eliminação de qualquer substância que possa poluir a água e praia, incluindo poluição por hidrocarbonetos. Define os padrões de qualidade ambiental e de emissão de efluentes para os corpos de água receptores, tecnologias de tratamento, sistemas e métodos. Regula a eliminação de efluentes líquidos industriais. Requer que o ponto de descarga seja determinado durante o processo de licenciamento ambiental e que cumpra os padrões de descarga. As descargas de poluentes que possam afectar as zonas balneares devem ser controladas através de monitorização e define os parâmetros da qualidade da água para fins recreativos. Este decreto alterou, entre outros, o Anexo C do decreto n.º 18 de Normas dos Organismos de Recepção (mar/oceano). Agora contém a Tabela 1 relativa às substâncias químicas potencialmente perigosas e a Tabela 1 A, relativa às substâncias potencialmente prejudiciais (pesticidas). Aplicável aos sistemas de abastecimento de água potável para consumo humano, incluindo água de superfície e subterrânea para consumo directo. O Ministério da Saúde é responsável pelo controlo da qualidade de água para o consumo humano. Sustentada pelos princípios da sustentabilidade ambiental, a Lei da Água define a base para a gestão dos recursos hídricos, promove o princípio "utilizador-pagador" e "poluidor-pagador" e descreve os procedimentos para concessão e licenciamento de água. Proíbe a importação, exportação, produção, comercialização e trânsito de substâncias que destroem a camada de ozono e equipamentos que contenham tais substâncias. É proibido o seguinte: Clorofluorcarbonetos, halogéneos, tetracloreto de carbono e outras substâncias definidas pelo Protocolo de Montreal. 18

35 Regulamentos/Leis Detalhe A Legislação-quadro do Ambiente Proíbe a emissão de quaisquer poluentes e substâncias (Lei n.º 20/1997) e o Regulamento tóxicas para a atmosfera além dos limites legalmente os Padrões de Qualidade estabelecidos. Ambiental e de Emissão de Efluentes(Decreto n.º 18/2004) Decreto n.º 67/2010 (alterações ao Anexo I e inclusão dos Anexos 1A e 1B do decreto n.º 18/ 2004) Decreto n. º 67/2010 de 31 de Dezembro alterou, entre outros, o anexo I do Regulamento sobre as normas de qualidade de efluentes (decreto n. 18 de 2004) - Normas de Qualidade do Ar. Gestão de Resíduos Sólidos A Lei-quadro do Ambiente (Lei n.º 20/1997) Este decreto também adicionou os Anexos 1A e 1B que tratam de Poluentes Atmosféricos Orgânicos e Inorgânicos Cancerígenos e as Substâncias com Propriedades Odoríferas, respectivamente. Proíbe a eliminação de poluentes nos solos ou a emissão de poluentes para a atmosfera ou organismos aquáticos além dos limites legalmente estabelecidos. Proíbe a importação de resíduos perigosos para Moçambique. Lei da Água (Lei n.º 16/ 1991) Proíbe a acumulação de resíduos que possam contaminar os recursos hídricos. Regulamento de Gestão de O Regulamento de Gestão de Resíduos (2006) estabelece Resíduos (decreto n.º 13/ 2006) regras relativamente à produção, emissão ou eliminação de qualquer substância tóxica ou poluente de modo a evitar ou minimizar os seus impactos negativos na saúde e no ambiente. Isto aplica-se a todos os indivíduos ou pessoas colectivas, públicas ou privadas, e estabelece as competências de gestão de resíduos. Protecção da Biodiversidade e Áreas de Preservação Lei de Terras (Lei n.º 19/ 1997) e Regulamento da Lei de Terras (Decreto n.º 66/1998) Lei de Florestas e Fauna Bravia (Lei n.º 10/1999) Lei das Pescas (Lei n.º 3/1990) Regulamento de Florestas e Fauna Bravia (Decreto n.º 12/2002) Regulamento da Pesca Recreativa e Desportiva (Decreto n.º 51/99) A Lei de Terras estabelece zonas de protecção totais e parciais para áreas de terra. As zonas de protecção total incluem áreas de preservação da natureza, enquanto as zonas de protecção parcial incluem o mar territorial, a ZEE, a plataforma continental, assim como a extremidade da costa e ilhas, baías e estuários medida pelo limite da maré alta máxima, até 100 m para o interior. A Lei de Florestas e Fauna Bravia (lei n.º 10/99) define as áreas de preservação, tais como parques, reservas e áreas nacionais com valor histórico e cultural. A Lei das Pescas define as áreas de preservação de espécies marinhas e inclui parques marinhos nacionais, reservas naturais e áreas marinhas protegidas (Artigo 95). A lei prevê o estabelecimento de uma lista de espécies protegidas. O regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia (decreto n.º 12/2002) inclui uma lista das espécies da fauna protegidas. Esta lista inclui dugongos, determinadas espécies de avifauna costeira/marinha e tartarugas marinhas. O regulamento da Pesca Recreativa e Desportiva inclui uma lista das espécies marinhas protegidas. Essas espécies incluem mamíferos marinhos (dugongos, baleias e golfinhos), tartarugas marinhas e algumas espécies de peixe, bivalves e gastrópodes. Arqueologia e Património Cultural Lei de Protecção do Património Protege monumentos, edifícios com importância histórica, Cultural (Lei n.º 10/ 1988) e locais artísticos e científicos e elementos naturais de Regulamento para a Protecção do interesse científico e estético particular (por exemplo, o 19

36 Regulamentos/Leis Património Arqueológico Terra Lei de Terras (Lei Nr.19/1995), Regulamento da Lei de Terras (Decreto No. 66/98) e Política Nacional de Terras (Resolução no. 10/95) Detalhe Arquipélago de Bazaruto). Promove o desenvolvimento socioeconómico sem, contudo, criar desequilíbrios ambientais. A Lei de Terras (Lei No. 19/97 de 01 de Outubro) e o Regulamento da Lei de Terras (Decreto No. 66/98 de 08 de Dezembro) regulam o acesso à terra para todos os usos, incluindo fins económicos e residenciais. Lei do Trabalho Lei do Trabalho (Lei nº 23/2007) Um dos princípios fundamentais da Política de Terras (parágrafo 17) é o uso sustentável dos recursos naturais de forma a assegurar a qualidade de vida para as gerações presentes e futuras, assegurando que áreas de protecção total e parcial mantenham qualidade ambiental e a finalidade especial que determinou a sua criação. A nova Lei do Trabalho apresenta princípios gerais tais como a maternidade e protecção de dados antes das provisões sobre fontes do direito do trabalho, relações de trabalho, suspensão e cessação da relação de trabalho, direitos colectivos e relações colectivas, higiene, segurança e saúde dos trabalhadores, emprego e formação profissional, segurança social e fiscalização e contravenções. 2.4 CONVENÇÕES INTERNACIONAIS A é obrigada a garantir que as suas operações se encontram em conformidade com as convenções internacionais dos quais o Governo de Moçambique é signatário. Essas encontram-se listadas na Tabela 2.3. Tabela 2.3 Convenções Internacionais Ano de ratificação Convenção Qualidade do Ar 1985 Convenção de Viena para a Protecção da Camada de Ozono 1987 Protocolo de Montreal sobre as Substâncias que Destroem a Camada de Ozono (incluindo as alterações de 1990 e 1999) 1992 e 1997 Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC) e o Protocolo de Quioto, 1992 e 1997 Habitats e Diversidade Biológica 2003 Convenção Africana sobre a Conservação da Natureza e Recursos Naturais. Versão revista 1968 Convenção Africana sobre a Conservação da Natureza e Recursos Naturais 1985 Convenção para a Protecção, Gestão e Desenvolvimento do Ambiente Marinho e Costeiro da região oriental de África, 1985, e o Protocolo para Áreas Protegidas, Fauna Bravia e Flora; e o Protocolo sobre a Cooperação no Combate à Poluição em Casos de Emergência 1979 Convenção sobre a Conservação das Espécies Migratórias Selvagens, 1979, e alterações 2001 Protocolo da SADC sobre Pescas 1975 Convenção sobre as Zonas Húmidas de Importância Internacional, especialmente como Habitat de Aves Aquáticas (Convenção de Ramsar) 20

37 Ano de ratificação Convenção 2001 Acordo relacionado com a aplicação das Disposições da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar em relação à Conservação e Gestão das Populações de Peixes Altamente Migratórios 2001 Protocolo sobre as Pescas da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, em anexo, celebrado em Blantyre, a 14 de Agosto de Convenção sobre a Diversidade Biológica (CBD) 1998 Convenção de Roterdão sobre o Procedimento de Consentimento Prévio Informado Aplicado a Certos Agro-tóxicos e Substâncias Químicas Perigosas Objecto de Comércio Internacional Recursos Hídricos 1973, 1978 e 1975 Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios,1973, modificada pelo Protocolo de 1978 (MARPOL 73/78) presente no Anexo I MARPOL , Prevenção da Poluição por Petróleo. A MARPOL inclui os requisitos para o Certificado Internacional de Prevenção da Poluição (IOOP) 1954 A descarga de petróleo ou misturas de petróleo para o mar de embarcações é regulada pelos termos da Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição do Mar por Óleo (OILPOL) Convenção Internacional sobre a Prevenção, Actuação e Cooperação no Combate à Poluição por Hidrocarbonetos (OPRC) 1974 Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar (SOLAS) 1972 Convenção sobre o Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar (COLREGs) 1992 Convenção Internacional para a Constituição de um Fundo Internacional para Compensação pelos Prejuízos devidos à Poluição por Hidrocarbonetos (FUND) 1982 Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS) 1972 e 1996 Convenção Internacional sobre a Prevenção da Poluição Marinha pelo Despejo de Resíduos e Outras Matérias, 1972 (Convenção de Londres), e do Protocolo de 1996 (o Protocolo) 1992 Convenção Internacional sobre a Responsabilidade Civil pelos Prejuízos Devidos à Poluição por Hidrocarbonetos (Protocolo CLC) 1974 Convenção para a Prevenção da Poluição Marinha de Origem Telúrica (Convenção de Paris) 1979 Organização Marítima Internacional A República de Moçambique assinou a Convenção que criou a Organização Marítima Internacional, através do seu instrumento de ratificação, no dia 17 de Janeiro de Código Internacional de Protecção dos Navios e das Instalações Portuárias Cooperação e Coordenação Regional de Busca e Salvamentos Marítimos e Sistema Mundial de Socorro e Segurança Marítima (SMSSM) e Anexo 1 correspondente que estabelece Centros Sub-regionais de Busca e Salvamento para os países costeiros Africanos situados nos oceanos Índico e Atlântico Convenção relativa à Organização Internacional de Telecomunicações via Satélite (INMARSAT) Arqueologia e património cultural 1972 Convenção da UNESCO sobre a Protecção do Património Mundial, Cultural e Natural Resíduos Perigosos 1992 Convenção de Basileia sobre o controlo de movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos e sua eliminação 1991 Convenção sobre Interdição da Importação de Lixos Perigosos e ao Controlo da Movimentação Transfronteiriços desses lixos em África, Bamako Outra 21

38 Ano de ratificação Convenção 2002 Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes adoptada em Estocolmo 2.5 REQUISITOS DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS INTERNACIONAIS E NORMAS INTERNACIONAIS DE MELHORES PRÁTICAS Introdução A está comprometida em planear e implementar o Projecto de acordo com as melhores práticas internacionais, nomeadamente os requisitos de desempenho ambiental e social, como definidos pelos Princípios do Equador e Normas de Desempenho da Sociedade Financeira Internacional (IFC) Princípios do Equador Os bancos que trabalhem no sector financeiro de projectos desenvolveram 10 princípios ambientais e sociais em 2003, denominados de Princípios do Equador, a serem aplicados mundialmente ao abordar os riscos ambientais e sociais no financiamento de projectos. Esses Princípios, apresentados na Caixa de texto 1.7 reflectem as directrizes de melhores práticas ambientais e sociais inspiradas nos requisitos de financiamento de projectos de grande dimensão e foram revistos para cumprir com as Normas de Desempenho da IFC (mas não fazem referência à Política de Sustentabilidade). Até à data os Princípios foram adoptados por 72 instituições financeiras e são utilizados na determinação, avaliação e gestão dos riscos ambientais e sociais no financiamento de projectos. Os Bancos que adoptaram os Princípios do Equador irão apenas conceder empréstimos aos projectos que estejam em conformidade com os mesmos. Caixa de texto 2.1 Os Princípios do Equador 1. Revisão e categorização 2. Avaliação social e ambiental 3. Normas sociais e ambientais aplicáveis (IFC) 4. Plano de acção e sistema de gestão 5. Consulta e divulgação 6. Mecanismo de reclamação 7. Revisão independente 8. Convénios (conformidade com reg. e AP, relatórios e desactivação) 9. Monitorização e Elaboração de Relatórios Independente 10. Relatórios EPFI, no mínimo, anuais Normas de Desempenho da Sociedade Financeira Internacional (IFC) A IFC tem uma Política de Sustentabilidade e um conjunto de Normas de Desempenho em Sustentabilidade Social e Ambiental (em vigor desde Julho de 2006). Esses Padrões substituem políticas de segurança anteriores e serão utilizados para avaliar qualquer projecto que procure financiamento através da IFC. As Normas de Desempenho encontram-se listadas na Caixa de texto

39 Caixa de texto2.2 Normas de Desempenho da IFC (NDs) ND 1: Sistema de Gestão e Avaliação Social e Ambiental; ND 2: Condições de Trabalho e Laborais; ND 3: Prevenção e Redução da Poluição; ND 4: Saúde, Segurança e Protecção da Comunidade; ND 5: Aquisição de Terras e Reassentamento Involuntário; ND 6: Conservação da Biodiversidade e Gestão Sustentável dos Recursos Naturais; ND 7: Povos Indígenas; e ND 8: Património cultural. Os objectivos de cada uma destas Normas de Desempenho da IFC são apresentados detalhadamente na caixa de texto abaixo. 23

40 Caixa de texto 2.3 Objectivos das Normas de Desempenho Norma de Desempenho 1: Sistema de Gestão e Avaliação Social e Ambiental Identificar e avaliar os impactos sociais e ambientais, adversos e benéficos, na área de influência dos projectos. Evitar, ou quando não for possível, minimizar, mitigar ou compensar os impactos adversos nos trabalhadores, comunidades afectadas e no ambiente. Garantir que as comunidades afectadas estão devidamente comprometidas em questões que as poderiam afectar. Promover a melhoria do desempenho social e ambiental ou empresas através da utilização eficaz dos sistemas de gestão. Norma de Desempenho 2: Condições de Trabalho e Laborais Estabelecer, manter e melhorar a relação trabalhador-gestão. Promover o tratamento justo, não discriminação e igualdade de oportunidades dos trabalhadores e o cumprimento das leis de emprego e laborais nacionais. Proteger os trabalhadores ao abordar o trabalho infantil e o trabalho forçado. Promover condições de trabalho seguras e saúde no trabalho e proteger e promover a saúde dos trabalhadores. Norma de Desempenho 3: Prevenção e Redução da Poluição Evitar ou minimizar impactos adversos na saúde humana e no ambiente ao evitar ou minimizar a poluição das actividades do projecto. Promover a redução de emissões, o que contribui para as alterações climáticas. Norma de Desempenho 4: Saúde, Segurança e Protecção da Comunidade Evitar ou minimizar os riscos e impactos na saúde e segurança da comunidade local durante o ciclo de vida do projecto de circunstâncias de rotina e não rotineiras. Garantir que a protecção do pessoal e proprietário é realizada de modo legítimo o que evita ou minimiza os riscos para a segurança e protecção da comunidade. Norma de Desempenho 5: Aquisição de Terras e Reassentamento Involuntário Evitar ou, no mínimo, minimizar o reassentamento involuntário, sempre que possível, explorando projectos alternativos. Mitigar os impactos adversos sociais e económicos na aquisição de terras ou limitações na utilização de terras por pessoas afectadas devido ao: (i) proporcionar uma compensação pela perda de bens a um custo de reposição e (ii) garantir que as actividades de reassentamento sejam implementadas com a divulgação adequada da informação, consulta e participação informada das pessoas afectadas. Melhorar ou, no mínimo, restaurar os meios de subsistência e padrões de vida das pessoas deslocadas. Melhorar as condições de vida das pessoas deslocadas através do fornecimento de alojamento adequado com segurança da posse em locais de reassentamento. Norma de Desempenho 6: Conservação da Biodiversidade e Gestão Sustentável dos Recursos Naturais Proteger e conversar a biodiversidade. Promover a gestão de sustentabilidade e utilização de recursos naturais através da adopção de prática que integrem as necessidades de preservação e prioridades de desenvolvimento. Norma de Desempenho 7: Povos Indígenas Garantir que o processo de desenvolvimento promove o pleno respeito pela dignidade, direitos humanos, ambições, culturas e meios de subsistência com base em recursos humanos dos Povos Indígenas. Evitar impactos adversos dos projectos nas comunidades dos Povos Indígenas, ou quando tal não for possível, minimizar, mitigar ou compensar esses impactos e fornecer oportunidades para os benefícios do desenvolvimento de um modo culturalmente apropriado. Estabelecer e manter uma relação contínua com os Povos Indígenas afectados por um projecto ao longo da vida do mesmo. 24

41 Promover a negociação de boa-fé e participação informada dos Povos Indígenas quando os projectos tiverem de ser localizados em terras tradicionais ou consuetudinárias utilizadas pelos Povos Indígenas. Respeitar e preservar a cultura, conhecimento e práticas dos Povos Indígenas. Padrão de Desempenho 8: Património Cultural Proteger o património cultural dos impactos adversos das actividades do projecto e apoiar a sua preservação. Promover a partilha equitativa dos benefícios provenientes da utilização do património cultural em actividades empresariais Directrizes de Segurança, Saúde e Ambiente (SSA) da IFC As directrizes de SSA da IFC são documentos técnicos de referência, fornecendo exemplos gerais e específicos da indústria de boas práticas internacionais na gestão do ambiente. São utilizadas pela IFC como parte da aprovação de projectos no âmbito do mandato de avaliação do projecto da IFC. As Directrizes SSA da IFC representam as normas de desempenho normalmente consideradas como sendo aceitáveis pela IFC e geralmente consideradas viáveis em novas instalações a um custo razoável pela tecnologia existente. Quando os regulamentos do país de acolhimento diferem dos níveis e medidas apresentadas nas Directrizes SSA, a IFC recomenda que o projecto deve alcançar os níveis mais rigorosos. As Directrizes SSA da IFC consideradas como sendo importantes para o Projecto encontram-se resumidas na Caixa de texto

42 Caixa de texto 2.4. Directrizes importantes de SSA da IFC 1. Ambiente 1.1 Emissões para a Atmosfera e Qualidade do Ar Ambiente 1.2 Conservação de Energia 1.3 Qualidade da Água Ambiente e da Água Residual 1.4 Conservação da Água 1.5 Gestão de Materiais Perigosos 1.6 Gestão de Resíduos 1.7 Ruído 1.8 Terras contaminadas 2. Saúde e Segurança Ocupacional 2.1 Aspectos Gerais de Concepção e Operação de Instalações 2.2 Comunicação e Formação 2.3 Riscos Físicos 2.4 Riscos Químicos 2.5 Riscos Biológicos 2.6 Riscos Radiológicos 2.7 Equipamento de Protecção Pessoal (EPP) 2.8 Ambientes de Riscos Especiais 2.9 Monitorização 3. Saúde e Segurança da Comunidade 3.1 Disponibilidade e Qualidade da Água 3.2 Segurança Estrutural da Infra-estrutura do Projecto 3.3 Segurança contra Incêndios e Vida Humana (L&FS) 3.4 Segurança do Tráfego 3.5 Transporte de Materiais Perigosos 3.6 Prevenção de Doenças 3.7 Prevenção para e Resposta a Emergência 4. Construção e desactivação 4.1 Ambiente 4.2 Saúde e Segurança Ocupacional 4.3 Saúde e Segurança da Comunidade Directrizes do Sector da Indústria Desenvolvimento de Gás e Petróleo no alto mar Fábrica de Gás Natural Liquefeito (GNL) Portos e Terminais 2.6 REQUISITOS DE OUTRAS INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS IMPORTANTES Introdução As normas e directrizes de melhores práticas também foram produzidas por diversos organismos da indústria marítima, de preservação e gás e petróleo, nos termos dos impactos ambientais e dos métodos de impactos ambientais associados à extracção de gás no alto mar e no continente. Esta secção resume os principais documentos, princípios e abordagens que são relevantes para o Projecto. 26

43 2.6.2 Associação Internacional de Empreiteiros de Perfuração As directrizes da Associação Internacional de Empreiteiros de Perfuração (IADC) foram concebidas para complementar os programas e procedimentos operacionais de Saúde, Segurança e Meio Ambiente. São baseados na experiência e estudo cuidadoso de muitos anos. A viabilidade foi comprovada pela adopção dos procedimentos de operação seguros por muitos empreiteiros de perfuração e órgãos reguladores do governo. As directrizes fornecem uma base para que o empreiteiro de perfuração desenvolva um programa de Saúde, Segurança e Ambiente. De especial interesse para o presente projecto é o Capítulo 12 relacionado com a Segurança em Mar Alto, abordando aspectos tais como procedimentos de evacuação médica e em condições atmosféricas adversas, e o Capítulo 14 relacionado com a Protecção do Ambiente, abordando emissões para a atmosfera, gestão de resíduos, controlo e prevenção de derrames, entre outros. As Directrizes também abordam aspectos relacionados com o(s) Plano(s) de Prevenção e Controlo contra Incêndios, Equipamento de Protecção Pessoal e de Resposta a Emergências Associação Internacional de Produtores de Óleo e Gás (OGP) A OGP é uma associação de empresas de petróleo e gás e de empresas envolvidas em actividades de pesquisa, desenvolvimento, produção e transporte para benefício, cujos membros produzem mais metade do petróleo do mundo e cerca de um terço do gás. Foi formada para desenvolver comunicações eficazes entre a indústria de pesquisa, desenvolvimento, produção e transporte para benefício e a rede de reguladores internacionais. Representa a indústria na Organização Marítima Internacional e a Comissão para o Desenvolvimento Sustentável e colabora com o Banco Mundial e com a Organização Internacional de Normalização (OIN). Parte da sua área de competência é ajudar a obter melhorias contínuas no desempenho de saúde, segurança e ambiente. Elaborou diversas directrizes relacionadas com o impacto ambiental de projectos de desenvolvimentos de petróleo e gás, incluindo as "Directrizes para a gestão de resíduos com especial atenção nas áreas com infra-estruturas limitadas" (1) O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) O PNUMA existe para promover a utilização sensata dos recursos naturais do planeta para o desenvolvimento sustentável. Juntamente com o Fórum Internacional de Pesquisa e Exploração da Indústria Petrolífera, elaborou o relatório "Gestão Ambiental na Pesquisa e Exploração de Gás e Petróleo - uma Descrição Geral das Questões e Abordagens de Gestão (2) ".Este relatório realça (1) Directrizes da OGP para a gestão de resíduos com especial atenção nas áreas com infra-estruturas limitadas - relatório n.º 413, revisão 1.1 Setembro de 2008 (actualizado a Março de 2009) (2) Gestão Ambiental na Pesquisa e Exploração de Gás e Petróleo - uma Descrição Geral das Questões e Abordagens de Gestão (UNEP o Fórum de P&P, 1997) 27

44 os impactos ambientais, sistemas de gestão ambiental e medidas de protecção ambiental Iniciativa da Energia e Biodiversidade (EBI) A Iniciativa da Energia e Biodiversidade (1) foi uma iniciativa de colaboração assumida entre 2001 e 2007 para integrar a preservação da biodiversidade no desenvolvimento de gás e petróleo, envolvendo organismos de preservação incluindo a UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e diversas companhias de gás e petróleo. A iniciativa originou a produção de diversas directrizes, ferramentas e modelos práticos para melhorar o desempenho ambiental das operações energéticas, minimizando o impacto na biodiversidade e maximizando as oportunidades de preservação durante o desenvolvimento dos recursos de gás e petróleo. Esses documentos incluem os relatórios "Integrando a Biodiversidade nos Processos de Avaliação de Impactos, Saúde, Social e Ambiental" e "Boas Práticas na Prevenção e Mitigação dos Impactos Primários e Secundários na Biodiversidade". 2.7 POLÍTICA DA COMPANHIA DA ANADARKO O objectivo da Anadarko é desenvolver e comercializar os recursos de hidrocarbonetos disponíveis na Área 1 da Bacia do Rovuma, em conformidade com as licenças emitidas pelo Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA). A Anadarko assume a responsabilidade que tem em conduzir os seus negócios como um membro empresarial da sociedade responsável, em cumprir as leis de Moçambique e respeitar e proteger a segurança e saúde do público, funcionários, empreiteiros e do ambiente. A Política de SSA da Anadarko é definida abaixo: (1) A Iniciativa da Energia e Biodiversidade: Integrando a Preservação da Biodiversidade no Desenvolvimento de Gás e Petróleo ( 28

45 Segurança, Saúde e Meio Ambiente da Anadarko Missão: Respeitar e proteger a segurança e saúde do público, dos nossos funcionários, empreiteiros e do ambiente em todos os países e comunidades nas quais conduzimos os nossos negócios. Visão: Alcançar excelência no nosso desempenho de segurança, saúde e ambiente. Política: Ao alcançar a nossa Missão e Visão, a nossa Política é: Promover uma cultura que permite a participação dos funcionários em manter um ambiente de trabalho seguro enquanto reconhecem que os acidentes de segurança, saúde e ambientais são evitáveis; Lutar por operações livres de lesões e acidentes; Ser um líder reconhecido na gestão ambiental; Promover a melhoria contínua nos nossos processos, reduzindo o risco para a segurança, saúde e ambiente; e Cumprir as leis, regulamentos, políticas e procedimentos da empresa aplicáveis e normas reconhecidas. Todos têm a responsabilidade, e serão responsáveis, em trabalhar de modo seguro e ecológica. A nossa principal prioridade é a segurança e bem-estar do público, dos nossos funcionários e empreiteiros. As nossas actividades empresariais serão realizadas de modo a minimizar o impacto ambiental. James T. HackettR. A. Walker Director Executivo Director de operações 29

46 3 O PROCESSO DE AIA Este capítulo resume a abordagem de AIA que será adoptada para este Projecto. O processo encontra-se estruturado de acordo com os requisitos legais ambientais, no entanto, o processo também cumprirá as boas práticas internacionais, como descrito no Capítulo 2, Quadro Legal. O processo de AIA segue três passos regulados que são: Fase 1: Iniciação do Projecto (a fase de Triagem aquando do envio da Instrução do Processo); Fase 2: Definição de Âmbito (conhecida como Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição De Âmbito - EPDA) e elaboração dos Termos de Referência do EIA; e Fase 3: Fase do Estudo de Impacto Ambiental (quando os estudos especializados são realizados e o Relatório de EIA - o REIA - é elaborado) (Figura 3.1). Esses passos são ilustrados na Figura

47 Figura 3.1 Diagrama de Fluxo do Processo de AIA 3.1 FASE 1: PRÉ-AVALIAÇÃO DA AIA (INSTRUÇÃO DO PROCESSO) A Instrução do Processo envolve o envio de uma Ficha de Informação Ambiental Preliminar para a Direcção Provincial de Coordenação de Acção Ambiental ou DPCA.A DPCA categoriza o projecto como sendo de Categoria A, B ou C. O decreto 56/2010 de 22 de Novembro define as actividades de Categoria A como actividades com o desenvolvimento, produção, construção e operação de projectos de gás ou petróleo a serem realizadas em áreas de preservação e ecossistemas sensíveis. As actividades de categoria B são definidas como as actividades relacionadas com a exploração em áreas que 31

48 não são preservadas e/ou ecossistemas sensíveis. A categoria C refere-se às actividades que, por natureza, não implicam impactos negativos no ambiente e na saúde pública. A Instrução do Processo para o Projecto de GNL da Anadarko foi enviada para a DPCA de Pemba a 24 de Junho de 2011.O Projecto foi classificado como sendo de Categoria A e, como tal, exige uma AIA completa. 3.2 FASE 2: FASE DO ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE AMBIENTAL E DEFINIÇÃO DE ÂMBITO (EPDA) O Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito ou EPDA implica: recolher dados de base sobre a área do projecto que irão permitir uma compreensão do ambiente biofísico e social da área de projecto proposta; identificar os potenciais impactos ambientais e socioeconómicos - positivos ou negativos; iniciar um diálogo com as Partes Interessadas e Afectadas (PI&As) ao apresentar os detalhes do desenvolvimento proposto aos intervenientes para permitir contribuições para o planeamento do projecto ao comentar sobre as potenciais questões e preocupações relacionadas com o desenvolvimento proposto; e compilar as informações do projecto, ambientais e sociais específicas com os resultados da consulta às PI&As num Relatório do EPDA Final juntamente com os TdR para o EIA e enviando-o para o MICOA, através da Direcção Nacional de Avaliação do Impacto Ambiental (DNAIA), para revisão Recolha de Dados de Base Os dados de base foram recolhidos ao analisar as informações existentes sobre a área de estudo e de visitas preliminares ao local. As informações existentes foram obtidas do EIA realizado para a fase de pesquisa deste Projecto e de outros EIAs e estudos (1) realizados na área de estudo. As visitas preliminares ao local foram realizadas em Maio e Agosto de 2011 por especialistas ambientais e sociais e pela equipa de engenharia em Junho e Agosto de 2011.O objectivo das visitas ao local foi recolher informações sobre locais alternativos de modo a auxiliar no processo de selecção do local. (1) As outras AIAs são de domínio público e foram realizadas pela Impacto. Os outros estudos foram realizados ou comissionados por cientistas governamentais ou independentes.todos os estudos e relatórios utilizados são de domínio público e referenciados neste relatório. 32

49 3.2.2 Relatório do EPDA Este relatório fornece o seguinte: um resumo não técnico; o motivo ou justificação do Projecto proposto; detalhes do Proponente e da Equipa de AIA; uma descrição do Projecto proposto, as suas fases e possíveis alternativas; a extensão da actividade proposta em termos de áreas de influência directas e indirectas; descrição das características biofísicas e sociais do ambiente afectado; detalhes das possíveis questões ambientais e sociais como parte do desenvolvimento; detalhes sobre o processo de AIA a ser seguido; potenciais impactos ou questões ambientais a serem tratadas na AIA; e o Relatório de Participação Pública. Como indicado anteriormente, este relatório também fornece TdR para a AIA que incluem informações sobre o seguinte: o proponente; a equipa responsável pela realização da AIA e pela compilação do EIA; estudos especializados a serem realizados durante a AIA; metodologia de identificação e avaliação dos impactos ambientais nas fases de construção, operação, desactivação e pós-desactivação; e o processo de participação pública a ser seguido na AIA Consulta às Partes Interessadas e Afectadas (PI&As) A Fase do EPDA também inclui a primeira etapa do Processo de Participação Pública. Este Relatório do EDPA Preliminar será disponibilizado às PI&As registadas (1), principais intervenientes e MICOA para análise (conforme definido no Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas). Será elaborado um Relatório de Participação Pública que incluirá todos os comentários recebidos das PI&As, o qual será anexado ao relatório do EPDA. Os comentários importantes serão incorporados no EPDA final Revisão do Relatório do EPDA pelas Autoridades Após o Processo de Participação Pública, o Relatório do EPDA final é enviado para o MICOA para revisão. O MICOA pode solicitar informações adicionais, tecer comentários ou recomendações no âmbito do processo de AIA. (1) As PI&As incluem as pessoas que estão interessadas no Projecto e gostariam de obter mais informações, aquelas que são directamente afectados pelo Projecto e necessitam de compreender de que modo podem participar do processo de AIA, autoridades governamentais que possuem responsabilidades mandatárias relativas ao desenvolvimento do Projecto, organizações não governamentais que actuam em nome da sociedade civil e qualquer pessoa ou pessoas que possam contribuir para o processo de AIA.Se pretender registar-se como uma PI&A, são fornecidas as informações de contacto no Capítulo 8 deste relatório. 33

50 3.3 FASE 3:FASE DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) Aquando da conclusão da Fase do EPDA é iniciada a Fase do Estudo de Impacto Ambiental. Esta etapa será dividida no seguinte: Estudos Especializados Serão realizados estudos especializados (por exemplo, uma avaliação de impacto socioeconómico, um estudo da ecologia marinha, um estudo das pescas, etc.) para avaliar os potenciais impactos e aconselhar no âmbito das medidas de mitigação. O Anexo A contém a lista completa dos estudos especializados e TdRs para os mesmos EIA e Plano de Gestão O EIA Preliminar fornecerá uma avaliação dos impactos que podem ser esperados como resultado do Projecto. O relatório também terá recomendações para a mitigar dos impactos adversos e a potenciação dos impactos positivos. Essas medidas de mitigação e gestão serão apresentadas numa tabela e conterão passos práticos e claros a serem implementados durante a construção, operação e desactivação do Projecto. Esta tabela formará o Plano de Gestão Ambiental (PGA).Caso seja emitida a licença ambiental, o PGA fará parte das condições da licença para garantir que o projecto é realizado e gerido ecológica e responsavelmente Consulta Planeada para a Fase do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) O PGA e EIA Preliminares serão disponibilizados às PI&As para que estas façam os seus comentários antes do envio para o MICOA. Será concluída a consulta e divulgação pública para apresentar os resultados do EIA e para obter comentários sobre o PGA e o EIA Preliminares. Todos os comentários recebidos serão consolidados no Relatório de Comentários e Respostas que será anexado ao EIA Final. Além disso, será anexado ao EIA um Plano de Divulgação e Consulta Pública que define a abordagem do Projecto para consulta das PI&As sobre a duração do Projecto Revisão do Relatório do EIA pelas Autoridades e Licenciamento O MICOA estabelecerá uma Comissão de Avaliação Técnica para analisar o EIA. Após a análise final do EIA, a Comissão Técnica preparará uma declaração da análise técnica e actas assinadas por todos os membros para envio para a Direcção Nacional de Avaliação do Impacto Ambiental. As actas assinadas constituem a base para toada de decisão no âmbito da autorização para a emissão de uma licença ambiental. A direcção comunicará subsequentemente os resultados da avaliação técnica ao proponente e pode solicitar informações adicionais. Caso seja aprovado, 34

51 será emitida pelo MICOA uma Licença Ambiental após o pagamento da taxa de licenciamento prescrita por parte do proponente (1). 3.4 CALENDÁRIO DO PROCESSO DE AIA A escala de tempo estimada para a AIA é apresentada na Tabela 3.1e na Figura 3.2. Tabela 3.1 Calendário Indicativo da AIA Actividade da ESIA Datas Fase do EPDA Junho a Setembro de 2011 Estudos Especializados Setembro de 2011 a Abril de 2012 Compilação do PGA/EIA Preliminares Setembro de 2012 Análise Pública do PGA/EIA Preliminares Março de 2013 Conclusão do PGA/EIA Junho de 2013 Figura 3.2 Representação Visual do Calendário Indicativo da AIA (1) Nos termos do decreto n.º 56/2010, é aplicada uma taxa de 0,01% do investimento para o licenciamento ambiental para um projecto de Categoria A. 35

52 4 DESCRIÇÃO DO PROJECTO PROPOSTO E DAS ALTERNATIVAS CONSIDERADAS 4.1 INTRODUÇÃO Conceito Geral e Justificativa do Projecto A realizou uma campanha de pesquisa bem sucedida na Área de Concessão da Bacia do Rovuma no Alto Mar, Moçambique (1) (Área 1). Avaliações iniciais da Área 1 identificaram significativas reservas de gás natural e as descobertas principais incluem os jazigos de Windjammer e Barquentine aonde se espera ter entre 6 a 12triliões de pés cúbicos (TCF) de gás. A e os seus parceiros acreditam que essas descobertas de gás são suficientes para justificar o desenvolvimento de uma Fábrica de gás natural liquefeito (GNL) no continente. Uma fábrica destas representaria um investimento económico significativo em Moçambique. Actualmente, o litoral norte da Província de Cabo Delgado está a ser considerado para o desenvolvimento desta instalação. O Projecto será concebido para recolher, transportar, processar e exportar gás natural num local remoto na costa. Este processo começará no alto mar aonde o gás natural será extraído dos reservatórios de hidrocarbonetos abaixo do leito do mar através de poços submarinos. O gás será recolhido e transportado para a fábrica em terra através de gasodutos especificamente projectados. Uma vez em terra, o gás será processado, convertido em líquido (2) e armazenado em depósitos específicos de grandes dimensões. O gás líquido será, então, transportado através de gasodutos refrigerados para um cais de exportação, onde será carregado nas embarcações de GNL (metaneiros) construídas para o efeito. Esses metaneiros, especificamente desenhados mantêm o GNL no estado líquido para viagens marítimas de milhares de quilómetros. O gás líquido será, então, enviado para mercados consumidores. A Figura 4.1 apresenta um esquema simples deste processo. A filosofia de concepção, construção e operação do Projecto da será baseada nos seguintes critérios: Execução segura do desenvolvimento da fábrica de GNL; Certeza do calendário de entrega; Elevada disponibilidade e confiança; Baixo custo do ciclo de vida geral; Desempenho de elevada qualidade para componentes críticos; Conformidade com todas as leis e regulamentos aplicáveis; Impacto social e ambiental mínimo; Facilidade de operação e manutenção; e Segurança da fábrica de GNL. (1) Este campo de gás em mar alto situa-se na costa nordeste de Moçambique e consiste em aproximadamente 1.05 milhões de hectares. (2) O processo de conversão do gás em líquido, denominado de de liquefação criogénica, envolve o tratamento do gás seguido por um processo de refrigeração que irá reduzir a temperatura do mesmo (- 160 ºC) até ao ponto em que se condensa para formar uma líquido. 36

53 Figura 4.1 Esquema do Projecto CAMPO DE GÁS PERSON Fluxos de gás de poços profundos debaixo de água Gás canalizado através da plataforma Gás transportado no gasoduto ao longo do leito do mar Gás processado e liquefeito na fábrica em terra GNL armazenado no estado líquido em depósitos GNL carregado em petroleiros para transporte Canal dragado para acesso dos petroleiros Gás líquido mantido refrigerado em depósitos isolados para transporte A fábrica requer cerca de 130 ha de terra plana Os depósitos requerem 20 a 30 ha de terra plana Os depósitos necessitam de estar perto do local de carga Tubos super refrigerados para manter o gás líquido a ºC Os petroleiros necessitam de aceder a canais de água profunda Fonte: Anadarko, 2011 O Projecto proposto inclui os seguintes componentes principais: Campos de gás natural no alto mar; Sistema de gasodutos no alto mar que liga os campos de gás no alto mar à fábrica de GNL em terra; Gasoduto no continente a partir do ponto de chegada do gasoduto à fábrica de GNL; Instalações no continente para processar, liquefazer e armazenar do gás natural; Infra-estruturas e serviços associados, incluindo centrais eléctricas; Instalação portuária; Instalações de exportação marítima de GNL; e Actividades logísticas, de construção e infra-estruturas associadas necessárias para suportar o supracitado projecto. É apresentada uma ilustração conceptual dos componentes principais do Projecto na Figura

54 Figura 4.2 Disposição Conceptual do Projecto Unidade de produção flutuante em mar alto Sistema de recolha submarina de gás Gasoduto até à praia Aeroporto Cais de descarga de GNL Fábrica de produção de GNL Acampamento de construção Para os efeitos deste relatório, os componentes principais do Projecto são agrupados em elementos no alto mar, no continente próximo da costa. Esses componentes principais do Projecto são ilustrados na Figura 4.4 e são descritos abaixo. Os componentes no alto mar do projecto incluirão os poços de produção da Área 1 e a infra-estrutura necessária para explorar as reservas de hidrocarbonetos. Isto também inclui o sistema de gasodutos no alto mar que abrangerá condutas para transportar os hidrocarbonetos para o continente. Os componentes no continente do projecto incluirão as instalações de GNL e a infra-estrutura de apoio (por exemplo, instalações para alojamento dos trabalhadores, áreas de construção, estradas de acesso e aeroporto). Os componentes na costa do projecto incluirão a infra-estrutura marítima necessária para a construção, operação e manutenção do Projecto. Tais componentes incluem instalações de logística, apoio e exportação (por exemplo, rotas, instalação de descarregamento de materiais e terminal de exportação de GNL). 38

55 Figura 4.3 Componentes do Projecto em Terra, em Mar alto e Perto da Costa Componente do Projecto Perto da Costa Componente do Projecto no continente Componente do Projecto no Alto Mar Unidade de Produção Flutuante Sistema de Recolha Submarina Fonte: Anadarko, Localização e Área do Projecto Localização do projecto em alto mar Foram concedidos à direitos exclusivos para pesquisa e aproveitamento de quantidades comerciais de hidrocarbonetos na Área 1 (1) da Bacia do Rovuma, a norte de Moçambique. Durante o ano de 2008, a realizou levantamentos sísmicos na Área 1 para avaliar o potencial de prospectos..no seguimento dos mesmos, a realizou uma campanha de perfuração de pesquisa para validar os modelos teóricos desenvolvidos e caracterizar os prospectos identificados nos levantamentos sísmicos. Tal resultou na descoberta de gás natural em quatro dos seis poços perfurados (1)Em Dezembro de 2006, a assinou um Contrato de Concessão para Pesquisa e Produção (EPCC) com o Governo da República de Moçambique para a Área 1 da Bacia do Rovumaem mar alto. O EPCC concede à os direitos exclusivos para explorar e produzir quantidades comerciais de hidrocarbonetos na Área 1. 39

56 (Windjammer-2, Barquentine-1, Lagosta-1 e Tubarão-1). Após este sucesso, a propõe o desenvolvimento destas descobertas e a perfuração de poços adicionais na Área 1. Pegada do projecto em mar alto A Figura apresenta a delimitação da Área 1, áreas de levantamento sísmico, poços existentes no alto mar e prospectos de gás identificados. Todos os futuros poços associados ao Projecto localizar-se-ão na Área 1 (1). Figura 44.4 Mapa apresentando a Área 1 e as Actividades de Pesquisa Realizados até à Data História de Sucesso de Moçambique em Alto Mar Aces Brutos 4 Descobertas Importantes Descoberta Descoverta Descoberta Descoberta Operador APC ÁREA EM MAR ALTO AREA 1 DA ANADARKO DESCOBERTA DE GÁS PROSPECÇÕES E PISTAS SÍSMICO 3D EXISTENTE SÍSMICO 3D DE 2011 Fonte: Anadarko, 2011 Prevê-se que o gás natural dos poços Windjammer e Barquentine localizados em alto mar abasteçam a Fábrica de GNL. Esses poços situam-se a uma profundidade de m, a aproximadamente 55 km a este de Palma. Será necessário um gasoduto para ligar a área de desenvolvimento à instalação de processamento em terra. A rota do gasoduto que está a ser actualmente considerada é apresentada na Figura 4.4.No entanto, a rota exacta deste gasoduto será determinada após estudos detalhados do leito do mar e estudos de engenharia. (1) Será exigido que outros projectos com poços em alto mar, que pretendam utilizar a fábrica de GNL da realizem estudos de impacto ambiental ao abrigo da legislação de Moçambique. 40

57 Figura 4.4 Localizações Alternativas do Projecto LEGENDA Concessão de gás da área 1 na Bacia do Rovuma em alto mar Rota do gasoduto em terra proposto para Afungi Rota do gasoduto em terra proposto para Cabo Delgado Rota do gasoduto em alto mar proposto Área de localização proposta para Afungi Área de localização proposta para Cabo Delgado Estradas existentes Poço de gás em mar alto Exoneração de responsabilidade: esta é uma figura conceptual e as localizações exactas serão definidas dependendo de mais estudos detalhados. Localização do projecto em terra Até à data, a realizou um estudo preliminar de selecção do local para avaliar o litoral norte de Moçambique para identificar um local apropriado para a fábrica de GNL em terra. O exercício de triagem identificou duas opções possíveis para a implantação da fábrica de GNL. Actualmente, a está a avaliar essas duas possíveis localizações para as infra-estruturas em terra, uma das quais se situa na Península de Cabo Delgado e a outra na Península de Afungi. Essas penínsulas situam-se a norte e sul da vila de Palma, na Província de Cabo Delgado (ver Figura 4.4). A tenciona seleccionar um único local antes do início do design detalhado de engenharia. Tal é discutido em pormenor na Secção

58 Infra-estruturas do projecto no Continente As infra-estruturas do projecto da fábrica de GNL requerem uma área de cerca de ha. Isto inclui a instalação de GNL, depósitos de armazenamento, alojamento para os trabalhadores temporários e permanentes, áreas de construção e manutenção, áreas complementares de apoio à construção, zonas tampão e estradas. Pode ser necessária a aquisição de terras adicionais para estradas de acesso, gasodutos em terra e uma pista de aterragem fora dos limites do recinto da fábrica, o que pode resultar na área total de terra indicada acima. Localização do projecto na costa Os componentes do projecto na costa estarão situados adjacentes à fábrica de GNL em terra. Como tal, a localização destes componentes do projecto encontra-se sujeita ao mesmo critério de selecção do local descrito acima. Infra-estruturas do projecto na costa Os componentes do projecto na costa ficarão situados no litoral adjacentes à fábrica de GNL. Isto inclui o terminal marítimo, cais de exportação de GNL e rotas de acesso marinho. A área necessária para a infra-estrutura física ainda está para ser determinada. Assim que o local preferível for seleccionado, prevê-se que o porto marítimo e as instalações de exportação de GNL sejam situados de tal modo que beneficiem dos canais de águas mais profundas ou da proximidade a águas profundas. Os canais naturais provavelmente irão necessitar de ser aprofundados e alargados através de dragagem para acomodar as embarcações de transporte de GNL. No entanto, ao expandir os canais naturais, a extensão da dragagem será provavelmente reduzida. 4.2 ELEMENTOS DO PROJECTO NO ALTO MAR O projecto em mar incluirá a infra-estrutura necessária para recolher e transportar gás natural dos jazigos no alto mar para as instalações em terra. Os principais componentes do Projecto no alto Mar incluem os poços de gás submarinos, o Sistema de Produção Submarina (SPS) e gasodutos para a instalação no continente. É provável que também seja necessária a construção de uma Unidade de Processamento Flutuante (UPF) (1).O desenvolvimento dos campos de gás submarinos requer equipamento especializado que deve ser suficientemente fiável para operar com segurança no ambiente subaquático. Uma breve descrição dos componentes do projecto em mar alto é fornecida abaixo. (1) A necessidade de uma Unidade de Processamento Flutuante central depende dascaracterísticas do reservatório de gás e da composição do gás natural. 42

59 Os poços submarinos recolhem gás natural dos reservatórios de gás localizados abaixo do leito do mar. Os poços existentes e futuros serão ligados uns aos outros no leito do mar por um SPS.O SPS liga os poços submarinos ao sistema de gasodutos que transporta o gás natural para a fábrica de GNL em terra. O SPS actuará como um sistema de controlo para regular o fluxo e a pressão dos poços submarinos. Isto será obtido através de linhas de controlo submarinas para transmitir energia eléctrica, sinais de comunicação, produtos químicos e fluidos de controlo hidráulico pressurizados para as instalações submarinas. Além de regular o fluxo de gás natural, o SPS também fornece os meios de segurança para uma desactivação segura no caso de falha do equipamento. O SPS será controlado a partir da instalação em terra ou através de uma FPU central (se necessário).caso seja necessária a UPF, será o único componente em mar alto do projecto visível da superfície da água e situar-se-á perto das descobertas de gás Windjammer e Barquentine. 4.3 ELEMENTOS DO PROJECTO EM TERRA Os componentes do projecto em terra incluirão as instalações necessárias para receber, processar e armazenar gás natural. Incluídas nestas encontram-se as instalações apoio de logística para manter a eficácia operacional da infraestrutura em terra do projecto. A vida do projecto em geral para as instalações de GNL em terra é 30 anos. Os poços Windjammer e Barquentine em mar alto serão suficientes para produzir inicialmente aproximadamente 10 milhões de toneladas por ano (MTPA) de GNL em dois Múdulos ( trains em Inglês) ( 1), cada um com uma capacidade de 5 MTPA.A propôs primeiro a construção de um Comboio de GNL, seguido por um segundo Comboio na primeira etapa de desenvolvimento. A atribuirá espaço no local proposto para um terceiro Comboio adicional a ser desenvolvido numa etapa posterior. Também será atribuído espaço para três módulos adicionais de GNL no plano inicial de disposição do local. Esta área está incluída na área em terra do projecto de ha abordada anteriormente na Secção Durante a primeira fase de desenvolvimento, esta área será utilizada para apoiar a construção dos módulos iniciais, incluindo áreas de estabelecimento, armazéns, fábricas e escritórios. Actualmente, estão a ser realizados estudos para determinar o tipo e a capacidade total do(s) depósito(s) de armazenamento de GNL necessários para o projecto. Será necessário no mínimo um depósito de armazenamento de GNL com uma capacidade de a m 3 para o Comboio 1 e possíveis depósitos adicionais de tamanho semelhante para futuros Módulos. (1) Um "comboio" de GNL é uma série de equipamento de processamento de gás que converte o gás natural em gás liquefeito.cada comboio possui limites práticos na quantidade de gás que pode ser processado, como tal, serão utilizados vários módulos para processar maiores quantidades de gás. Consulte o Diagrama de Fluxo do Processo de GNL do Oleoduto em Mar alto para a Fábrica de GNL para obter mais informações. 43

60 4.4 ELEMENTOS DO PROJECTO NA COSTA O projecto na costa inclui as instalações marítimas associadas com a exportação de GNL e instalações necessárias de apoio logístico para a construção e para manter a eficácia operacional da infra-estrutura do Projecto em Mar alto. As instalações marítimas evoluirão ao longo do tempo para apoiar as fases de construção e operação do Projecto. A localização de todos os componentes do Projecto na Costa ainda está para ser determinada, no entanto, a área será possivelmente acedida através de um canal de navegação de aproximação com aproximadamente 14 m de profundidade e 250 m de largura. Este canal será construído através do alargamento e aprofundamento de um canal existente na Baía de Tungue. Durante a fase de construção do Projecto, as instalações marítimas serão desenvolvidas para acomodar a importação de materiais de construção. Uma doca de construção de carga pesada situar-se-á ao lado da fábrica de GNL proposta. A doca de construção será projectada para acomodar a amarração de embarcações e a descarga de equipamento. Durante a fase operacional do Projecto, será situada ao lado da fábrica de GNL uma instalação marítima com um terminal para acomodar a frota marítima. Prevê-se que a frota marítima consista em rebocadores de escolta, manuseadores de linha, barcos piloto e barcos/equipamento de resposta necessários para proporcionar a manobra e navegação seguras das embarcações de transporte de GNL. Será construído um cais/plataforma de exportação para transportar GNL da instalação em terra para embarcações de transporte de GNL de grandes dimensões construídas para o efeito (1).Prevê-se que esta consista numa plataforma combinada de estradas/ductos. Esta instalação será designada para facilitar o carregamento e a navegação segura das embarcações de transporte de GNL. Junto à costa, será dragada uma bacia de viragem e áreas de atracagem a uma profundidade e tamanho suficientes para permitir que as embarcações de GNL manobrem e atraquem com segurança junto da fábrica de GNL proposta. A profundidade necessária é 14 m abaixo da maré astronómica mais baixa(lat) de forma a acomodar as embarcações de GNL. As dimensões da bacia de viragem e das áreas de atracagem serão determinadas após a determinação da localização do Projecto em Terra e serão realizados mais estudos para caracterizar o ambiente marinho. Para a segurança das embarcações do Projecto e outro tráfego marítimo, será mantida uma zona de exclusão de segurança em torno das embarcações de (1) As embarcações de transporte de GNL possuem uma capacidade que varia entre os e m 3.As dimensões normais das embarcações de transporte de GNL são: 350 m de comprimento, 50 m de largura do convés e aproximadamente 12 m de calado. 44

61 GNL enquanto estas navegam ou manobram. Enquanto as embarcações estiverem ancoradas, o Projecto também irá aplicar uma zona de exclusão em torno de navios de GNL ancorados. As dimensões dessas zonas de exclusão serão determinadas após estudos de engenharia adicionais. 4.5 CALENDÁRIO PROPOSTO DO PROJECTO Actualmente, a duração estimada da concepção, construção e adjudicação do Projecto é de aproximadamente 55 meses com base num arranque inicial da fábrica de GNL em Moçambique agendado para os finais de 2017 e a 1 a exportação de GNL em meados de A primeira fase do programa de construção consiste nos trabalhos de preparação do local, incluindo essencialmente o desbravamento do local, dragagem do canal e da bacia de viragem, preenchimento das terras (utilizando areia de fontes em mar alto e da operação de dragagem) e melhorias da infra-estrutura. Esses trabalhos preparatórios estão agendados para começar na segunda metade de 2013 e para continuar durante um período de aproximadamente 18 meses. Prevê-se que o período de adjudicação para a fábrica de GNL possa durar entre seis a oito meses, incluindo um período de arranque de dois meses. Como mencionado anteriormente, a vida do projecto em geral para a fábrica de GNL em terra é 30 anos, após os quais o Projecto será desactivado. 4.6 CONSIDERAÇÃO DE ALTERNATIVAS As alternativas referem-se a alternativas de localização, disposição das infraestruturas, tecnologias ou processos alternativos e a alternativa "de não implementação do projecto". Esta secção descreve as alternativas em termos de selecção da localização e da tecnologia considerada durante o desenvolvimento do Projecto Alternativas de Localização Actualmente, existem dois possíveis locais a serem considerados para a implantação da fábrica de GNL proposta. Esses incluem o canto sudoeste da Península de Cabo Delgado e a parte norte da Península de Afungi como indicado na Figura 4.4. Inicialmente, a equipa de engenharia da Anadarko analisou o litoral norte de Moçambique entre Pemba e Palma. Nesta análise foram identificadas sete possíveis localizações ao longo da costa. Por diversos motivos técnicos, ambientais, financeiros e de segurança, quatro localizações foram determinadas como sendo inadequadas. Foram então apresentadas três localizações alternativas (Península de Pemba, Península de Afungi e a Península de Cabo Delgado) à equipa de AIA para que esta as analisasse de 45

62 uma perspectiva ambiental e social. A equipa de AIA realizou um estudo de gabinete e visitou os três locais para proceder à análise das mesmas. Durante este processo, a localização de Pemba foi avaliada e descartada pela por diversos motivos ambientais e técnicos, incluindo, mas não limitados a, o seguinte: A localização proposta encontra-se sob o percurso de voos internacionais para o aeroporto de Pemba; Proximidade do Parque Nacional das Quirimbas; Proximidade de um grande centro populacional (Pemba); Distância dos poços em mar alto Windjammer e Barquentine; Dificuldades técnicas associadas com a possível rota de gasodutos submarinos (diversos desfiladeiros submarinos); e Sensibilidade ambiental associada à possível rota de gasodutos terrestres. Isto reduziu o foco das equipas de AIA a duas localizações alternativas, a Península de Afungi e a Península de Cabo Delgado. Foi utilizado um sistema de classificação para classificar os dois locais alternativos (penínsulas de Afungi e Cabo Delgado) de acordo com critérios ambientais e sociais desenvolvidos por especialistas em ecologia marinha, ecologia terrestre (incluindo ecologia costeira) e social. Isto permitiu aos especialistas determinar a adequação dos locais para a fábrica de GNL e desenvolver uma classificação relativa de possíveis locais da perspectiva das áreas em questão (marinha, terrestre e socioeconómica). Os resultados identificaram três possíveis locais na área, dois na península de Afungi e um na península de Cabo Delgado. O local a sul de Afungi foi descartado por motivos técnicos associados à construção de um porto e cais. Assim, os locais a sudoeste de Cabo Delgado e a norte de Afungi (como descrito na Figura 4.4) foram seleccionados como as duas localizações alternativas a serem analisadas. Essas duas localizações serão sujeitas a análises comparativas para determinar qual é o local preferível a partir da perspectiva das ecologias marinha e terrestre e socioeconómica. Após a conclusão deste passo, será realizado um seminário para integrar os critérios técnicos de selecção do local (incluindo itens relacionados com a engenharia, construção e logística) com os critérios ambientais e sociais. O objectivo do seminário é seleccionar um único local a ser investigado em pormenor no EIA.O processo de selecção do local e os resultados do seminário de selecção do local serão documentados num Relatório de Selecção do Local integrado e anexo ao Relatório do EPDA Final. Actualmente, a equipa de engenharia está a desenvolver uma disposição preliminar nos dois locais alternativos. O melhor local com a melhor disposição do local será avaliado em detalhe no EIA. 46

63 4.6.2 Alternativas de Disposição das infra-estruturas As alternativas de disposição das infra-estruturas serão abordadas na Fase do Estudo de Impacto Ambiental no âmbito do processo de AIA, após a realização de trabalho de campo especializado detalhado. O trabalho de campo detalhado permitirá que factores de diversos estudos especializados participem na disposição ou orientação das instalações da fábrica de GNL para evitar áreas sensíveis ou minimizar o impacto na área Alternativas Tecnológicas e de Processo As tecnologias alternativas consideradas são primeiramente associadas com a liquefacção criogénica do gás e o pré-tratamento do gás antes da etapa de liquefacção criogénica. Tecnologias de Pré-tratamento Actualmente, existem várias tecnologias de pré-tratamento e opções de concepção utilizadas em diversas instalações de GNL a nível mundial. A avaliação técnica de cada um desses processos será realizada durante a concepção de engenharia do Projecto em curso. Esses estudos de engenharia detalhados avaliarão as melhores opções de tecnologia disponíveis, abordagem mais económica e os impactos ambientais e sociais mínimos para determinar a tecnologia adequada para o Projecto. Depósitos de GNL Os tipos de depósitos de GNL, os quais foram utilizados anteriormente com sucesso, incluem contenção única, dupla e completa. Além do tipo, também será avaliado o tamanho, número e capacidade total de armazenamento necessária e será feita uma recomendação para o projecto. A quantidade de espaço disponível, mercados a serem servidos e estudos de segurança realizados irão influenciar a selecção para o Projecto. Sistemas de Refrigeração A refrigeração do ar ou água para os sistemas de processamento da fábrica também será examinada como o método preferível e será feita uma recomendação Alternativa Zero (de não implementação do projecto) O EIA avaliará a alternativa zero ou de não implementação do projecto. Avaliar esta alternativa significa que serão avaliados os potenciais impactos de não implementação do projecto proposto. 47

64 5 DESCRIÇÃO DA ÁREA DE REFERÊNCIA 5.1 INTRODUÇÃO A área do projecto inclui os elementos em terra e em mar alto estendendo-se desde o local da proposta fábrica de GNL em terra aos poços de gás natural em mar alto. O ambiente afectado inclui os seguintes três elementos e é descrito nos Capítulos 5 e 6. Ambiente físico: clima, topografia e relevo, hidrologia e geohidrologia, solos, oceanografia (batimetria, correntes e marés). Ambiente biológico: habitats terrestres (florestas, prados), habitats costeiros (recifes de coral, mangais e tapetes de ervas marinhas), aves, tartarugas marinhas, mamíferos marinhos e peixes. Ambiente socioeconómico: pesca, tráfego marítimo, agricultura, turismo e outras actividades socioeconómicas relacionadas. A informação apresentada nos Capítulos 5 e 6 foi obtida de informação já existente para a área do Projecto. A informação de base foi obtida do EIA realizado para a fase de pesquisa deste Projecto, de EIAs realizados para outros projectos na região e de outros estudos e relatórios relevantes. Adicionalmente, foi recolhida informação primária limitada, a partir de observações visuais, durante as visitas preliminares realizadas às potenciais áreas do projecto. Tais visitas foram realizadas por especialistas sociais, marinhos, costeiros e marinhos e os dados primários foram utilizados para expandir a informação disponível, onde possível. Estudos especializados, a serem realizados na Fase da AIA do Estudo de Impacto Ambiental, permitirá que as áreas em mar alto e em terra sejam definidas com maior precisão, através de estudos detalhados e modelos numéricos, onde aplicável. 5.2 ÁREA DE ESTUDO E DEFINIÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRECTA E INDIRECTA As actividades de produção propostas serão realizadas na Área 1 na Bacia do Rovuma (ver Figura 1.1). A perfuração em quatro poços (Windjammer-2, Barquentine-1, Lagosta-1 e Tubarão-1) durante a fase de exploração indicou a presença de quantidades comerciais de gás natural. A fase de planeamento envolverá a perfuração de poços adicionais em mar alto na Área 1.A descrição da área de estudo irá abranger a concessão da Área 1 e a linha costeira das Penínsulas de Afungi e Cabo Delgado (que são localizações alternativas para a instalação de GNL). 48

65 De modo a examinar totalmente as possíveis alterações que as actividades do projecto podem causar, a área de estudo pode ser dividida em Áreas de Influência Directa (ADI) e Áreas de Influência Indirecta (AII). As ADI incluirão a área em mar alto nas imediações de cada poço de gás natural, infra-estrutura de produção submarina e Unidade de Produção Flutuante (UPF) situadas na concessão da Área 1, assim como a área em terra onde estará situada a fábrica de GNL e infra-estruturas associadas. Além disso, as imediações da proposta rota de gasodutos que estabelece a ligação entre as infra-estruturas em mar alto e em terra são consideradas como sendo ADI.A extensão das ADI em terra estará extremamente limitada à delimitação do local em terra, isto é, Penínsulas de Afungi ou Cabo Delgado, dependendo da localização alternativa seleccionada. As AII estendem-se para além da área directa do projecto. As AII incluem rotas para e da área do projecto em terra ou em mar alto que serão utilizadas para actividades relacionadas com o projecto, pois podem ocorrer impactos indirectos fora da ADI. Por exemplo, a Província de Cabo Delgado, incluindo aldeias e a vila de Palma, pode incluir a AII devido às possíveis alterações demográficas e económicas. Nesta etapa inicial, as Áreas de Influência Directa e Indirecta são apenas indicadores, pois estão a ser realizados estudos para determinar o local preferível para a instalação de GNL. 5.3 AMBIENTE FÍSICO (PENÍNSULA DE AFUNGI E CABO DELGADO) Clima Temperatura e Precipitação O clima na área de estudo é extremamente influenciado pela Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) (1).Em Janeiro a ZCIT situa-se a cerca de 15 º S do Equador e a costa este de África está sob a influência dos ventos de noroeste (2).Em Julho a ZCIT situa-se a cerca de 15 º N do Equador e a costa este de África está sob a influência dos ventos de sudoeste e do sul (3).O clima está, portanto, sujeito as estações húmidas (de Novembro a Abril) e secas (de Maio a Outubro). Tal pode ser confirmado pelos dados climáticos do período de 1978 a 2010 da estação meteorológica de Palma que apresentam uma estação húmida e quente distinta (de Novembro a Maio) alternando com uma estação mais seca e fria (de Junho a Outubro). A média de precipitação anual de Palma é mm, com a maior precipitação a ocorrer durante os meses de Março e Abril (196 mm e 204 mm, respectivamente). A precipitação mais baixa ocorre nos (1) A ZCIT é uma área de baixa pressão que se forma quando os Ventos Alísios de Noroeste se encontram com os Ventos Alísios de Sudoeste junto do Equador. Como esses ventos convergem, o ar húmido é forçado para cima causando a condensação e arrefecimento do vapor de água resultando em elevadas precipitações. (2) A sul do Equador, os ventos podem ser mais provenientes de noroeste devido ao efeito de rotação da terra. (3) Esses regimes de vento sazonais são conhecidos como monções. 49

66 meses de Agosto, Setembro e Outubro (18 mm, 24 mm e 21 mm, respectivamente). A temperatura média anual para Palma é 25,9 ºC. A variação das temperaturas médias anuais é reduzida e essas podem variar entre 24,1 ºC em Agosto e 27,1 ºC em Março. As temperaturas e precipitação médias para a área de Palma, que são relevantes para os locais de Afungi e Cabo Delgado, são apresentadas na Figura 5.1. Figura 5.1 Clima (temperatura e precipitação) na Área de Estudo Pluviosidade média anual: 1165 mm Temperatura média anual: 25,9 ºC Pluviosidade Temperatura JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Pluviosidade Temperatura Ventos De Outubro a Fevereiro os padrões dos ventos na área do Projecto são predominantemente provenientes de nordeste enquanto de Março a Setembro são predominantemente provenientes de sul/sudoeste. Os meses mais ventosos do ano são de Junho a Agosto, enquanto as velocidades médias máximas mensais podem exceder 5 m/s. Ciclones Histórica e estatisticamente, o norte de Cabo Delgado não é uma zona propícia a ciclones (Figura 5.2). A maioria dos ciclones atinge a costa nas regiões central e sul da costa. Nos últimos 50 anos, ocorreram 30 ciclones na costa moçambicana afectando principalmente o sector central do litoral originando chuvas torrenciais, inundações e graves danos causados pelo vento (Figura 5.3). Um único ciclone atingiu o litoral norte moçambicano (norte de Pemba) durante os últimos 50 anos. Em 1959, um ciclone atingiu a costa perto de Mocímboa da Praia. 50

67 Figura 5.2 Frequência de Ciclones por Distrito Legenda Área de concessão Parque Nacional de Quirimbas Riscos de Ciclones Baixo Médio Elevado Muito elevado Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia 51

68 Figura 5.3 Ciclones que atingiram a costa moçambicana (1958 a 2008) Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia Moçambique desenvolveu um sistema de advertência ou alerta de ciclones que transmite rapidamente informações e alertas através das estações de rádio nacionais, locais e navais no caso de um risco da passagem de um ciclone pela costa moçambicana. Obtenha mais informações na Caixa de Texto

69 Caixa de texto 5.1 Sistema de Alerta de Ciclones em Moçambique Entrou em vigor a 1 de Novembro de 2002 um novo Sistema de Alerta de Ciclones em Moçambique. Este sistema, que foi desenvolvido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) e o Instituto Nacional para a Gestão de Calamidades (INGC) em colaboração com Agência dos Estados Unidos da América para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e a Rede dos Sistemas de Aviso Prévio contra a Fome (FEWS NET), inclui um sistema de categoria de gravidade de ciclone e um sistema de alerta por cores. As categorias de gravidade de ciclones variam entre 1 para uma tempestade tropical moderada e 5 para a maioria dos ciclones tropicais graves (Nota: Atang, que em 2002 atingiu a terra na fronteira entre Moçambique e Tanzânia, foi classificado como um ciclone de categoria 4 no Canal Moçambicano, mas reduziu para uma tempestade de Categoria 1 quando atingiu a costa. Um ciclone de Categoria 5 é raro e nunca foi registado em Moçambique.) Os Alertas de Cores fornecem às comunidades uma indicação de tempo disponível para se prepararem para o aparecimento de ventos fortes do seguinte modo: Azul: Um ciclone tropical pode afectar a área dentro de 24 a 48 horas.os ventos fortes ainda não são uma ameaça, mas as comunidades devem começar a tomar precauções. Alguns navios podem abandonar o porto. Verifique a amarração dos barcos de pesca. Amarelo: Um ciclone tropical está a aproximar-se e é muito provável que afecte as comunidades dentro de 24 horas. As comunidades são aconselhadas a começar a tomar medidas rapidamente. Certifique-se de que os barcos de pesca e os navios estão seguros. Esteja atento a actualizações sobre o ciclone. Vermelho: Ventos fortes iminentes (dentro de 6 horas) ou podem ocorrer. Nesta etapa crítica, as comunidades são aconselhadas a tomar medidas de segurança finais antes do aparecimento de ventos fortes. Certifique-se de que as portas e janelas estão bem fechadas. Fique no interior. As estradas e pontes podem fechar. A rádio irá transmitir mensagens de advertência continuamente Geologia Regional A bacia do Rovuma é sustentada por rochas metamórficas pré-câmbricas e preenchida com mais de 10 km de matérias que vão desde a época Jurássica à Pliocena. A sedimentação Holocénica ao longo da costa consiste principalmente em dunas activas paralelas à costa, transporte ao longo da costa e formação de recifes. Esses processos resultaram na deposição de areia e gravilha de espessura desconhecida em terra e perto da costa que cobre localmente o leito de rocha subjacente. A península de Cabo Delgado parece ser uma de diversas plataformas de recife perto da costa formadas ao longo da costa do norte de Moçambique. Embora mapeado como sendo regionalmente sustentado por sedimentos litorais (principalmente areia e aluvião, restos e detritos da maré), também é possível que o local seja sustentado a baixas profundidades por depósitos de recife de carbonato. O local é geralmente plano e localizado a aproximadamente 6 a 12 metros acima do nível do mar. A Península de Afungi situa-se na costa em dunas arenosas de espessura desconhecida e sustentada por um leito de rochas. A composição do leito de 53

70 rochas não é conhecido, mas, como base no mapeamento regional, prevê-se que consista em rochas ricas em carbonato. O local é geralmente plano com elevações de 5 a 10 m acima do nível médio do mar Hidrologia e Geohidrologia Solos Uma visita preliminar ao local, realizada em Maio de 2011 pela Equipa de EIA e Especialistas principais, indicou a presença de cursos de água e zonas húmidas em ambas as penínsulas. Essas serão descritas detalhadamente no EIA após a realização de estudos especializados. Um estudo geohidrológico foi encomendado pela como parte da avaliação de fontes de água, o qual irá providenciar uma descrição mais detalhada sobre a água subterrânea para o EIA. Encontram-se em curso investigações geotécnicas pela no quadro da selecção da disposição das infra-estruturas em terra. Informação sobre os estudos geotécnicos e sobre os estudos dos solos no âmbito do EIA, será incluída na descrição do ambiente no REIA Oceanografia Física Batimetria Área da Península de Afungi A Península de Afungi é circundada por uma grande área de águas muito rasas (inferior a 5 m de profundidade) (Figura 5.4).São abrangidas pela delimitação de batimetria de 5 m duas ilhas próximas. Existem recifes de coral em franja nessas águas rasas. 54

71 Figura 5.4 Batimetria, Área de Afungi Legenda Batimetria Valor (m) Batimetria - Área da Península de Cabo Delgado A Península de Cabo Delgado é circundada por uma faixa de águas rasas (inferior a 5 m de profundidade) que varia entre 1 e 2 km de largura (Figura 5.5). Essas águas rasas são caracterizadas pela presença de recifes de coral em franja. Águas mais profundas (superior a 100 m de profundidade) ocorrem mais próximo da costa quando comparado com a Península de Afungi. As águas mais profundas representam as incisões na plataforma continental feitas a este-oeste dos desfiladeiros submarinos. Esses desfiladeiros correm para o oeste das águas profundas, entre as ilhas entre direcção à costa. 55

72 Figura 5.5 Batimetria, Área de Cabo Delgado Legenda Estradas Batimetria Valor (m) Amplitude das Marés As ondas ao longo do litoral de Cabo Delgado são relativamente pequenas, variando de calmas a ondas de cerca 2 m de altura, excepto durante os ciclones. As marés ao longo de toda a costa moçambicana são semi-diurnas entre 2 m e 6,5 m de amplitude (Impacto, 2008).A amplitude das marés em Pemba é 4 m (média da maré viva alta) e 2,8 m (média da maré morta alta) Correntes oceânicas A massa de água equatorial conhecida como a Corrente Equatorial Sul (SEC) corre para oeste ao através do oceano Índico e divide-se quando chega a Madagáscar, num fluxo para sul, Corrente de Madagáscar Este (EMC), e num fluxo para norte que corre a norte de Cape Amber, o ponto norte de Madagáscar. O último fluxo corre para oeste em Cape Amber em direcção à costa de África, onde bifurca em fluxos para o norte e para o sul. O fluxo a norte torna-se na Corrente África Este, enquanto o fluxo a sul se torna na Corrente de Moçambique. Saetre e da Silva (1982, 1989) postulou que a corrente no canal corre sob a forma de remoinhos de grandes dimensões para a esquerda e para a direita e não como uma corrente que flui continuamente para sul. A partir disto foi desenvolvido o modelo de um fluxo para sul de fluxo geral da Corrente de Moçambique mas com diversas semi-bacias mais pequenas e padrões de circulação regionais. Mais perto da costa, bolsas mais frias de água correm paralelas à costa, mas em direcção oposta à Corrente de Moçambique. 56

73 5.4 AMBIENTE BIOLÓGICO - AFUNGI Vegetação e Habitats Vegetação e Habitats Terrestres As florestas e matas naturais da Península de Afungi têm sido extremamente desbravadas através da exploração florestal e agricultura de subsistência histórica. Consequentemente, a maior parte da península inclui matas abertas/matas abertas não diferenciadas de savana fragmentadas pelo cultivo (machambas) e coqueiros. No entanto, existem manchas de matas/florestas de copas fechadas em áreas relativamente elevadas, intercaladas com graminal aberto/terras húmidas. Normalmente, essas matas/florestas litorais incluem uma copa superior de espécies de folha caduca, muitas da sub-família Caesalpinioideae (por exemplo, Guibourtia schliebenii, Hymenaea verrucosa, Micklethwaitia carvalhoi) com espécies de folhagem sempre verdesclerophyllous na copa inferior com (por exemplo, Manilkara spp., Warneckea sansibarica, Baphia macrocalyx). Podem ser circundadas por matas dominadas pelas espécies comuns de miombo, tais como Brachystegia spp. e Berlinia orientalis (Figura 5.6). Figura 5.6 Bosques da Floresta Litoral, Área de Afungi Os sistemas existentes no local de grandes terras húmidas permanentes situam-se em áreas baixas, incluindo linhas de drenagem e áreas pantanosas com uma cobertura de junças e ervas hidrófilas (Figura 5.7).Essas zonas húmidas proporcionam um excelente habitat para répteis e anfíbios e prevê-se que a diversidade de herpetofauna seja elevada. 57

74 Figura 5.7 Terras Húmidas Com Cobertura Herbácea, Área de Afungi Os diversos tipos de habitats localizados na área de Cabo Delgado são ilustrados na Figura 5.8. Figura 5.8 Tipos de Habitat, Imagem Classificada, Área de Afungi Legenda Rios Estradas Habitats Cobertura com vegetação dispersa/áreas virgens Floresta cerrada Machamba (quintas de pequena dimensão) Mangal Floresta aberta Linhas de drenagem/pantanais 58

75 Habitats Marinhos e Costeiros Mangais As florestas de mangais são bem desenvolvidas ao longo do litoral norte da Província de Cabo Delgado. Os mangais do Estuário de Rovuma no norte da Província de Cabo Delgado são os maiores e os mais desenvolvidos ao longo do sector norte da costa e existem continuamente até à fronteira com a Tanzânia. Existem aproximadamente ha de mangais no estuário de Rovuma no lado moçambicano da fronteira. Também existem conjuntos intermitentes de mangais na Península de Afungi, especialmente ao longo do litoral norte e da extremidade este da península (ver Figura 5.9).A distribuição de mangais em torno da Península de Afungi é apresentada na Figura 5.10.Também é evidente a partir desta figura que os mangais dominam as costas das ilhas encontradas a este da área de Afungi. Figura 5.9 Mangais na Extremidade Este da Península de Afungi 59

76 Figura 5.10 Mangais, Área de Afungi Área de Afungi Chave Foram registadas oito espécies de mangais a norte de Cabo Delgado e essas encontram-se listadas na Tabela 5.1.Geralmente, Sonneratia alba é a pioneira mais afastada da costa adaptada às plataformas costeiras abertas e de coral, ocupando locais que são extremamente inundados todos os dias. Pemphis acidula é uma árvore de praia que é encontrada com frequência ao longo da franjade Sonneratia. Os mangais encontrados nas enseadas Rhizophora mucronata e Sonneratiaalba, marginam os canais dos rios detrás dos quais Bruguiera gymnorrhiza e Xylocarpus granatum podem dominar. Em locais mais secos, os matagais de Ceriops tagal (muitas vezes atrofiados) podem formar faixas amplas, que podem dar lugar a uma zona de Avicennia marina anã. Tabela 5.1 Espécies de Mangais, norte de Cabo Delgado Família Rhizophoraceae Verbenaceae Combretaceae Sonneratiaceae Meliaceae Lythraceae Espécie Rhizophora mucronata Ceriops tagal Bruguiera gymnorrhiza Avicennia marina Lumnitzera racemosa Sonneratia alba Xylocarpus granatum Pemphis acidula 60

77 Coral Durante a AIA realizada em 2008 pela Impacto para o levantamento sísmico em águas pouco profundas e perfuração na Área 1 (1), os habitats de recifes de corais seleccionados foram estudados para avaliar as espécies presentes e a saúde geral dos tipos de habitats. Estes foram considerados como sendo representativos da área da Anadarko para o levantamento sísmico e perfuração em águas pouco profundas. Não foram realizados quaisquer levantamentos perto da Península de Afungi, mas perto da Ilha de Vamizi, a aproximadamente 12 km para sul, provavelmente de natureza semelhante. O habitat no leito do mar mais perto da ilha consiste numa plataforma ligeiramente inclinada coberta por areia de carbonato (semelhante ao habitat de coral existente na Península de Afungi). Os afloramentos de carbonato nesta área são raros e essas características são esparsamente cobertas por biota anexa. O substrato na plataforma perto da costa adjacente é coberto com rochas de carbonato expostas e uma próspera comunidade de corais de elevada diversidade dominada por corais pedregosos (ordem Scleractinia) e octocorais (subclasse Octocorallia). As espécies dominantes observadas em torno da Ilha Vamizi encontram-se listadas no Anexo C e incluem corais pedregosos, octocorais e corais pretos. Prevê-se que existam espécies e formações de corais semelhantes em torno da Península de Afungi. A localização de corais em torno da Península de Afungi é apresentada na Figura Este mapa foi baseado em dados históricos e será verificado durante o trabalho de campo no âmbito do estudo de ecologia marinha. (1) Realizado pela 61

78 Figura 5.11 Corais, Área de Afungi Área de Afungi Chave Habitats de Ervas Marinhas e Macroalgas Foram registadas 10 espécies de ervas marinhas pertencentes a sete géneros ao longo do litoral de Cabo Delgado e do Arquipélago de Quirimbas (Whittington et al. 2000). Os conjuntos de espécies de peixes associados aos tapetes de ervas marinhas são diversos, com 249 de espécies pertencentes a 64 famílias registadas a sul de Quirimbas (Whittington et al. 2000). Os tapetes de ervas marinhas ocorrem em estreita associação com os recifes de coral em franja. E constituem a vegetação dominante nos ecossistemas de águas rasas. As espécies infralitorais Enhalus acoroides e Thalassodendrun ciliatum dominam os tapetes de ervas marinhas. Também existem áreas mais pequenas de ervas marinhas cilíndricas Syringodium isoetifolium. Os tapetes de ervas marinhas foram estudados juntamente com os recifes de coral (1) no âmbito do EIA para a pesquisa sísmica e perfuração em águas rasas realizado para a em 2008.Foram registadas oito espécies de ervas marinhas durante o levantamento representando assim 80% das espécies registadas no sul do Arquipélago de Quirimbas por Whittington et al. (2000).As espécies de ervas marinhas e macroalgas registadas durante o levantamento de habitats são apresentadas na Tabela 5.2. (1) Em redor da Ilha de Vamizi 62

79 Tabela 5.2 Espécies de Ervas Marinhas Observadas (Impacto, 2008) Espécie Algas Chaetomorpha crassa Halimeda sp. Padina sp. Sargassum spp. Ervas marinhas Cymnodocea serrulata Cymodocea spp. Enhalus acoroides Halodule sp. Halophila ovalis Syringodium isoetifolium Thalassia hemprichii Thalassodendron ciliatum Os tapetes de ervas marinhas e conjuntos de macroalgas possuem um papel importante ao fornecer alimento, abrigo e servindo de viveiros para uma diversidade de espécies comercialmente exploradas, tais como peixes, crustáceos, gastrópodes e pepinos-do-mar. Os tapetes de ervas marinhas são habitats importantes para a alimentação da tartaruga verde (Chelonia mydas). A localização dos habitats de ervas marinhas e macroalgas é apresentada na Figura Figura 5.12 Localização dos habitats de ervas marinhas e macroalgas na Área de Afungi Área de Afungi Legenda 63

80 5.4.2 Fauna Fauna Terrestre Mamíferos A diversidade de mamíferos na Península de Afungi é consideravelmente baixa quando comparada com a Península de Cabo Delgado (ver Secção 5.4.2, Fauna Terrestre). Durante uma visita preliminar ao local realizada em Maio/Junho de 2011, foram registadas apenas quatro espécies de mamíferos na Área de Afungi, uma das quais é uma espécie da Lista Vermelha, o Elefante Africano (ver Tabela 5.3). Tabela 5.3 Espécies de mamíferos registados na Área de Afungi Nome científico Loxodonta africana Galerella sanguinea Paraxerus cepapi Papio ursinus Nome comum Elefante Africano Manguçovermelho Esquilo-dasavana Macaco-cãocinzento Habitat Estatuto na Lista Vermelha (1) Matas/ Vulnerável Savanas abertas Qualquer Qualquer Menor preocupação Menor preocupação Menor preocupação Menor preocupação Elementos comprovativos Elementos comprovativos circunstanciais (rasto, fezes) Avistado Avistado Avistado Observações Residente/ migratório Largamente avistado na região Largamente avistado na região Largamente avistado na região Aves Durante um levantamento preliminar da Península de Afungi realizada em Maio/Junho de 2011, foram identificadas 53 espécies de aves (ver Anexo C). Uma das espécies registadas (Terathopius ecaudatus - a Águia-bailarina) é uma espécie da Lista Vermelha. Foram registadas diversas espécies de aves de terras húmidas na Área de Afungi: por exemplo, Plectropterus gambensis (Pato-ferrão), Gallinula chloropus (Frangos-de-água),Ardea cinerea (Garça-real), Ardea goliath (Garça-gigante), Ardeola ralloides (Garça-do-lago) e Anastomus lamelligerus(bico-aberto Africano). Algumas das mais comuns espécies de aves presentes na Área de Afungi incluem Dendroperdix sephaena (Perdiz-de-crista), Numida meleagris (Galinha- (1)Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN: fornece informação taxonómica, do estado de conservação e distribuição de taxa que se encontram em risco global de extinção. Visite 64

81 do-mato), Lybius torquatus (Barbaças-de-colar-preto), Tockus alboterminatus (Calau-coroado) e Merops pusillus (Abelharuco-dourado). Fauna Marinha Peixes Peixes associados ao Habitat de corais: A diversidade de espécies de peixes associada aos recifes de coral é elevada. Pereira (2000) preencheu uma lista de verificação de peixes associados a recifes de Moçambique que lista 601 espécies, compreendendo 27 famílias. Foram realizados levantamentos detalhados das Ilhas de Quirimbas até ao sul das Penínsulas de Afungi e Cabo Delgado sob os auspícios do Programa de Investigação Marinha do Arquipélago das Quirimbas em Moçambique, Darwin/Frontier. Os investigadores identificaram 375 espécies de peixes de 57 famílias associadas a recifes (ver Anexo C).Possivelmente, a composição das espécies de peixes associadas a recifes de coral das Penínsulas de Afungi e Cabo Delgado são muito semelhantes às do Arquipélago de Quirimbas, a sul desses dois locais. Peixes associados aos Tapetes de Ervas Marinhas: Foram identificadas 195 espécies de peixes de 52 famílias capturadas por redes de arrasto e armadilhas sobre os tapetes de ervas marinhas no Arquipélago de Quirimbas (Gell, 1997). A família Lethrinidae contabilizou a maior porção de peixe, 31.5%; a família Siganidae 22% e a Scaridae 11%. Foram identificadas vinte e nove espécies de bodiões (Labridae) e essa família contabilizou 9% de todo os peixes pescado. Embora a espécie dominante varie consideravelmente de dia para dia e mesmo entre arrastos, em cerca de 70% da amostra de captura por peso foram contabilizadas as seguintes cinco espécies: Siganus sutor (Siganidae, 25,1%), Lethrinus lentjan (Lenthrinidae, 23,9%), Leptoscarus vaigiensis (Scaridae, 8,8%), Lethrinus variegatus (Lethrinidae, 8%) e Gerres oyena (Gerreidae, 3,5%). Possivelmente, a composição das espécies de peixes associadas a tapetes de ervas marinhas das Penínsulas de Afungi e Cabo Delgado são muito semelhantes às do Arquipélago de Quirimbas, a sul desses dois locais. Tartarugas Foram registadas cinco espécies de tartarugas marinhas ao longo da costa moçambicana: Verde (Chelonia mydas); Imbricata ou bico-de-falcão (Eretmochelys imbricata); Cabeçuda (Caretta caretta); Coriácea (Dermochelys coriacea); e Olivácea (Lepidochelys olivacea). 65

82 Todas as espécies encontram-se listadas na Lista Vermelha da UICN como sendo ameaçadas, sendo a tartaruga-coriácea e a bico-de-falcão consideradas como estando criticamente em perigo. Estudos realizados pelo Grupo Maluane em colaboração com a Sociedade Zoológica de Londres nas Ilhas de Vamize, Rongue e Macaloe indicaram a existência de ninhos das tartarugas bico-de-falcão e verde nas mesmas (Hill e Garnier, 2003). A nidificação de tartarugas ocorre ao longo do ano. Os picos de nidificação das tartarugas na Ilha de Vamizi ocorrem em Janeiro e Agosto, enquanto na Ilha Macaloe ocorre entre Novembro de Maio. Durante a pesquisa sísmica realizada pela entre Janeiro e Maio de 2008, os observadores de mamíferos marinhos a bordo da embarcação sísmica observaram quatro tartarugas individuais na área de concessão. Embora não tinha sido possível uma identificação específica, crê-se que os registos eram todos da Tartaruga-Verde (Chelonia mydas).as tartarugas foram mais observadas a norte da área de concessão (Marine Team Offshore, 2008). O litoral norte da Província de Cabo Delgado proporciona importantes habitats para alimentação e nidificação para as tartarugas verde e bico-defalcão (Costa et al, 2008).Na ausência de dados, devem ser consideradas todas as praias arenosas como possíveis áreas de nidificação e todos os tapetes de ervas marinhas como possíveis habitats para alimentação. As praias arenosas existem em torno da Península de Afungi e as tartarugas verde e bico-de-falcão podem nidificar nessas praias. Os extensos tapetes de ervas marinhas e macroalgas existem nas águas rasas em torno da Península de Afungi e, possivelmente, as tartarugas utilizam-nos como zonas de alimentação. Mamíferos Marinhos De acordo com Peddemors et al. (1997), foram registadas no mínimo 21 espécies de mamíferos marinhos no Canal de Moçambique, das quais duas (baleia jubarte e cachalote) são listadas como Vulnerável (UICN, 2007). Em 2007, foi realizado um levantamento aéreo dos mamíferos e tartarugas marinhas na plataforma continental (desde a costa até 200 m de profundidade) na Área de Concessão da, resultando na observação de três espécies de mamíferos marinhos: Golfinho corcunda (Sousa chinensis plumbea) em águas perto da costa, golfinho narigudo (Tursiops truncates) a este das ilhas e um grande grupo do género Stenella (provavelmente o golfinho fiandeiro/rotador Stenella longirostris) perto da ilha de Tecomaji. Além disso, a monitorização visual e acústica realizada como parte da pesquisa sísmica realizada pela nas águas profundas da Área 1, entre Janeiro e Maio de 2008, confirmou a existência de golfinhos e baleias: Golfinho fiandeiro/rotador (Stenella longirostris), golfinho narigudo (Tursiops truncatus), golfinho de risso e golfinho cabeça-de-melão(peponocephala electra), 66

83 um caldeirão (Globicephala macrorhynchus), um cachalote (Physester macracephalus) e uma baleia jubarte (Megaptera novaeangliae) (Marine Team Offshore, 2008).Foi registado um cachalote (Physester macracephalus) durante o programa de monitorização de mamíferos marinhos de 2008 como parte da pesquisa sísmica realizada nas águas profundas da Concessão da, Área 1, realizada de Janeiro a Maio de Em síntese, foram confirmadas, no mínimo, 10 espécies de mamíferos marinhos na Área de Concessão da. O dugongo (Dugong dugon) existe em áreas junto da costa moçambicana, geralmente em habitats de ervas marinhas. Historicamente, esta espécie existiu nas águas costeiras do litoral norte de Cabo Delgado, mas não foi observada na região nos últimos anos. Esta espécie encontra-se em risco de extinção e, de acordo com investigação recente, está limitada principalmente às águas costeiras do Arquipélago de Bazaruto (Comunicação Pessoal, A. Guissamulo). 5.5 AMBIENTE BIOLÓGICO - CABO DELGADO Vegetação e Habitats Vegetação e Habitats Terrestres A maior parte da Península do Cabo Delgado (a parte este do local proposto) inclui um matagal praticamente impenetrável de floresta seca de folha caduca precoce sobre rochas remanescentes de coral com cobertura mínima de solo (Figura 5.13). Esta é uma formação relativamente recente. Esta floresta não tem praticamente qualquer relação com as matas ou florestas secas observadas em terra (ver Figura 5.14), embora algumas espécies sejam comuns. As árvores têm 4-6 m de altura e as espécies dominantes existentes sobre rochas remanescentes de coral incluem Rhus spp (p.ex., Rhus longipes e R. natalensis), Mimusops sp. e Brexia madagascariensis. A Psiadia arabica existe na camada coberta de arbustos. 67

84 Figura 5.13 Matagal Costeiro sobre Rochas Remanescentes de Coral Localização: Península de Cabo Delgado Figura 5.14 Mata aberta (primeiro plano) e Matagal sobre Rochas Remanescentes de Coral (ao fundo) Observe a diferença entre os dois tipos de vegetação. O matagal costeiro sobre o remanescente de coral é o tipo de habitat dominante encontrado na área de Cabo Delgado. A área na extremidade mais a este da Península de Cabo Delgado inclui este tipo de habitat, mas há elementos comprovativos de que a área é extremamente pantanosa (ver Figura 5.15). 68

85 Figura 5.15 Matagal Costeiro na Área Pantanosa Sobre o Remanescente de Coral Localização: Extremidade mais a este da Península de Cabo Delgado A parte a sudoeste do local proposto inclui áreas intermitentes de mata de Miombo, altamente fragmentadas pelo cultivo e savanas abertas indiferenciadas. A verdadeira floresta Swahili não se encontra presente nesta parte principalmente devido às anteriores actividades de desbravamento. Os actuais povoamentos florestais são sistemas de crescimento secundários e fragmentados, embora seja necessária investigação adicional. O matagal sobre o remanescente de coral também está ausente nesta parte. Na porção noroeste do local de Cabo Delgado, estão presentes grandes áreas de matas de Miombo regionalmente importantes na delimitação do local. Também persistem algumas manchas de floresta seca de copa fechado. Não existe qualquer mata sobre remanescente de coral nesta parte. Os mangais existem ao longo da costa até ao norte da Península do Cabo Delgado como apresentado na Figura Esses são abordados em maior pormenor nos Habitats Marinhos e Costeiros. Os diversos tipos de habitats localizados na área de Cabo Delgado são ilustrados na Figura 5.16 abaixo. 69

86 Figura 5.16 Tipos de Habitat, Imagem Classificada, Área de Cabo Delgado Habitats Marinhos e Costeiros Mangais Os mangais encontram-se fracamente representados ao longo da costa da Península de Cabo Delgado, como assinalado a vermelho na Figura A composição das espécies de mangais é provavelmente semelhante à dos mangais na Península de Afungi (ver Secção 5.4.1, Habitats Marinhos e Costeiros). 70

87 Figura 5.17 Mangal (com Avicennia marina). Localização: Norte da Península de Cabo Delgado Coral A localização de corais em torno da Península de Cabo Delgado é apresentada na Figura Considera-se que as mesmas espécies de coral e formações de coral que existem em torno da Península de Afungi existem na Península de Cabo Delgado (ver Secção 5.4.1, Habitats Marinhos e Costeiros). Figura 5.18 Localização de Coral, Área de Cabo Delgado Área de Cabo Delgado Chave Área do projecto 71

88 Habitats de Ervas Marinhas e Macroalgas A localização de habitats de ervas marinhas e macroalgas em torno da Península de Cabo Delgado é apresentada na Figura Considera-se que as mesmas espécies de ervas marinhas e macroalgas que existem em torno da Península de Afungi existem na Península de Cabo Delgado (ver Secção5.4.1, Habitats Marinhos e Costeiros). Figura 5.19 Habitats de Ervas Marinhas e macroalgas, Área de Cabo Delgado Área de Cabo Delgado Chave Fauna Fauna Terrestre Mamíferos Foi realizado um levantamento preliminar da Península de Cabo Delgado em Maio/Junho de 2011 e os resultados indicaram a presença de, pelo menos, oito espécies de mamíferos terrestres conhecidas na área de Cabo Delgado (listadas na Tabela 5.4) indicando a integridade relativa dos habitats neste local quando comparado com a área de Afungi. Algumas dessas espécies de mamíferos são espécies da Lista Vermelha muito carismáticas (por exemplo, elefante africano, Loxodonta Africana, o cão do mato ou mabeco Lycaon pictus, leão africano Panthera leo e leopardo Panthera pardus), os quais possuem requisitos de habitat específicos e constituem perigo para a segurança das comunidades bem como para quaisquer membros na equipa de AIA durante o trabalho de campo. Certas espécies emblemáticas são especialmente importantes no contexto da fauna. Por exemplo, o elefante africano Loxodonta Africana atrai 72

89 uma atenção especial devido aos seus padrões de migração complicados e extensos, a sua susceptibilidade à caça furtiva e comércio ilegal (marfim), a questão do conflito homem-animal, assim como os seus sistemas sociais bem documentados. Tabela 5.4 Mamíferos registados na Área de Cabo Delgado Nome científico Panthera Leo Nome comum Leão Africano Lycaon pictus Cão do mato ou Mabeco Loxodonta africana Phacochoerus africanus Elefante Africano Habitat Estatuto na Lista Vermelha Savana Vulnerável aberta Mata savana aberta Mata savana aberta Qualquer de de Em perigo Vulnerável Menor preocupação Elementos comprovativ os Relatórios fiáveis Relatórios fiáveis Elementos comprovativ os circunstancia is (rasto, fezes) Avistado Observações Migratório e potencialme nte residente Residente do norte, grandes intervalos residenciais Residente/ migratório Potencialme nte comum Cephalophus natalensis Galerella sanguinea Paraxerus cepapi Javaliafricano Cabritovermelho Manguçovermelho Esquilo-dasavana Papio ursinus Macaco-cãocinzento Áreas florestais/fec hadas Qualquer Qualquer Menor preocupação Menor preocupação Menor preocupação Menor preocupação Menor preocupação Avistado/El ementos comprovativ os circunstancia is Avistado Avistado Avistado Largamente avistado na região Largamente avistado na região Largamente avistado na região Largamente avistado na região Aves Foram registadas oitenta e três (83) espécies de aves na Península de Cabo Delgado durante o levantamento preliminar do local realizado em Maio/Junho de 2011 (ver Anexo C). Este é um número significativamente elevado de espécies de aves quando comparado com a área de Afungi. Foram registadas quatro aves da Lista Vermelha na área do Cabo Delgado: Rynchops flavirostris (Bico-de-tesoura-africano), Hydrpogne caspia (Gaivina-de- 73

90 bico-vermelho), Dromas ardeola (Tarambola-caranguejeira) e Terathopius ecaudatus (Águia-bailarina). Outras espécies que também existem na área de Cabo Delgado são: Egretta garzetta (Garça-branca-pequena), Charadrius tricollaris (Borrelho-de-três-golas), Streptopelia capicola (Rola do Cabo), Cypsiurus parvus (Andorinhão-daspalmeiras), Halcyon chelicuti (Pica-peixe-riscado). Répteis Dado o tipo de habitat encontrado, há uma alta probabilidade de existir uma grande diversidade e densidade de répteis na Península de Cabo Delgado. É provável que o local possua espécies de preocupação, tais como a jibóia Python natalensissebae. Fauna Marinha Peixes É provável que a composição de espécies de peixes associada à Península de Cabo Delgado seja semelhante à da Península de Afungi (ver Secção 5.5.2, Fauna Marinha - Afungi) e, como tal, não é repetido aqui. Tartarugas Ver descrição na Secção 5.4.2, Fauna Marinha - Afungi. Grande parte da Península de Cabo Delgado é circundada por recifes de coral e costas rochosas que confinam directamente no mar (ver Figura 5.20).As praias arenosas são praticamente inexistentes neste trecho. As praias arenosas existem em torno das baías rasas a norte e sul da Península per se e podem ser zonas de nidificação para as tartarugas verdes e bico-de-falcão. Figura 5.20 Remanescente de Rochas de Coral circundando a Península de Cabo Delgado De modo semelhante à Península de Afungi, os tapetes de ervas marinhas e macroalgas existem nas áreas profundas em torno da Península de Cabo Delgado (ver Secção 5.4, Habitats de Ervas Marinhas e Macroalgas) e esses possivelmente são habitats importantes para a alimentação de tartarugas. 74

91 Mamíferos Marinhos É provável que a composição de mamíferos marinhos associada à Península de Cabo Delgado seja semelhante à da Península de Afungi (ver Secção 5.5.2, Fauna Marinha - Afungi) e, como tal, não é repetido aqui. 5.6 ÁREAS PROTEGIDAS - AFUNGI E CABO DELGADO Não existem áreas protegidas oficiais na área de concessão da AMA 1, embora existam diversas áreas de conservação propostas e designadas na área mais ampla, como apresentado na Figura 5.21.O Parque Nacional das Quirimbas situa-se a aproximadamente 131 km a sul do limite sul do local proposto na Península de Afungi. O Parque Marinho do Estuário de Rovuma - Baía Mnazi (Mnazi Bay-Rovuma Estuary Marine Park- MBREMP) situado na Tanzânia, fica a aproximadamente 40 km a norte da Península de Cabo Delgado. Isto inclui toda a Baía de Mnazi, ilhas próximas e aproximadamente 21 km do estuário do rio Rovuma que forma a fronteira com Moçambique. O Parque foi legalizado em 2000 e é o segundo parque marinho na Tanzânia formado ao abrigo da Lei de Reservas e Parques Marinhos, O Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental, sob os auspícios do Projecto de Gestão da Biodiversidade Marinha e Costeira fundada pela GEF, comissionou um estudo em 2007 para investigar a possibilidade de criar uma Área de Conservação Transfronteiriça (TFCA) ao longo da fronteira Moçambique-Tanzânia ligando ao Parque Marinho do Estuário do Rovuma - Baía de Mnazi (MBREMP). O estudo (MICOA, 2007) recomenda a criação de uma nova área de conservação em Moçambique (nome proposto: a Reserva Nacional de Palma/Rovuma). O estudo também recomenda algumas modificações nas delimitações dombremp para formar uma Área de Conservação Transfronteiriça com a área de conservação proposta em Moçambique. Em 2010, Timberlake et al propôs novas áreas de conservação na Província de Cabo Delgado com base nos recentes resultados da botânica das Florestas Costeiras no noroeste de Moçambique. Classificaram os locais como locais de "alta prioridade" e "baixa prioridade" que requerem conservação. A Península de Cabo Delgado foi considerada como um local de "baixa prioridade" com base na presença maioritariamente de matagais costeiros secos sobre remanescente de rochas de coral (um tipo bastante distribuído ao longo da costa este de África), no entanto, particularmente em boas condições e, dada a sua posição geográfica isolada, fácil de preservar. 75

92 Figura 5.21 Localização das Áreas de Conservação Propostas e Designadas Capital de distrito Parque Nacional de Quirimbas Parque Marítimo do Estuário do Rovuma - Baía de Mnazi actual Baía de Mnazi proposta Parque Marítimo do Estuário de Rovuma Reserva Nacional de Rovuma Proposta AP = Posto Administrativo 76

93 6 AMBIENTE SOCIOECONÓMICO Este capítulo fornece informação de base sobre o ambiente socioeconómico nos dois locais alternativos actualmente sob consideração. 6.1 ESTRUTURA DEMOGRÁFICA E ADMINISTRATIVA Província de Cabo Delgado A Província de Cabo Delgado situa-se a norte de Moçambique, fazendo fronteira com a Tanzânia a norte, Província de Nampula a sul e Província de Niassa a Oeste. A população da província é aproximadamente (INE, 2007), o que corresponde a aproximadamente 8,5% da população total de Moçambique, com uma densidade média de 19 habitantes por km 2. A distribuição da população é extremamente determinada pelas condições agrícolas favoráveis, assim como o potencial para pesca e turismo ao longo da costa. Pemba é a capital da Província de Cabo Delgado. Península de Afungi A Penínsulade Afungi encontra-se nos Postos Administrativos de Palma e Quionga, no Distrito de Palma. O Distrito de Palma situa-se na extremidade noroeste da Província de Cabo Delgado e é limitado a norte pelo Rio Rovuma, um limite natural com a República da Tanzânia. A população do distrito perfaz apenas 2,6% da população da Província com habitantes. A densidade populacional é de 14 habitantes por km 2. Várias aldeias foram identificadas no Posto Administrativo de Palma, incluindo Banja (1), Senga, Quitupo e Maganja (Figura 6.3).A Figura 6.1 ilustra uma aldeia típica na Península de Afungi. A vila de Palma ou Palma-Sede também se situa no Posto Administrativo de Palma (Figura 6.3).Palma situa-se na região noroeste da Península de Afungi. O Posto Administrativo de Palma tem habitantes e Palma-Sede habitantes (INE, 2010). O Posto Administrativo de Quionga tem uma população de aproximadamente habitantes. De acordo com os dados fornecidos pelos secretários das aldeias, aproximadamente pessoas residem na Península de Afungi e a população por aldeia é apresentada na Tabela 6.1 abaixo. A aldeia de Maganja, situada adjacente ao mar, é a mais povoada na Península de Afungi. (1) Note-se que as autoridades locais consideram Banja como pertencendo à aldeia de Senga. 77

94 Tabela 6.1 Distribuição Populacional nas Aldeias da Penínsulade Afungi Aldeia Maganja Quitupo Senga (1) 868 Total Fonte: Autoridades locais (secretários da aldeia) N.º de pessoas Figura 6.1 Aldeia Típica na Penínsulade Afungi A população residente na área pertence aos grupos etnolinguísticos Macué, Mwani e Macua. No entanto, na aldeia de Senga, um número considerável da população local pertence ao grupo Makonde. Em geral, os Macués, Mwanis e Macuas são Muçulmanos, enquanto os Makonde são Cristãos. Penínsulade Cabo Delgado A Península de Cabo Delgado situa-se no Distrito de Palma e pertence aos Postos Administrativos de Palma e Quionga. Os assentamentos populacionais existentes na área do Projecto proposta situam-se apenas na área de jurisdição do Posto Administrativo de Quionga. Esses assentamentos incluem as aldeias de Quirinde e Quiwia que pertencem à Localidade de Quirinde. A Figura 6.2 ilustra uma aldeia permanente típica na Península de Cabo Delgado. A população combinada dessas duas aldeias é de distribuída de acordo com a Tabela 6.2 abaixo. (1) Note-se que a população da aldeia de Senga inclui a população de Banja 78

95 Tabela 6.2 Distribuição Populacional das Aldeias da Penínsulade Cabo Delgado Aldeia N.º de pessoas Quirinde (Quirinde - Sede e Mbuize) Quiwia 808 Total Fonte: Chefe de Quirinde A aldeia de Quirinde encontra-se dividida em duas áreas, o centro da aldeia (também denominado por "Quirinde-Sede") e Mbuize. Mbuize situa-se na Penínsulade Cabo Delgado, enquanto Quirinde-Sede se situa fora da área. Mbuize é um centro de pesca com 30 alojamentos, equivalente a aproximadamente 150 habitantes a residir na aldeia numa base permanente. O centro de pesca é uma área em que os pescadores se juntam e onde são realizadas as actividades relacionadas com a pesca, tais como descarga das embarcações pesqueiras, venda de peixe, pequenas reparações nos barcos e equipamentos (isto é, redes), preparação da captura de peixe (isto é, secagem), entre outras. Embora a principal actividade dos agregados familiares de Mbuize seja a pesca e a venda de peixe, também é praticada a agricultura em machambas de pequena escala num regime irrigado pela chuva e é exclusivamente para o consumo do agregado. No entanto, algumas parcelas de cultivo (por exemplo, arroz) situam-se no local proposto. A aldeia de Quiwia é associada a três centros de pesca, também de carácter sazonal. Esses incluem Makongo, Patacua e Farol. Figura 6.2 Aldeia Permanente Típica 6.2 ASSENTAMENTOS COSTEIROS A parte noroeste da Península incorpora uma secção da cidade de Palma, o centro populacional maior e mais urbanizado na região. Predominantemente, a população da Península de Afungi reside ao longo da estrada não classificada e não pavimentada que fornece acesso à Península. No entanto, a população a sul do local é escassa e consiste em assentamentos temporários associados a actividades de pesca (ao longo da costa) ou terras agrícolas (em terra).existem quatro assentamentos principais ou aldeias na Península, como apresentado na Figura 6.3.Essas são Senga, Banga, Magania e Quitopo. 79

96 Figura 6.3 Aldeias e Assentamentos Costeiros na Península de Afungi Chave Local proposto 2 (Afungi) Cidade Centros de pesca Aldeias Rios Terciárias Adjacentes Divisão administrativa Além dessas aldeias, encontram-se diversos centros de pesca dispersos ao longo da costa e os que estão registados no censo IDPPE são apresentados na Figura 6.3.Esses consistem em pequenos assentamentos, sazonais ou permanentes, que são utilizados para a descarga de embarcações pesqueiras e como mercado para a comercialização de peixe. Sabe-se que, para além dos identificados, existem diversos centros de pesca mais pequenos na Península Os centros de pesca são muitas vezes associados a cidades ou aldeias. Os associados à aldeia de Maganja incluem Makongo, Funzi e Semo. A aldeia de Quitupo é associada aos centros de pesca de Mlamba, Salama e Ngoji. Outros centros de pesca localizados na penínsulas ão Chungo, Muaha e India, todos associados à cidade de Palma. 80

97 Figura 6.4 Centro de Pesca (Cidade de Palma) 6.3 ASSENTAMENTOS COSTEIROS Em termos de assentamentos costeiros, a Península de Cabo Delgado inclui uma aldeia, Quiwia, e 7 centros de pesca (um dos quais é Mbuize).A maioria dos centros de pesca pertence à parte sul da Península de Cabo Delgado a sul da área do Projecto, no Posto Administrativo de Palma (ver Figura 6.5). 81

98 Figura 6.5 Aldeias e Assentamentos Costeiros na Península de Cabo Delgado Chave Local proposto 3 (Península de Cabo Delgado) Farol Aldeias Centros de pesca Centro da localidade Centro do distrito Centro do Posto Administrativo Rios Linha de Energia de 33 kv Estradas Outras Terciárias Adjacentes Divisão administrativa 6.4 ACTIVIDADES ECONÓMICAS As principais actividades económicas da população na Península de Afungi são agricultura, pesca e criação de gado, sendo as actividades relacionadas com a pesca as mais comuns. Os homens estão mais envolvidos na pesca e nas actividades relacionadas com a pesca que as mulheres, que estão tipicamente envolvidas em actividades agrícolas. Em geral, a dependência dos recursos da pesca aumentam com a proximidade do mar e a má qualidade dos solos circundantes para a produção agrícola Pescas A pesca é a principal actividade económica ao longo da costa de Moçambique, incluindo o Distrito de Palma. Fornece meios de subsistência e rendimento para uma parte significativa da população trabalhadora. A pesca é praticada a uma escala artesanal para fins comerciais e à escala de subsistência para consumo. A captura anual total em Moçambique é estimada a toneladas por ano. O sector artesanal por si só representa 75% deste valor e contribui significativamente para as comunidades costeiras, servindo como fonte primária de proteína animal e rendimento (Impacto, 2010). Mais de pessoas estão envolvidas na pesca artesanal na Província de Cabo Delgado (Impacto, 2009). Essas pessoas pescam ao longo da costa e em torno das ilhas vizinhas, normalmente não se aventurando para além de 6 milhas náuticas (11 km) da terra em canoas, botes e pequenos barcos abertos. 82

99 Estima-se que existem aproximadamente pescadores em Palma (Impacto, 2008). Foram identificados seis tipos de equipamento de pesca na área (Impacto, 2008): redes de arrasto de praia; redes de emalhar; redes de cerco; linhas de mão; mergulho; e armadilhas. Os indivíduos indirectamente associados com a pesca artesanal consistem naqueles envolvidos nas funções de produção e gestão. Além dos pescadores, existem apanhadores, aqueles que apanham conchas, caranguejo, etc. Em torno dessas actividades estão os preparadores de peixe, comerciantes e intermediários que dependem das pescas. Além disso, as indústrias de apoio, tais como construção de barcos e redes, dependem da indústria. Península de Afungi A pesca é a actividades de subsistência primária em Maganja, embora também seja praticada a agricultura. Os habitantes estão envolvidos na pesca artesanal, utilizando canas de pesca, redes e mergulho. As capturas de peixe são para consumo e comercialização. Como mencionado anteriormente, Maganja tem quatro centros de pesca, nomeadamente, Macono, Funzi, Maganja-velha e Semo. Esses centros de pesca acomodam pescadores das aldeias circundantes e outras áreas numa base sazonal. A pesca também desempenha um papel fundamental como actividade de subsistência e fonte de rendimentos para alguns residentes das aldeias de Quitupo e Senga, embora a actividade agrícola seja mais prevalecente. Enquanto os pescadores residem na aldeia principal, em determinadas épocas do ano, mudam-se para os centros de pesca, tais como Miramba, Salama e Ngoji. Entre os residentes da aldeia de Senga existem alguns pescadores e esses tendem a utilizar os centros de pesca de Quitupo e/ou Maganja. As embarcações pesqueiras de Nacala e Angoche a sul da área do Projecto visitam os centros de pesca de Maganja e Quitupo, para pescar ou comprar peixe fresco ou seco dos habitantes. Até 25% da captura anual é proveniente da pesca comercial. Este tipo de pesca ocorre em mar alto e é praticada ocasionalmente na Área 1, embora não existam quaisquer actividades de pesca comercial nacional na concessão (Impacto, 2008).Podem existir alguns esforços de pesca internacional esporádicos a norte de 16 º S, mas estes estão normalmente limitados às profundidades de m (Almeida, 2005).A pesca de grandes espécies pelágicas (atuns, espadartes e tubarões) é sazonal na Área 1 e a presença 83

100 dessas espécies de grande porte depende da concentração de espécies alvo que são transitórias na área. Penínsulade Cabo Delgado A aldeia de Quiwia é associada a três centros de pesca sazonal, Makongo, Patacua e Farol. A pesca é a principal actividade económica para a população de Quiwia. Ocasionalmente, a área acomoda pescadores de outras partes do distrito e província e, por vezes, de outras províncias e da vizinha Tanzânia. A pesca é praticada a uma escala artesanal e ocorre muito perto da terra ao longo da costa. Os homens pescam em barcos pequenos (feitos de materiais tradicionais) e utilizam redes, canas e gaiolas. Normalmente, as mulheres apanham moluscos e polvos na costa. Uma pequena parte das capturas é utilizada para subsistência do agregado, mas a maioria é vendida localmente a pessoas de outras áreas, por exemplo, Palma-Sede, Pemba, Nacala e Tanzânia. Alguns dos pescadores locais também vão até Palma-Sede e Mocímboa para vender peixe e comprar bens básicos (sabão, óleo de cozinha, açúcar, etc). Figura 6.6 Um assentamento de pesca sazonal e um barco artesanal Actividades Agrícolas e Segurança Alimentar Existem dois sistemas agrícolas principais na Província de Cabo Delgado (Impacto, 2008), os quais são dependentes do local e, até certo ponto, da distância do mar: Agricultura de sequeiro: principalmente localizada em terra e abrange uma combinação de produção de culturas, criação de gado e comércio. A agricultura de irrigação pela chuva é susceptível à variação do clima e exposição aos riscos de estações secas prolongadas. O acesso a possíveis mercados é fraco e em algumas áreas as transacções comerciais não envolvem dinheiro, enquanto noutras é utilizada moeda tanzaniana. Agricultura nas terras baixas e na costa: localizada ao longo da costa e principais rios, tais como o Rio Rovuma. Normalmente, este sistema consiste numa combinação de pesca, cultivo de culturas e criação e 84

101 comercialização de gado, sendo a pesca a actividade mais importante no Distrito de Palma. Península de Afungi Na aldeia de Maganja, a agricultura de subsistência consiste principalmente de arroz, mandioca e sorgo. As áreas cultivadas situam-se fora da aldeia para limitar os danos causados principalmente por macacos. No entanto, os habitantes afirmam que as áreas fora da aldeia são propícias a danos causados por elefantes. Figura 6.7 Área Típica Cultivada na Península de Afungi As aldeias de Quitupo e Senga situam-se no interior e as actividades de subsistência são centradas no cultivo e gado. Quitupo tem duas áreas agrícolas (Quitunda e Nacabanda), enquanto Senga tem apenas uma (Banja).Diversos habitantes de Senga residem perto de Banja. A Figura 6.8ilustra as áreas na Península de Afungi utilizadas para a agricultura. É cultivado principalmente milho, sorgo, arroz, mandioca, amendoins e feijões para o consumo do agregado. No entanto, as colheitas são muitas vezes vendidas entre os próprios habitantes ou a pessoas que vêm de Quirinde e Quiwia (aldeias da Península de Cabo Delgado). Também são produzidas culturas de rendimento, tais como cocos e caju, na aldeia de Senga. Normalmente, as castanhas de caju são comercializadas localmente (através de intermediários de Palma), mas existem casos em que os agricultores locais viajam até Tanzânia para vender a sua produção de castanha de caju. 85

102 A criação de gado envolve principalmente caprinos e aves de capoeira, os quais são normalmente vendidos aos habitantesd e outras aldeias, por exemplo, Maganja. Figura 6.8 Áreas Cultivadas na Península de Afungi Chave Local proposto 2 (Afungi) Cidade Aldeias Rios Terciários Adjacentes Mosaico de estruturas de alojamento e cultivo Divisão administrativa Península de Cabo Delgado Na Península de Cabo Delgado, a agricultura é praticada apenas para fins de subsistência. Além dos solos pobres, a frequente destruição das colheitas causadas por animais selvagens (macacos, porcos selvagens e elefantes) também limita a produtividade. As áreas cultivadas situam-se principalmente perto das casas, embora existam algumas parcelas de terra fora do assentamento populacional, especialmente em áreas pantanosas utilizadas para o cultivo de arroz. Também é produzido, em menor grau, arroz, mandioca e sorgo. A Figura 6.9 apresenta as áreas cultivadas na Península de Cabo Delgado. 86

103 Figura 6.9 Áreas cultivadas na Península de Cabo Delgado Figura 6.10 Campos de milho e arroz na Península de Cabo Delgado Turismo Península de Afungi Não existem quaisquer locais turísticos ou locais utilizados para fins recreativos na Península de Afungi. A área do Projecto, no entanto, situa-se a 4 km das ilhas de Rongue e Tecomaji onde estão a ser planeados ou construídos estâncias turísticas de classe alta (Figura 6.11). 87

104 Figura 6.11 Locais Turísticos Região da Península de Afungi Chave Local proposto 2 (Afungi) Cidade Aldeias Rios Terciários Adjacentes Empreendimentos turísticos planeados Divisão administrativa Uma estância turística está a ser desenvolvida na costa norte e noroeste da ilha Tecomaji, o Tecomaji Lodge, que irá consistir em alojamento, um restaurante e um campo de investigação. A estância turística irá centrar-se em actividades de ecoturismo, incluindo o mergulho em redor da ilha. Além disso, está a ser planeada uma estância turística de luxo para a Ilha de Rongui que irá pertencer ao bem conhecido Projecto Maluane, um projecto de conservação nacional reconhecido. Penínsulade Cabo Delgado Actualmente, não existem actividades turísticas comerciais na Península de Cabo Delgado. No entanto, foram apresentados planos para o desenvolvimento turístico em três áreas na Península de Cabo Delgado, duas das quais aguardam aprovação (Figura 6.12). A estância turística existente mais próxima encontra-se em desenvolvimento na Ilha Tecomaji, directamente a sul da Península de Cabo Delgado. A estância turística irá centrar-se nas actividades de ecoturismo, incluindo o mergulho nos recifes de coral em redor das ilhas e viagens ao farol existente na Península de Cabo Delgado (Figura 6.12). 88

105 Figura 6.12 Características Turísticas, Península de Cabo Delgado Local proposto 3 (Península de Cabo Delgado) Potenciais locais recreativos Farol Aldeias Centro da localidade Centro do distrito Centro do Posto Administrativo Rios Recifes de coral Áreas com elevado potencial turístico a aguardar aprovação Área de Desenvolvimento Turístico (a aguardar aprovação) Área de Desenvolvimento Turístico (com licença de utilização da terra Empreendimentos Turísticos Pendentes) Estradas Outras (não classificadas) Terciárias Adjacentes Divisão administrativa 6.5 COMODIDADES E SERVIÇOS Península de Afungi A infra-estrutura na área é limitada. A estrada principal na área mais alargada é a R763, que se situa a oeste da área do Projecto, mas não passa no interior da área. Uma estrada mais pequena e não pavimentada passa de oeste a este estabelecendo ligação entre as aldeias que se encontram na área do Projecto e a costa de Maganja (ver Figura 6.11). Uma rede eléctrica de 33 kv que parte da Cidade de Palma para o Posto Administrativo de Olumbi encontra-se paralelamente à R763, a oeste da área do Projecto. Maganja tem um centro de saúde, uma escola primária (até ao 7º ano) e a aldeia também tem três furos com bombas manuais. As aldeias de Quitupo e Senga estão equipadas com uma escola primária de nível 1 (até ao 5º ano), um posto de primeiros-socorros para cuidados de saúde e furos com bombas manuais. As outras aldeias na área do Projecto não possuem tais serviços. 89

106 Figura 6.13 Fonte de água em Quitupo e Centro de Saúde em Maganja Península de Cabo Delgado A infra-estrutura social na Península de Cabo Delgado é limitada. Apenas uma estrada passa pela área do Projecto, de oeste a este, para estabelecer ligação entre a R755 e o farol (no extremo oriente da península). Existe uma escola primária (até ao 5º ano) em Quirinde-Sede. Na aldeia de Quiwia existem professores, mas nenhuma escola formal e os alunos têm aulas ao lar livre. A água potável encontra-se disponível a partir de poços artesanais e foi observado um furo com uma bomba manual na aldeia de Quiwia. 6.6 PLANOS E PROJECTOS EXISTENTES A costa da Província de Cabo Delgado é conhecida pelo seu enorme potencial em termos de desenvolvimento turístico e desenvolver este potencial na sua plenitude está no topo da agenda dos Governos Nacional e Provincial. O Governo Provincial colocou em prática o seu Plano Estratégico para o Desenvolvimento Turístico em Cabo Delgado ( ), que proporciona a seguinte visão para o desenvolvimento turístico na Província até 2025: "Cabo Delgado será o destino turístico mais exótico de Moçambique, criando incentivos para parceiros regionais com outras províncias e países vizinhos, promovendo o turismo de alta qualidade através da utilização sustentável dos recursos naturais e valorizando a cultura e irá fornecer uma solução para a procura nacional e internacional de pessoas por ano". De acordo com a Política Nacional de Turismo e Estratégia de Implementação, o Plano Estratégico para o Desenvolvimento Turístico em Cabo Delgado identificou grandes áreas para o desenvolvimento turístico na Província. As áreas incluem, entre outras, a Costa Norte da Área do Rovuma (abrangendo as Penínsulas de Cabo Delgado e de Afungi). O desenvolvimento turístico nessas áreas será baseado nos seguintes recursos/produtos principais: Cultura (artesanato, dança e outras expressões culturais); 90

107 Ecologia (fauna, flora e riqueza florestal); Beleza cénica (bacia do Rovuma, farol de Quionga, Baía de Palma, ilhas, lagoas de Nangade e Lidede e terras húmidas de Palma); Desportos aquáticos (pesca recreativa e mergulho); e Desportos terrestres (caça e safaris fotográficos, canoagem e pesca em água doce). No cumprimento da Política Nacional de Turismo, o Projecto Arco Norte, que está a ser implementado com o apoio da USAID, desenvolveu um Plano Mestre de Turismo para o desenvolvimento de espaços turísticos integrados na Região Norte (Províncias de Niassa, Nampula e Cabo Delgado). Com esta iniciativa em áreas específicas da Província de Cabo Delgado, que incluem a área costeira da Cidade de Pemba (uma extensão entre o Porto de Pemba e a Baía de Wimbe), a área costeira de Chuiba e Murrebue (o último no Distrito de Mecufi) e parte da Ilha do Ibo foram identificadas, demarcadas e aprovadas pelo Decreto Ministerial. O Plano Principal inclui planos abrangentes de uso dsterra para o desenvolvimento turístico e identificou as necessidades no âmbito dos serviços e infra-estruturas para apoiar a indústria turística de um modo sustentável. Actualmente, foi estabelecido um Veículo de Finalidade Especial (uma empresa pública denominada de "Mozaico do Índico") com a finalidade de descobrir e recrutar parceiros e investidores para o desenvolvimento de serviços e infra-estruturas turísticas específicas e auxiliares. No seguimento da experiência de desenvolvimento do Plano Estratégico e do Plano Mestre de Arco Norte, a Direcção Provincial de Turismo desenvolveu nos últimos anos um plano mais detalhado para o desenvolvimento turístico, com base na suposição de que os empreendimentos de turismo necessitam de uma gama completa de serviços e infra-estruturas de suporte de modo a serem bem sucedidas. As áreas específicas para o desenvolvimento turístico integrado foram demarcadas noutro lugar na Província e aguardam aprovação por parte do Gabinete de Ministros. Algumas dessas áreas pertencem ao Leste e Sul da Costa da Península de Cabo Delgado, coincidindo assim com a área de projecto proposta nessa região. Em paralelo, vários empreendimentos de turismo no Arquipélago de Quirimbas direccionados para os mercadores turísticos de classe alta estão em andamento. Alguns desses empreendimentos serão implementados perto das possíveis áreas do projecto no Distrito de Palma, nas Ilhas de Tecomaji e Rongui, para as quais foram emitidas Licenças para o Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT) para o desenvolvimento turístico Península de Afungi A Península de Afungi possui uma área com Licença de Uso e Aproveitamento da Terra (para o desenvolvimento de empreendimentos comerciais). Nesta fase, não há quaisquer informações relativas à finalidade da concessão ou do seu titular. A área também abrange parte de uma licença simples para extracção de madeira. No entanto, note-se que normalmente são 91

108 concedidas licenças simples por um período de um ano, no final do qual podem ser renovadas. A Figura 6.14 abaixo apresenta as licenças existentes. Figura 6.14 Áreas com Licença de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT) Chave Local proposto 2 (Afungi) Cidade Aldeias Rios Terciários Adjacentes Área com licença de utilização da terra (DUAT) Licença anual para operações de extensão (2011) Divisão administrativa Península de Cabo Delgado Foi solicitada uma Licença de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT) pelo Ministro do Turismo para diversas áreas localizadas na proximidade ao local de Cabo Delgado a serem designadas como Áreas de Desenvolvimento Turístico. Essas áreas aguardam aprovação e são apresentadas na Figura

109 Figura 6.15 Áreas com Licença de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT) 6.7 PATRIMÓNIO CULTURAL E ARQUEOLOGIA Península de Afungi Estima-se que a Península de Afungi possua pelo menos seis cemitérios, um pertencente às aldeias de Maganja e Quitupo e os restantes quatro à aldeia de Senga. A localização exacta de cada um desses cemitérios ainda não é conhecida. Existem locais sagrados, onde as pessoas realizam cerimónias tradicionais para pedir chuva e boas colheitas, na área de Maganja e Senga. Ainda não foi confirmado se essas pertencem à proposta área do Projecto. As pessoas de Quitupo mencionaram uma cerimónia tradicional, praticada por mulheres, que envolve danças para pedir chuva, mas confirmaram que não existe qualquer local específico para a mesma. Não foram identificados quaisquer marcos ou monumentos na proposta área do Projecto. Ainda não foram identificados quaisquer marcos ou monumentos na proposta área do Projecto Península de Cabo Delgado Localizou-se um local de importância cultural que é particularmente sagrado para os Mwanis. O local possui um túmulo de uma rainha Muçulmana antiga e acredita-se que traz boa sorte. As pessoas viajam da Província de Nampula para visitar o local e um pequeno albergue perto do local acomoda esses peregrinos. 93

110 Outros locais de importância cultural ou religiosa na área incluem mesquitas e cemitérios. A Península de Cabo Delgado também aloja um dos mais antigos faróis de Moçambique, que é um importante marco histórico na área (Figura 6.16). Figura 6.16 Farol na Península de Cabo Delgado 6.8 TRÁFEGO MARÍTIMO O Canal de Moçambique é uma rota de navegação preferencial nas ligações marítimas entre as Américas do Norte e do Sul, o Golfo Pérsico, Ásia e sul e leste de África. O tráfego das embarcações inclui o tráfego de cabotagem regional da África Austral e Oriental e cabotagem doméstica de Moçambique (Impacto, 2009).As embarcações típicas que navegam na região incluem petroleiros, assim como navios contentorizados e de carga geral. Embora o Canal de Moçambique seja uma rota de navegação internacional popular, não existem quaisquer rotas estabelecidas formalmente e as embarcações internacionais navegam em mar alto nas águas profundas, fora da área do projecto. A Área 1 na Bacia do Rovuma é principalmente utilizada por embarcações nacionais e regionais, com tráfego de baixa intensidade para e de Madagáscar, Comoros, Tanzânia e Quénia, ligando os Portos de Pemba e Mocímboa da Praia (Figura 6.17). O porto mais próximo da área do Projecto é o Porto de Mocímboa da Praia. De acordo com a Autoridade Marítima, este porto só foi visitado uma vez por uma navio internacional que transportava madeira (1). (1) O navio chamava-se M/V THORHANNE, era de naturalidade chinesa e registado em Barbados com uma tonelagem líquida de toneladas, transportando madeira contentorizada. 94

111 Foram observados outros tipos de tráfego na área de jurisdição da Delegação Marítima de Mocímboa da Praia, incluindo embarcações relacionadas com a pesquisa de petróleo. Existe actividade de perfuração e sísmica intensa em curso na Bacia do Rovuma em Moçambique, nas áreas de concessão 1 (), 4 (Eni), 2 e 5 (StatOil) e 3 e 6 (Petronas). Essas embarcações, assim como as suas respectivas embarcações de apoio, são localizadas nas áreas dos projectos. Além disso, cruzeiros e iates recreativos visitam as ilhas do Arquipélago de Quirimbas. A Tabela 6.3 apresenta o tráfego dos navios através do Porto de Mocímboa da Praia em 2007 (Impacto, 2009). Tabela 6.3 Circulação dos Navios, Porto de Mocímboa da Praia em 2007 Ano 2007 Média mensal Número de Embarcações 16 1,3 Fonte: Delegação Marítima - Mocímboa da Praia/Estância Aduaneira - Mocímboa da Praia Em 2009, a utilizou o Porto de Mocímboa da Praia para descarregar equipamento e material de perfuração, incluindo uma plataforma de perfuração. A Figura 6.17abaixo apresenta a circulação de embarcações regionais e nacionais na Área 1 (Impacto, 2008). O tráfego marítimo na área de ambos os locais é predominantemente embarcações pesqueiras e barcos de turismo ocasionais das ilhas circundantes. 95

112 Figura 6.17 Tráfego das Embarcações na Rotas de Navegação Nacionais e Regionais na Área 1 da Bacia do Rovuma Fonte: INAMAR,

113 7 IDENTIFICAÇÃO DOS POTENCIAIS IMPACTOS 7.1 INTRODUÇÃO Uma parte principal do Processo de Definição de Âmbito é a identificação preliminar das formas como o projecto pode interagir (positiva ou negativamente) com os recursos e receptores ambientais e socioeconómicos. As questões que são identificadas como potencialmente importantes durante o Processo de Definição de Âmbito fornecem foco para estudos especializados mais detalhados para o EIA. Cada uma das potenciais questões identificadas antes de receber o parecer das Partes Interessadas e Afectadas (PI&As), será brevemente descrita nesta secção, e o significado de quaisquer impactos resultantes do projecto será discutido e avaliado mais pormenorizadamente no EIA, utilizando a metodologia presente no Anexo B. 7.2 QUESTÕES FATAIS O estudo de gabinete e a visita preliminar aos locais propostos não identificaram quaisquer questões fatais no Projecto. Mesmo assim, foram identificadas várias sensibilidades que serão detalhadamente investigadas durante os estudos especializados. Caso seja identificada qualquer sensibilidade como questão fatal do Projecto, tal será avaliada em detalhe e comunicada no EIA. 7.3 IDENTIFICAÇÃO DO IMPACTO COSTEIRO E EM Mar ALTO Os potenciais impactos costeiros e em mar alto são semelhantes para Cabo Delgado e Afungi. Quando os impactos forem identificados como sendo de locais específicos, é enfatizado nesta secção. Tabela 7.1 Resumo dos Potenciais Impactos Costeiros e Mar alto Ambiente físico: Processos físicos Qualidade da água Leito do mar Movimento de sedimentos Atmosfera Ambiente socioeconómico: Pescas Tráfego marítimo Turismo e recreação Património cultural Ambiente biológico: Habitats costeiros; por exemplo, corais e ervas marinhas Peixes Aves marinhas e costeiras Tartarugas Mamíferos marinhos Fauna bentónica Outros: Gestão de resíduos Eventos não rotineiros em mar alto e acidentes e perigos graves 97

114 Tabela 7.2 Potenciais Impactos em Terra e Mar alto Receptor/Recurso Ambiente Físico Processos físicos Coluna de Água Leito do mar Atmosfera Ambiente Biológico Plâncton Fauna bentónica Habitats costeiros; por exemplo, corais e ervas marinhas Peixes Potencial Impacto A construção de um porto e de um grande paredão irá alterar as condições hidrodinâmicas. Devido à presença do paredão, as ondas e expansão serão muito reduzidas, o que aumentará a sedimentação na área. O padrão actual na área é susceptível de alterar. Os cais do porto e o paredão também irão alterar o aspecto e exposição do ambiente litoral, o que terá repercussões em habitats sensíveis, tais como mangais costeiros e comunidades de coral. Os trabalhos de preparação do fundo do mar e outras perturbações do fundo do mar associados com a colocação de gasodutos, dragagem, perfuração de poços e instalação de infra-estruturas submarinas irão aumentar a turbidez (e a possível libertação de nutrientes e contaminantes associados aos sedimentos do fundo do mar), o que afecta a qualidade da água. As aparas da perfuração também têm o potencial de afectar a qualidade da água dependendo da sua forma de disposição. Todas as alterações na qualidade da água têm o potencial de afectar a vida marinha que a coluna de água suporta. A preparação do local e a perturbação prolongada do leito do mar durante as actividades de estabilização e intervenção do leito do mar para o sistema de produção submarino e o oleoduto irá aumentar a carga de sedimentos na coluna de água e causará alterações no perfil do leito do mar. Podem ocorrer impactos semelhantes durante trabalhos de abertura de valas para o oleoduto. O tráfego das embarcações durante a perfuração, dragagem, carga/descarga da construção do cais do porto e construção do oleoduto, UPF e instalação do sistema de produção submarino irá causar emissões para a atmosfera, cuja magnitude irá depender da qualidade do combustível, duração, frequência de circulação e tipos de embarcação. Em geral, as fontes de emissões em mar alto (por exemplo, UPF) colocarão um menor impacto quando comparadas com fontes próximas do cais onde podem estar presentes receptores sensíveis em terra. Mesmo assim, serão avaliadas as emissões médias para a atmosfera das infra-estruturas em mar alto durante a construção e operação. A perturbação do leito do mar como um resultado das actividades de dragagem, abertura de valas e de construção na área do terminal em terra pode originar um aumento na turbidez na área junto da costa. Caso sejam libertados nutrientes no fundo do mar ou contaminantes, o fitoplâncton pode ser afectado com impactos concomitantes na comunidade de zooplâncton. A perturbação do leito do mar como um resultado das actividades de dragagem, abertura de valas e de construção na área do terminal em terra pode perturbar fisicamente a fauna bentónica e/ou o seu habitat Isto teria implicações para os peixes que se alimentam de fauna bentónica. A preparação de cais, paredão e porto resultará numa perda de habitat, susceptível de incluir habitat de coral e ervas marinhas. Uma alteração na hidrodinâmica através da instalação desta infra-estrutura é susceptível de alterar a estrutura da comunidade bentónica. Os impactos em especial no coral podem ter um impacto local significativo, por exemplo, ao remover uma fonte valiosa para o turismo. A instalação dos gasodutos irá efectivamente criar um habitat artificial para recifes, o que pode afectar positiva ou negativamente, dependendo das espécies que colonizam a infraestrutura. O habitat de coral e tapetes de ervas marinhas são utilizados para a alimentação e desova de espécies de peixes dependentes desses habitats.

115 Receptor/Recurso Aves Marinhas e Costeiras Tartarugas Mamíferos Marinhos Ambiente Socioeconómico Pescas Tráfego Marítimo Turismo e Recreação Património Cultural Outros Gestão de Resíduos Potencial Impacto As actividades de instalação e construção na região marinha costeira podem perturbar as colónias em reprodução durante a preparação do local devido à utilização de explosivos e/ou como um resultado do aumento de actividade e perturbação geral na área. Um aumento do tráfego de embarcações como um resultado do Projecto aumenta o potencial de derrames ou descargas de petróleo que podem afectar as aves marinhas. A utilização de iluminação nas embarcações e na UPF também são um possível problema para as aves marinhas, pois estas podem ser atraídas para a fonte de luz causando acidentes. Cada espécie de tartaruga presente na Área do Projecto encontra-se listada na Lista Vermelha da UICN com sendo ameaçada, sendo a tartaruga-coriácea e a bico-de-falcão consideradas como sendo criticamente em perigo. Embora estudos preliminares indiquem que essas tartarugas não nidificam nas praias das Penínsulas de Afungi ou Cabo Delgado (pois as praias são regularmente inundadas por marés altas), tal não significa que não haveria quaisquer impactos nas tartarugas no ambiente marinho. Existem extensos tapetes de ervas marinhas e macroalgas nas águas rasas em redor da Península de Afungi e, possivelmente, as tartarugas utilizam-nos como zonas de alimentação. A presença da infra-estrutura do projecto, aumento do tráfego de embarcações e presença humana pode afectar directa ou indirectamente as tartarugas. Estão presentes na área do Projecto em mar alto baleias e golfinhos. O aumento do tráfego de embarcações poderá perturbar os mamíferos marinhos durante todas as fases do projecto. Normalmente, o dugongo existe em habitats de ervas marinhas. Esta espécie está em vias de extinção e a perda do seu habitat pode ameaçar a espécie. Foram identificados impactos nas pescas durante as fases de construção e operação, da desactivação e cenários de emergência e das actividades em terra e mar alto. As questões principais relacionadas com a pesca são: interferência directa na actividade pesqueira, resultando na redução das zonas de pesca disponíveis ou perda ou dano do material de pesca; ou através de impactos secundários nas espécies de peixes alvo o que causa a redução da população disponível. É possível que a navegação de embarcações seja afectada por embarcações adicionais do Projecto nas áreas perto da costa durante a vida do Projecto. O tráfego marítimo (além das embarcações pesqueiras) no Canal de Moçambique poderá ser afectado pela implementação de zonas de exclusão permanentes em torno da infra-estrutura do projecto, tal como infra-estrutura submarina (gasodutos, poços, etc.). O turismo na área depende da beleza natural da área e, em especial, dos impressionantes corais. A presença física da infra-estrutura em mar alto, a fábrica de GNL em terra e o tráfego de embarcações de e para o cais de exportação podem afectar a indústria turística. Não há conhecimento sobre a existência de artefactos de interesse histórico ou cultural na zona costeira ou em mar alto. Terá de ser verificado se existe a probabilidade de se encontrar tais artefactos e se o procedimento hipótese-descoberta deve adoptado pelo Projecto para mitigar ou reduzir possíveis impactos. As questões principais sobre a gestão de resíduos relacionam-se principalmente com a falta de locais para tratar de grandes variedades de resíduos e, para alguns tipos de resíduos, os grandes volumes que serão gerados, especialmente durante a fase de construção. Nas operações e construção em mar alto, uma das mais principais questões ambientais será a gestão das aparas de perfuração e outros resíduos de perfuração associados (lamas utilizadas e águas sujas/salmoura).

116 Receptor/Recurso Eventos não rotineiros em mar alto e acidentes e perigos graves Potencial Impacto Durante a fase de perfuração, uma erupção de condensado/gás implicaria um grande risco para os receptores humanos e ambientais. Além disso, os derrames de combustível podem ocorrer em mar alto durante qualquer fase do projecto como um resultado de erros de manuseamento ou falhas mecânicas durante o reabastecimento ou uma colisão que envolva embarcações de construção, embarcações não pertencentes ao projecto, helicópteros, aviões e/ou UPF.

117 7.4 IMPACTOS TERRESTRES Os potenciais impactos terrestres são semelhantes para Cabo Delgado e Afungi. Quando os impactos forem identificados como sendo do local de Afungi ou Cabo Delgado, tal é enfatizado, conforme apropriado. Tabela 7.3 Resumo dos Potenciais Impactos Terrestres Ambiente físico: Atmosfera Geologia e solos Hidrologia e geohidrologia Paisagem e aspectos visuais/estéticos Ruído e vibração Ambiente socioeconómico: Demografia Emprego e actividades económicas Utilização da terra Serviços e infra-estrutura Instalações de saúde, bem-estar e cuidados de saúde Recreação e turismo Trabalhadores Arqueologia e património cultural Ambiente biológico: Ecologia terrestre (incluindo mamíferos, aves, anfíbios e répteis, flora e habitats). Áreas de conservação da natureza Outros: Gestão de resíduos Eventos não rotineiros em mar alto e acidentes e perigos graves ENVIRONMENTAL RESOURCES MANAGEMENT 101

118 Tabela 7.4 Potenciais Impactos em Terra Receptor/Recurso Ambiente Físico Atmosfera Geologia e Solos Hidrologia e Geohidrologia Paisagem e Aspectos Visuais/Estéticos Ruído e Vibração Ambiente Biológico Ecologia terrestre (incluindo mamíferos, aves, anfíbios e répteis, flora e habitats). Áreas de Preservação da Natureza Ambiente Socioeconómico Demografia Potencial Impacto Durante a preparação do local, podem ser esperadas grandes quantidades de emissões de poeirada explosão de rochas (se necessário) e actividades de nivelamento do local e trabalhos terrestres. Além disso, a construção de estradas e outras infra-estruturas irá gerar emissões de poeira. As fontes contínuas mais significantes das emissões para a atmosfera durante a operação serão da Unidade de Geração de Energia (PGU) e incinerador (se aplicável), turbinas para o serviço de compressão e aquecedores. As emissões são susceptíveis de serem significantes e podem contribuir para impactos na qualidade de ar/ecológicos. Esses impactos serão avaliados utilizando um modelo de dispersão de ar. Em todas as fases do Projecto em terra, também haverá outras emissões incluindo emissões de veículos dentro e fora da área do Projecto, emissões de helicópteros, emissões de geradores de reserva, emissões fugitivas e perdas de depósitos. A preparação do local irá resultar no nivelamento da paisagem, resultando na perturbação de solos em áreas adjacentes às obras devido à remoção de água, nova drenagem e escorrência. A preparação do local irá levar ao desenvolvimento de uma nova e modificada hidrologia devido à construção de novos canais de drenagem, escorrência de novos suportes rígidos expostos. Durante a operação e construção das instalações em terra, existe um risco de contaminação da qualidade da água através de derrames acidentais de combustível ou petróleo, assim como outros contaminantes. Não existem grandes cidades na área, nem receptores costeiros significantes tais como portos, marinas, cais, amarrações em mar alto, etc., sendo os assentamentos mais próximos do local relativamente pequenos. No entanto, há diversos espaços turísticos na área. Trabalhos de porto, cais e paredões afectarão a paisagem e amenidade visual da zona costeira. Os trabalhos prolongados de preparação do local envolvem diversas actividades que gerarão ruído e vibração e podem afectar os receptores próximos. Os trabalhos em terra e actividades de nivelamento do local, especialmente na área de Afungi, podem afectar os residentes locais. Os trabalhos de desbravamento do local para a preparação do mesmo irão causar a perda directa de habitat. A área de Cabo Delgado é considerada como sendo mais sensível que a de Afungi devido à presença da floresta sobre remanescente de rochas de coral. A emissão proveniente de veículos e poeira para o ambiente também pode afectar os habitats e as espécies sensíveis. Na área de Afungi, as espécies sensíveis e habitats podem incluir zonas húmidas com cobertura herbácea, florestas secas e mangais. A caça furtiva ou o aumento da pressão da caça pode causar o grande influxo de trabalhadores na área. Não existem áreas protegidas oficiais na área de concessão da AMA 1, embora existam diversas áreas de conservação propostas e designadas na região mais ampla. Notavelmente, áreas na Península de Cabo Delgado foram identificadas como áreas de conservação e turismo. Como descrito na secção de descrição da área de referência deste relatório, as comunidades nos locais propostos são relativamente pequenas. O influxo de uma grande força de trabalho de construção afectará essas pequenas comunidades, que são actualmente dependentes da pesca de pequena escala e da agricultura.

119 Receptor/Recurso Emprego e actividades económicas Uso da Terra Serviços de infra-estrutura Unidadesde saúde, bem-estar e cuidados de saúde Recreação e turismo Arqueologia e património cultural Outra Gestão de Resíduos Eventos não rotineiros em mar alto e acidentes e perigos graves Potencial Impacto As principais actividades económicas da população na Área de Afungi e Cabo Delgado são agricultura, pesca e criação de gado, sendo as actividades relacionadas com a pesca as mais comuns. Podem ser consideradas expectativas no local e a nível regional na Província do Cabo Delgado no âmbito dos níveis de emprego para a população local a ser gerada pelo Projecto. Entende-se que os principais usos da terra na área são para a agricultura e criação de gado, mas deverá ser desenvolvida uma imagem detalhada dos actuais usos da terra para evitar potenciais impactos e limitar a extensão do assentamento económico ou físico. Os serviços de infra-estrutura na área dos dois locais são limitados. Podem existir níveis de expectativa relativamente ao papel do Projecto em fornecer infra-estruturas melhoradas numa vasta gama de áreas de prestação de serviços. As possíveis questões de saúde relacionadas com o projecto incluem a emissão de poeira e ruído, aumento da incidência das doenças sexual e oralmente transmissíveis e questões de saúde e segurança, tais como o aumento da incidência de acidentes. A possível medida nessas questões pode estar relacionada com o influxo de novas pessoas nas áreas como parte da força de trabalho do Projecto e também o Projecto actuar como um imã para o assentamento de outras pessoas na área. De acordo com a Política Nacional de Turismo e Estratégia de Implementação, o Plano Estratégico para o Desenvolvimento Turístico em Cabo Delgado identificou grandes áreas para o desenvolvimento turístico na Província. A distância de alguns quilómetros dos locais propostos, estão a ser planeados ou em construção estâncias turísticas de classe alta nas ilhas de Rongue e Tecomaji.O Projecto pode afectar significativamente o turismo através do aumento de actividades e impactos visuais negativos. Foram encontrados locais de importância cultural nos locais propostos nas Penínsulas de Afungi e Cabo Delgado. Serão avaliados e comunicados no EIA os impactos directos e indirectos. Durante a fase de preparação, existirão quantidades significantes de vegetação abatida, solo escavado e possíveis rochas. Sempre que possível, este material será utilizado no local para o enchimento de depressões no local. O maior desafio em termos da gestão de resíduos do Projecto é a falta de infra-estruturas de gestão de resíduos na região em que o local do projecto poderá construído ou operado. Assim, as implicações de recepção do ambiente dependerão do modo no qual o Projecto proposto irá gerir os resíduos. Foram identificados diversos perigos acidentais durante as fases de operação e desactivação do projecto em terra. Os principais riscos ambientais estão associados com a libertação de gás ou condensado dos gasodutos, depósitos de armazenamento ou incêndios.

120 7.5 IMPACTOS CUMULATIVOS A AIA considerará e avaliará os potenciais impactos cumulativos do Projecto proposto com outros projectos existentes e projectos futuros. Os impactos cumulativos são impactos que actuam em simultâneo com outros impactos (incluindo aqueles de actividades de terceiros ou de actividades futuras) para afectar o mesmo recurso ou receptor ambiental. Os potenciais impactos cumulativos incluem impactos no(a): Turismo Ecologia marinha Ecologia terrestre Qualidade do ar Qualidade da água doce e marinha Em alguns casos, não será possível quantificar os impactos (por exemplo, se as emissões de projectos futuros forem desconhecidas). Nesses casos, o impacto será avaliado qualitativamente.

121 8 CONCLUSÕES Este Relatório do EPDA foi elaborado de modo a fornecer às PI&As uma oportunidade de comentar todos os aspectos da Fase do EPDA, do Projecto proposto, estudos especializados propostos e da restante Fase de AIA. Os comentários devem ser enviados para a IMPACTO (informações de contacto abaixo). Os comentários a serem incluídos no Relatório EPDA Final devem ser enviados para a IMPACTO até 14 de Outubro de ENVIE OS SEUS COMENTÁRIOS PARA: Felicidade Munguambe Impacto Av. Mártires da Machava, Maputo Tel: Fax: fmunguambe@impacto.co.mz Os resumos executivos do Relatório do EPDA serão disponibilizados nos seguintes locais: Escritório da Direcção Nacional de Avaliação de Impacto Ambiental (Maputo); Escritório do Instituto Nacional do Petróleo (Maputo); Escritório do Impacto (Maputo); Escritório do Anadarko (Maputo); Escritório da Direcção Provincial de Avaliação de Impacto Ambiental de Cabo Delgado; Escritório do Instituto Nacional do Petróleo (Pemba); e Administração do Distrito (Palma).

122 REFERÊNCIAS Boletim da República, Zonas de Interesses Turístico A Cidade de Pemba, Costa Leste até Murrebué com hectares, Decreto n.º 72/2010, de 31 de Dezembro de Boletim da República, Zonas de Interesses Turístico A Baía de Pemba, com hectares, Decreto n.º 79/2010, de 31 de Dezembro de Bluegreen Planning and Design (2010). Rongui Island Development Framework Plan: Março de Cabo Delgado Provincial Directorate of Tourism, Strategic Plan For Tourism Development in Cabo Delgado Tourism Aspects, Including Data for Tourism Development, Promotion and Investments, data de publicação desconhecida. Costa, Alice, Helena Motta, Marcos A.M. Pereira, Eduardo J.S. Videira, Cristina M.M. Louro e José João (2008). Marine Turtles in Mozambique: Towards an Effective Conservation and Management. Marine Turtle Newsletter. Fugro Consultants Inc (2011), Assessment of Existing Geologic Conditions, Geohazards, and Seismic Hazards of Proposed LNG Sites, Northern Mozambique. Letter Report to Anadarko Petroleum Corporation. Gell, F.(1997). Technical Report 5: The Seagrass Fishery of Quirimba Island.An Interim Report.Marine Biological and Resource Use Surveys of the Quirimba Archipelago, Mozambique.Darwin Frontier-Mozambique Quirimba Archipelago Marine Research Program.Society for Environmental Exploration, UK and The Ministry for the coordination of Environmental Affairs, Maputo. IDPPE (2005), Atlas da Pesca Artesanal em Moçambique (Águas Marítimas), Programa de Cartografia do IDPPE. INE (1999), II Recenseamento Geral da População e Habitação INE (2009), Sinopse dos Resultados Definitivos do 3º Recenseamento Geral da População e Habitação Província de Cabo Delgado, INE (Maputo) INE (2010), Estatísticas do Distrito de Palma, INE (Maputo). INE (2010), Estatísticas do Distrito de Pemba, INE (Maputo). Peddemors, V.M., P.B. Best, K.P. Findlay, D. Gove, B. Rakotonirina, A. Rossouw, and K. Sekiguchi.(1997).Small cetaceans of the south-west Indian Ocean.Paper SC/49/SM33 presented to the International Whaling Commission Scientific Committee, Outubro de 1997.

123 Pereira, M.A.M.2000.Preliminary checklist of reef-associated fishes of Mozambique.Maputo, CDS-MICOA.22 pp. Serviços Provinciais de Geografia e Cadastro Base de dados de Licenças de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra. Timberlake, J., David Goyder, Frances Crawford & Olivier Pascal (2010) Coastal Dry Forests in Cabo Delgado Province, Northern Mozambique Botany & Vegetation. KEW. Wave Ecology (2009) Marine Mammal & Turtle Observations During a 2D Seismic Survey of Area 1, Rovuma Basin, Mozambique 6th May 2009 to 30th May 2009 for Anadarko Mozambique Area 1, Lda Whittington, M.W., C.M. António, M.S. Heaseman, M. Myers, and D. Stanwell-Smith (1998).Technical Report 6: Results, Summary and Management Recommendations.Marine Biological and Resource Use Surveys of the Quirimba Archipelago, Mozambique. Darwin Frontier-Mozambique Quirimba Archipelago Marine Research Program.Society for Environmental Exploration, London and Ministry for the Co-ordination of Environmental Affairs, Maputo.

124 Anexo A CARTA DE APROVAÇÃO DO MICOA

125

126

127 Anexo B Termos de Referência para o EIA

128 9 TERMOS DE REFERÊNCIA PARA O EIA O registo do Projecto junto da DPCA representou o primeiro passo no processo de Avaliação do Impacto Ambiental (AIA). Este passo é seguido pelo processo de definição do âmbito do potencial impacto do Projecto e inclui consultas com os principais intervenientes (todas as Partes Interessadas e Afectadas das comunidades locais, organizações ambientais a autoridades governamentais). Um dos principais resultados da definição do âmbito inclui a elaboração dos Termos de Referência (TdR) para a Fase do Estudo de Impacto Ambiental (EIA). A finalidade dos TdR é descrever o modo de realização da Fase do Estudo de Impacto Ambiental e estabelece o seguinte: descrição geral das actividades a realizar no âmbito do processo de AIA, incluindo os objectivos do EIA, estudos especializados, um esboço da estrutura do EIA e calendário provisório; metodologia da avaliação dos impactos; termos de referência para os estudos especializados; e Envolvimento das Partes Interessadas e Afectadas (PI&As). 9.1 DESCRIÇÃO GERAL DAS ACTIVIDADES A REALIZAR NO ÂMBITO DO PROCESSO DA AIA Na sequência da fase de definição do âmbito do projecto, a equipa de AIA irá: Actualizar e finalizar as descrições do projecto técnico quando os detalhes de engenharia estiverem disponíveis, trabalhar em conjunto com os engenheiros do projecto para confirmar detalhes tais como as disposições finais da intra-estrutura, descrições detalhadas da construção e fases operacional do Projecto e tecnologia ou alternativas ao processo que possam ser consideradas. Recolher dados base adicionais através de pesquisa de gabinete e estudos de campo para elaborar uma descrição abrangente das condições biofísicas e socioeconómicas. Desenvolver medidas de mitigação e melhoria. Comunicar resultados num EIA abrangente. Desenvolver um quadro do Plano de Gestão Ambiental, incluindo requisitos para a monitorização. A Figura 1.1 descreve o processo de AIA que será realizado.

129 Figura 9.1 Processo de AIA 9.2 OBJECTIVOS DA AIA A gestão das questões ambientais e socioeconómicas é fundamental para a execução do Projecto e, portanto, devem ser integradas considerações ambientais e socioeconómicas no ciclo de vida do Projecto proposto.

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