A TRAJETÓRIO DO OESTE CATARINENSE CATARINENSE
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- Carlos Eduardo Zagalo Varejão
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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS PROJETO DE FORTALECIMENTO TERRITORIAL NEDET-OESTE A TRAJETÓRIO DO OESTE CATARINENSE CATARINENSE CARLOS EDUARDO ARNS Engenheiro Agrônomo Mestre em Desenvolvimento Regional (UNISC/RS) CHAPECÓ, SETEMBRO DE 2016
2 OBJETIVO GERAL Apresentar alguns elementos do processo de constituição da região oeste catarinense que possam contribuir para a compreensão das experiências em interação neste intercâmbio. 1- Localização da região oeste catarinense; 2- Processo de ocupação; 3- Fases da colonização; 4- Alguns elementos do contexto atual;
3 LOCALIZAÇÃO DA REGIÃO
4 LOCALIZAÇÃO DA REGIÃO
5 A REGIÃO OESTE CATARINESE Área territorial: , 5 km² Município: constituído por 120 e apenas um com mais de 200 mil habitantes atualmente (Chapecó); População em 2010: habitantes: - População rural: 28,32% (?) - População rural reduziu 17,87%, enquanto que a urbana cresceu 22,48% de 2000 para 2010 (IBGE); Estabelecimentos rurais: , dos quais 89,45% são do tipo familiar; Área rural: hectares (10.000) - 57,81% de estabelecimentos familiares - área média: 16,10 há
6 A REGIÃO OESTE CATARINESE Produtos agrícolas Alho 28,8% Cebola 8,8% Feijão 31,1% Fumo 11,2% Maçã 21,6% Mandioca 19,9% Milho 49,2% Soja 47,7% Tomate 52,5% Trigo 62,0% Produtos pecuários Carne bovina 48,1% Carne de frango 60,0% Carne suína 73,2% Leite 73,9%
7 1. Os distintos processos de ocupação: Primeira ocupação indígena: desenvolvida pelas populações indígenas desde a história antiga até a contemporânea; Segunda ocupação - luso-brasileiros : povoamento constituído por descentes e seus entrecruzamentos de lusos, negros e indígenas, também chamados caboclos ou sertanejos ou brasileiros como eles se auto denominam. Terceira ocupação colonizadores: processo promovida pelo estado, realizado por empresas colonizadoras, estimulando a vinda de migrantes europeus, em sua maioria já seus descendentes, vindos das colonas antigas do Rio Grande do Sul. Termo caboclo é, muitas vezes, carregado de preconceito e evidencia o caráter tenso das relações estabelecidas entre esses diferentes grupos que atuaram no processo de ocupação da região (UCZAI, 2002, p. 284); ver ainda Renk (1995) e Poli (2006).
8 1. Processo de ocupação indígena a) História antiga (antes de 1500): - Período de 9000 a 6000 antes do presente: primeiros habitantes vivendo da caça, coleta e pesca; pertencem a tradição Umbu, que viviam em pequenos bandos, habitavam todo sul do país e parte da Argentina; - Período de 4000 a 2000 antes do presente: agricultores ceramistas pré-coloniais, com vestígios de 2 grupos linguísticos (Tupi-Guarani origem amazônica e a Jê do Brasil central). No Oeste de Santa Catarina são encontrados vestígios desses dois grupos, conhecidos como Guarani e Itararé-Taquara;
9 1. Processo de ocupação indígena: b) História contemporânea (depois de 1500): a região foi ocupada por três nações: o Guarani (língua Tupi-Guarani), o Kaigang e o Xokleng (Língua Jê). Santa Catarine é o 15º no país; (>10,3%); Ipuaçú: 3436 índios; Chapecó: 1455 índios;
10 2- Processo de ocupação Luso-Brasileiro: Primeiro processo: busca de metais/riquezas e mão de obra escrava indígena (Bandeirantes); Segundo processo: caminho do sul (1722), intensificando o comércio entre as vilas urbanas do sudeste e a região da campanha no Rio Grande do Sul (Carne, couro e animais de tração); - Massacre e aldeamento indígena; - Formação dos primeiros povoados interioranos; - Formação das grandes fazendas pecuaristas.
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13 Estrada de ferro São Paulo/Rio Grande do Sul; Em 1893 autorizada; 1908 inicia a construção; A Brazil Raiway Company (EUA)), ganha concessões de terra (15 km cada lado do trilho); Constitui a subsidiária Brazil Devolopment e Colonization (comercialização das terras); Fim da construção da estrada em 1911 (desemprego) Desalojamento em massa de posseiros e fazendeiros;
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15 Região Contestada
16 A guerra do Contestado
17 3. Processo de ocupação colonial: Primeira fase colonização: estende-se de 1920 até 1945, caracterizou-se pela produção de subsistência e gestação do pequeno capital comercial e sua expansão em busca do excedente camponês. O sistema de produção era rudimentar, baseado na queimada como preparo do solo e na rotação de área como meio de recuperação da fertilidade do solo.
18 Primeira fase colonização:
19 3. Processo de ocupação colonial: Segunda fase mercantilização: de 1945 a 1965, caracterizou-se pelo fechamento da fronteira agrícola e pelo surgimento do grande capital agroindustrial (moinhos comunitários, abatedouros) e a mercantilização da produção camponesa, configurou-se uma situação de acesso ao mercado, que possibilitou a constituição de um sistema produtivo, que embora diversificado conferia certa homogeneidade produtiva, social e econômica.
20 3. Processo de ocupação colonial Terceira fase industrialização: iniciou a partir de 1965 e se estende até 1989, caracterizou-se pelo processo de monopolização do capital agroindustrial (privado e cooperativado) e pela modernização seletiva da pequena produção mercantilizada, êxodo rural massivo (crise do campesinato). Introdução das tecnologias exógenas do pacote da revolução verde (agroquímicos, sementes selecionadas e mecanização). Nesta fase se gerou as bases de uma nova dinâmica do campesinato regional: - Final dos anos de 1970 inicia uma forte atuação da Igreja luterana, mas especialmente da católicas (Bispo Dom José Gomes). - Grupos de reflexão (CEBs) pelo método: Ver-Julgar-Agir; - Peste suína africana 1981 (?);
21 Resistência criativa: caminhos! ( ) 1. Êxodo rural busca do emprego na cidade; 2. Migração para nova fronteira agrícola do país; 3. Organização na resistência constituição dos movimentos sociais - reinvindicação de direitos: Novo Sindicalismo combativo X assistencialismo; MST Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra; MAB Movimento dos Atingidos por Barragens; MMC Movimento das Mulheres Camponesas; MPA Movimento dos Pequenos Agricultores; ONGs Organizações Não Governamentais: Apaco, Capa, Cepagro;
22 Resistência criativa: caminhos! (de 1995) Construção de experiências de desenvolvimento rural (local); Novas gestões públicas locais (participação); Politicas Públicas: crédito, Ater, etc. Cooperação: produção, comercialização, industrialização, crédito, assessoria técnica; Agroecologia (transição); Agricultura familiar: reconhecimento da diversidade;
23 Trajetória do sistema agrário do Oeste Catarinense. Exportação Globalização Transgênicos Agroquímicos Grande Escala Indígen a Lusobrasileir o Colonial Agronegócio Agricultura Familiar Assalariamento Pequenas Agroindústrias Territorialidade Tecnologias Sustentáveis Circuitos curtos Agroecologia
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25 CONCLUSÕES Relativas aos objetivos Estratégias de cooperação na região oeste catarinense. A cooperação comunitária: não tem constituído relação com a política territorial atual, pois vem buscando atender a seus interesses junto ao poder público local, ao mesmo tempo em que responde aos interesses deste; A cooperação empresarial competitiva: não tem se relacionado com a política territorial, pois seus interesses fazem parte de um jogo de forças maior do movimento do capital nacional e internacional, cujas decisões e negociações, que em grande parte ocorrem fora do território. Justificam sua não participação à falta de convite e identificam essa política como de interesse partidário, o que não combina com o apartidarismo deste movimento cooperativista.
26 Cooperação na agricultura familiar Estratégias de cooperação região oeste catarinense A cooperação solidária e autogestionária: tem participado das discussões, implementação e de seus resultados, pois vislumbra na política territorial a possibilidade de seu fortalecimento como movimento e atendimento de algumas de suas necessidades. Muitas vezes seus interesses estão representados por interlocutores como o movimento sindicar e sociais. Este movimento se encontra fracionado e em certa medida disputa politicamente os espaços e recursos da política territorial.
27 Cooperação na agricultura familiar 1. Cooperação comunitária: encontra-se ainda impregnada da concepção de cooperação prática ( espírito comunitário ), de ação concreta e resposta imediata às necessidades das famílias, razão pela qual denominamos de funcional. Propõese não política, mantendo certa autonomia em relação às forças externas à comunidade. No entanto, a inversão de força entre seus principais agentes e apoiadores, vem mudando esse posicionamento. O poder público (em especial as prefeituras) vem ampliando seu poder de interferência e diversificando os meios de relacionar-se com a organização comunitária, enquanto a Igreja, outrora única e forte, vem restringindo e sendo restringida em sua atuação na organização comunitária.
28 Cooperação na agricultura familiar do 2. Cooperação empresarial: define claramente sua concepção política e ideológica como liberal, reproduzindo e fortalecendo as relações capitalistas dentro da organização cooperativa e na sua relação com as unidades de produção familiar do território, como único caminho. O empresariamento das UPs, com a especialização em grande escala, voltadas aos circuitos de comércio exterior, vem contribuindo para o rompimento da lógica de gestão e funcionamento tradicional do campesinato.
29 Cooperação na agricultura familiar 3. Cooperação solidária e autogestionária: colocam-se em oposição aos valores que definem as relações sociais capitalistas para o campo, embora internamente esse posicionamento, aparentemente, seja menos homogêneo que nas duas anteriores. Esta estratégia de cooperação propõe novos valores e novas relações sociais de produção, como a solidariedade, a autogestão dos empreendimentos e das organizações dos camponeses, respeito e preservação dos recursos naturais na prática da agropecuária.
A TRAJETÓRIO DA COOPERAÇÃO NO OESTE CATARINENSE
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