ASPECTOS PSICOSSOCIAIS QUE ACOMPANHARAM UMA SÉRIE DE PARTOS PREMATUROS ACONTECIDOS NO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE TERESÓPOLIS CONSTANTINO OTTAVIANO
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1 ASPECTOS PSICOSSOCIAIS QUE ACOMPANHARAM UMA SÉRIE DE PARTOS PREMATUROS ACONTECIDOS NO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE TERESÓPOLIS CONSTANTINO OTTAVIANO VASCONCELLOS, Marcus José do Amaral. Docente do Curso de Graduação em Medicina. DOS SANTOS, Natália Sousa Nunes. Discente do Curso de Graduação em Medicina. Palavras-chave: prematuros, gravidez, fatores de risco, psicossociais INTRODUÇÃO A prematuridade é um dos grandes problemas de saúde pública, contribuindo com elevados números para a morbimortalidade infantil e para a invalidez, principalmente em países em desenvolvimento. Podemos analisar o que acontece em nossa cidade e também do sistema de dados DATASUS, onde retiramos a informação que neste mesmo período, aconteceram somente 804 casos de parto prematuro notificados. Este número daria uma média de 160 partos prematuros por ano, 13 por mês e 0,44 por dia. Na realidade não passamos uma semana sem no mínimo 2 a 3 casos de prematuridade, considerando as 36 semanas como limite superior. Fica claro para nós, que lidamos com a maternidade de nosso hospital universitário, que este número é extremamente maior do que se notifica. Será que estamos errando na Declaração de Nascido Vivo, que é um documento obrigatório no país? ( E )Sem estas informações detalhadas, não podemos trabalhar para diminuir estas taxas, que além de trazerem questões importantes sociais e familiares, tem um custo altíssimo para o sistema de saúde. O mecanismo etiológico de parto prematuro tem vários componentes. Daí a grande importância dos fatores epidemiológicos associados ao parto prematuro quais
2 sejam: demográficos, socioeconômicos, comportamentais, biomédicos e atenção médica. ( 4 ) Portanto sua etiologia é multifatorial. Esta assertiva mostra a importância de identificação dos principais fatores de risco e com estes dados concluir e avaliar o perfil das mães, além de relacioná-las com o meio em que vive, seus hábitos e entorno familiar. JUSTIFICATIVA O número de casos de prematuridade é extremamente elevado na Maternidade do Hospital de Clínicas de Teresópolis. Com nossa passada pela maternidade, entendemos que muitas das questões que incidiam nestes casos tinham características claramente psicossociais.nestas questões estão incluídas informações muito sérias, como violência doméstica e dificuldades para o pré-natal na cidade. Poderemos mostrar às autoridades de saúde, os problemas que estão acontecendo e com isso diminuir as taxas de prematuridade da cidade de Teresópolis. OBJETIVOS Objetivo Principal Obter dados psicossociais duas séries de partos prematuros ocorridos na maternidade do Hospital de Clínicas de Teresópolis. Objetivos Específicos Entender quais são os fatores psicossociais mais prevalentes em duas séries de partos prematuros obtidos em épocas diferentes; Produzir um documento para ser entregue à paciente na sala de espera do pré-natal, com finalidade de informar a prevenção e os fatores de risco.
3 METODOLOGIA O estudo de casos, prospectivo foi realizado na Maternidade do Hospital de Clínicas de Teresópolis em dois períodos diferentes. As pacientes respondiam a um questionário, após assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. Na presença de uma gestação prematura que chegava ao parto ( menos de 36 semanas de gestação ), eram entrevistadas duas puérperas que haviam atingido o termo. Esta metodologia foi adotada na primeira série de casos, permitindo um tratamento estatístico. A primeira série iniciou-se em março de 2012 e terminou em dezembro do mesmo ano, apresentando uma abordagem comparativa com grupo controle. O teste do qui-quadrado foi utilizado, aceitando como significantes as diferenças onde foi o valor de p < A segunda série iniciou-se em 8 de outubro de 2015 e terminou em 26 de janeiro de 2016, e cursou com um comportamento apenas descritivo de cada aspecto analisado.ao fim do processo analítico, foi feita uma comparação entre os dados nas duas séries estudadas, levando apenas em consideração os valores absolutos. RESULTADOS A primeira amostra foi constituída por 14 pacientes com recém-natos prematuros e 28 pacientes sem a ocorrência desta complicação. O que nos mostrou que a qualidade do pré-natal foi considerada RUIM entre as pacientes que tiveram filhos prematuros ( p < ), que nenhuma delas fez seu pré-natal no HCT, e que estas pacientes começavam seu pré-natal mais tardiamente que as que tiveram seus filhos a termo ( p < 0.05 ). Nota-se que nenhuma paciente relatou dificuldade de atendimento na emergência do hospital. Além disso, vimos que as pacientes com filhos prematuros apresentaram um maior estresse durante suas gestações ( p < 0.01 ), além de consumir mais álcool que as demais pacientes que serviram como controle. O tabagismo foi indiferente nos dois grupos. A segunda série de casos se fixou somente nos casos de prematuridade e nos principais dados psicossociais. Demonstrando uma predominância do pré-natal fora do
4 ambiente universitário, um relato de não haver dificuldades de se obter o atendimento, um número de consultas insuficiente na maioria das pacientes, começando mais tarde do que se desejaria. Mesmo assim, a maioria das pacientes considerou seu atendimento bom, e não se queixou dos atendimentos que aconteceram fora das consultas agendadas. Observamos também que o pré-natal começou a ser feito mais no HCT, e portanto a dificuldade das consultas diminuiu. Infelizmente as consultas começaram mais tarde no segundo grupo, mas as pacientes avaliaram muito melhor a qualidade do pré-natal. Observa-se uma queda significativa da violência familiar, e o uso do tabaco e do álcool. TABELA H Comparação dos fatores psicossociais entre as duas séries estudadas na maternidade do HCT 2012 e 2015/ /2016 Pré-natal no HCT 0 26,4% Dificuldade para consulta ( SIM ) 42,6% 14,7% Menos de 6 consultas 64,2% 55,8% Inicio pré-natal antes de 12 semanas 14,2% 41,1% Qualidade do pré-natal - OTIMA 7,1% 67,6% Dificuldade consulta emergência - SIM 0 20,5% Violência Familiar 7,1% 0 Estresse constante 57,1% 35,2% Tabagismo 64,2% 8,8% Alcoolismo 28,7% 14,7% DISCUSSÃO Um fator que pode ser observado nas duas séries de pacientes estudadas, é que quando o sistema universitário passou a participar da escolha de pré-natal das pacientes da cidade, a prematuridade começou a aparecer. Nossa explicação para este fato, é que os casos de maior risco obstétrico começaram a ser dirigidos para este ambulatório, e em benefício de mãe/filho, a interrupção eletiva da gestação ficou mais alargada.
5 CONCLUSÃO A prematuridade é uma complicação da gestação que continua aparecendo com freqüência em nossa cidade. As duas séries de casos permitiram observar que entre as pacientes com partos prematuros, observou-se que na série de 2012 as mães faziam menos uso de álcool e tabaco comparado à série mais recente (2015).Nesta última, observou-se menos estresse constante como um agravante durante o período de gestação e uma queda significativa da violência familiar. Ao mesmo tempo, sua relação com número insuficiente de consultas e início tardio do pré-natal, continuou sendo fator de risco para prematuridade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 - DATASUS. Ministério da Saúde do Brasil Freitas PF, Araújo RR. Prematuridade e fatores associados em Santa Catarina, Brasil: análise após alteração do campo idade gestacional na Declaração de Nascidos Vivos. Ver Brás Saúde Matern Infant.2015;15(3): St. John et al. Cost of neonatal care according to gestational age at birth and survival status. Am J Obstet Gynecol.2000; 182: Ramos HAC, Cuman RKN. Prematuridade e fatores de risco. Esc Anna Nery Ver Enferm. 2009;13(2): Medeiros FB, Piccianini CA. Relação pai-bebe no contexto da prematuridade: gestação, internação e terceiro mês após a alta hospitalar. Estud.Psicol.2015;32(3):
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