IMPORTÂNCIA DO MISOPROSTOL NA PREVENÇÃO DE HEMORRAGIAS PUERPERAIS.
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- Diego Renato Gil Vasques
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1 1 IMPORTÂNCIA DO MISOPROSTOL NA PREVENÇÃO DE HEMORRAGIAS PUERPERAIS. VASCONCELLOS, Marcus Jose do Amaral. Docente do Curso de Graduação em Medicina. DUARTE, Carolina Silveira de Oliveira Souza Duarte. Discente do Curso de Graduação em Medicina. Palavras-chave: Misoprostol, hemorragia pós-parto, uterotônicos. OBJETIVOS: Geral - Avaliar na literatura a utilização e a padronização do uso do misoprostol para tratar e prevenir as hemorragias puerperais. Específicos (1) Determinar qual seria dose mais adequada para esta finalidade; (2) Estudar como está sendo usado o fármaco na maternidade do Hospital de Clínicas de Teresópolis; (3) Avaliar se existem vantagens e efeitos colaterais com a opção pelo misoprostol. JUSTIFICATIVA A hemorragia pós-parto é importante causa de morte materna no mundo em desenvolvimento, e principalmente nos países abaixo da linha da pobreza. É considerada uma das cinco principais causas de morte materna ( 1 ) A Organização Mundial da Saúde há muito tempo recomenda o uso da ocitocina para prevenir estes quadros, mas a indicação do misoprostol vem crescendo bastante nos últimos anos.(²) A Fundação Cochrane publicou em 2014 uma revisão sistemática, que após critérios rígidos de inclusão, envolveu 4052 participantes em vários estudos pelo mundo ( ³ ). A filosofia foi comparar o misoprostol com a ocitocina venosa e os uterotônicos. Os resultados desta metanálise mostraram que a ocitocina em bolus, aplicada diretamente na veia, foi superior em controlar a hemorragia puerperal e com menos efeitos colaterais (febre e náuseas).
2 2 Outra análise foi feita com artigos que associaram o misoprostol com ocitocina, sem diferenças significativas em relação a ambos utilizados isoladamente. Os uterotônicos perderam em eficácia para os outros dois métodos. Tendo em vista esta metanálise, que não só pela sua amostra, como também pelos critérios de seleção que a Cochrane tem, ficamos na dúvida se realmente deveríamos introduzir em nosso protocolo o misoprostol de rotina, e principalmente profilaticamente. O Quadro 3 demonstra claramente que entre as principais causas de hemorragia no ciclo grávido-puerperal, a que acontece no pós-parto imediato é a mais prevalente, e principalmente a que mais possibilidades apresenta para ser evitada em uma maternidade de qualquer nível. Portanto se o misoprostol for efetivo, ele certamente contribuirá para controle da mortalidade materna entre nós.
3 3 METODOLOGIA Este estudo, de caráter descritivo, prospectivo, do tipo coleta de dados, que iniciou-se em 12 de março de 2015, terminando em 18 de janeiro de 2016, entrevistou 78 pacientes com quadro de hemorragia puerperal ou com riscos da intercorrência obstétrica, internadas na Maternidade do Hospital de Clínicas Costantino Ottaviano do Centro Universitário Serra dos Órgãos ( HCT ). A entrevista constava de questionário estruturado (abaixo apresentado), empregado após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (em anexo), foi realizada por três alunas do curso de Graduação em Medicina do referido Centro Universitário, sob a orientação de docente responsável pela Maternidade do HCT. Para este trabalho, foram incluídas pacientes com diagnóstico de hemorragia no secundamento ou nas primeiras 48 horas após o parto. Além disso, seguindo o protocolo de conduta da Maternidade do HCT, de forma preventiva, foi administrado o misoprostol com a finalidade de não deixar acontecer esta complicação. Com esta finalidade consideramos as situações abaixo citadas como de risco: Macrossomia fetal Gestação com síndrome hipertensiva Polidramnia Trabalho de parto prolongado Período expulsivo demorado Gemelaridade RESULTADOS Estudo prospectivo, tipo coleta de casos, realizado entre 12 de março de 2015 a 18 de janeiro de 2016, na maternidade do Hospital de Clínicas Costantino Ottaviano do Centro Universitário Serra dos Órgãos. Após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, 8 pacientes responderam questionário estruturado (abaixo apresentado) que tratava das características epidemiológicas, e os dados obtidos foram:
4 4 Pacientes entre 16 e 33 anos Raça não brancas 6 e brancas 2 4 pacientes com 1º grau completo e 4 incompleto 4 pacientes solteiras, 1 casada e 3 com união estável 5 pacientes do lar, 1 estudante e 2 com trabalho fora de casa Todas pacientes atendidas pelo Sistema Único de Saúde. O misoprostol foi utilizado nestas pacientes para a correção de hemorragias puerperais precoces, sendo que no período estudado a maternidade realizou 532 partos com recém-natos vivos, correspondendo a 1,5% do total. Os 8 casos corresponderam a 1 caso de período expulsivo prolongado, 1 caso de trabalho de parto prolongado, 3 gestações com fetos macrossômicos, 2 casos de descolamento prematuro de placenta e em um caso, aparentemente, não havia nenhum fator de risco antes descrito neste trabalho. Em todos os casos foi utilizada a dose de 400μg pela via retal, por a via vaginal estava inviabilizada pelo sangramento, e a via oral apresenta um tempo de ação demorado. CONCLUSÕES O misoprostol é a droga de escolha quando se instala a hemorragia puerperal. A revisão realizada indica que usemos o misoprostol de forma preventiva sempre que estivermos diante de um caso obstétrico que pode levar a uma hipotonia uterina. A via a ser utilizada é a retal, e devemos começar com a dose de 400μg, podendo chegar até 800 μg.
5 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 DATASUS Ministério da Saúde WHO recommendations for the prevention and treatment of postpartum haemorrhage.who:geneva. erinatal_health/ /en/index.html. 3 Hofmeyer GJ, Gulmezoglu AM, Novikova et al. Pospartum misoprostol for preventing maternal mortality and morbidity. Cochrane Database Syst Rev.2013;7:CD
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