Nordino Martinho Muaievela

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1 GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS DE BACIAS DE RIOS TRANSFRONTEIRIÇOS: ANÁLISE DO GRAU DE ATENDIMENTO À DEMANDA DE ÁGUA NA BACIA DO RIO INCOMÁTI EM MOÇAMBIQUE Nordino Martinho Muaievela Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil. Orientador(es): José Paulo Soares de Azevedo Jander Duarte Campos Rio de Janeiro Janeiro de 2011

2 GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS DE BACIAS DE RIOS TRANSFRONTEIRIÇOS: ANÁLISE DO GRAU DE ATENDIMENTO À DEMANDA DE ÁGUA NA BACIA DO RIO INCOMÁTI EM MOÇAMBIQUE Nordino Martinho Muaievela DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA CIVIL. Examinada por: Prof. José Paulo Soares de Azevedo, Ph.D. Dr. Jander Duarte Campos, D.Sc Prof. Otto Corrêa Rotunno Filho, Ph.D. Profª. Rosa Maria Formiga Jonhsson, Docteur RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL JANEIRO DE 2011

3 Muaievela, Nordino Martinho Gestão de Recursos Hídricos de Bacias de Rios Transfronteiriços: Análise do Grau de Atendimento à Demanda de Água na Bacia do Rio Incomáti em Moçambique/ Nordino Martinho Muaievela. Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, XII, 70 p.: il.; 29,7 cm. Orientadores: José Paulo Soares de Azevedo Jander Duarte Campos Dissertação (mestrado) UFRJ/ COPPE/ Programa de Engenharia Civil, Referências Bibliográficas: p Gestão de Recursos Hídricos. 2. Recursos Hídricos de Bacias de Rios Transfronteiriços. 3. Grau de Atendimento à Demanda de Água. 4. Programação Dinâmica. 5. Incomáti I. Azevedo, José Paulo Soares de. et al.. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE, Programa de Engenharia Civil. III. Título. iii

4 Dedico esta dissertação a minha mãe. iv

5 Agradecimentos Agradeço a Deus por ter me proporcionado tudo o que é essencial para me manter vivo e poder trabalhar. À minha família em geral, que soube superar todos os obstáculos durante a minha ausência e em particular a minha filha Marlene que foi sacrificada pela ausência do amor do seu pai. Os meus agradecimentos especiais se estendem aos meus orientadores Prof. José Paulo Soares de Azevedo e Dr. Jander Duarte Campos pelo apoio e dedicação em todas as fases do Mestrado. Agradeço a todos os professores pelo conhecimento transmitido. Às senhoras Rita de Cássia Lisboa e Wilma Corrêa Almeida e a todo o pessoal administrativo que pacientemente forneceram o apoio necessário, vão os meus agradecimentos. Meus Agradecimentos se estendem a Telma Teixeira, Flavio Teixeira, Heric G. Dutra, Teodósio Nzualo, Valdemar Sibia, Claudio Dimande, Antônio Manuel e todos os colegas e companheiros do dia a dia durante o mestrado. Ao Conselho Nacional Tecnológico e Cientifico do Brasil (CNPq) em coordenação com o Ministério da Ciência e Tecnologia de Moçambique vão os meus agradecimentos pelo apoio financeiro que tornou possível a realização deste mestrado. Ao Programa de Engenharia Civil pelo apoio financeiro concedido após a interrupção da bolsa do CNPq vão os meus agradecimentos. Agradeço ao programa de Energia, Clima, Ambiente e Água da Universidade Eduardo Mondlane pelo apoio financeiro concedido para a realização das visitas de campo. À ARA-SUL vão os meus agradecimentos pela disponibilização de informações relevantes para o trabalho. v

6 Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.). GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS DE BACIAS DE RIOS TRANSFRONTEIRIÇOS: ANÁLISE DO GRAU DE ATENDIMENTO À DEMANDA DE ÀGUA NA BACIA DO RIO INCOMÁTI EM MOÇAMBIQUE. Nordino Martinho Muaievela Janeiro /2011 Orientadores: José Paulo Soares de Azevedo Jander Duarte Campos Programa: Engenharia Civil Este estudo tem como objetivo analisar o grau de atendimento à demanda de água na bacia do rio Incomáti em Moçambique, considerando vazões de entrada de água provenientes dos países a montante e atendendo aos volumes totais anuais da demanda de água acordados no Acordo provisório de Para tal, desenvolve-se um modelo de otimização que é solucionado empregando a técnica de programação dinâmica como uma ferramenta de apoio à análise. Nesse modelo, o reservatório de Corumana, localizado na bacia do rio Sabié, é operado de forma integrada para atender aos requerimentos de água dos setores consuntivo e ambiental, considerando dois cenários: com e sem um futuro reservatório no rio Incomáti na região de Moamba e permitindo uma transposição artificial de água para a cidade de Maputo. Os resultados obtidos mostraram que o trecho desde o reservatório de Corumana até a sua confluência com o rio Incomáti, bem como o trecho desde a confluência dos rios Incomáti e Sabié até o Oceano Indico, o grau de atendimento às demandas é elevado considerando ou não o reservatório de Moamba Major. Para o trecho entre o local do futuro reservatório de Moamba Major até a confluência dos rios Incomáti e Sabié durante a época seca o grau de atendimento é bastante fraco e decresce até menos de 10%, considerando a não existência do reservatório de Moamba Major. vi

7 Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.) WATER RESOURCES MANAGEMENT IN TRANS-BOUNDARY RIVER BASINS: ANALYSIS OF THE DEGREE OF WATER DEMANDS ATTENDANCE AT INCOMÁTI RIVER BASIN IN MOZAMBIQUE. Nordino Martinho Muaievela January/2011 Advisors: José Paulo Soares de Azevedo Jander Duarte Campos Department: Civil Engineering The aim of this study is to analyze the degree of satisfaction of the demand of water in the Incomáti river basin in Mozambique, considering the input flow of water from the upstream countries and given the total annual volume of water demand agreed in the Interim Agreement of To this end, it was developed an optimization model which is solved by employing the technique of dynamic programming as a tool to support analysis. In this model, the reservoir Corumana located in Sabié River basin is operated in an integrated manner to attend water requirements for consumptive and environmental issues, considering or not the existence of a future reservoir on the Incomáti river in the Moamba Region and allowing an artificial transposition water to the city of Maputo. The results showed that the stretch from the Corumana Reservoir to the confluence of the Incomatí and Sabié rivers, as well as from the confluence the Incomáti and Sabié rivers to the Indian Ocean, the level of compliance is high considering or not the Moamba Major Reservoir. For the stretch between the future Moamba Major Reservoir to the confluence of the rivers Incomáti and Sabié, during the dry season the level of compliance is quite low, and decreases to less than 10% without the future Moamba Major Reservoir. vii

8 Índice Conteúdo Página 1. INTRODUÇÃO MOTIVAÇÃO E IMPORTÂNCIA LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO OBJETIVOS DO ESTUDO Geral Específicos METODOLOGIA CONSIDERAÇÕES SOBRE OS DADOS DE ENTRADA DO MODELO MATEMÁTICO EVOLUÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS EM BACIAS DE RIOS TRANSFRONTEIRIÇOS RECURSOS HÍDRICOS DE MOÇAMBIQUE CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO DE ÁGUA CHOQUES HÍDRICOS MODELO DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS Mecanismos Legais Lei das Águas de Política Nacional de Águas de Mecanismos Institucionais Nível Nacional Nível Regional e Local ACORDOS DE COOPERAÇÃO EM BACIAS DE RIOS TRANSFRONTEIRIÇOS Protocolo de Partilha dos Cursos de Água da SADC Acordos na Bacia do Rio Zambeze Acordos na Bacia do Rio Limpopo Acordos na Bacia do Rio Incomáti PROGRAMAÇÃO DINÂMICA GENERALIDADES APLICAÇÃO PARA SOLUÇÃO DO MODELO MATEMÁTICO PROPOSTO ANALISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO META DE ATENDIMENTO À DEMANDA CONSUNTIVA EM100% META DE ATENDIMENTO A DEMANDA CONSUNTIVA EM 80% CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXO - REGIME DE ESCOAMENTOS E CAPTAÇÕES PERMITIDAS NO ACORDO PROVISÓRIO DE 2002 NA BACIA TRANSFRONTEIRIÇA DO RIO INCOMÁTI viii

9 Lista de Figuras Figura 1 Descargas médias na estação de Ressano Garcia de 1953 a 1979 e de 1979 a Figura 2 Descargas médias afluente ao rio Sabié, a montante da barragem de Corrumana de 1953 a 1979 e de 1979 a Figura 3 Localização da bacia transfronteiriça do rio Incomáti. Figura 4 Principais sub-bacias da bacia transfronteiriça do rio Incomáti, destacando a sub-bacia do rio Incomáti, os reservatórios de Corumana e Moamba Major bem como a cidade de Maputo. Figura 5 - Representação esquemática simplificada do sistema de recursos hídricos na bacia do rio Incomáti em Moçambique incluindo o seu principal afluente. Figura 6 - Armazenamento per capita de água em alguns países. Figura 7 - Variação de Cheias e Secas em Moçambique. Figura 8 - Relação entre o crescimento do PIB e a precipitação. Figura 9 Países da SADC. Figura 10 - Bacia do rio Zambeze. Figura 11 Esquema do fluxo de benefícios energéticos do projeto da barragem de Kariba. Figura 12 Bacia do rio Limpopo. Figura 13 - Representação esquemática da parte principal do modelo computacional em programação dinâmica. Figura 14 Grau de atendimento à demanda consuntiva definida no Acordo Provisório de 2002 para o trecho 1 com meta de atendimento em 100%. Figura 15 Grau de atendimento à demanda ambiental definida no Acordo Provisório de 2002 para o trecho 1 com meta de atendimento consuntiva de 100%. Figura 16 Grau de atendimento à demanda consuntiva definida no Acordo Provisório de 2002 para o trecho 2 com meta de atendimento em 100%. Figura 17 Grau de atendimento à demanda ambiental definida no Acordo Provisório de 2002 para o trecho 2 com meta de atendimento consuntivo de 100%. Figura 18 Grau de atendimento à demanda consuntiva atual para trecho 3 com meta de atendimento em 100%. ix

10 Figura 19 Grau de atendimento à demanda ambiental no trecho 3, definida no Acordo Provisório de 2002 com meta de atendimento consuntivo de 100%. Figura 20 Grau de atendimento à demanda consuntiva definida no acordo Provisório de 2002 para o trecho 1 com meta de atendimento em 80%. Figura 21 Grau de atendimento à demanda ambiental definida no Acordo Provisório de 2002 para o trecho 1 com meta de atendimento consuntivo de 80%. Figura 22 Grau de atendimento à demanda consuntiva definida no Acordo Provisório de 2002 para o trecho 2 com meta de atendimento em 80%. Figura 23 Grau de atendimento à demanda ambiental definida no Acordo Provisório de 2002 para o trecho 2 com meta de atendimento consuntivo de 80%. Figura 24 Grau de atendimento à demanda consuntiva atual para trecho 3 com meta de atendimento consuntivo de 80%. Figura 25 Grau de atendimento a demanda ambiental definida no Acordo Provisório de 2002 para o trecho 3 com meta de atendimento consuntivo de 80%. Figura 26 - Variação da média dos volumes de água armazenados em cada mês no reservatório de Corrumana e Moamba Major para alternativa 1. Figura 27 - Variação média dos volumes de água armazenados em cada mês no reservatório de Corrumana para alternativa 2. x

11 Lista de Tabelas Tabela 1 Demanda ambiental de água mensal por trecho para ambas alternativas (10 6 m 3 ). Tabela 2 Demanda consuntiva de água mensal por trecho incluindo transposição de água para a cidade de Maputo desde o reservatório de Moamba Major (em 10 6 m 3 ). Tabela 3 - Demanda consuntiva de água mensal por trecho incluindo transposição de água para a cidade de Maputo desde o reservatório de Corrumana e sem Moamba Major (em 10 6 m 3 ). Tabela 4 Volumes de armazenamentos máximos e mínimos dos reservatórios (em 10 6 m 3 ). Tabela 5 Estatísticas de 145 tratados internacionais. Tabela 6 - Teorias sobre o Uso dos Cursos de Águas Internacionais. Tabela 7 - Usos de água consuntivos em 10 6 m 3 em Tabela 8 - Usos de água consuntivos em 10 6 m 3 permitidos pelo Acordo Provisório de xi

12 Lista de Siglas APT - Acordo Provisório Tripartite ARA - Administrações Regionais de Águas ARZ - Autoridade do Rio Zambeze CB - Comitê de Bacia CTPT Comitê Técnico Provisório Tripartido CCAE - Corporação Central Africana para Energia CCAZ - Comissão dos Cursos de Água do Zambeze CNA - Conselho Nacional de Águas. ENARHM - Estratégia Nacional de Assistência para Recursos Hídricos em Moçambique. ENRHM - Estratégia Nacional dos Recursos Hídricos de Moçambique. km - Quilômetro km 2 - Quilômetro quadrado km 3 - Quilômetro cúbico m 3 - metros cúbicos mm - milímetro Mm 3 - milhões de metros cúbicos PAZ - Plano de Ação do Rio Zambeze PIB - Produto Interno Bruto PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. SADC - Comunidade para Desenvolvimento da África Austral. SADCC - Conferencia para Coordenação do Desenvolvimento da África Austral. UGB Unidade de Gestão de bacias xii

13 1. Introdução 1.1 Motivação e Importância A água é um recurso natural indispensável para o desenvolvimento social, econômico e para a manutenção ambiental. Os tipos e as quantidades de usos da água em uma determinada região afetam a qualidade e quantidade em outras regiões. Bacias hidrográficas transfronteiriças interligam usuários de água de diferentes estados soberanos dentro de um único sistema (Calhman, 2008). Os estados soberanos individualmente pretendem obter os máximos benefícios possíveis advindos da utilização dos recursos hídricos (van der Zaag, 2007) e uma vez que a forma de uso das tais águas é governada por leis, acordos e convenções internacionais, este espírito tem se manifestado durante os processos de negociações. Os tipos de uso dos recursos hídricos numa bacia hidrográfica resultam quase que sempre em interesses competitivos, de tal forma que a gestão e planejamento deverão ser feitos com o intuito de atender a esses interesses. Um dos grandes problemas consiste na dificuldade de satisfazer de todos os usos, com o número crescente de usuários e falta de controle pleno da ocorrência dos recursos hídricos em toda bacia hidrográfica. Estes pressupostos são encontrados em territórios de estados-nações que se localizam em bacias hidrográficas transfronteiriças. 1

14 Moçambique situa-se no sudeste do continente africano e partilha nove bacias hidrográficas transfronteiriças, das quais em oito localiza-se mais a jusante. Mais de 50% dos recursos hídricos existentes no país entram através dessas bacias hidrográficas. A bacia transfronteiriça do rio Incomáti é compartilhada por três estados - nações: República da África do Sul, Reino da Suazilândia e a República de Moçambique (figura 4). A crescente utilização dos recursos hídricos na bacia do rio Incomáti pelos países a montante tem resultado na redução dos volumes de água que entram em Moçambique (figuras 1 e 2). Isto causa o aumento da intrusão salina no estuário com conseqüente alteração dos seus ecossistemas (Wolf et al., 2005). Segundo Hoguane (2000), apud Broacway et al. (2005), as atividades agrícolas que dependiam da irrigação das águas do rio Incomáti foram abandonadas devido ao alto teor de sais. Figura 1 Descargas médias na estação de Ressano Garcia 1 de 1953 a 1979 e de 1979 a 1999 (fonte: Vaz & van der Zaag, 2003). 1 Ressano Garcia vila moçambicana localizada na fronteira com África do Sul. 2

15 Figura 2 Descargas médias afluente ao rio Sabié 2, a montante da barragem de Corrumana de 1953 a 1979 e de 1979 a 1999 (fonte: Vaz & van der Zaag, 2003). Tal como em outras bacias de que Moçambique faz parte, vários acordos de cooperação para uso sustentável e racional dos recursos hídricos da bacia transfronteiriça do rio Incomáti foram assinados. Vaz & van der Zaag (2003) observaram que a bacia do rio Incomáti experimentou uma história política dinâmica e turbulenta que esteve aliada ao intenso uso de água, registro de secas, por vezes alternadas com enchentes dramáticas, mas prevaleceu um equilíbrio entre cooperação e competição. Este equilíbrio poderá ser quebrado devido ao rápido aumento do uso dos recursos hídricos. Em 2002, foi assinado um acordo de cooperação para a utilização sustentável e racional dos recursos hídricos da bacia envolvendo todos os países, onde foram alocados volumes de água a cada estado - nação e definidas captações permissíveis por cada trecho. 2 Rio Sabié primeiro tributário principal do rio Incomáti em Moçambique (figura 4). 3

16 Segundo Slinger et al. (2010), o acordo provisório de 2002 da bacia do rio Incomáti pode ser considerado único em África e no Mundo. Constitui o primeiro acordo elaborado com base nos princípios de gestão integrada das conferências de Dublin e Rio de Janeiro, ambas realizadas em 1992, e da Convenção na Lei dos Usos distintos a Navegação dos Cursos de Água Internacionais das Nações Unidas de 1997, envolvendo apenas países que fazem parte da bacia. A base deste acordo foram estudos conjuntos realizados de 1991 a 1995 e de 2000 a 2001, que forneceram algum entendimento sobre os processos hidrológicos e potenciais usos na bacia, bem como a vontade demonstrada pelas partes em cooperar. As negociações se iniciaram em 1999 quando ainda não se tinha informações sobre a parte moçambicana. As informações obtidas na parte dos territórios da África do Sul e Suazilândia eram mais atualizadas do que as obtidas em Moçambique (Slinger et al., 2010). Em estudos de políticas de água, Turton (2008) considera que o país tem necessidades criticas de água na bacia do rio Incomáti e é incapaz de negociar com os países que possuem parte de seus territórios na bacia em relação a questões de alocação eqüitativa. A falta de experiência operacional de Moçambique é apontada como uma das questões fundamentais no processo de negociações. Com a premissa de que haverá mais água disponível ao longo de cada ano com a construção de infra-estruturas de armazenamentos e aumento da capacidade das já existentes, os estados nações acordaram o aumento do uso generalizado de água. 4

17 Na parte moçambicana destaque foi o planejado reservatório de Moamba Major que servirá para transpor água partindo deste para a cidade de Maputo localizada em outra bacia (bacia do rio Maputo). Porém, a demora na efetivação do reservatório faz com que Moçambique avance com alternativas que incluem, dentre outras, uma transposição partindo do reservatório de Corrumana para a cidade de Maputo, ao contrario do acordado provisoriamente em O acordo provisório de 2002 tinha validade até o ano de 2006 ou até que houvesse uma compreensão melhor sobre os recursos hídricos da bacia transfronteiriça do rio Incomáti. O presente estudo objetiva analisar o grau de atendimento 3 à demanda de água na bacia do rio Incomáti em Moçambique, considerando vazões de entrada de águas provenientes dos países a montante e atendendo aos volumes totais anuais acordados no Acordo Provisório de Para tal, desenvolve-se um modelo de otimização que é solucionado empregando a técnica de programação dinâmica como uma ferramenta de apoio à análise. Nesse modelo, o reservatório de Corumana 4 é operado de forma integrada para atender às demandas de água dos setores consuntivo e ambiental, considerando ou não a existência do futuro reservatório de Moamba Major e permitindo uma transposição artificial de água para a cidade de Maputo. 3 Grau de Atendimento porcentagem dos meses em que determinada meta é completamente atendida no horizonte de planejamento. 4 Reservatório de Corumana localiza-se no rio Sabié em território moçambicano próximo à fronteira com a África do Sul. 5

18 1.2 Localização e Caracterização da Área de Estudo A área de estudo localiza-se na região sudeste do continente africano e é uma sub-bacia inserida na bacia transfronteiriça do rio Incomáti que é compartilhada entre a República da África do Sul, Reino da Suazilândia e a República de Moçambique (figura 3). Esta sub-bacia dentro de Moçambique também possui o nome de Incomáti (figura 4). Figura 3 Localização da bacia transfronteiriça do rio Incomáti (fonte: adaptado de Vaz & van der Zaag, 2003). 6

19 Figura 4 Principais sub-bacias da bacia transfronteiriça do rio Incomáti, destacando a subbacia do rio Incomáti, os reservatórios de Corumana e Moamba Major, bem como a cidade de Maputo (adaptado de Vaz & van der Zaag, 2003). Em Moçambique, a bacia do rio Incomáti ocupa uma área de km 2 e o comprimento do rio principal é de cerca de 280 km. O clima varia de tropical úmido de savana na região costeira a tropical seco de estepe nas regiões oeste e central. A temperatura média anual varia de 22,4ºC a 23,9ºC. Valores altos da precipitação registram-se na região costeira, decrescendo em direção à região Oeste, com média total anual de cerca de 650 mm. É importante mencionar que observa-se um déficit entre a precipitação e a evaporação potencial ( O escoamento médio anual total gerado na sub-bacia do rio Incomáti corresponde a cerca de 80% do total gerado em território moçambicano e a 3,7 % do escoamento total gerado na bacia transfronteiriça do rio Incomáti. 7

20 1.3 Objetivos do Estudo Geral Analisar o grau de atendimento à demanda de água na bacia do rio Incomáti em Moçambique, considerando vazões de entrada de água provenientes dos paises a montante, atendendo aos volumes totais anuais acordados no Acordo provisório de Específicos Estudar os mecanismos de gestão de recursos hídricos de bacias de rios transfronteiriços. Estudar os Recursos Hídricos de Moçambique focando na disponibilidade, instrumentos de gestão e acordos de cooperação. Desenvolver um modelo de operação do sistema de recursos hídricos para o atendimento às demandas de água pelos setores consuntivo e ambiental na bacia do rio Incomáti em Moçambique, empregando o método de programação dinâmica na busca de soluções ótimas. 8

21 2. Metodologia Para o desenvolvimento do presente trabalho, adotou se o sistema de recursos hídricos do rio Incomáti em Moçambique e seu principal afluente, esquematizados na figura 5. Nesse sistema, o reservatório de Moamba Major ainda está em projeto, enquanto que o reservatório de Corumana encontra-se em operação. Rio Incomáti Barragem de Moamba-Major (em projeto) Trecho 2 Barragem de Corumana Rio Sabié Trecho 1 Trecho 3 Estuário Figura 5 - Representação esquemática simplificada do sistema de recursos hídricos na bacia do rio Incomáti em Moçambique, incluindo o seu principal afluente. Na figura 5 consideram-se três trechos: i) Trecho 1 Desde o reservatório de Corumana até a confluência 5 do rio Sabié com o rio Incomáti 5 Confluência onde os rios se encontram 9

22 ii) Trecho 2 No rio Incomati, entre o futuro local do reservatório de Moamba Major e a confluência do rio Sabié com o rio Incomáti. iii) Trecho 3 Desde a confluência do rio Sabié com o rio Incomáti até o Oceano Indico. Foram consideradas duas alternativas de aproveitamento: Alternativa 1 Construção do reservatório de Moamba - Major e transposição partindo deste reservatório para complementar o fornecimento de água a cidade de Maputo. Alternativa 2 Sem a construção do reservatório de Moamba - Major e permitindo que haja transposição de água partindo do reservatório de Corumana para complementar o fornecimento de água a cidade de Maputo. Para ambas alternativas, avaliam-se metas de atendimento à demanda consuntiva em 80% e 100%. A demanda ambiental 6 é avaliada com a meta de atendimento de 100%. Um modelo matemático foi desenvolvido para a minimização dos desvios quadráticos das vazões de água destinadas a atender a demanda consuntiva ou ambiental em relação às metas nos atendimentos desejáveis em todo horizonte de planejamento, conforme as equações que se seguem: Função multiobjetivo: (1) 6 Demanda ambiental vazão ecológica conforme o acordo provisório de

23 Onde: - função que descreve o desvio no atendimento à demanda consuntiva no estagio t, dada pela expressão: (2) - função que descreve o desvio no atendimento à demanda ambiental, dada pela expressão: (3) A função multiobjetivo está sujeita as seguintes restrições: 1 Equações de continuidade de volume desprezando os efeitos da precipitação, evaporação e outras perdas ou entradas de água no sistema: (4) (5) (6) (7) (8) 2 Limites impostos pelas condições físicas dos reservatórios - Volumes armazenados (9) 11

24 (10) - Descargas dos reservatórios 0 R 1( t ) (11) 0 R 2( t ) (12) Onde: - índice que indica o número do reservatório ( j 1, 2 ). i índice que indica o número do trecho ( i 1,2, 3). t intervalo de tempo. T - o número de intervalos de tempo. tempo t - volume de água armazenado no reservatório j 1, 2 no inicio do intervalo de - porcentagens no atendimento à demanda consuntiva no trecho i durante o intervalo de tempo t. tempo t. - volume da água afluente ao reservatório j durante o intervalo de tempo t. demanda de água pelo setor consuntivo no trecho i durante o intervalo de - volume de água remanescente destinada ao atendimento à demanda de água ambiental no trecho i durante o intervalo de tempo t. t. - volume de água descarregada do reservatório j durante o intervalo de tempo - volume máximo do reservatório j. volume de água necessário para o atendimento à demanda ambiental no trecho i durante o intervalo de tempo t. 12

25 e - pesos que levam em conta a importância relativa dos objetivos definidos na função multiobjetivo. O modelo matemático acima descrito é solucionado empregando a técnica de programação dinâmica, cujo alguns fundamentos teóricos serão apresentados ao longo do trabalho. Aqui cabe informar que dentro do horizonte de planejamento, os intervalos de tempo são mensais. 2.2 Considerações Sobre os Dados de Entrada do Modelo Matemático Os volumes de água de entrada nos reservatórios de Corrumana e de Moamba Major foram observados nas estações X3H015 7 e X2H036 8, respectivamente. A estação X3H015 encontra-se a uma distância de aproximadamente 13 km a montante do reservatório de Corumana, percorridos em território da África do sul, enquanto que a estação X2H036 dista cerca de 32 km em relação ao futuro reservatório de Moamba Major, sendo cerca de 31 km percorridos em Moçambique e o restante em território da África do Sul. Estes volumes estão disponíveis em e correspondem series históricas mensais compreendendo o período de outubro de 1989 a setembro de 2010, com interrupção entre outubro de 1999 e setembro de As demandas ambiental de água em todos os trechos e consuntiva para os trechos 1 e 2 foram estimadas tendo em conta os volumes anuais alocados no Acordo Provisório de A estimativa considera que esses valores são igualmente 7 X3H015 código da estação hidrométrica de Sabie Lower Sabie Rest Camp na África do Sul 8 X2H036 - código da estação hidrométrica de Komati Komatipoort na África do Sul 13

26 distribuídos e possuem valor da média. A demanda consuntiva para o trecho 3 foi estimada através dos dados sobre os usos fornecidos pela ARA-Sul ( tabelas 1, 2 e 3). Tabela 1 Demanda ambiental de água mensal por trecho para ambas alternativas (10 6 m 3 ) trecho Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set Tabela 2 Demanda consuntiva de água mensal por trecho incluindo transposição de água para a cidade de Maputo desde o reservatório de Moamba Major (em 10 6 m 3 ). trecho Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set Tabela 3 - Demanda consuntiva de água mensal por trecho incluindo transposição de água para a cidade de Maputo desde o reservatório de Corumana e sem Moamba Major (em 10 6 m 3 ). trecho Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set Os volumes de armazenamentos máximos e mínimos dos reservatórios encontram se na tabela 5. Devido a grandes irregularidades nos volumes de entrada, os imites superiores das descargas dos reservatórios não foram considerados. Tabela 4 Volumes de armazenamentos máximos e mínimos dos reservatorios (em 10 6 m 3 ) Reservatório volume máximo volume mínimo Moamba Major Corumana

27 3. Evolução dos Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos em Bacias de Rios Transfronteiriços Bacias de rios transfronteiriços cobrem 45,3% da superfície da terra, abrigam cerca de 40% da população mundial e a elas está associada aproximadamente 60% da vazão fluvial global. Existem 263 bacias de rios transfronteiriços e 145 nações possuem parte de seus territórios nessas bacias, dos quais 33 estão quase que inteiramente dentro delas (Wolf et al, 2005). Os recursos hídricos de bacias de rios transfronteiriços estabelecem elos entre usuários de diferentes países dentro de um único sistema. As águas transfronteiriças são amplamente partilhadas entre nações, regiões, grupos étnicos e comunidades, e o seu consumo a montante determina as opções a jusante em termos de gestão, criando cenários para disputa ou para cooperações (Calhman, 2008). As disputas podem ser atribuídas a três questões chaves: quantidade, qualidade e oportunidade. Dentre estas três questões, a quantidade é o motivo mais óbvio (Wolf et al, 2005). A gestão dos recursos hídricos em bacias de rios transfronteiriços é governada por leis e acordos internacionais, que podem ser em nível mundial, regional, bem como em nível de nações que partilham determinada bacia. Foram identificados mais de 3600 acordos relacionados à gestão de recursos hídricos de bacias de rios transfronteiriços, datados entre 805 e 1984, sendo na sua maioria relacionados a aspetos de navegação, que foi a primeira forma de transporte naqueles tempos (FAO, 1978, 1984, apud Wolf, 1998). 15

28 Desde 1984 a 1998, mais de 300 acordos foram assinados lidando com usos distintos da navegação, tais como: controle de enchentes, geração de energia e alocação de água (Wolf, 1998). Isto mostra que foi relativamente fácil negociar tratados relacionados com usos que não envolvem alocação da água (Biswas, 2008). A tabela 1 mostra algumas estatísticas de 145 tratados. Tabela 5 Estatísticas de 145 tratados internacionais Numero de Assinantes Bilateral 86% Multilateral 14% Foco principal Abastecimento de água 37% Geração de energia 39% Controle de enchentes 9% Usos industriais 6% Navegação 4% Poluição 4% Pesca <1% Forma de alocação da água Porção igual 10% Formulação complexa e transparente 27% Formulação complexa e não transparente 10% Não definida 53% 16

29 Partilha de informação Partilham 64% Não partilham 36% Desigualdade de poder no relacionamento Desigual 52% Não desigual 48% Resolução de conflitos Conselho 30% Outra unidade governamental 6% Nações unidas 10% Não disponível 54% (fonte: Hammer & Wolf, 1998, apud Wolf, 1998) Conflitos geopolíticos em torno da gestão de bacias de corpos de água transfronteiriços sempre existiram (Calhman, 2008). Porém, a água nunca foi a principal causa, embora possa aumentar tensões políticas existentes. Vários estudos sobre gestão dos recursos hídricos de bacias de rios transfronteiriços, tais como os trabalhos de Wolf et al. (2005), Ashton & Turton, (2005), Vaz & van der Zaag (2003), mostram que a água induz povos e nações a cooperar. Historicamente, a gestão e o desenvolvimento dos recursos hídricos de bacias de rios transfronteiriços apresentaram fortes impasses. Dentre vários outros, podem ser atribuídos a questões relacionadas com a soberania das nações e a ausência de uma 17

30 lei internacional que regulasse o desenvolvimento e gestão eficiente dos recursos hídricos de bacias de rios transfronteiriços (Biswas, 2008). Em nível mundial, a conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente, realizada em Estocolmo, Suécia, em 1972, colocou o tema do meio ambiente na agenda política internacional. Esta conferência trouxe à luz a necessidade de preservar e controlar os recursos naturais - a água, a terra, o ar, a fauna e a flora - por meio de planejamento e da gestão integrada (Campos, 2005). A conferência de Estocolmo de 1972 previa que os estados tivessem o direito soberano de explorar os seus recursos naturais de acordo com suas políticas ambientais nacionais, e tivessem também responsabilidade para assegurar que as atividades dentro da sua área de jurisdição não causassem danos ambientais em outros países ou áreas fora da sua área de jurisdição. Em 1977, em Mar del Plata, Argentina, foi realizada a primeira Conferência das Nações Unidas específica sobre água, onde foram iniciadas as discussões sobre o seu uso eficiente, ressaltando seu múltiplo aproveitamento em diversos setores da economia (Campos, 2005), e teve apoio de todos os países membros da Nações Unidas (Biswas, 2004, apud Barros, 2009). Nos anos seguintes não houve grandes desenvolvimentos na agenda internacional em termos de gestão integrada dos recursos hídricos, com exceção da Comissão Mundial do Ambiente e Desenvolvimento (1987) que trouxe à luz o desenvolvimento sustentável dos recursos à política internacional (NeWater, 2005, apud Barros, 2009). 18

31 Em janeiro de 1992, foi realizada em Dublin, Irlanda, a Conferência Internacional das Nações Unidas sobre água e meio ambiente. A declaração aprovada nesta conferência estava focada nos instrumentos econômicos, na proteção do meio ambiente e no processo participativo na tomada de decisão, indicando, ainda, a bacia hidrográfica como a unidade geográfica mais apropriada para o planejamento e a gestão dos recursos hídricos (Calhman, 2008). A conferência de Dublin foi preparatória para a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, Brasil, em Junho de Um dos documentos resultantes desta Conferência corresponde à Agenda 21, que estabelece um conjunto de diretrizes voltadas para o desenvolvimento sustentável, tanto do ponto de vista ambiental, quanto social. Esta agenda dedica-se em seu capitulo 18, à proteção da qualidade dos recursos hídricos e abastecimento. Ademais, considera que devido à importância dos recursos hídricos transfronteiriços para os estados ripários, a cooperação entre esses estados pode ser desejável em conformidade com acordos existentes e/ou outros arranjos pertinentes, levando em consideração os interesses de todos estados envolvidos. Considera também a necessidade de formulação de estratégias e programas de ação conjunta, no aproveitamento dos recursos hídricos (Calhman, 2008). A primeira legislação global sobre os recursos hídricos pertencentes a mais de uma nação foi aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas no ano de 1997, em Nova York, Estados Unidos da America. A lei aplica-se a cursos de água internacional e é sobre usos distintos à navegação. A convenção sobre usos distintos à navegação dos recursos hídricos incluiu princípios previamente aceitos internacionalmente tais como: usos eqüitativos e 19

32 racionais de recursos hídricos; obrigações não devem causar danos apreciáveis; e bacia como unidade apropriada para a gestão dos recursos hídricos. Porém, embora a convenção tenha tido 103 votos a favor, 3 votos contra e 26 abstenções, ainda não foi ratificada por um numero mínimo de países para a sua adoção. A principal causa da fraca ratificação está no tratamento vago e abrangente dos termos. A abrangência permite que os países individualmente possam articular a lei conforme os seus interesses políticos e necessidades (Biwas, 2008). No 2º Fórum Mundial da Água sediado em Haia, no ano de 2002, foi produzido um documento final denominado Fazendo Água um Assunto de Todos, que dentre outros, contemplava o tema incrementar a cooperação nas bacias hidrográficas internacionais (Calhman, 2008). Em quase todas as tentativas de formulações de consensos sobre o uso dos recursos hídricos de bacias de rios transfronteiriços em nível internacional, eles assentam em quatro princípios básicos (Birnie & Boyle, 2002, apud Calhman, 2008): Soberania Territorial, Integridade Territorial, Utilização Equitativa e Gerenciamento Comum. A Soberania Territorial ou doutrina de Harmon, considera que os estados têm o direito de utilizar os recursos hídricos como lhes convier, ignorando os efeitos em outros estados ripários. 20

33 A Integridade Territorial confere ao estado a jusante o direito a um fluxo de água natural e somente por autorização deste, o estado a montante poderá alterar esse fluxo. A Utilização Equitativa tem como principio a igualdade de direito no uso dos recursos hídricos compartilhados. Os estados estabelecem equilíbrios nos interesses de desenvolvimento. O Gerenciamento Comum permite aos estados a criação de instituições de planejamento e gestão conjuntas de recursos hídricos partilhados. Tabela 6 - Teorias sobre o Uso dos Cursos de Água Internacionais Teorias Soberania Territorial Integridade Territorial Características Favorece os Estados localizados a montante Favorece os Estados localizados a jusante Utilização Equitativa Soberania compartilhada do curso d água. Direitos e obrigações para os Estados abrangidos pelo curso d água. Gerenciamento Comum Implementação de ações para a bacia hidrográfica como um todo. Maximização de benefícios Fonte: Calhman (2008) A utilização equitativa e racional dos recursos hídricos prevista na maioria das legislações internacionais apresenta dependência de vários fatores a serem levados em conta. Esses fatores são as necessidades sociais e econômicas, a dependência populacional, existência e usos potenciais, clima e geografia. Os pesos de cada fator constituem objeto de análise entre as partes envolvidas. 21

34 A equidade é chave de sucesso nas negociações dos acordos de cooperação, e nas legislações internacionais ela apresenta-se de forma vaga. No sentido de tornar mais objetivo, van der Zaag et al (2002) desenvolveram seis critérios e algoritmos como tentativa de operacionalização da alocação dos recursos hídricos de rios internacionais. Estes critérios e algoritmos consideram isoladamente os fatores população, área do território ocupada pela bacia e clima na partilha igualitária dos recursos hídricos gerados. Paralelamente ao esforço na busca de uma ferramenta internacional para a gestão dos recursos hídricos, vários acordos multilaterais e bilaterais foram assinados em quase todos os continentes. 4. Recursos Hídricos de Moçambique Em Moçambique existem 104 bacias de rios principais (Taucale, 2002), das quais 9 são bacia de rios transfronteiriços. Com exceção da bacia do rio Rovuma, em todas outras o pais localiza-se mais a jusante em relação aos outros ripários 9. A variabilidade do clima influencia a quantidade, a duração e a freqüência da precipitação (Barros, 2009). A precipitação média anual apresenta uma variação da região norte (2000 mm) para a região sul (500 mm) (WB, 2007, apud Barros, 2009) e da região costeira ao interior do país. Observa-se também uma variação de ano para ano, principalmente na região sul do país, onde em alguns anos secos não há ocorrência de escoamentos em certos rios (WB, 2007, apud Barros, 2009). 9 Ripários Países que partilham a mesma bacia hidrográfica 22

35 O volume do escoamento total médio anual é estimado em 216 km 3, do qual 116 km 3 são provenientes de outros países, através das bacias de rios transfronteiriços. Nos últimos anos, este escoamento proveniente dos países ripários através das bacias de rios transfronteiriços tem apresentado uma tendência de redução, devido ao crescente uso nesses países (DNA, 1999, apud Barros, 2009). Assim como a precipitação, a disponibilidade dos recursos hídricos é desigual. Na região sul, onde se encontram os rios de bacias transfronteiriças de Maputo, Umbeluzi, Incomáti, Limpopo e Save, observam-se altas taxas de evaporação, forte intrusão salina 10 e o uso dos recursos hídricos é cada vez mais crescente nos paises a montante (DNA, 1999, apud Barros, 2009). Na região central do país, os rios apresentam um regime de escoamento mais permanente quando comparados com os da região sul, não somente devido a diferenças climáticas, mas também devido ao fraco uso dos recursos hídricos nos países a montante (DNA, 1999, apud Barros, 2009). Na região norte, de um modo geral, não se registra escassez de água, embora em alguns locais, principalmente na zona costeira possam ocorrer secas localizadas. A maior bacia hidrográfica de Moçambique é a bacia transfronteiriça do rio Zambeze, localizada na região central, englobando cerca de 50% do escoamento total médio anual e 75% do escoamento médio total proveniente dos países ripários Capacidade de Armazenamento de Água 10 Intrusão Salina entrada de água salgada nos rios através dos estuários em direção a montante. 23

36 A maioria dos rios apresentam regimes torrenciais com altas vazões (ou caudais) durante os meses de dezembro, janeiro, fevereiro e por vezes março e baixos caudais nos restantes meses do ano correspondendo às épocas chuvosa e seca, respectivamente (FAO, 2007, apud Barros, 2009). O regime torrencial desses rios traz sérias dificuldades para o seu uso continuado sem armazenamento. De acordo com a DNA, apud Barros (2009), as barragens são indispensáveis para o aproveitamento dos recursos hídricos de Moçambique. A capacidade de armazenamento total do país é cerca de Mm 3, com capacidade usual de Mm 3, o que corresponde a 21% da média anual do escoamento dos rios do país (DNA, apud Barros, 2009). A distribuição dessa capacidade de armazenamento é irregular. Cerca de 90% da capacidade encontra-se na barragem de Cahora Bassa no rio Zambeze. Excluindo a barragem de Cahora Bassa, a água armazenada disponível por pessoa e por ano é de cerca de 330 m 3 (WB, 2007, apud Barros, 2009), como mostra a figura 6. 24

37 Figura 6 - Armazenamento per capita 11 de água em alguns países (fonte: WB, 2007, apud Barros, 2009). Estes fatos mostram que embora Moçambique não seja considerado um país com escassez de água, sua distribuição irregular e a fraca distribuição da capacidade de armazenamento, colocam-no numa situação critica em termos de disponibilidade. Daí a necessidade de aumento de infraestruturas de armazenamento Choques Hídricos Devido à localização geográfica, o país tem sido afetado por eventos extremos, tais como ciclones tropicais, cheias e secas (figura 7). O intervalo de ocorrência de precipitações extremas apresenta um crescimento lento quando comparado ao crescimento em intensidade (WB, 2007, apud Barros, 2009). 11 Armazenamento per capita a razão entre volume anual armazenado e o número de pessoas 25

38 Figura 7 - Variação de Cheias e Secas em Moçambique (fonte: Bakker, 2006, apud Barros 2009) Existe uma relação muito forte entre o Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique e os desastres relacionados à ocorrência desses eventos extremos. Segundo o ENARHM (2007), há uma correlação negativa entre a precipitação e o PIB, e a sustentabilidade da economia Moçambicana aos choques hídricos medida pelas flutuações no PIB e nas taxas de crescimento de produtos dos sectores agrícola e não agrícola, demonstra que grandes cheias e secas têm um impacto significativo no desempenho econômico do país (figura 8). Figura 8 - Relação entre o crescimento do PIB e a precipitação (WB, 2007). 26

39 4.3. Modelo de Gestão de Recursos Hídricos Para a gestão dos recursos hídricos, foram criados mecanismos legais e institucionais Mecanismos Legais Os instrumentos legais para a gestão dos recursos hídricos incluem a Lei das Águas de 1991, a Política Nacional de Águas de 1995 e Revisada em 2007, Política Tarifaria de Águas de 1998 e um conjunto de Decretos Lei das Águas de 1991 A Lei das Águas de 1991 considera como domínio público hídrico as águas interiores, as superficiais e os respectivos leitos, as subterrâneas, e são propriedade do Estado-Nação. Constituem ainda domínio publico hídrico as obras, equipamentos hidráulicos e suas dependências realizadas pelo Estado-Nação ou por sua conta. A Lei introduz a descentralização na gestão dos recursos hídricos, cooperação institucional, participação pública na tomada de decisão, licenciamento no uso da água, princípio de poluidor pagador, o papel do setor privado no desenvolvimento dos recursos hídricos, cooperação internacional em rios compartilhados, bacia como unidade de gestão dos recursos hídricos e a necessidade da preservação, uso eficiente e sustentável dos recursos hídricos e as prioridades no abastecimento (Lei da Água, 1991, apud Barros 2009). 27

40 No que cabe à cooperação internacional, a lei prevê adoção de medidas de gestão coordenadas entre os países envolvidos numa mesma bacia, tendo em conta os interesses de cada um, bem como o uso eqüitativo e exploração conjunta dos recursos hídricos Política Nacional de Águas de 2007 A Política Nacional de Águas revisada de 2007 preconiza em seus objetivos a redução da vulnerabilidade a cheias e secas através de uma coordenação e planejamento, uso de medidas estruturais e não estruturais em áreas ciclicamente afetadas; promoção da paz e integração regional e garantia de recursos hídricos para o desenvolvimento de Moçambique através da gestão conjunta da água em bacias hidrográficas compartilhadas. As políticas principais incluem: Adoção da gestão integrada dos recursos hídricos considerando a bacia hidrográfica como unidade fundamental. Gestão e planejamento que respeita a relação intrínseca entre águas superficiais e subterrâneas, aspectos relacionados com a qualidade e quantidade, preservação ambiental e necessidades ambientais. Dar à água um valor econômico, para além do seu valor social. Aumento da participação dos tomadores de decisão, através da descentralização. Promoção do papel da mulher na gestão da água. Educação em água. 28

41 Melhoramento no inventário dos recursos hídricos e registro dos usuários da água (Política Nacional da Água, 2007, apud Barros 2009) Mecanismos Institucionais Distinguem-se três níveis institucionais, a saber: nacional, regional e local Nível Nacional O Conselho Nacional de Águas (CNA), criado sob a égide da Lei das Águas de 1991, é um órgão consultivo do Conselho de Ministros, para a implementação das políticas da água e outros aspetos relevantes para a gestão da água. Fazem parte deste conselho todos os Ministérios com interesses no setor da água, e é presidido pelo Ministério das Obras Públicas e Habitação, que é responsável pelo controle e direcionamento do setor das águas a nível superior (Barros, 2009). Dentro do Ministério das Obras Públicas e Habitação encontra-se a Direção Nacional da Água, que é responsável pela elaboração e implementação das políticas da água, planejamento e gestão dos recursos hídricos, e promoção da cooperação em bacias de rios compartilhados (Barros, 2009) Nível Regional e Local 29

42 Sob tutela da Direção Nacional da Águas imediatamente abaixo estão as Administrações Regionais de Águas (ARAs) que têm a função de promover a gestão operacional e desenvolvimento dos recursos hídricos no nível da bacia hidrográfica (Barros, 2009). As ARAs podem incluir uma ou mais bacias hidrográficas e são dotadas de personalidade jurídica e administrativa, autonomia financeira e patrimonial. As ARAs são constituídas por Unidades de Gestão de Bacias 12 (UGBs). Cada UGB compreende Comitês de Bacias (CBs), que são representados por todos os tomadores de decisões (NORAGRIC, 1997, apud Barros, 2009), incluindo os usuários da bacia, municípios e investigadores (Barros, 2009). Os CBs são órgãos de consulta em questões tais como plano de alocação anual da água, projetos de desenvolvimento dos recursos hídricos e mitigação de eventos hidrológicos extremos. Também fornecem informações necessárias à UGB respectiva sobre o registro de novos usuários (Kramer, 2003, apud Barros, 2009) Estágio Atual As instituições criadas para a gestão dos recursos hídricos não são completamente descentralizadas ou centralizadas (Carmo Vaz & Pereira, 2000, apud Bakker, 2006, apud Barros, 2008) e algumas funções são desempenhadas por todas, criando cenários confusos em termos de responsabilização por certos atos (Comunicação pessoal, Vaz, apud Barros, 2008). 12 Unidades de Gestão de Bacias são instituições no nível da bacia hidrográfica 30

43 As ARAs são uma ponte crucial no processo de descentralização na gestão dos recursos hídricos, porém têm mostrado uma lentidão na criação das instituições e mecanismos facilitadores, tais como comitês de bacias, registro de usuários, planos de bacias entre outros Acordos de Cooperação em Bacias de Rios Transfronteiriços Protocolo de Partilha dos Cursos de Água da SADC A SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) tem origem na SADCC (Conferencia para coordenação do Desenvolvimento da África Austral) realizada em 1980 em Lusaka, capital da Zâmbia. O principal objetivo da SADCC era a coordenação nos projetos de desenvolvimento para redução da dependência econômica em relação à África do Sul, onde até então vigorava o regime apartheid. Os estados membros eram a Angola, Botsuana, Lesoto, Malauí, Moçambique, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue. A transformação para a SADC ocorreu em 17 de agosto de 1995, em Windhoek, Namíbia. Atualmente a SADC possui 15 estados membros, representados na figura 9. Nos seus objetivos de sua criação incluem a coordenação no uso sustentável dos recursos naturais e a proteção efetiva do ambiente. 31

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