DIREITO PENAL GENÉTICO: UMA ANÁLISE CRÍTICA SOBRE O ARTIGO 24 DA LEI N. o /2005 1

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1 DIREITO PENAL GENÉTICO: UMA ANÁLISE CRÍTICA SOBRE O ARTIGO 24 DA LEI N. o / ROBERTA COELHO KLEIN 2 RESUMO: A utilização de células-tronco embrionárias em pesquisas e terapias é fonte de controvérsias em diversas áreas de conhecimento. A Lei de Biossegurança prevê, em seu art. 5 o, autorização para o uso dos embriões excedentes das técnicas de fertilização in vitro para extração de células-tronco, respeitados os requisitos expostos no referido artigo de lei. O crime de utilização ilegal de embriões, previsto no art. 24 do mesmo diploma legal, descreve como conduta típica a ação dolosa que utiliza o embrião humano em desacordo com a permissão concedida pelo art. 5 o. Ocorre a necessidade da análise de direitos fundamentais como direito à liberdade científica, à dignidade humana e à vida. Por tratar-se de um tipo penal, é importante a análise da intervenção do Direito penal na biotecnologia e, mais especificamente, de que forma seu aparato se faz necessário na tutela dos bens jurídicos envolvidos. Para tanto, faz-se a delimitação destes bens jurídicos e as formas de ofensa aos mesmos. Percebe-se, então, uma modernização do Direito penal, na busca de tutelar os novos bens jurídicos e as novas formas de ofensa aos bens jurídicos tradicionais oriundos da sociedade do risco. Com o estudo do tipo penal descrito no art. 24, através de uma análise dogmática, estabelecemos características particulares do tipo, sendo possível realizar um paralelo com o art. 26, que proíbe a clonagem humana, reprodutiva ou terapêutica. Palavras-chave: Pesquisas com células-tronco. Lei de Biossegurança. Direito e biotecnologia. Direito penal do risco. Crime de utilização ilegal de embriões. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo analisar o crime de utilização ilegal de embriões, descrito no art. 24 da Lei n. o /2005, examinando suas implicações jurídicopenais. O avanço da ciência tem se dado de maneira acelerada nos últimos tempos. A evolução das suas técnicas apresenta novas maneiras de intervenção na vida do ser humano, como é o caso das intervenções biomédicas. Dentre elas, presenciamos o surgimento das pesquisas com células-tronco e o estudo de suas possibilidades terapêuticas. Dentre os métodos de obtenção destas células, encontramos a utilização de embriões excedentes das técnicas de fertilização in vitro e a clonagem terapêutica. Entretanto, se por um lado os estudos envolvendo células-tronco apresentaram tratamentos alternativos e promissores para doenças até então incuráveis, de outro acarretaram discussões em relação aos métodos de ingerência da ciência no ser humano. Debatem-se aqui questões sociais, éticas e jurídicas, a fim de dirimir os conflitos resultantes das intervenções biomédicas. Indubitável é a relevância das questões suscitadas quando se fala da permissão das pesquisas com células-tronco e suas consequências jurídicas. Desta forma, a presente pesquisa busca analisar: de que modo o direito interfere na biotecnologia; quais os direitos fundamentais envolvidos neste tema; de que modo as pesquisas com células-tronco são tratadas na legislação brasileira; e na legislação estrangeira; como se insere o Direito penal; 1 Artigo extraído do Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Aprovação com grau máximo pela banca examinadora composta pelo orientador, Prof. Fábio Roberto D Avila, pelo Prof. Paulo Vinicus Sporleder de Souza, e pelo Prof. Giovani Saavedra, em 09 de novembro de Acadêmica da Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais. Contato: robertacklein@gmail.com

2 de que maneira se dá a tutela penal na Lei de Biossegurança; quais os aspectos penais do crime de utilização ilegal de embriões e a sua ligação com o crime de clonagem. No Brasil, a Lei de Biossegurança (lei n. o /2005) busca evitar a ocorrência de lesões à bens jurídicos como a saúde e a vida (humana e animal) e o meio ambiente. O art. 5 o delimita a permissão para utilização de embriões excedentes de fertilizações in vitro para a obtenção de células-tronco para fins de pesquisa e terapia, observados os demais requisitos presentes no artigo de lei. O crime de utilização ilegal de embriões, previsto no art. 24, proíbe a utilização de embriões em desacordo com a autorização do referido art. 5 o. Ainda, o art. 26 veda a prática de clonagem, seja ela reprodutiva ou terapêutica. No primeiro capítulo será realizada uma breve análise da evolução da ciência e das pesquisas com células-tronco, suas potencialidades, seus meios de obtenção e utilização, demonstrando sua relação com a técnica de clonagem terapêutica. Será ainda abordada a intervenção do direito nas biotecnologias, a lei de biossegurança e os direitos fundamentais envolvidos no tema. Por fim, será feito um breve estudo sobre regulação das pesquisas com células-tronco no direito estrangeiro. O segundo capítulo será voltado para a análise jurídico penal do tema. Após a análise da intercessão penal na Lei de Biossegurança, que passará pela evolução para um Direito penal do risco e pelo bem jurídico tutelado pelo referido diploma legal, será realizada uma análise dogmática sobre o crime de utilização ilegal de embriões, onde serão abordados temas como sujeição, tipo penal e tipicidade. Ao final, será realizada uma breve análise do crime de clonagem, mais especificamente de clonagem terapêutica em relação à permissão do uso de embriões excedentes de técnicas de reprodução assistida em pesquisas e terapias com células-tronco. Esperamos, deste modo, tratar dos aspectos jurídicos-penais envolvidos na permissão do art. 5 o da Lei de Biossegurança, bem como do crime resultante de conduta em desacordo com o artigo mencionado, previsto no art. 24, buscando estabelecer os limites constitucionais e penais do tema, contextualizando os avanços da ciência com as balizas do Direito penal. 1. BIOTECNOLOGIA E AS INTERVENÇÕES BIOMÉDICAS O progresso tecnológico tem apresentado ao mundo conhecimentos cada vez mais inovadores. Com evolução da ciência, surge a biotecnologia, que pode ser considerada a reunião de técnicas de manipulação e intervenção aplicadas em sistemas biológicos. 3 Entretanto, apesar do que parece, a biotecnologia não é uma ciência nova. Por ser uma técnica que, conforme Kreuzer e Massey 4, faz uso de organismos vivos para solucionar problemas ou desenvolver produtos novos e úteis, ela já era exercida pelo homem há milhares de anos. Antigamente, através de técnicas primitivas, era empregada na obtenção de alimentos, como vinho, iogurte e pão. 5 Hoje em dia, a biotecnologia moderna utiliza-se de métodos avançados em comparação aos de outrora, visando à manutenção da saúde dos seres humanos. Isto ocorre através de pesquisas em diversas áreas da biologia, que ocorrem, muitas vezes, de 3 BARROS, Carla Eugênia Caldas. Manual de direito da propriedade intelectual. Aracajú: Evocati, p KREUZER, Helen; MASSEY, Adrianne, 2002 apud MOSER, Antonio. Biotecnologia e biotética: para onde vamos?. Petrópolis, RJ: Vozes, p Ibidem, p. 39.

3 maneira multidisciplinar. Atualmente, estas técnicas são empregadas nas intervenções biomédicas, na busca da cura de diversas doenças. 6 A intervenção biomédica atinge, de algum modo, a integridade física ou psíquica do ser humano, de maneira que dependendo do método utilizado, essa intrusão pode gerar risco à saúde ou à vida. Existem três tipos de intervenção biomédica: tratamento curativo, experimentação terapêutica e experimentação não terapêutica. 7 O tratamento curativo compreende os métodos empregados normalmente por médicos para tratar doenças, como o uso de medicamentos, procedimentos e tratamentos já conhecidos. A experimentação terapêutica utiliza-se de métodos ou procedimentos ainda não solidificados na busca da cura do paciente, desde que sejam respeitados os limites impostos pelas normas, como o consentimento do doente e a ponderação entre risco e benefício. A terceira modalidade de intervenção biomédica é a experimentação não terapêutica, que também é chamada de experimentação pura. Ela ocorre quando se desempenha uma experiência com um indivíduo, porém sem objetivar seu tratamento. Sua finalidade é promover a evolução da biomedicina através da obtenção de novos conhecimentos. Aqui, assim como na experimentação terapêutica, é necessário que haja ponderação por parte do cientista e consentimento por parte do indivíduo que servirá de objeto para a pesquisa. 8 Os dois últimos tipos de experimentação descritos anteriormente possuem riscos maiores do que os presentes nos métodos tradicionais de tratamento curativo. Por conta disso, dependendo da maneira como são empregados, estes procedimentos podem violar direitos do paciente, como a dignidade, a integridade física e a saúde CÉLULAS-TRONCO A descoberta das células-tronco, também chamadas de células-mãe ou células estaminais, despertou no meio científico a esperança de encontrar tratamento para doenças consideradas incuráveis através dos métodos até então conhecidos pela medicina. Estas moléstias são as principais causas de morte na sociedade contemporânea, tais como diabetes, câncer, doenças genéticas e cardíacas. 10 As células-tronco possuem propriedades peculiares perante os demais tipos celulares. Sua grande importância para a medicina reside no fato de que são células não especializadas e com capacidade de se autorreplicar, diferenciar e formar diversos tecidos presentes no corpo humano. Assim, enquanto algumas células formam apenas células do tecido de que fazem parte, a célula estaminal conserva-se neutra até sua diferenciação ser estimulada MOSER, Antonio. Op. Cit. [n. 4] p SOUZA, Paulo Vinicius Sporleder de. Considerações jurídico-penais acerca das intervenções biomedicas. In: SOUZA, Paulo Vinicius Sporleder de. Direito Penal Médico. Porto Alegre: Livraria do Advogado, p Ibidem, p Ibidem, p BARTH, Wilmar Luiz. Células-tronco e bioética: o progresso biomédico e os desafios éticos. Porto Alegre: EDIPUCRS, SOUZA, Maria Helena L.; ELIAS, Decio O. As células-tronco e o seu potencial na peparação de órgãos e tecidos. Manual de Instrução Programada: Princípios de Hematologia e Hemoterapia. Centro de Estudos Alfa Rio Programa de Educação Continuada. Rio de Janeiro, p. 05.

4 Devido ao fato de ser capaz de se autorreplicar e diferenciar, a célula-tronco é de grande relevância para a terapia celular. Ao ser estimulada e se diferenciar, ela daria origem a tecidos e órgãos que seriam implantados em pacientes que possuem tecidos ou órgãos danificados. Desta maneira, as células-tronco seriam empregados no tratamento de diversas doenças. 12 As pesquisas com células estaminais têm três objetivos principais. O primeiro é o entendimento do desenvolvimento humano e celular. O segundo é a utilização para tratamento de moléstias. Por fim, visa também à obtenção de células para testes de medicamentos in vitro. 13 Quanto à natureza, existem dois tipos de células-tronco: as adultas, extraídas de diferentes tecidos adultos humanos; e as embrionárias, que só podem ser encontradas em embriões. Portanto, as células-tronco podem ser obtidas desde o zigoto até de um ser humano adulto. 14 As características das células-mãe embrionárias fazem com que sejam cada vez mais alvo de estudos na busca da cura para muitas doenças. Elas podem ser obtidas de três maneiras. A primeira é retirá-la de um embrião resultante de uma fertilização in vitro produzido unicamente para servir de fonte de células-tronco. Outra fonte é o embrião excedente da fertilização in vitro na técnica de reprodução assistida. A terceira forma de obter estas células é através dos embriões originados pelo método de clonagem terapêutica. 15 As novas perspectivas trazidas por essas pesquisas biomédicas ao mesmo tempo em que entusiasmaram o mundo científico geraram grandes debates multidisciplinares, porquanto envolvem temas relacionados à ética, à moral, à religião e ao direito. Este novo panorama apresentou a necessidade de uma regulação jurídica destes estudos, na tentativa de dirimir os conflitos e discussões advindos da biotecnologia A INTERVENÇÃO DO DIREITO NA BIOTECNOLOGIA A mudança da realidade tecnológica e científica no mundo atual requer adequações da sociedade. De certa forma, a evolução dos conhecimentos torna indispensável a renovação dos posicionamentos nas mais diversas áreas, a fim de adaptá-las às transformações impostas pela ciência. Entretanto, por vezes as inovações científicas dão origem a conflitos ideológicos, havendo a necessidade de dirimi-los. 16 Por outro lado, o Direito apresenta-se como a disciplina que regula os conflitos sociais. 17 As regras jurídicas exprimem comandos de forma abstrata, com o objetivo de determinar a conduta que se espera dos indivíduos. Desta maneira, invoca-se o direito para 12 SOUZA, Paulo Vinicius Sporleder de. Clonagem terapêutica: aspectos jurídico-penais. Revista Brasileira de Ciências Criminais, n. 55, mar.-abr p ZAGO, Marco Antonio; COVAS, Dimas Tadeu. Células-tronco, a nova fronteira da medicina. São Paulo: Editora Atheneu, Apresentação, s/n de página. 14 BURTET, Jáder; PETRACCO, Alvaro; BADALOTTI, Mariangela. Aplicabilidade terapêutica das célulastronco. Acta Médica. Porto Alegre: Edipucrs, v. 25, p SOUZA, Paulo Vinicius Sporleder de. Op. Cit. [n. 12], p MINAHIM, Maria Auxiliadora. Direito penal e biotecnologia. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, p MARTIN URANGA, Amélia. La protección juridical de las innovaciones biotecnológicas: especial consideración de su protección penal. Granada: Comares, p. 31.

5 estabelecer limites para o uso adequado das novas tecnologias, visto que estas derivam de condutas humanas no exercício da ciência. 18 O aprimoramento das técnicas aplicadas à biomedicina aumentou o campo de intervenção científica no indivíduo, ampliando, consequentemente, o risco de dano à vida humana. Assim, o arsenal jurídico desponta como um recurso capaz de diferenciar o bom ou mau uso destas tecnologias. 19 No que diz respeito às pesquisas com células-tronco, o ordenamento jurídico brasileiro limita seu exercício através de princípios e regras presentes na Constituição Federal, e de maneira mais direta, através de normas previstas na Lei /2005, a Lei de Biossegurança A Lei de Biossegurança (Lei n. o /2005) Em 24 de março de 2005 foi promulgada a Lei n. o , que instituiu meios de segurança e fiscalização da utilização de organismos geneticamente modificados, regulamentando os incisos II, IV e V do 1 o do art. 225 da Constituição Federal. A referida lei revoga expressamente a Lei n. o 8.974/1995, legislação anterior sobre Biossegurança. A atual Lei de Biossegurança inova diante da legislação revogada, tratando o tema das manipulações genéticas de maneira mais efetiva, sendo mais abrangente e completa. O novo texto legal regula temas como células-tronco embrionárias e clonagem, antes sem regulação jurídica. 20 A referida lei situou o Brasil na discussão mundial a respeito do uso das célulastronco em pesquisas, questão polêmica e muito debatida, dando um importante passo comparado à legislação anterior. 21 Considerada a mais importante fonte jurídica prevista na Lei n. o /05 22, o art. 5 o no caput, incisos e parágrafos, tutela a utilização de célulastronco embrionárias: Art. 5 o. É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições: I sejam embriões inviáveis; ou II sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados na data da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento. 1 o. Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores. 2 o. Instituições de pesquisas e serviços de saúde que realizem pesquisa ou terapia com células-tronco embrionárias humanas deverão submeter seus projetos à apreciação e aprovação dos respectivos comitês de ética em pesquisa. 3 o. É vedada a comercialização do material biológico a que se refere este artigo e sua prática implica o crime tipificado no art. 15 da Lei n , de 4 de fevereiro de O artigo de lei apresenta a permissão para uso de células-tronco embrionárias de embriões humanos para fins de pesquisa e terapia. Entretanto, essa utilização não pode se 18 MINAHIM, Maria Auxiliadora. Op. Cit. [n. 16], p MINAHIM, Maria Auxiliadora. Op. Cit. [n. 16], p. 28/ PRADO, Luiz Regis. Direito penal do ambiente: meio ambiente, patrimônio cultural, ordenação do território e biossegurança (com análise da Lei n. o /2005). São Paulo: Revista dos Tribunais, p SANTOS, Letícia Bertolo dos. A lei de biossegurança e as pesquisas com células-tronco. Revista do Direito de Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo, ano 07, n. 07, dez p Ibidem, p. 43.

6 dar de forma indiscriminada, de modo que são estabelecidas condições para essa manipulação. Os embriões humanos utilizados com meio de obtenção das células-tronco devem ser resultantes de fertilização in vitro e não empregados no procedimento, conforme prevê o caput do art. 5 o. Nos incisos que seguem, o legislador condiciona a permissão aos embriões inviáveis ou aos congelados por no mínimo 3 anos, mesmo que viáveis. 23 O parágrafo primeiro do referido artigo de lei estabelece como requisito indispensável o consentimento dos genitores envolvidos na fertilização in vitro. Outro requisito previsto é a submissão à apreciação e aprovação dos projetos de pesquisa pelos comitês de ética em pesquisa ( 2 o ). O legislador proíbe expressamente qualquer espécie de comercialização de material biológico no parágrafo 3 o, atribuindo a essa prática o crime previsto no art. 15 da Lei n /97. O dispositivo de lei analisado anteriormente expõe, portanto, a permissão para uso de embriões excedentários nas pesquisas com células-tronco embrionárias. Embriões estes que, por serem inviáveis ou pela limitação na quantidade de embriões a serem implantados, não foram utilizados no procedimento de fertilização in vitro. Os embriões viáveis sobrantes têm como destino a crioconservação (congelamento), porém não podem ficar congelados por muito tempo, correndo o risco de se tornarem inviáveis. 24 Desse modo, é possível perceber a intenção do legislador em dar um destino aos embriões excedentários diferente da destruição ou do descarte. Assim, as células-tronco extraídas do embrião sobrante podem ser usadas tanto em terapias na tentativa de cura de diversas doenças quanto em pesquisas visando o desenvolvimento científico. Portanto, a Lei n. o /05 surge com o objetivo de inserir o Brasil no cenário mundial das pesquisas com células-tronco, permitindo seu uso rumo ao crescimento científico nacional, impondo limites para que os procedimentos sejam realizados de forma responsável A Biotecnologia e o Direito Constitucional A rapidez dos progressos científicos exige que as ciências sociais acompanhem os impactos causados na sociedade pelas novas pesquisas biomédicas, suas técnicas e descobertas. A forma com a qual elas são aplicadas é de interesse público, havendo a necessidade de impor a elas limites pautados na ética e na moral, para que possam trazer benefícios sem causar danos. 26 O Direito, como instrumento limitador e norteador, se faz imperativo na regulação do avanços biotecnológicos na medida em que visa solucionar os conflitos da sociedade contemporânea. Diante da realidade, deve-se analisar o tema à luz dos direitos fixados na Constituição. Desta forma, a apreciação do Direito Constitucional assume grande relevância no exame jurídico das pesquisas com células-tronco. 23 CARVALHO, Gisele Mendes de; CARVALHO, Érika Mendes de. A lei de biossegurança e os novos crimes contra o patrimônio genético humano. Revista da Associação Brasileira de Professores de Ciências Penais. Ano 04, n. 07, jul.-dez p MINAHIM, Maria Auxiliadora. Op. Cit. [n. 16], p SANTOS, Letícia Bertolo dos. Op. Cit. [n. 21], p FERRAZ, Sérgio. Manipulações biológicas e princípios Constitucionais: uma introdução. Porto Alegre: Sete Mares Editora, p. 11.

7 A presença da Constituição no topo da estrutura do direito revela sua superioridade absoluta, onde seus princípios e direitos fundamentais traduzem os limites éticos e valores morais do Estado de Direito. Para Bobbio 27, a base de uma constituição democrática está em reconhecer e resguardar os direitos do homem, o que é uma das principais dificuldades atualmente. Os direitos fundamentais previstos na Carta Magna são direitos tidos como básicos para um ser humano. Segundo Moraes, através deles, o Estado oferece condições mínimas de vida e desenvolvimento da personalidade humana. São direitos díspares dos demais presentes no ordenamento jurídico, possuindo qualidades como imprescritibilidade, inalienabilidade, irrenunciabilidade, entre outras. 28 Todavia, esses direitos não podem ser tratados de forma absoluta, uma vez que não podem ser escusas para prática de ilícitos. Eles devem ser relativizados, encontrando limites uns nos outros. A relativização também ocorre quando eles colidem entre si, sendo aplicável a este conflito o princípio da harmonização, conforme aponta Celso Ribeiro Bastos 29. Este conflito entre princípios também pode ser dissolvido através do instituto da concordância prática. Segundo Humberto Ávila, a concordância prática surge na coexistência de valores que apontam total ou parcialmente para sentidos contrários, na tentativa de harmonizar os valores de modo que eles sejam protegidos ao máximo. 30 Segundo André Ramos Tavares, os direitos fundamentais são as regras imprescindíveis de uma Constituição que visam assegurar os direitos humanos. 31 É possível, através destes direitos, tutelar a atuação dos cientistas para que o avanço biotecnológico ocorra nos limites da manutenção e respeito aos direitos do ser humano, de sua integridade e do desenvolvimento de suas capacidades. A tutela dos direitos do ser humano nas pesquisas com células-tronco e clonagem humana compreende diversos direitos fundamentais, que funcionam como instrumentos para assegurar o progresso científico dentro das balizas da sociedade. Contudo, em alguns momentos é possível perceber a colisão entre alguns deles. Nestes casos, é indispensável à aplicação do já mencionado princípio da harmonização 32, na busca do equilíbrio entre os direitos envolvidos, para que possam coincidir sem exceder seus limites. A análise dos direitos fundamentais compreendidos nas técnicas de engenharia genética, principalmente nas pesquisas com células-tronco, é de grande importância para que se possa entender de maneira mais completa a tutela destes temas contemporâneos A questão da Dignidade humana 27 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Elsevier, p MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais: teoria geral, comentários aos arts. 1 o ao 5 o da Constituição da República Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudência. São Paulo: Atlas, p BASTOS, Celso Ribeiro. Hermenêutica e Interpretação Constitucional. São Paulo: IBDC, p ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios: de definição à aplicação dos princípios jurídicos. São Paulo: Malheiros Editores, p TAVARES, André Ramos. Curso de direito constitucional. São Paulo: Editora Saraiva, p BASTOS, Celso Ribeiro. Op. Cit. [n. 29], p. 106.

8 A dignidade é um atributo inerente e irrenunciável ao ser humano e aparece como fundamento da ordem constitucional. 33 A Constituição Federal, no inciso III do art. 1 o, apresenta a dignidade da pessoa humana como princípio fundamental. O ser humano é fundamento e fim da sociedade 34, sendo uma das finalidades do Estado de Direito proporcionar elementos para que as pessoas sejam dignas. Ingo Wolfgang Sarlet 35 define a dignidade da pessoa como: qualidade intrínseca e distintiva reconhecida em cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado de da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de proporcionar e promover sua participação ativa e co-responsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão com os demais seres humanos. Esse direito fundamental possui diferentes concepções, pois ao mesmo tempo em que impõe o direito de ter sua dignidade respeitada tanto por parte do Estado quanto pelos demais indivíduos, 36 prevê um dever de cada ser humano respeitar sua própria dignidade e a dos seus semelhantes. Assim, podemos dizer que o direito à dignidade está ligado ao direito à igualdade, tendo em vista que todos são iguais, não existindo distinção entre a dignidade de um ou outro indivíduo. 37 O respeito à dignidade traduz a necessidade de valorização da pessoa humana pelo simples fato de fazer parte da espécie humana, não sendo relevantes suas distintas características. Assim, a dignidade do ser humano não pode ser conferida ou retirada, pois é inerente a ele. O direito em questão é o alicerce principiológico da Constituição Federal, servindo de fundamento para diversos outros direitos fundamentais presentes no nosso ordenamento jurídico. Valores como o direito à vida, à integridade física e à intimidade possuem em seu cerne um grau de respeito à dignidade humana. 38 A pretensão de respeito à dignidade pode ser violada de diversas maneiras, justamente por possuir diferentes dimensões. Diante do fato de que os métodos empregados nos estudos com células-tronco e de clonagem terapêutica manipulam o embrião humano e resultam na destruição deste, surge a discussão sobre a violação da dignidade humana. 39 Faz-se necessária aqui uma análise a fim de verificar se o princípio da dignidade humana abrange o embrião. O mesmo ocorre em relação ao direito à vida. Para isso, entretanto, é estabelecer em que momento, para fins de tutela jurídica, inicia a vida humana. Em função desta provável violação, o Procurador Geral da República, Cláudio Fonteles, ajuizou a ação direta de inconstitucionalidade n. o , afirmando haver violação da dignidade da pessoa humana pelo art. 5 o, caput, incisos e parágrafos da Lei n. o 33 SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na constituição federal de Porto Alegre: Livraria do Advogado, p. 66 e ss. 34 MIRANDA, Jorge. Manual de direito constitucional. Coimbra: Coimbra Ed., 1988, v.4. p SARLET, Ingo Wolfgang. Op. Cit. [n. 33], p MORAES, Alexandre de. Op. Cit. [n. 28], p MARQUES, Rafaela Lourenço. Pesquisa com embriões excedentários e o princípio da dignidade da pessoa humana, em face da Lei de Biossegurança. Revista CEJ, ano XIII, n. 45, abr./jun p TAVARES, André Ramos. Op. Cit. [n. 31], p MARQUES, Rafaela Lourenço. Op. Cit. [n. 37], p. 62.

9 11.105/2005, que autoriza a utilização de embriões humanos para fins de pesquisa e terapia. Segundo a tese da presente ação, a vida humana inicia-se a partir da fecundação. 40 Todavia, a ação foi julgada improcedente por maioria. Prevaleceu o entendimento de que o embrião não é pessoa, mas uma expectativa de vida. Desta maneira, não se trata de violação à dignidade da pessoa humana. Ademais, rememora a Corte que a permissão para utilização da qual trata o art. 5 o da Lei de Biossegurança é apenas para os embriões que teriam como destino o descarte ou o congelamento perpétuo Direito fundamental à Vida A inviolabilidade do direito à vida é assegurado no caput do art. 5 o da Constituição Federal. Segundo Moraes, ele constitui pré-requisito à existência e exercício de todos os demais direitos. Possui dois sentidos: direito de permanecer vivo e direito a um nível apropriado de vida. 42 O direito de continuar vivo traduz a proteção da vida do ser humano até sua interrupção natural, através da promoção por parte do Estado da segurança. Ainda, é necessário garantir a todos um nível adequado de condições de vida, pautado na dignidade. Neste sentido, a Constituição prevê direitos como à saúde, à educação, ao lazer e à alimentação. 43 Grande polêmica se instaura ao se falar da utilização de embriões nas pesquisas com células-tronco embrionárias. Tendo em vista que tais pesquisas implicam na utilização de embriões, e diante da ausência de previsão do momento inicial da proteção, surge a dificuldade de determinar se há ou não violação ao direito fundamental à vida. 44 Quanto ao início da vida, a fim de compreender desde que momento se estabelece da tutela deste direito fundamental, o texto constitucional não apresenta disposição expressa. 45 Esta falta de previsão constitucional resulta em diversas discussões, principalmente no contexto das manipulações biomédicas. Existem diversas teorias que visam dirimir as discussões acerca do início da vida. Dentre elas, encontramos a teoria da concepção, a teoria da nidação e a teoria da formação do sistema nervoso central. 46 A corrente concepcionista adota o posicionamento de que a vida inicia na concepção, momento em que ocorre a fecundação do óvulo pelo espermatozoide. 47 Esta teoria é adotada pela Igreja Católica e é a que encontra maior fundamento no ordenamento jurídico 40 ADI n. o Disponível em: < %20PETI%C7%C3O%20INICIAL> Acesso em: 26 jun BRITTO, Ministro Ayres. Julgamento ADI n. o Disponível em: < %20AC%D3RD%C3O87%20-%20improcedente> Acesso em: 26 jun p MORAES, Alexandre. Op. Cit. [n. 28], p TAVARES, André Ramos. Op. Cit. [n. 31], p Ibidem, p VIEIRA, Oscar Vilhena; ALMEIDA, Eloísa Machado de. Constitucionalidade das pesquisas com célulastronco embrionárias. São Paulo: Revista da Defensoria Pública, ano I, n.1, jul./dez p BARROSO, Luís Roberto. Em defesa da vida digna: constitucionalidade das pesquisas com células-tronco embrionárias. In: SARMENTO, Daniel, PIOVESAN, Flávia. Nos limites da vida: aborto, clonagem humana e eutanásia sob a perspectiva dos direitos humanos. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, p SOUZA, Priscila Boim de. Teorias do início da vida. Disponível em: < > Acesso em: 27 jun Sem paginação.

10 brasileiro. Tal fundamento verifica-se ao nos depararmos com o art. 4 o, n. o 1 do Pacto de São José da Costa Rica, onde há previsão de que toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Este direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Através deste dispositivo é possível intuir a adoção da presente teoria pelo Direito Brasileiro. 48 A segunda teoria estabelece como marco inicial da vida a nidação. Trata-se da fixação do óvulo fecundado (zigoto) no útero, dando viabilidade ao embrião e desencadeando as transformações hormonais do estado gravídico da mulher. Segundo esta corrente, antes da nidação o zigoto é tão-somente um amontoado de células 49. Seguindo este raciocínio, a vida do embrião resultante de fertilização in vitro só teria início após sua inserção e fixação no útero. Por fim, há uma corrente que adota a teoria da formação do sistema nervoso central. Para ela, o princípio da vida humana se dá com a constituição do sistema nervoso do embrião, se apoiando na ocorrência do fim da vida, através do término da atividade cerebral. 50 Baseando-se na teoria da concepção, a ADI n. o afirma ser inconstitucional o art. 5 o da Lei /2005, alegando que o presente artigo viola também o direito à vida. O Procurador-Geral da República aduz que o embrião humano é vida humana, sendo inviolável e protegido pelos direitos constitucionais. 51 Em seu voto, o Ministro Ayres Britto admite a ideia de que o início da vida coincide com o momento da fecundação do óvulo pelo espermatozoide. 52 Todavia, não há um entendimento pacífico acerca de que momento se dá o início da vida sob o ponto de vista científico nem sob o ponto de vista da proteção jurídica. 53 Ao longo dos votos dos Ministros do Supremo Tribunal Federal na ADI n. o , observa-se uma tendência de que o problema central não é estabelecer o momento inicial da vida, mas compreender que se trata de ente digno de proteção jurídica. 54 Conforme elucida o Ministro Gilmar Mendes 55, em qualquer hipótese, há um elemento vital digno de proteção jurídica. Sendo assim, independentemente do momento em que a vida se inicia, é imprescindível que ela seja tutelada pelo direito Sobre a inconstitucionalidade do art. 5 o da Lei n. o /2005 Observando o texto do art. 5 o da Lei n. o /05, percebemos que a permissão por ele concedida para o uso de células-tronco para fins de terapia e pesquisa passa por diversos requisitos, analisados anteriormente. Tal dispositivo de lei foi atacado pela ação direta de inconstitucionalidade n. o , proposta por Cláudio Fonteles, na época Procurador-Geral da República. 48 TAVARES, André Ramos. Op. Cit. [n. 31], p SOUZA, Priscila Boim de. Op. Cit. [n. 47]. 50 GUIMARÃES, Ana Paula. Alguns problemas jurídico-criminais da procriação medicamente assistida. Coimbra: Coimbra Editora, p ADI n. o Op. Cit. [n. 40], p BRITTO, Ministro Ayres. Julgamento da ADI n. o Op. Cit. [n. 41], p VIEIRA, Oscar Vilhena; ALMEIDA, Eloísa Machado de. Op. Cit. [n. 45], p Julgamento ADI n. o Op. Cit. [n. 41] 55 MENDES, Ministro Gilmar. Julgamento ADI n. o Op. Cit. [n. 41], p. 06.

11 Conforme já examinado, Fonteles alegou que o art. 5 o viola os direitos fundamentais à dignidade e à vida humana. Baseou sua tese na teoria da concepção, que estabelece a fecundação como momento inicial da vida humana. Para a primeira audiência de julgamento da ADI foram chamados diversos pesquisadores e cientistas, a fim de esclarecerem o ponto inicial da vida. Aos serem ouvidos, restou claro que não há uma opinião uniforme no ramo da ciência, tendo em vista que se dividiram entre um grupo que defende a teoria da concepção e outro que discorda desta teoria. Da mesma forma ocorre na área jurídica, onde opiniões divergem a respeito da definição do marco inicial da vida. 56 Entretanto, conforme referido anteriormente, percebe-se a tendência de se deixar de lado a discussão que objetiva estabelecer o momento inicial da vida, e reconhecer que, independente de quando se dá este momento, o embrião é digno de proteção jurídica. Diante das limitações impostas na permissão de uso das células-tronco de embriões humanos resultantes de técnicas de fertilização in vitro, não há de se falar em violação aos direitos constitucionais. 57 A autorização do art. 5 o, atacado pela referida ADI, é expressa, e dá um fim mais digno aos embriões humanos que seriam destruídos ou descartados. Deste modo, destinálos à pesquisa e terapia é também uma maneira de possibilitar a pessoas doentes a efetivação do direito à saúde, igualmente constitucional, a uma vida digna e até mesmo uma forma de manutenção do direito à vida. 58 A utilização das células-tronco em pesquisas e em terapias para cura de moléstias, conforme reconhece o Ministro Ayres Britto ao longo de seu voto, é uma forma de defender o direito à vida daqueles que sofrem de doenças degenerativas sem perspectivas de cura. 59 Assim, não se trata apenas de utilizar embriões inviáveis, mas também de dar destino nobre aos mesmos, ao invés de descartá-los. 60 Pode-se dizer então que o art. 5 o não ofende a Constituição Federal, aduzindo que esta ofensa ocorreria se houvesse o descarte dos embriões sobrantes, tendo em vista que estes nunca seriam implantados no útero e, consequentemente, não se tornariam seres humanos. 61 Portanto, a destinação dada aos embriões excedentes das técnicas de reprodução assistida não viola direitos fundamentais, mas baseia-se neles para que a ciência possa evoluir, dando aos indivíduos com doenças degenerativas ou até terminais a possibilidade da cura. 2. O DIREITO PENAL MODERNO E A BIOTECNOLOGIA 2.1. A TUTELA PENAL NA LEI DE BIOSSEGURANÇA As novas situações e conflitos sociais advindos das descobertas científicas exigem a atenção do direito. O desenvolvimento das técnicas de engenharia genética, onde sua prática oferece riscos ao ser humano, traz a necessidade da atuação jurídica com seus diversos ramos a fim de minimizar estes riscos. 56 VIEIRA, Oscar Vilhena; ALMEIDA, Eloísa Machado de. Op. Cit. [n. 45], p SANTOS, Letícia Bertolo dos. Op. Cit. [n. 21], p BRITTO, Ministro Ayres. Confirmação de voto - Julgamento ADI n. o Op. Cit. [n. 41], p BRITTO, Ministro Ayres. Confirmação de voto - Julgamento ADI n. o Op. Cit. [n. 41], p SANTOS, Letícia Bertolo dos. Op. Cit. [n. 21], p SARTORI, Ivan Ricardo Garisio. Célula-tronco. O direito. Breves considerações. Disponível em: < > Acesso em: 26 jun p. 06.

12 Conforme diz Amelia Martín Uranga, a tutela jurídica pode se dar de quatro formas diferentes: fomentar a investigação científica; exercer o controle dos perigos causados oriundos das práticas da biotecnologia; estabelecer limites ou vedar algumas das atividades biotecnológicas que considerar necessário; e defender as inovações tecnológicas. 62 Entretanto, percebe-se a carência de um controle mais específico das condutas reprováveis pela ética apenas através de princípios. 63 Há, portanto, a necessidade de determinação de limites mais característicos às práticas de manipulação científica consideradas ofensivas aos bens jurídicos, orientando tais comportamentos de maneira coercitiva. 64 O Direito penal aqui se insere de modo a intensificar os limites impostos a certos procedimentos da biotecnologia, restringindo a atuação dos cientistas, e cominando uma pena como implicação jurídico-penal ao desrespeito destes limites. 65 A intervenção desta área do direito se torna importante na medida em que ela permite o progresso científico, protegendo o direito fundamental ao desenvolvimento científico, e, ao mesmo tempo, regula os eventuais abusos que podem resultar deste desenvolvimento. 66 A ofensividade presente nas condutas humanas ao desenvolverem e praticarem as novas tecnologias é diferente da criminalidade tradicional que atingia interesses individuais. Através destas práticas, percebe-se a existência de perigo à interesses coletivos, ou supra individuais. 67 Atualmente, com as intervenções biomédicas, houve um alongamento nas possibilidades de ofensa aos bens jurídicos tradicionais, bem como o surgimento de novos bens jurídicos diferentes daqueles que requeriam a tutela penal antigamente. 68 Consequentemente, os conflitos apresentados pela sociedade moderna não podem ser dirimidos completa e eficazmente baseados apenas nas premissas do Direito penal clássico, o que proporciona o conhecimento de um Direito penal moderno. 69 Diante da precariedade do aparato repressivo tradicional e em resposta aos novos desafios apresentados pela chamada sociedade de risco, nasceu o Direito penal do risco. Cornelius Pritwittz, professor alemão da Escola de Frankfurt, estudou vastamente o desenvolvimento e as consequências da sociedade de risco. 70 Nesta abordagem moderna de criminalização, as condutas que geram riscos através das manipulações biotecnológicas podem ser punidas. 71 O Direito penal do risco, portanto, modificou a tutela penal comparado ao Direito penal clássico, conforme veremos mais adiante. O Direito penal tem como função a proteção dos bens jurídicos. Portanto, sendo o bem jurídico o cerne da questão da tutela, imprescindível se faz a identificação daqueles 62 MARTIN URANGA, Amelia. Op. Cit. [n. 17], p MINAHIM, Maria Auxiliadora. Op. Cit. [n. 16], p Ibidem, p PRADO, Luis Régis. Op. Cit. [n. 20], p SOUZA, Luciano Anderson de; OKAI, Fabiana Gonçalves. A intervenção do direito penal na biossegurança: uma ilusão futurista. Boletim IBCCRIM, n. o 206, jan./ MINAHIN, Maria Auxiliadora. Op. Cit. [n. 16], p MINAHIN, Maria Auxiliadora. Op. Cit. [n. 16], p MARTIN URANGA, Amelia. Op. Cit. [n. 17], p SILVA, Pablo Rodrigo Alfen da. Aspectos críticos do direito penal na sociedade de risco. Revista Brasileira de Ciências Criminais, ano XII, n. 46, jan./fev p Ibidem, p

13 atentados pelas técnicas de manipulação desenvolvidas pela biotecnologia, a fim de adequá-la de maneira mais efetiva e completa. 72 Podem-se delimitar como principais particularidades desse Direito penal moderno o surgimento de crimes de perigo abstrato e o resguardo de bens jurídicos supra individuais (ou coletivos). 73 Esta nova vertente de atuação penal busca defender os bens jurídicos das ameaças e, igualmente, preservar a liberdade científica. 74 Todavia, o Direito penal moderno exige uma adequação teórica do seu aparato com a finalidade de promover uma proteção eficaz aos novos bens jurídicos. Segundo Maria Auxiliadora Minahim 75, esta adequação implica a relativização de alguns princípios, a superação do caráter individual da responsabilidade penal, a flexibilização dos critérios de imputação, a antecipação da tutela e, portanto, a admissão de um processo criminalizador centrado nos tipos de perigo concreto ou abstrato. Indubitável, portanto, a necessidade de uma tutela jurídico-penal da biotecnologia, assim como do aparecimento de um Direito penal moderno. Contudo, apesar desse ajustamento, alguns princípios tradicionais do Direito penal devem ser observados, como o da proporcionalidade e da intervenção mínima. O princípio da proporcionalidade aqui se insere de maneira a delimitar uma sanção penal ajustada à gravidade da conduta. Este princípio se apresenta também como freio ao Poder legislativo, controlando os excessos. Ele se manifesta na ponderação entre o valor do bem jurídico protegido, a importância do ilícito penal e a sanção cominada. 76 Humberto Ávila define a proporcionalidade como um instrumento de controle do Poder Público, que se faz presente em todos os ramos do Direito. De maneira geral, este instituto tem sua aplicação diante da existência de uma relação meio/fim. Mais especificamente no Direito penal, ele se insere na necessidade de proporção entre culpa e pena na fixação dos limites da pena. 77 Inserido na dogmática penal pelo Iluminismo 78, o princípio da intervenção mínima, também conhecido como princípio da necessidade, exerce a função de orientador e limitador do poder criativo do crime. Assim, o Direito penal só intervém criminalizando determinada conduta se a tutela penal for meio indispensável para defender um bem jurídico. 79 Ele precisa servir de ultima ratio, devendo haver a exaustão das demais esferas jurídicas para a sua aplicação. 80 O Direito penal não pode interferir de maneira excessiva na esfera individual, devendo ser a última cartada do Poder legislativo. 81 Portanto, é imprescindível a observação do princípio da intervenção mínima, quando da adaptação do Direito penal à sociedade contemporânea, a sociedade do risco. 72 MINAHIM, Maria Auxiliadora. Op. Cit. [n. 16], p MARTIN URANGA, Amelia. Op. Cit. [n. 17],], p MINAHIM, Maria Auxiliadora. Op. Cit. [n. 16], p Ibidem, p BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral, I. São Paulo: Saraiva, p ÁVILA, Humberto. Op. Cit. [n. 30], p BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit. [n. 76], p ROBERTI, Maura. A intervenção mínima como princípio no direito penal brasileiro. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, p BITENCOURT, Cezar Roberto. Ob. Cit. [n. 76], p NUCCI, Guilherme de Souza. Código penal comentado. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, p. 44.

14 Perante os temas já abordados ao longo deste trabalho, e que serão complementados no decorrer deste capítulo, observa-se ser de grande relevância a ingerência do Direito penal na biotecnologia presente na sociedade contemporânea. Não apenas para censurar algumas atividades relacionadas às intervenções biomédicas, mas também para tutelar a assunto com o objetivo de resolver conflitos entre interesses colidentes O Direito Penal do Risco Nos últimos tempos, nosso cotidiano tem sido marcado pelo progresso científico e tecnológico. As práticas das novas tecnologias através das condutas humanas são passíveis de gerar riscos. Entretanto, distante dos riscos individuais anteriormente experimentados, os riscos advindos da sociedade moderna são coletivos. 83 Segundo elucida Jorge de Figueiredo Dias 84, essa transformação anuncia o fim de uma sociedade industrial em que os riscos para a existência, individual e comunitária ou provinham de acontecimentos naturais (para tutela dos quais o direito penal é incompetente), ou derivavam de acções humanas próximas e definidas, para contenção das quais era bastante a tutela dispensada a clássicos bens jurídicos... e a sua substituição por uma sociedade exasperadamente tecnológica, massificada e global, onde a acção humana, as mais das vezes anónima, se revela susceptível de produzir riscos globais [...]. Essa modernização deve-se ao nascimento de diferentes modos de atuação do ser humano nos mais diversos campos da ciência, trazendo novos problemas à sociedade. Contudo, o aparato jurídico tradicional torna-se escasso diante das exigências dessa sociedade de risco, o que ocasiona o surgimento do chamado Direito penal do risco. 85 Segundo Buergo, tutela penal no sólo permanece inmune a este desarrollo típico de la sociedad del riesgo, sino que es especialmente sensible al mismo. 86 Com o Direito penal do risco, acontece uma modificação na forma de compreensão e atuação da tutela penal. Nele, o cerne da questão é a criação do risco e o aumento do risco. 87 Neste aspecto, pode-se dizer que o Direito penal clássico se verifica insuficiente, teoricamente, para tutelar os problemas originados nesta sociedade do risco. 88 Uma tutela penal ideal se ocupa de defender os indivíduos e seus direitos. Desta maneira, o direito penal do risco procura reagir às novas ameaças, na tentativa de fornecer segurança à sociedade. 89 O Direito penal que antes era visto como ultima ratio se expande e, consequentemente, amplia o poder estatal. 90 Esse alargamento se dá de modo 82 HAMMERSCHMIDT, Denise. Proteção jurídico-penal da biossegurança: algumas reflexões. Disponível em: < Acesso em: 20 set p SILVA, Pablo Rodrigo Alfen da. Op. Cit. [n. 70], p DIAS, Jorge de Figueiredo. Direito penal. Parte geral I: questões fundamentais, a doutrina geral do crime. Coimbra: Coimbra Editora, p MARTIN URANGA, Amelia. Op. Cit. [n. 17], p MENDONZA BUERGO, Blanca apud CALLEGARI, André Luis, ANDRADE, Roberta Lofrano. Sociedade do risco e direito penal. IN: CALLEGARI, André Luis. Direito penal e globalização: sociedade do risco, imigração irregular e justiça restaurativa. Porto Alegre: Livraria do Advogado p PRITTWITZ, Cornelius. O direito penal entre o direito penal do risco e o direito penal do inimigo: tendências atuais em direito penal e política criminal. Revista Brasileira de Ciências Criminais, ano XII, n. 47, mar./abr p MORAES, Márcia Elayne Berbich de. A (in)suficiência do direito penal moderno para a tutela do meio ambiente (lei n.o 9.605/98) na sociedade de risco. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, p Ibidem, p. 38.

15 tridimensional, através da admissão de novos possíveis bens jurídicos, adiantamento da proteção e diminuição das exigências de censurabilidade. 91 A modernização e expansão do Direito penal manifestam-se com o aprimoramento do amparo jurídico-penal e de uma tutela mais severa. Isso é consequência do surgimento de novos bens jurídicos e de novas formas de lesão aos bens jurídicos tradicionais. 92 A política criminal aqui reprova as deliberações tomadas de maneira irracional por indivíduos e que possam gerar riscos a bens jurídicos alheios ou até da coletividade. O Direito penal do risco baseia-se nos bens jurídicos coletivos, mais amplos e complexos. 93 A dogmática introduzida pelo direito penal do risco não prescinde a causação do dano, mas o risco de sua ocorrência, e pretende atuar de maneira preventiva. Desta forma, a tipificação não é tão limitada, possibilitando a aplicação do tipo de maneira mais ampla e maleável. 94 Outra característica da expansão do Direito penal é a de deixar para trás a ideia de tipificação de uma conduta vista de forma negativa pela sociedade. Diferente da política criminal tradicional, seu objetivo é tipificar para que tal conduta se torne reprovável. 95 Observa-se, portanto, uma tendência não de criminalizar condutas nitidamente ofensivas, mas fatos que, a longo prazo, podem gerar danos aos bens jurídicos, se tornando, assim, ofensivas. Nisto, percebe-se claramente a atuação preventiva da política criminal do risco. 96 A consequência desse Direito penal moderno é o surgimento de tipos penais de perigo abstrato, onde basta a comprovação de que determinada conduta represente perigo a um bem jurídico, flexibilizando os critérios tradicionais da imputação jurídico-penal. 97 Essa relativização dos princípios penais tradicionais ocorre em razão da diferente espécie de bens jurídicos protegidos pelo Direito penal do risco, o que suscita uma abordagem dos fatos diferente da realizada no Direito penal clássico. 98 Assim, para resguardar os novos bens jurídicos da sociedade do risco, é importante a atuação do Direito penal de forma diferente da tutela tradicional, se afastando do dano efetivo e se aproximando da criminalização das condutas de risco Princípio da Precaução O princípio da precaução se expandiu a partir do direito ambiental alemão para as legislações internacionais. 100 Em junho de 1992, a Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento estabeleceu, em seu item 15, que com a finalidade de proteger o meio ambiente, os Estados deverão aplicar amplamente o critério de precaução conforme suas capacidades. Quando houver perigo de dano grave ou irreversível, a falta de certeza científica absoluta não deverá 90 SILVA, Pablo Rodrigo Alfen da. Op. Cit. [n. 70], p PRITTWITZ, Cornelius. Op. Cit. [n. 87], p SILVA, Pablo Rodrigo Alfen da. Op. Cit. [n. 70], p SILVA, Pablo Rodrigo Alfen da. Loc. Cit. 94 SILVA, Pablo Rodrigo Alfen da. Loc. Cit. 95 PRITTWITZ, Cornelius. Op. Cit. [n. 87], p PRITTWITZ, Cornelius. Loc. Cit. 97 SILVA, Pablo Rodrigo Alfen da. Op. Cit. [n. 70], p SILVA, Pablo Rodrigo Alfen da. Op. Cit. [n. 70], p CALLEGARI, André Luis; ANDRADE, Roberta Lofrano. Op. cit. [n. 86], p ANDRONO, Roberto. Validez del principio de precaución como instrumento jurídico para la prevención y a gestión de riesgos. IN: CASABONA, Carlos María Romeo. Principio de precaución, biotecnología e derecho. Bilbao: Comares, p. 20.

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