DIREITO AMBIENTAL. Proteção do meio ambiente em normas infraconstitucionais

Transcrição

1 DIREITO AMBIENTAL Proteção do meio ambiente em normas infraconstitucionais Biodiversidade, patrimônio genético, biossegurança e Parte 2 Prof. Rodrigo Mesquita

2 VEDAÇÃO AO DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES E PROJETOS QUE ENVOLVAM OGM E SEUS DERIVADOS POR PESSOAS FÍSICAS As atividades que envolvam OGM e seus derivados são vedadas a pessoas físicas em atuação autônoma e independente, mesmo que mantenham vínculo empregatício ou qualquer outro com pessoas jurídicas. (art. 2º, 2 º, da Lei nº /2005)

3 Em outras palavras, somente pessoas jurídicas poderão desenvolver atividades relacionadas ao ensino com manipulação de organismos vivos, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico e à produção industrial.

4 AUTORIZAÇÃO PARA A REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES E PROJETOS QUE ENVOLVAM OGM E SEUS DERIVADOS Os interessados em realizar as atividades e projetos que envolvam OGM e seus derivados deverão requerer autorização à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que deverá se manifestar em prazo fixado em regulamento. (art. 2º, 3 º, da Lei nº /05)

5 Em exceção à regra, as pessoas físicas ou jurídicas envolvidas em qualquer das fases do processo de produção agrícola, comercialização ou transporte de produto geneticamente modificado que tenham obtido a liberação para uso comercial estão dispensadas de apresentação do CQB e da constituição da Comissão Interna de Biossegurança (CIBio), salvo decisão em contrário da CTNBio. (art. 14, 6º, da Lei nº /05)

6 CORRESPONSÁVEIS POR EVENTUAIS EFEITOS DECORRENTES DO DESCUMPRIMENTO DA LEI DE BIOSSEGURANÇA E DA SUA REGULAMENTAÇÃO E O REFLEXO NA RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANO AMBIENTAL O art. 3, da Lei /2005, impõe as organizações públicas e privadas, nacionais, estrangeiras ou internacionais, financiadoras ou patrocinadoras de atividades ou de projetos (Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil etc.)...

7 que envolvam OGM e seus derivados que exijam a apresentação de Certificado de Qualidade em Biossegurança (CQB), emitido pela CTNBio, sob pena de se tornarem corresponsáveis pelos eventuais efeitos decorrentes do descumprimento da referida Lei ou de sua regulamentação.

8 Portanto, caso não exijam o CQB, tais organizações podem se tornar corresponsáveis pelos danos ao meio ambiente, respondendo de forma solidária(art.20), bem como responderão de forma objetiva pela reparação do dano ambiental, inclusive de forma indireta, que é o caso de corresponsabilidade previsto para as referidas instituições.

9 HIPÓTESES DE NÃO INCIDÊNCIA DAS NORMAS REFERIDAS NA LEI DE BIOSSEGURANÇA A Lei de Biossegurança não se aplica quando a modificação genética for obtida por meio de mutagênese; formação e utilização de células somáticas de hibridoma animal; fusão celular, inclusive a de protoplasma, de células vegetais, que possa ser produzida mediante métodos tradicionais de cultivo e autoclonagem de organismos não patogênicos que se processe de maneira natural, desde que não impliquem a utilização de OGM como receptor ou doador.

10 POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DE CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS A Lei nº /2005 permite, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento. (art. 5º, caput, da Lei nº /2005)

11 Em outras palavras, a permissão se refere à utilização de células-tronco obtidas de óvulos fecundados por espermatozóides em laboratório, fora do corpo da mulher, e que, devido a problemas de infertilidade conjugal, a fecundação não é possível de ocorrer na trompa de falópio da genitora.

12 Essas células embrionárias são consideradas fábricas da vida, possuindo a capacidade de regenerar tecidos e tratar de diversas doenças, a saber: diabetes, esclerose múltipla, distrofias musculares, mal de Parkinson e outras síndromes diversas.

13 Para utilização delas, necessário se faz também a concordância dos genitores, e, ainda, que os embriões sejam inviáveis ou sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação da Lei nº /2005 (LB), ou que, já congelados na data da publicação dessa Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento. (art. 5º, caput, e incisos I e II e 1º, da Lei nº /2005)