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1 1 PONTO 1: Introdução. PONTO 2: Teoria Geral do Crime. PONTO 3: Ilicitude. INTRODUÇÃO: - Informativo STJ 467, H.C , J Informativo STF 624, H.C , J TEORIA GERAL DO CRIME: - Culpa art. 18, II, CP: Crime culposo II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. 1. Elementos do crime culposo: a) Conduta inicial voluntária: Existe finalismo nos crimes culposos que está presente na conduta inicial (voluntária). b) Violação de um dever de cuidado objetivo: Devido a vida em sociedade, nos abstemos de praticar alguma condutas perigosas. - Imprudência: é um agir culposo. Ex: brincar com arma de fogo, limpar arma com cano apontado para pessoas. - Negligência: é a omissão culposa. Ex: motorista da van transportava crianças para escola, foi alertado que os pneus estavam gastos, não tomou providências. - Imperícia: é a culpa profissional. Ex: caso envolvendo médico, enfermeiro, dentista, arquiteto, engenheiro. c) Resultado involuntário: Para configuração da culpa o resultado deve ser involuntário. Essa diferença do dolo.

2 2 d) Nexo causal (entre conduta e resultado) Os crimes culposos são delitos materiais, ou seja, de conduta e resultado naturalístico, sendo este necessário para a consumação. Exceção - art , CP não há necessidade de um resultado naturalístico neste caso. e) Previsibilidade objetiva do resultado: Diz respeito a medição do grau de atenção do homo medius (homem médio - representante hipotético do homem comum). Há substituição do réu pelo homem médio, se ele havia previsto o resultado, se encaminha para absolvição. Caso contrário, para uma condenação. f) Ausência de previsão: Com exceção da culpa consciente. g) Tipicidade: Os crimes culposos são tipos penais abertos (complementados pelo Juiz). Existe um juízo axiológico ou valorativo. Exceção - Art. 180, 3º 2, CP tipo penal culposo fechado. 2. Espécies de culpa: a) Culpa inconsciente: O agente não prevê o resultado previsível. b) Culpa consciente: 1 Corrupção ou poluição de água potável Art Corromper ou poluir água potável, de uso comum ou particular, tornando-a imprópria para consumo ou nociva à saúde: Pena - reclusão, de dois a cinco anos. Modalidade culposa Parágrafo único - Se o crime é culposo: Pena - detenção, de dois meses a um ano. 2 Art. 180, 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso.

3 3 Depois de prever o resultado o agente mesmo assim pratica a conduta, acreditando, sinceramente, que o resultado não ocorrerá. c) Culpa própria: Aquela que o agente não quer o resultado e nem assume o risco de produzi-lo. d) Culpa imprópria: Decorre do erro inescusável (indesculpável). Art. 20, 1º, CP: Descriminantes putativas 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo Ex: vejo meu inimigo na rua, ele mexe no bolso e acredito que irá me matar. Então, disparo contra ele. Trata-se de legítima defesa putativa. Neste caso, por política criminal em face do erro, trata-se como culpa. Não cabe tentativa nos crimes culposos, com exceção da culpa imprópria. Imagina-se uma escala que passa do mais grave para o menos grave: dolo direto dolo eventual culpa consciente culpa inconsciente - Dolo direto: o agente quer matar a vítima; - dolo eventual: o agente não quer matá-la, mas assume o risco/resultado; - culpa consciente: o agente não quer o resultado, mas confia demais na suas habilidades pessoais; - culpa inconsciente: o agente se quer prevê. * infelicitas facti : significa caso fortuito ou força maior como causa de exclusão da culpa.

4 4 será atípico. Nota-se que até a culpa inconsciente pode-se punir o agente penalmente. Após, o fato Diferença entre dolo eventual e culpa consciente. O dolo eventual haverá um descaso em relação ao resultado. Na culpa consciente, o agente acredita nas habilidades pessoais dele (não se trata de um descaso com resultado). Obs: - art. 302, parágrafo único, VI 3, Lei 9503/97. A lei seca revogou esse inciso. Portanto, trata-se de homicídio doloso. Outro entendimento é que responderia pelo art. 302, caput, Lei 9503/97, ou seja, a Lei Seca beneficiaria o réu. 3. Compensação e concorrência de culpas: Não existe compensação de culpas no direito penal. Se a vítima concorreu para o fato, no máximo, pode ser utilizado como circunstância de diminuição da a pena base. A concorrência de culpas é possível. Ex: racha. 4. Princípio da excepcionalidade do crime culposo art. 18, parágrafo único 4, CP: A regra é o dolo, a culpa é exceção, por isso, o crime culposo deve estar expressamente previsto em lei. 3 Art Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Parágrafo único. No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de um terço à metade, se o agente: IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros. 4 Art. 18, Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.

5 5 - Crimes qualificados pelo resultado art. 19, CP: Agravação pelo resultado Art Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente. Consagra o princípio da responsabilidade penal subjetiva. - Dolo no antecedente + dolo no consequente: Ex: art. 129, 2º, IV 5, CP debilidade permanente na vítima. Dolo no art. 129, mas quer agredir com tal agressividade que terá o dolo na qualificadora também. - Culpa no antecedente + culpa no consequente: Ex: art , CP - causas de majoração da pena. A morte da vítima é culposa Culpa no incêndio antecedente + morte pelo incêndio (não queria a morte) consequente. - Culpa no antecedente + dolo no consequente: Ex: art. 303, parágrafo único 7, CTB lesão provocada na direção de veiculo automotor. Verifico que a pessoa está quebrada, decido fugir. Culpa no atropelamento + dolo na omissão de socorro. Irá ser majorada a pena. - Dolo no antecedente + culpa no consequente: Ex: art. 129, 3º 8, CP. O sujeito quer dá soco, mas acaba matando a vítima. 5 Lesão corporal de natureza grave Art. 129, 2. Se resulta: IV - deformidade permanente. 6 Formas qualificadas de crime de perigo comum Art Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço. 7 Art Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Parágrafo único. Aumenta-se a pena de um terço à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do parágrafo único do artigo anterior. 8 Lesão corporal seguida de morte 3. Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo: Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

6 6 Também chamado de crime preterdoloso ou preterintencional. Existem várias figuras preterdolosas na Lei, por exemplo: Lei de Tortura quero só torturar, mas acabo matando. Obs: latrocínio roubo + morte. O resultado morte pode advir de dolo ou de culpa. Será sempre um crime qualificado pelo resultado. Porém, só será considerado crime preterdoloso se a morte da vítima advier de culpa. - Tentativa (art. 14, II, CP): Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Pena de tentativa Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. 1. Natureza jurídica: é uma causa de ampliação temporal da figura típica pela qual se opera uma adequação típica mediata ou indireta. Adequação típica: - imediata/direta : ex: matar alguém. Encaixa-se perfeitamente no tipo. - mediata. Indireta: a conduta não se encaixa perfeitamente no tipo penal. Aplicação não será direta. Por isso deve-se preencher a lacuna. 2. Elementos: A) Início da execução de um crime: Há vários posicionamentos quanto ao inicio do crime. Iter criminis é formado por quatro fases: a) Cogitação (fase interna, quando sujeito planeja o crime); b) Preparação (fase externa) o bem jurídico ainda não começou a ser agredido, razão pela qual ela é impunível.

7 7 Obs: excepcionalmente haverá punição de ato preparatório quando ele constituir crime autônomo. Ex: decidi matar a vítima e comprei a arma de fogo. c) Execução (fase externa): o bem jurídico começa a ser ofendido, razão pela qual somente aqui caberá a punição do agente. d) Consumação (fase externa): art. 14, I 9, CP. Tem todos os elementos do crime reunidos. A regra é que somente a execução autoriza a punição do agente. Por exceção pune-se quando da preparação. - Teorias que explicam a transição dos atos preparatórios para os atos executórios: a) Teoria Subjetiva: não faz distinção entre atos preparatórios e executórios. Pois não há diferença no dolo do agente que pratica o crime ou apenas tenta. Teoria não adotada no Brasil. b) Teorias Objetivas: b.1) Teoria da hostilidade ao bem jurídico (Hungria): concreto. Só haverá inicio de execução quando o bem jurídico for ofendido ou exposto a perigo b.2) Teoria Objetivo-formal ou Formal-Objetiva (Von Liszt): Haverá inicio de ato executório quando for praticado verbo nuclear do tipo. b.3) Teoria Objetivo-Material ou Material-objetiva(Frank, Art. 22 CP/Português): Início da execução pressupõe pratica do verbo nuclear do tipo e ato imediatamente anterior a ele, segundo o critério do terceiro observador (terceiro imparcial). 9 Art Diz-se o crime: Crime consumado I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal.

8 8 b.4) Teoria Objetivo-Individual (Welzel, Zaffaroni): Haverá início da execução com a prática de verbo nuclear do tipo e de ato imediatamente anterior a ele, segundo critério subjetivo e individual do agente. A discussão recai sobre os critérios objetivo-formal e objetivo-individual. Tem se adotado a teoria objetivo-formal devido a segurança jurídica. Caso contrário, nem se fala em tentativa. B) sua não-consumação, por circunstância alheia a vontade do agente. 3. Espécies de tentativa: a) Imperfeita (inacabada): o agente sem esgotar o processo executório não consegue consumar o crime por circunstâncias alheias a sua vontade. b) Perfeita (acabada ou crime falho): depois de esgotar o processo executório, o agente não consegue consumar o crime, por circunstâncias alheias a sua vontade. c) Cruenta (vermelha): quando o corpo da vítima é atingido. d) Incruenta (branca): quando o corpo da vítima não é atingido. 4. Infrações que não admitem tentativa: a) Crimes culposos: não admitem. Com exceção da culpa imprópria. b) Crimes preterdolosos: não admitem porque exigem culpa no resultado. c) Contravenção penal: por expressa disposição legal art. 4º 10, LCP (não punível). d) Crimes omissivos puros ou próprios: não admitem porque são unissubsistentes. 10 Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção.

9 9 e) Crimes unissubsistentes: aqueles crimes praticados por meio de um único ato, não há desdobramento. Obs: os crimes plurissubsistentes admitem tentativa. f) Crimes habituais: são os que exigem uma reiteração de atos que denotem um estilo ou modo de vida do agente. Ex: exercício ilegal da profissão, curandeirismo, arts , , CP. g) Crimes condicionados: o resultado está condicionado a determinado evento naturalístico. Ex: art , CP só pode ser punido se a vítima morrer ou restar com lesão grave, ou seja, exige esse tipo de resultado. Caso a vítima fique com lesão leve, o fato é atípico. Não há tentativa. h) Crimes de atentado ou de empreendimento: a pena é a mesma para forma tentada ou consumada. Exs: - art , CP; - art , Código Eleitoral; 11 Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica Art Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendolhe os limites: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 12 Curandeirismo Art Exercer o curandeirismo: I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; III - fazendo diagnósticos: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 13 Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio Art Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. 14 Evasão mediante violência contra a pessoa Art Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa: Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência. 15 Art Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem: Pena - reclusão até três anos.

10 10 - lei 4898/65 (Lei de Abuso de Autoridade), art. 3º 16 - crime é qualquer atentado aos delitos ali previstos. - crime contra a segurança nacional tentar desmembrar estado do resto do pais. - Tentativa abandonada art 15, CP: Desistência voluntária e arrependimento eficaz Art O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. 1 Desistência voluntária: o agente desiste de prosseguir na execução. Trata-se de um comportamento negativo (um não-fazer, não prosseguir). Pressupõe um não esgotamento do processo executório. 2 Arrependimento eficaz: o agente impede a produção do resultado. Trata-se de um comportamento positivo. Ele já esgotou todo o processo executório, porém, irá agir para impedir a produção do resultado. Resumo da teoria de Frank: - Quero, mas não posso: tentativa (art. 14, II, CP). - Posso, mas não quero: art 15, CP Desistência voluntária - Arrependimento Eficaz. Características da desistência voluntária e arrependimento eficaz: - Voluntariedade: 16 Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: a) à liberdade de locomoção; b) à inviolabilidade do domicílio; c) ao sigilo da correspondência; d) à liberdade de consciência e de crença; e) ao livre exercício do culto religioso; f) à liberdade de associação; g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto; h) ao direito de reunião; i) à incolumidade física do indivíduo; j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.

11 11 Não se confunde com espontaneidade. Voluntário é algo livre, mesmo que não seja sincero. Espontâneo: além de voluntário, o sujeito é sincero. Representa verdade. - Eficácia: Para que eu me valha do artigo 15 do CP, o arrependimento tem que ser eficaz. Nota-se que o artigo 15, CP, parte final, chama-se tentativa qualificada, quando o sujeito é punido pelo crime remanescente. - Arrependimento posterior (art. 16, CP): Arrependimento posterior Art Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. A natureza jurídica do artigo 16 é uma causa obrigatória de redução de pena. Requisitos: 1) Crime praticado sem violência ou grave ameaça a pessoa: Se houver violência a coisa, em tese é possível o beneficio. No homicídio culposo praticado na direção do veiculo automotor cabe a concessão do beneficio, pois deve haver dolo. 2) Reparação do dano ou restituição da coisa: Em regra, deve ser integral. A jurisprudência mais moderna aceita que haja reparação parcial, desde que a vítima concorde com ela. 3) Ato voluntário do agente: Não precisa ser espontâneo, tem que ser voluntário, livre. 4) Até o recebimento da denúncia ou da queixa: Se for depois do recebimento da denúncia art. 65, III, b 17, CP atenuante. 17 Circunstâncias atenuantes

12 12 - Crime impossível (art. 17, CP): (quase-crime, tentativa inidônea, tentativa impossível, crime oco). Crime impossível Art Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. A) Natureza jurídica: é uma causa de atipicidade. B) Hipóteses de ocorrência do crime impossível: a) Ineficácia absoluta do meio: o meio empregado pelo agente jamais conduziria a uma consumação. Exs: arma desmuniciada ou defeituosa crime impossível por homicídio. Porém, se for utilizada como arma. Sujeito que utiliza açúcar achando que é veneno crime impossível. Mas caso se tratar de um diabético, pode-se matar. No Brasil adotamos a teoria objetiva temperada com relação ao crime impossível, porque para que haja crime impossível a ineficácia deve ser absoluta; se relativa for, haverá tentativa. b) Impropriedade absoluta do objeto: o objeto material sobre o qual recai a conduta é impróprio ou porque não existe ou porque está ausente naquele momento. Casos de concursos: - menina acha que está grávida e toma citotec para aborto. Porém, não existe feto. - sujeito que dispara contra um morto. Art São circunstâncias que sempre atenuam a pena: III - ter o agente: b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano.

13 13 Como no Brasil adotamos a teoria objetiva temperada, só haverá crime impossível na impropriedade absoluta do objeto. Se a impropriedade for relativa haverá tentativa. c) Crime putativo por obra do agente provocador (flagrante preparado ou provocado, crime de ensaio, delito de laboratório, crime de experiência): Crime putativo só existe na cabeça do agente, ele acha que está delinqüindo na sua cabeça. O sujeito é levado a prática de um fato, quando se vêem, no caso concreto, que seria impossível a provocação. Súmula 145 do STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. Obs: -Policial vai até a boca de fumo, provocando o verbo vender droga. Por esse verbo não poderá ser autuado. Mas o tipo penal tem vários outros verbos, como no caso ter em depósito. Já estava praticando o delito. - caso da pessoa seguida no supermercado (sob vigilância): Existem duas posições: não é aplicada a sumula, não sendo crime impossível, porque é possível a sua consumação (sai correndo, comparsas na porta, entre outras possibilidades). - aplica-se a Súmula 145 do STF. 1. Ilicitude: - Nomenclatura: ilicitude ou antijuridicidade? Há autores que falam em Ilicitude ou Antijuridicidade, sendo termos considerados sinônimos para a maioria dos livros, provas e editais. Porém, é preferível utilizar a expressão ilicitude, por três motivos: 1) Pela própria tradução da palavra em alemão Rechtwichgkeit.

14 14 2) O próprio legislador optou por esta expressão em 1984, no Código Penal, nos artigos e ) A teoria do fato jurídico de Pontes de Miranda: refere que o crime seria um fato jurídico e não um fato antijurídico. Assim ilicitude se encaixaria mais ao fato jurídico ilícito. - Consentimento do ofendido: a) Só se pode aceitar esta tese se o bem jurídico é disponível. Não pode aceitá-la se o bem é indisponível. O patrimônio e a honra são considerados bens disponíveis por excelência. b) Momento do consentimento: até a consumação do crime. c) Capacidade: a partir dos 18 anos. Exceção com relação aos crimes sexuais: 14 anos (estupro de vulnerável art. 217-A 20, CP) já pode consentir. O que essa tese exclui? Depende do dissenso (discordância) da vítima. Se for elemento constitutivo do tipo, exclui a tipicidade (o tipo). Exemplos: - o crime de violação de domicílio, Art , CP, nota-se que o dissenso da vítima já está no próprio tipo penal. 18 Erro sobre a ilicitude do fato Art O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. 19 Exclusão de ilicitude Art Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 20 Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos.

15 15 - No crime de estupro, Art , CP, é contra a vontade da vítima, sendo o elemento do tipo: mediante violência ou grave ameaça. Caso a vítima consentir exclui a tipicidade. O dissenso da vítima não é elemento constitutivo do tipo, se exclui a ilicitude. Ex: - Nos delitos de furto, injúria e dano, o dissenso da vítima não interfere. Há uma causa supralegal ou extralegal de exclusão da ilicitude, porque não está na lei. - Elemento subjetivo: A lei não exige esse requisito. Porém, é necessário esse elemento conforme posição da doutrina majoritária. - No artigo 24 23, CP, há exigência de um requisito subjetivo o estado de necessidade. A lei exige sem maiores discussões quanto a sua necessidade. - No art , CP, a legítima defesa, não tem a necessidade do requisito subjetivo, a lei não o exige. - No estrito cumprimento legal e exercício regular do direito, art. 23, III 25, CP. Temos três casos que não estão na lei: 21 Art. 150, CP: Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências. 22 Art Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. 23 Art. 24. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 24 Art Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 25 Exclusão de ilicitude Art Não há crime quando o agente pratica o fato: III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

16 16 - médico na clínica de aborto, faz aborto e acaba salvando a vida da menina que estava grávida, pois esta corria perigo de vida devido a gravidez ser de risco. - Policial que tem um problema com vizinho e inventa um motivo para prendê-lo, porém, quando verifica no sistema o vizinho era foragido. - Matador de aluguel cuja vítima está no meio do milharal, vendo-o da cintura p cima e atira, porém, esta estava em com o pé em cima de outra pessoa preste a executá-lo. - Causas Legais de exclusão da ilicitude - Art , CP I ESTADO DE NECESSIDADE 1) Pressuposto: Pressupõe a existência de dois bens lícitos em conflito, de modo que um deles terá que ser sacrificado para que o outro sobreviva. Ex: furto famélico. 2) Requisitos: a) Perigo atual: a lei refere a perigo e não a lesão, O perigo é a probabilidade de lesão. A origem do perigo, não precisa necessariamente ser humana, pode ser por caso fortuito ou força maior. b) Ameaça ao direito próprio ou alheio: Conforme a lei, cabe estado de necessidade de terceiro. Qualquer bem jurídico pode ser defendido pelo estado de necessidade. 26 Exclusão de ilicitude Art Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

17 17 c) Perigo não provocado voluntariamente pelo agente: A lei, art , utilizou a expressão vontade. - se o perigo for provocado dolosamente, o agente provocador não pode alegar estado de necessidade. - se o perigo for provocado culposamente há duas posições, sendo a majoritária a que admite estado de necessidade. Caso 1: eu causei a queda do avião, quando ele está caindo, mato para pegar o único páraquedas. Como foi provocado dolosamente, não pode se valer do estado de necessidade. Caso 2: proibido fumar. Fumo e provoco incêndio. Saio correndo e atropelo um idoso. Estado de necessidade. Posição majoritária. d) Inexistência de dever legal de enfrentar o perigo art. 24, 1 28, CP: interpretação do art. 13, 2, CP. Art. 13, 2º, CP - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. - alínea a - são os garantes respondem pelo resultado naturalístico ocorrido e que ele deveria ter sido evitado. Ex: bombeiro, policial, salva-vidas, pais. Estão excluídos do estado de necessidade. - alínea b : dever contratual. Há duas posições. A posição majoritária não aceita o estado de necessidade pelo garante nesta alínea. - alínea c : Ingerência: quando o comportamento anterior cria o resultado. Estão excluídos do estado de necessidade. 27 Estado de necessidade Art Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 28 Art. 24, 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.

18 18 e) Inevitabilidade: O estado de necessidade é a ultima ratio (último recurso). Assim, se a situação de perigo puder ser evitada de qualquer outra forma não está mais em estado de necessidade. f) Proporcionalidade: O bem de maior valor prefere a bem de menor valor. Obs: se os bens forem de igual valor, aplica-se o princípio da razoabilidade. Ex: Médico plantonista encontra duas pessoas baleadas (um policial e um bandido), havendo apenas um meio para salvar um deles. Deverá utilizar o principio da razoabilidade, no caso, escolher quem tem mais chance de sobrevivência.

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