Parasitologia - 2/ Relatório de Avaliação
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- Antônio Silva Penha
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1 Parasitologia - 2/11 Agradecemos a participação no 2º ensaio do Programa de Avaliação Externa da Qualidade em Parasitologia de Foram distribuídas amostras a 92 participantes para a serologia da Toxoplasmose e morfologia parasitária. As percentagens de respostas recebidas neste ensaio foram 82% e 79% respectivamente. Amostras O ensaio incluía uma amostra para a pesquisa de anticorpos para Toxoplasma gondii amostra nº 2111 (amostra liofilizada) Soro obtido no âmbito da vigilância da infecção toxoplásmica prevenção da infecção congénita ; uma amostra para a pesquisa de anticorpos para Echinococcus amostra nº 2511 (amostra liofilizada) Soro de um doente Tunisino que apresenta um quisto hidático no fígado; uma amostra de fezes nº 2611 (fezes formolizadas) Turista regressado recentemente das Filipinas com tosse e sangue na expectoração (hemoptise); uma amostra nº 2811 (esfregaço de fezes) Fezes de um indivíduo com diarreia. Resultados Amostra nº 2111 Pesquisa de anticorpos para Toxoplasma gondii O resultado da pesquisa de anticorpos IgG para Toxoplasma gondii foi positivo e a pesquisa de anticorpos IgM foi negativa. Esta amostra insere-se na vigilância da infecção toxoplásmica/prevenção da infecção congénita, assim deve ser aconselhada a colheita de uma nova amostra 3 semanas após a primeira, deverão os dois soros ser testados em paralelo. Se o título das IgGs se mantiver estável então podemos excluir a possibilidade de seroconversão sem IgMs, podendo então afirmar que se trata de uma mulher imunizada com anticorpos residuais. A determinação do índice de Avidez das IgG neste caso não deve ser efectuada. Toxoplasma gondii tem como único hospedeiro definitivo os membros da família Felidae (gatos domésticos e outros felinos). Os oocistos não esporulados são expelidos conjuntamente com as fezes do hospedeiro. Embora os oocistos sejam normalmente eliminados por um período curto entre 1 a 2 semanas, são eliminados em grandes quantidades. A esporulação torna o oocisto infectante, demorando normalmente entre 1 a 5 dias ocorre no meio ambiente. Na natureza o hospedeiro intermediário (incluindo aves e roedores) infecta-se após a ingestão de solo, água ou matéria vegetal contaminada com oocistos, estes transformam-se em taquizoítos logo após a sua ingestão, localizando-se nos tecidos neural e muscular dando origem a quistos que contém no seu interior os bradizoitos. O gato infecta-se após o consumo dos tecidos infectados do hospedeiro intermediário, podendo também adquirir a infecção por ingestão directa dos oocistos esporulados existentes no meio ambiente. Os animais de consumo humano infectam-se da mesma forma, no entanto os humanos possuem várias vias de infecção, são elas: Ingestão de carne mal cozinhada de animais contendo quistos nos seus tecidos ; Consumo de água ou alimentos contaminados por matéria fecal expelida por gatos contaminados ; Relatório de Avaliação Parasitologia, 2/11 O relatório de avaliação contém: - Avaliação individual para cada parâmetro. - Relatório geral de performance (Relatório de desempenho global). Pedidos de correcção Dados recebidos nos formulários de resposta com erros, são da responsabilidade do laboratório. O PNAEQ só se responsabiliza por erros de transcrição para o sistema informático e de processamento de resultados Os pedidos deverão ser efectuados por escrito até 19 de Agosto de Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge Avenida Padre Cruz Lisboa Telefones: / FAX pnaeq@insa.min-saude.pt PNAEQ.2011.CR.Parasitologia.02 1/5
2 Contacto com solo contaminado por material fecal de gato infectado (por exemplo limpeza das areias ou jardinagem) ; Transfusão de sanguínea ou transplante de órgãos ; Transmissão transplacentária da mãe para o feto. Este parasita no hospedeiro humano, forma quistos nos seus tecidos, na maioria dos casos no tecido muscular, no miocárdio, no cérebro, no olho, estes mantêm-se viáveis durante toda a vida do hospedeiro. O diagnóstico é efectuado por serologia, embora também possam ser pesquisados os quistos em biopsias. O diagnóstico da infecção congénita é efectuado por detecção do DNA de T. gondii no líquido amniótico por métodos moleculares tais como a PCR. ( Figura 1 - Ciclo de Vida de Toxoplasma gondii. ( Amostra nº 2511 Pesquisa de anticorpos para Echinococcus sp. A amostra de soro pertence a um doente Tunisino que apresenta um quisto hidático no fígado possuindo um título elevado de anticorpos que confirma o diagnóstico (1/1280 por HAI e pesquisa positiva de arco 5). Os resultados positivos obtidos por técnicas de screening, tais como a hemaglutinação ou a ELISA, devem sempre ser confirmados por uma técnica mais específica como a pesquisa do arco 5 ou o imunoblot (8 kda/12 kda), para reduzir as reacções cruzadas com outras helmintíases. Amostra nº 2611 Fezes formolizadas - Ovos de Paragonimus westermani Os ovos não embrionados de Paragonimus westermani são expelidos conjuntamente com a expectoração, podendo ser deglutidos e posteriormente expelidos nas fezes do hospedeiro. Os ovos embrionam em meio aquático libertando o miracidio que procura o seu hospedeiro intermediário, um molusco, penetrando através dos tecidos moles. O miracidio passa por vários estadios no interior do molusco: esporocisto, rédia, e posteriormente transforma-se em cercaria a qual emerge do molusco. A cercaria invade o segundo hospedeiro intermédio, um crustáceo, no qual enquista transformandose em metacercaria, estadio infectante para os mamíferos. A infecção humana por P. westermani dá- PNAEQ.2011.CR.Parasitologia.02 2/5
3 se por ingestão de crustáceos mal cozinhados contendo as metacercarias nos seus tecidos. O desenquistamento da metacercaria ocorre no duodeno, em seguida o parasita penetra através da parede intestinal atingindo a cavidade peritoneal. Em seguida atravessa a parede abdominal e o diafragma até os pulmões, onde atinge a fase adulta (7.5 a 12mm por 4 a 6mm). Os vermes podem migrar para outros órgãos e tecidos, tais como o cérebro e os músculos estriados. No entanto nestes casos o seu desenvolvimento não é completo, uma vez que a ovoposição nestes locais não é viável. O tempo que decorre entre a infecção e a ovoposição é de cerca de 65 a 90 dias, podendo esta infecção perdurar durante 20 anos no homem. Os animais tais como os suínos, canídeos e uma grande variedade de espécies de felinos podem também ser hospedeiros desta espécie. Figura 2 Ovos de Paragonimus westermani em preparação a fresco (ampliação de 400x), é visível em todas as imagens o operculum ( Os ovos de Paragonimus spp. variam entre µm de comprimento e 35-70µm de largura. Apresentam uma coloração amarelo-acastanhada, forma ovóide ou alongada, uma parede fina e na maioria das vezes assimétricos com uma das extremidades ligeiramente achatada. Na extremidade mais alargada, encontra-se visível o operculum, sendo a extremidade oposta a este, mais afilada. Os ovos quando são expelidos nas fezes ou na expectoração não se encontram embrionados. Figura 3 Ovos de Paragonimus sp. numa biopsia pulmonar corada com hematoxilina e eosina ( Os adultos destas espécies são vermes grandes, robustos e com forma ovóide. São hermafroditas com um ovário em forma de lóbulo localizado anteriormente e dois testículos ramificados. Como todos os membros da classe trematoda possuem ventosa ventral e oral. Figura 4 Verme adulto de Paragonimus westermani ( PNAEQ.2011.CR.Parasitologia.02 3/5
4 Figura 5 Metacercária de Paragonimus westermani, é a forma infectante para os mamíferos incluindo o homem ( Figura 6 Ciclo de vida de Paragonimus westermani ( Amostra nº 2811 Esfregaço de fezes oocistos de Cryptosporidium sp. Os oocistos esporulados, contêm 4 esporozoitos, no momento em que são excretados conjuntamente com as fezes do hospedeiro infectado ou mais raramente por outra via tal como secreções respiratórias. A transmissão de Cryptosporidium parvum e C. hominis ocorre principalmente por contacto com água contaminada (por exemplo água de consumo ou água de recreio). Ocasionalmente pode existir contaminação por fontes alimentares, tais como salada de frango, servindo de veículo de transmissão. Muitos surtos nos USA tiveram origem em parques aquáticos, em PNAEQ.2011.CR.Parasitologia.02 4/5
5 piscinas municipais ou em creches/jardins-de-infância. A transmissão zoonótica ou antroponótica de C. parvum e a antroponótica de C. hominis ocorrem por exposição e/ou contacto com animais contaminados assim como a águas contaminadas com fezes de animais infectados. Após a ingestão (ou possível inalação) pelo hospedeiro adequado dá-se o desenquistamento, libertando-se os esporozoitos que parasitam as células epiteliais do tracto gastrointestinal ou de outros tecidos tais como as do tracto respiratório. Nestas células, o parasita multiplica-se por reprodução assexuada (esquizogonia ou merogonia) e multiplicação sexuada (gametogonia) produzindo microgametas (masculinos) e macrogametas (femininos). Após a fertilização dos macrogametas pelos microgametas formam-se os oocistos que esporulam no interior do hospedeiro infectado. São produzidos dois tipos diferentes de oocistos, os de parede espessa, normalmente expelidos com as fezes do hospedeiro e outros com parede fina os quais são responsáveis pela auto-infecção. Os oocistos são infecciosos logo após a sua excreção permitindo a transmissão fecal-oral por via directa de uma forma rápida. Figura 7 Ciclo de vida de Cryptosporidium sp. ( Colaboração de Cláudia Júlio (Laboratório Nacional de Referência de Infecções Gastrointestinais para Giardia sp., Cryptosporidium sp. e E. histolytica Departamento de Doenças Infecciosas, INSA) Os nossos melhores cumprimentos, PNAEQ PNAEQ.2011.CR.Parasitologia.02 5/5
Parasitologia - 1/ Relatório de Avaliação
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