NORMA, NORMAL E ANORMAL EM CANGUILHEM E FOUCAULT

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "NORMA, NORMAL E ANORMAL EM CANGUILHEM E FOUCAULT"

Transcrição

1 35 NORMA, NORMAL E ANORMAL EM CANGUILHEM E FOUCAULT Caio Souto 1 Iremos limitar nossa exposição a dois problemas concernentes à conceituação da norma no que se refere aos organismos vivos, os quais acreditamos serem os que mais propiciam uma articulação entre as obras O normal e o patológico, de Georges Canguilhem, e O nascimento da clínica, de Michel Foucault: o primeiro deles reporta à natureza da diferença entre os estados normal (ou fisiológico) e anormal (ou patológico); o segundo se refere ao papel exercido pela clínica nessa diferenciação. Pretendemos abordar, com a primeira dessas questões, a crítica que a epistemologia histórica proposta por Canguilhem dirige ao positivismo científico, bem como a qualquer forma idealista de compreensão da ciência, a partir da consideração sobre a impossibilidade de determinação científica da norma; com a segunda, trataremos o papel que o campo das práticas externas ao conteúdo intrínseco de uma ciência exerce na elaboração dos conceitos mesmos dessa ciência. Ao final, mencionaremos algumas das principais relações entre esse pensamento e a arqueologia do saber praticada por Foucault em sua inflexão sobre o domínio médico, apenas apontando para a abertura que o autor iria dar à questão nos seus livros posteriores, notadamente em As palavras e as coisas, quando estenderia sua análise a todas as chamadas ciências do homem. *** Canguilhem dividiu a redação do ensaio original de O normal e o patológico, apresentado como tese de doutorado em medicina no ano de 1943, em duas partes. Na primeira delas, encarregou-se de refutar o argumento positivista, atribuído a Augusto Comte e, parcialmente, a Claude Bernard 2, segundo o qual haveria uma identidade entre os estados fisiológico e patológico de um organismo vivo. Ampliando a concepção nosológica estabelecida por Broussais, Comte teria postulado que qualquer modificação na ordem própria a um organismo seria devida a uma variação de intensidade de um ou de alguns dos seus fatores constitutivos. Nesse sentido, uma disfunção do organismo não alteraria a natureza de nenhum componente existente em seu funcionamento 1 Doutorando em Filosofia pela UFSCar. Bolsista CAPES. <caiosouto@ufscar.br> 2 A segunda edição do texto de Canguilhem (de 1966) aponta para novas publicações de Bernard (notadamente a dos seus Principes de médecine expérimentale, em 1947) que teriam levado a atenuar as relações entre fisiologia e patologia neste pensador.

2 36 normal, conservando-o portanto em suas características essenciais 3. As doenças seriam assim meras mudanças de intensidade na ação dos estimulantes indispensáveis à conservação da saúde (CANGUILHEM, 2012, p. 17). E tais mudanças corresponderiam a um excesso ou a uma falta nas funções normais que mantêm um organismo vivo. O problema identificado em Broussais, e consequentemente em Comte, é o de asserir um estado fisiologicamente normal, o qual é admitido como pressuposto. Ao dizer que as patologias são uma variação quantitativa do estado fisiológico normal, o positivismo procede-se a uma avaliação normativa a qual só pode ser qualitativa. Eis porque, para Canguilhem, o objetivo maior dessa teoria não é atingido, uma vez que o parâmetro propriamente científico de aferição do normal, estado ante o qual as variações constituiriam as patologias, não pode ser atribuído ao organismo senão por um ato de valor, portanto proveniente de um domínio extracientífico. Definir o anormal por meio do que é de mais ou de menos é reconhecer o caráter normativo do estado dito normal [...] Esse estado normal ou fisiológico deixa de ser apenas uma disposição detectável e explicável como um fato para ser a manifestação do apego a algum valor (CANGUILHEM, 2012, p. 24). Porém, se Comte tivesse se apercebido da real tarefa que ele subjacentemente conduzia, teria de admitir essa valoração como atividade própria à ciência, o que estaria em desacordo com o que ele ademais professava. Se assim o fizesse, no entanto, teria sido possível conceber a variação (conceito quantitativo) como, na verdade, uma alteração (conceito qualitativo), e ele teria podido ver, por conseguinte, que se a norma só é estabelecida segundo um critério, não científico, mas valorativo, aquilo que difere o normal do anormal deveria ser igualmente uma valoração. Mas havia um motivo consistente para Comte não fazê-lo, já que ele queria instituir cientificamente uma doutrina política: Comte se justifica por ter afirmado que a terapêutica das crises políticas consiste em trazer as sociedades de volta à sua estrutura essencial e permanente, em só tolerar o progresso nos limites de variação da ordem natural definitiva pela estática social (CANGUILHEM, 2012, p. 30). 3 Citação da lição n 40 do Curso de filosofia positiva de Comte: O estado patológico não difere radicalmente do estado fisiológico, em relação ao qual ele só poderia constituir, sob um aspecto qualquer, um simples prolongamento mais ou menos extenso dos limites de variações (apud CANGUILHEM, 2012, p. 19).

3 37 No mesmo sentido, visando refutar muitos fisiologistas de sua época que consideravam as doenças como a incursão de elementos extrafisiológicos no organismo, Claude Bernard argumentava que elas consistiam em alterações de funções orgânicas normais. Tomando como um de seus exemplos a análise do caso particular da diabetes e de seus sintomas, como a presença de alto teor de glicose no sangue ou na urina, Bernard foi obrigado a admitir que a glicose seria fruto de uma produção do próprio indivíduo, a qual caracterizaria uma disfunção na medida em que se elevava para além dos índices considerados normais. Não excluindo a importância de tais considerações, que representaram renovações importantes na medicina, Canguilhem pretende denunciar a conclusão última de tal teoria, a qual é homóloga, em seus principais aspectos, à de Comte: a de que há uma continuidade entre os estados fisiológico e patológico. E visando enaltecer a enorme contribuição de Bernard, sugere haver aí na verdade uma ambiguidade: embora o seu vocabulário seja quantitativo, suas conclusões remetem a uma compreensão qualitativa das doenças perante o estado fisiológico normal. Pois, se por um lado Bernard admite uma homogeneidade entre esses dois estados (o normal e o patológico), suas conclusões levam-no a admitir que não há propriamente uma continuidade entre eles, mas sim uma ruptura provocada pela disfunção de algum elemento constitutivo do organismo que altera o funcionamento do todo, isto é, que produz nele uma mudança qualitativa: Quando classificamos como patológico um sintoma ou um mecanismo funcional isolados, esquecemos que aquilo que os torna patológicos é sua relação de inserção na totalidade indivisível de um comportamento individual (CANGUILHEM, 2012, p. 51). O que nos remete ao segundo problema que gostaríamos de mencionar, qual seja o da função da clínica no estabelecimento do conceito de norma e, consequentemente, na diferenciação entre o normal e o anormal. As pesquisas de Bernard, e de qualquer fisiologista, sempre advêm de uma análise experimental de certos organismos humanos, os quais, por sua vez, só foram expostos ao saber clínico porque perturbavam os homens no exercício normal de suas vidas. No entanto, segundo Canguilhem, deve-se a outro fisiologista, René Leriche, a exposição clara de tal constatação, uma vez que, como vimos, Bernard teria dado a ela um caráter ainda ambíguo. Teria sido Leriche o primeiro a dizer que a doença, bem como a saúde, são alheias à consciência do ser vivo. Isto é, a consciência que o ser vivo tem de seu estado (são ou doente) não pode ser levada em consideração para a aferição seja da doença seja do estado normal daquele mesmo ser. Com a significativa frase: A saúde é a vida no silêncio dos órgãos,

4 38 Leriche abria para a medicina um campo de pesquisa em que apenas o olhar do médico deveria ser levado em conta nos diagnósticos dos corpos doentes, e não mais a opinião do próprio doente, afinal a doença muitas vezes já existe sem que o doente dela se dê conta. Notam-se desde logo as consequências que sua teoria pôde produzir perante as teses da homogeneidade entre os estados normal e patológico até então admitidas. Uma vez admitido que a consciência do doente não deve ser levada em conta na definição da doença, que ela não pode ser considerada como fundamento da percepção sobre a doença, tem-se que esse fundamento acaba por não poder ser buscado em nenhum outro lugar. Pois se a saúde é um mero conceito vulgar, já que cabe aos homens no exercício comum de suas vidas constatar se estão ou não sofrendo de alguma doença, é forçoso admitir que não se pode determinar com rigor o que seja o estado saudável, conforme a máxima: Não há ciência da saúde (CANGUILHEM, 2005, p. 37) 4. Por doença, não se poderá mais entender uma modificação quantitativa dos estados fisiológicos, mas sim um estado autenticamente anormal, como diz Leriche: A doença é uma nova ordem fisiológica (apud CANGUILHEM, 2012, p. 57). Estendendo tal consideração à nossa questão inicial, aquela referente à natureza da diferença entre o estado normal e o estado anormal, tem-se que também não pode haver, a rigor, ciências do normal e do patológico. E como não há mais, segundo nos informa o autor, um limiar quantitativo identificável por métodos objetivos de medida, uma vez que há certamente distinção e oposição qualitativas, pelos efeitos diferentes da mesma causa quantitativamente variável (CANGUILHEM, 2012, p. 56) uma artéria obstruída, por exemplo, deixa de ser fisiologicamente uma artéria (não tem mais função de circulação), o mesmo ocorrendo quanto a uma célula esclerosada a aferição científica do conceito de norma permanece aberta a erosões provenientes de um domínio extracientífico, submetida a uma percepção vulgar ou a um senso comum acerca da doença. É portanto a fisiologia (ciência das funções orgânicas vitais) que é tributária da patologia (ciência das disfunções orgânicas) em seu necessário entrecruzamento com a instituição clínica, e não o contrário: a conceituação do normal se deve à conceituação do anormal, a qual é necessariamente intermediada por uma observação das anormalidades com objetivos a princípio terapêuticos. A formação de um conceito como o de norma não pode ser isolada de um campo prático correlato. É o que observa P. Macherey: 4 Cf. as conclusões do artigo A saúde: conceito vulgar e questão filosófica (CANGUILHEM, 2005, pp ).

5 39 [o campo prático] intervém no nível da experimentação, pelo papel efetivamente motor das técnicas que têm a ver com ciências diferentes da que está em obra; esse papel é determinante sem ser forçosamente dirigido. Mesmo no momento da observação, a ciência só se constitui se ela for solicitada por exigências que é incapaz de encontrar nela própria, e que tornam evidentes seus fenômenos cruciais: na história da fisiologia, esse papel é desempenhado pela clínica, por intermédio da patologia (MACHEREY, 2012, p. 261). É a que se lança a segunda parte do ensaio original de Canguilhem sobre O normal e o patológico: se só é possível estabelecer os conceitos de normal e de anormal a partir de uma observação sobre os corpos vivos, e se eles só se dão a conhecê-los quando estão acometidos por moléstias que provocam um desvio em seu funcionamento vulgarmente reconhecido como saudável, tem-se que a avaliação sobre o estado fisiológico normal a que se quer restituir um organismo doente é feita, não pelo cientista, mas por uma relação necessária com as ideias dominantes no meio social em que estão imersos o indivíduo doente e o médico. Mais exatamente, a conceituação do normal não é propriamente científica, mas sim normativa, ela produz uma normatividade, mais do que a constata. Donde se erige uma concepção do que é a própria vida: uma atividade normativa em relação a um meio ante cujos desafios ela deve resistir. E é sempre mediada pela instituição da clínica que a medicina se exerce como normatividade vital. A vida que prevalece num determinado meio é uma vida socialmente normativa, e a medicina deve ser concebida, não como ciência, mas como técnica indispensável à produção de tal normatividade. *** Dos livros de M. Foucault, o que dialoga mais diretamente com Canguilhem é O nascimento da clínica. Optando por questionar a relação estabelecida entre a percepção do olhar médico sobre o corpo doente e a linguagem própria que irá passar a designar tal visibilidade, Foucault constrói uma reflexão radical sobre a norma, a ressoar junto àquela empreendida por Canguilhem. Num sentido que não é o mais visivelmente perseguido por este último, no entanto, O nascimento da clínica irá buscar nas regras que compõem o discurso médico aquilo que diferencia as naturezas do normal e do patológico, investigando o que de antemão pré-ordena todo o seu conteúdo. Isso não se faz sem que se note uma relação indissociável entre o que é propriamente discursivo e o objeto a ser observado: o corpo doente.

6 40 Durante os séculos XVII-XVIII, a medicina ainda estava atrelada a um discurso fantasista, correlato a uma prática de observação médica que se limitava a um olhar de superfície sobre os corpos. Isso porque, segundo O nascimento da clínica, no saber dessa época, a percepção seria identificada ao regime de luz, como se exemplifica pelas concepções de Descartes e Malebranche para quem ver era perceber: a luz, anterior a todo olhar, era o elemento da idealidade, o indeterminável lugar de origem em que as coisas eram adequadas à sua essência e a forma segundo a qual estas a ela se reuniam por meio da geometria dos corpos (FOUCAULT, 2008, p. X). Num tal espaço do saber, o olhar se ordenava segundo um regime de luz; a visibilidade dos corpos era determinada pela luminosidade que fazia aparecer a doença. Como correlato, havia uma linguagem da fantasia e dos fantasmas através dos quais esse regime de luz era enunciado. A partir do final do século XVIII, a espessura do olhar que penetra nas coisas vem substituir a força da luz. Perceber passa a se identificar não mais com a superficialidade da luz que ilumina os corpos, e sim com a profundidade do olhar. Quanto ao domínio médico, é a época da criação de condições precisas para a abertura dos tecidos e sua consequente observação vertical, a qual foi contemporânea do surgimento de um discurso descritivo do percebido: As formas da racionalidade médica penetram na maravilhosa espessura da percepção, oferecendo, como face primeira da verdade, a tessitura das coisas, sua cor, suas manchas, sua dureza, sua aderência (FOUCAULT, 2008, pp. IX-X). O nascimento da histologia é portanto correlato ao de uma tessitura descritiva do discurso científico. A luz perde sua força para o olhar. A doença não será mais descrita pelo discurso da fantasia, cuja iluminação dava aos olhos o que ver, mas pelo da constante perceptibilidade, do olhar que não cessa em descrever tudo até os mínimos detalhes e com uma profundidade e especialidade crescente. Trata-se do nascimento de uma linguagem das coisas, cuja luz não poderá mais absorvê-las na sua idealidade, mas a aplicação do olhar sucessivamente as despertará e lhes dará objetividade (FOUCAULT, 2008, p. XI), criando as condições de formação de um discurso de estrutura científica. Desse modo, O nascimento da clínica pode demonstrar como o olhar médico, este que tem um nascimento preciso na história ocidental, é possibilitado por condições que são de ordem prática, a instauração de um espaço em que se dará a observação dos corpos, um espaço a partir do qual o discurso científico da medicina irá se constituir, o espaço da clínica. Ora, uma vez que a instauração desse espaço está adstrita a toda uma

7 41 configuração normativa, tem-se que o nascimento do discurso da medicina com pretensões científicas, que portanto visa organizar o saber médico de modo normativo, é ele mesmo produto de uma normatividade: ele é normalizador ao mesmo tempo em que é normalizado. *** Vê-se em que as análises de O nascimento da clínica se aproximam daquelas expostas em O normal e o patológico, quanto a uma problematização acerca da norma tomando como mote a medicina e sua intervenção sobre os corpos. Ocorre que Canguilhem, na versão de 1943 de seu estudo, atribuía à vida, compreendida como atividade normativa, certo primado sobre a própria medicina e a atividade normativa que é própria a esta. É como se a técnica médica fosse um mecanismo da própria vida em sua normatividade orgânica ante o meio com o qual ela está em relação. Não é o caso com Foucault, para quem a vida não possui qualquer estatuto de experiência originária. Seria sem dúvida proveitoso realizar um estudo que investigasse o alcance da noção de experiência do vivo (expérience du vivant) em Canguilhem, e suas relações com autores como Bergson ou Merleau-Ponty. Em todo caso, dever-se-ia levar em conta os textos posteriores deste epistemólogo, notadamente os novos estudos sobre o normal e o patológico que ele coligiu à nova edição de sua obra em 1966, três anos após a publicação do livro de Foucault. Ali já se nota uma modificação no projeto de seu livro, que irá inverter a primazia concedida ao vital para o campo do social, compreendido este como qualitativamente diverso daquele, pois mescla o orgânico ao mecânico (ou estático), em contrariedade ao ideal positivista que gostaria de identificar o funcionamento da sociedade com o de um organismo vivo. Tais considerações aproximam Canguilhem do pensamento estruturalista, como o de Lévi-Strauss, por exemplo, para quem há uma correlação entre a estrutura estática de uma sociedade e os seres dinâmicos que nela vivem, e uma afecção daquela sobre estes. 5 E é na direção de uma análise da relação entre o conhecimento conceitual estático e a atividade vital dinâmica que o seu pensamento se dirigirá doravante, como se observa em textos como O conhecimento da vida ou principalmente no artigo O conceito e a vida que serão publicados na década de Noutro sentido, e com uma inesperada similaridade, o pensamento de Foucault, que à época se circunscrevia a uma analítica da ordem do saber, seja, por um lado, em 5 Há, com efeito, uma citação do capítulo XXXVIII de Tristes trópicos no decorrer do capítulo Do social ao vital em que se argumenta pela não malignidade ou benignidade fundamental de uma sociedade.

8 42 sua incursão específica sobre campos como os da medicina, da psiquiatria, da economia política, da biologia e da linguagem, seja, por outro, buscando uma unidade epistêmica que pudesse unificar a produção de todos os discursos produzidos numa dada época numa dada sociedade, se dirigirá, na década seguinte, a uma compreensão das relações que o saber discursivo mantêm com as condições políticas e sociais que lhe são contemporâneas. E, no fim da vida, encontraremos em Foucault uma resposta estética ao impasse conferido pelo saber-poder que condicionaria nossas vidas a uma normalização. Encontrar-se-ia portanto um modo em que cada indivíduo pudesse dar a si próprio uma norma que não vergasse as forças produtivas do saber-poder em busca de uma forma normativa nova. Resta concluir com uma questão: se as forças que produzem tais novos modos de vida, as quais não poderiam ser dotadas originariamente de uma potência criativa (solução bergsoniana ou fenomenológica), são as mesmas que já compunham o social, sua inflexão no sentido de criação de novas formas, e portanto de novas normas, se dá à maneira de uma dobra. Ora, reconhecer como tarefa criativa, a qual possibilita a criação de novos modos de vida, a dobra de forças que nos impõem uma constituição normalizada, não seria recorrer ao argumento segundo o qual a produção qualitativa de diferença é própria à vida e que é ela quem deve trinfar sobre a resistência normativa mecânica que visa obstaculizar tal movimento, argumento vitalista por excelência? Mas é justamente nesse ponto que o pensamento de Foucault nada deve a esse vitalismo, por propor que não é a vida, ontologicamente concebida, quem conduz a novas formas orgânicas contra as resistências que insistem em obstaculizá-la, mas sim esta relação mesma que se estabelece com uma exterioridade, o que nos levaria a afirmar, por fim, que a vida é uma experiência do fora, pois ela se dá nos limites em que a existência é afrontada e convocada a sair de si mesma para que continue a viver. Que a vida é portanto uma experiência num sentido muito singular, o de uma erosão, e não de efetivação ou de autenticidade.

9 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: CANGUILHEM, G. (2012) O normal e o patológico. Trad. Maria Thereza Redig de Carvalho Barrocas. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 7ª ed.. (2005) Escritos sobre a medicina. Trad. Vera Avellar Ribeiro. Rio de Janeiro: Forense Universitária. FOUCAULT, M. (2008) O nascimento da clínica. Trad. Roberto Machado. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 6ª ed. MACHEREY, P. (2010) De Canguilhem a Canguilhem, passando por Foucault. IN: Georges Canguilhem: um estilo de pensamento. Trad. Fábio Ferreira de Almeida. Goiânia: Almeida e Clément Edições, pp (2012) A filosofia da ciência de Georges Canguilhem IN: CANGUILHEM, G. O normal e o patológico (Posfácio). Trad. Luiz Otávio Ferreira Barreto Leite. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 7ª ed., pp

Normal-Patológico, Saúde-Doença: Revisando Canguilhem. Maria Thereza Ávila Dantas Coelho Naomar de Almeida Filho Revista de Saúde Coletiva

Normal-Patológico, Saúde-Doença: Revisando Canguilhem. Maria Thereza Ávila Dantas Coelho Naomar de Almeida Filho Revista de Saúde Coletiva Normal-Patológico, Saúde-Doença: Revisando Canguilhem Maria Thereza Ávila Dantas Coelho Naomar de Almeida Filho Revista de Saúde Coletiva Quem foi Georges Canguilhem Filósofo francês e doutor em Medicina

Leia mais

1 Introdução. 1 Foucault, M. O sujeito e o poder. In: Dreyfus, e Rabinow, P. Michel Foucault. Uma trajetória

1 Introdução. 1 Foucault, M. O sujeito e o poder. In: Dreyfus, e Rabinow, P. Michel Foucault. Uma trajetória 1 Introdução Pretende-se, neste estudo, demonstrar a coerência interna do percurso filosófico de Michel Foucault, quando considerado desde o ponto de vista utilizado pelo filósofo, ao definir toda a sua

Leia mais

Teoria do Conhecimento:

Teoria do Conhecimento: Teoria do Conhecimento: Investigando o Saber O que sou eu? Uma substância que pensa. O que é uma substância que pensa? É uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que nega, que quer, que não quer,

Leia mais

Normal. Anormal. Psicopatologia Geral e Especial Carlos Mota Cardoso

Normal. Anormal. Psicopatologia Geral e Especial Carlos Mota Cardoso Normal Anormal 1 Norma Tipo ideal ou regra, em relação à qual são formulados juízos de valor. Normal Conforme à norma. Regular, ordinário. Anormal O que se afasta da norma, anómalo. Patológico Estuda a

Leia mais

Metodologia do Trabalho Científico

Metodologia do Trabalho Científico Metodologia do Trabalho Científico Teoria e Prática Científica Antônio Joaquim Severino Grupo de pesquisa: Educação e saúde /enfermagem: políticas, práticas, formação profissional e formação de professores

Leia mais

Curar é criar para si novas normas de vida, às vezes superiores às antigas. (Georges Cangui lhem )

Curar é criar para si novas normas de vida, às vezes superiores às antigas. (Georges Cangui lhem ) Curso de Extensão : um estudo epistemológico Professora: Monica Aiub Sábado, 26 de setembro Horário: das 9:00 às 16:00 horas Local: Instituto Interseção Rua Martinico Prado, 26 cj. 25 Higienópolis São

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. Relatório Perfil Curricular

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. Relatório Perfil Curricular CICLO PROFISSIONAL OU TRONCO COMUM FL237 - ETICA OBRIGATÓRIO 3 60 0 60 4.0 PRESSUPOSTOS ANTROPOLÓGICOS DA ÉTICA. A ESTRUTURA DO AGIR MORAL: ESTRUTURA OBJETIVA E SUBJETIVA; A CONSISTÊNCIA MORAL; A LIBERDADE;

Leia mais

Michel Foucault. Uma trajetória filosófica. Para além do estruturalismo e da hermenêutica, p. 262.

Michel Foucault. Uma trajetória filosófica. Para além do estruturalismo e da hermenêutica, p. 262. 6 Conclusão Procurou-se, ao longo deste estudo, demonstrar a coerência interna do percurso filosófico de Michel Foucault, quando considerado do ponto de vista da problematização empreendida, pelo filósofo,

Leia mais

NOTAS DE AULA CONSTRUÇÃO DO MARCO TEÓRICO CONCEITUAL 1

NOTAS DE AULA CONSTRUÇÃO DO MARCO TEÓRICO CONCEITUAL 1 NOTAS DE AULA CONSTRUÇÃO DO MARCO TEÓRICO CONCEITUAL 1 Profa. Gláucia Russo Um projeto de pesquisa pode se organizar de diversas formas, naquela que estamos trabalhando aqui, a problematização estaria

Leia mais

O Positivismo de Augusto Comte. Professor Cesar Alberto Ranquetat Júnior

O Positivismo de Augusto Comte. Professor Cesar Alberto Ranquetat Júnior O Positivismo de Augusto Comte Professor Cesar Alberto Ranquetat Júnior Augusto Comte (1798-1857). Um dos pais fundadores da Sociologia. Obras principais: Curso de Filosofia Positiva. 6 volumes. (1830-1842).

Leia mais

A FORMAÇÃO EM SAÚDE SOB A ÓTICA DO PARADIGMA VITALISTA: VIA DE ENTRADA EM UM MUNDO NOVO. Maria Inês Nogueira

A FORMAÇÃO EM SAÚDE SOB A ÓTICA DO PARADIGMA VITALISTA: VIA DE ENTRADA EM UM MUNDO NOVO. Maria Inês Nogueira UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE SAÚDE DA COMUNIDADE A FORMAÇÃO EM SAÚDE SOB A ÓTICA DO PARADIGMA VITALISTA: VIA DE ENTRADA EM UM MUNDO NOVO Maria Inês Nogueira A educação como instância modeladora

Leia mais

A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO. Prof Bruno Tamancoldi

A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO. Prof Bruno Tamancoldi A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO Prof Bruno Tamancoldi META DA AULA Apresentar conceitos sobre o Conhecimento, partindo da Filosofia, distinguindo Ciência e senso comum. OBJETIVOS conceituar lógica e raciocínio;

Leia mais

A ilusão transcendental da Crítica da razão pura e os princípios P1 e P2: uma contraposição de interpretações

A ilusão transcendental da Crítica da razão pura e os princípios P1 e P2: uma contraposição de interpretações A ilusão transcendental da Crítica da razão pura e os princípios P1 e P2: uma contraposição de interpretações Marcio Tadeu Girotti * RESUMO Nosso objetivo consiste em apresentar a interpretação de Michelle

Leia mais

Objeto da Sociologia. Factos Sociais

Objeto da Sociologia. Factos Sociais Objeto da Sociologia Factos Sociais Os factos sociais são factos decorrentes da vida em sociedade, formas de agir, pensar e sentir impostos pela sociedade pelas sociedades aos seus membros.... o resultado

Leia mais

Sabrina Demozzi SOCIOLOGIA. 3- Auguste Comte

Sabrina Demozzi SOCIOLOGIA. 3- Auguste Comte Sabrina Demozzi SOCIOLOGIA 3- Auguste Comte - Os principais pressupostos do positivismo - Auguste Comte (1798-1857) - Características do pensamento Comtiano - Exercícios comentados Os principais pressupostos

Leia mais

Plano de Atividades Pós-Doutorado

Plano de Atividades Pós-Doutorado Plano de Atividades Pós-Doutorado O presente projeto de pesquisa tem a proposta de três bolsas de pósdoutorados, para candidatos selecionados com base em uma chamada internacional, de modo a desenvolverem

Leia mais

22/08/2014. Tema 6: Ciência e Filosofia. Profa. Ma. Mariciane Mores Nunes. Ciência e Filosofia

22/08/2014. Tema 6: Ciência e Filosofia. Profa. Ma. Mariciane Mores Nunes. Ciência e Filosofia Tema 6: Ciência e Filosofia Profa. Ma. Mariciane Mores Nunes Ciência e Filosofia Ciência: vem do latim scientia. Significa sabedoria, conhecimento. Objetivos: Conhecimento sistemático. Tornar o mundo compreensível.

Leia mais

Programa de Pós-Graduação em Jornalismo (POSJOR)

Programa de Pós-Graduação em Jornalismo (POSJOR) Programa de Pós-Graduação em Jornalismo (POSJOR) Ementário - Doutorado Eixo de Disciplinas Comuns Metodologia de Pesquisa em Jornalismo M e D Obrigatória 60 horas 04 Conhecimento e campo científico. Campo

Leia mais

A gramática de extremos patológicos: um estudo possível acerca do Sofrimento de Indeterminação

A gramática de extremos patológicos: um estudo possível acerca do Sofrimento de Indeterminação A gramática de extremos patológicos: um estudo possível acerca do Sofrimento de Indeterminação Trabalho elaborado por: André Ricardo Nader, Delia Maria De Césaris e Maria Letícia Reis Laurino A proposta

Leia mais

O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura

O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura Adriano Bueno Kurle 1 1.Introdução A questão a tratar aqui é a do conceito de eu na filosofia teórica de Kant, mais especificamente na Crítica da

Leia mais

Especialização em docência em saúde. METODOLOGIA DE PESQUISA e ESCRITA CIENTÍFICA. Profa. Cida Praeiro

Especialização em docência em saúde. METODOLOGIA DE PESQUISA e ESCRITA CIENTÍFICA. Profa. Cida Praeiro METODOLOGIA DE PESQUISA e ESCRITA CIENTÍFICA Profa. Cida Praeiro Parte I. OLHAR PARA A HISTÓRIA: caminho para compreender a ciência hoje O que é ciência? Parte I. OLHAR PARA A HISTÓRIA: caminho para compreender

Leia mais

ELEMENTOS PARA A CONFIGURAÇÃO DA TEORIA DO CORPORE SANO

ELEMENTOS PARA A CONFIGURAÇÃO DA TEORIA DO CORPORE SANO ELEMENTOS PARA A CONFIGURAÇÃO DA TEORIA DO CORPORE SANO MENDES, Maria Isabel Brandão de Souza GEPEC/PPGEd/ UFRN GT: Filosofia da Educação /n.17 Agência Financiadora:. CAPES A partir do século XIX, com

Leia mais

IDEALISMO ESPECULATIVO E A FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO CURSO DE EXTENSÃO 22/10/ Prof. Ricardo Pereira Tassinari

IDEALISMO ESPECULATIVO E A FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO CURSO DE EXTENSÃO 22/10/ Prof. Ricardo Pereira Tassinari IDEALISMO ESPECULATIVO E A FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO CURSO DE EXTENSÃO 22/10/2011 - Prof. Ricardo Pereira Tassinari TEXTO BASE 1 20 Se tomarmos o pensar na sua representação mais próxima, aparece, α) antes

Leia mais

FORMAÇÃO DO TRABALHADOR E O DESENVOLVIMENTO DO SEU CONHECIMENTO. Resumo

FORMAÇÃO DO TRABALHADOR E O DESENVOLVIMENTO DO SEU CONHECIMENTO. Resumo FORMAÇÃO DO TRABALHADOR E O DESENVOLVIMENTO DO SEU CONHECIMENTO Carolina Vivian da Cunha-UNISC GE: Memórias, Trajetórias e Experiência na Educação. Resumo A formação dos trabalhadores é um assunto a ser

Leia mais

OBJETIVOS Ao fi nal desta aula, o aluno deverá: reconhecer situações didáticas que enfatizem (ou não) a funcionalidade do gênero.

OBJETIVOS Ao fi nal desta aula, o aluno deverá: reconhecer situações didáticas que enfatizem (ou não) a funcionalidade do gênero. A FUNCIONALIDADE DOS GÊNEROS Aula 3 META Esta aula enfatiza a abordagem funcional que deve predominar nas aulas sobre gêneros. Traz exemplos do cotidiano escolar que suscitam uma discussão sobre a efi

Leia mais

SOBRE O CÉREBRO HUMANO NA PSICOLOGIA SOVIÉTICA citações de Rubinshtein, Luria e Vigotski *

SOBRE O CÉREBRO HUMANO NA PSICOLOGIA SOVIÉTICA citações de Rubinshtein, Luria e Vigotski * SOBRE O CÉREBRO HUMANO NA PSICOLOGIA SOVIÉTICA citações de Rubinshtein, Luria e Vigotski * "O cérebro humano é a estrutura mais complexa de todo o universo conhecido" American Scientific (set. 1992) 1

Leia mais

AS RELAÇÕES CONSTITUTIVAS DO SER SOCIAL

AS RELAÇÕES CONSTITUTIVAS DO SER SOCIAL AS RELAÇÕES CONSTITUTIVAS DO SER SOCIAL BASTOS, Rachel Benta Messias Faculdade de Educação rachelbenta@hotmail.com Os seres humanos produzem ações para garantir a produção e a reprodução da vida. A ação

Leia mais

Resenha / Critical Review

Resenha / Critical Review Resenha / Critical Review por Ana Carolina da Costa e Fonseca * Oliver Michael; Barnes Colin. The new politcs of disablement (As novas olíticas da deficiência). Palgrave Macmillan, 2012. A primeira edição

Leia mais

O SENTIDO DE INDISCIPLINA NO DISCURSO DA COMUNIDADE ESCOLAR

O SENTIDO DE INDISCIPLINA NO DISCURSO DA COMUNIDADE ESCOLAR O SENTIDO DE INDISCIPLINA NO DISCURSO DA COMUNIDADE ESCOLAR Solange Almeida de Medeiros (PG UEMS) Marlon Leal Rodrigues (UEMS) RESUMO: O presente artigo se baseia em um projeto de pesquisa, em desenvolvimento,

Leia mais

O NACIONALISMO CORPORATIVISTA DE CAIO PRADO JÚNIOR

O NACIONALISMO CORPORATIVISTA DE CAIO PRADO JÚNIOR resenhas e críticas O NACIONALISMO CORPORATIVISTA DE CAIO PRADO JÚNIOR 1 O nacionalismo corporativista de Caio Prado Júnior. Goiânia: Cânone Editorial, 2013. pre foi considerado um dos expoentes do marxismo

Leia mais

Representações cotidianas: um desenvolvimento da teoria da consciência de Marx e Engels

Representações cotidianas: um desenvolvimento da teoria da consciência de Marx e Engels Hugo Leonnardo Cassimiro Representações cotidianas: um desenvolvimento da teoria da consciência de Marx e Engels Hugo Leonnardo Cassimiro 1 VIANA, Nildo. Senso comum, representações sociais e representações

Leia mais

Positivismo ou sociologia da ordem. Comte e Durkheim

Positivismo ou sociologia da ordem. Comte e Durkheim Positivismo ou sociologia da ordem Comte e Durkheim Por que a palavra positivismo? Positivo: o que é palpável, baseado nos fatos; o que pode ser observado. Para Comte, o termo positivo designa o real em

Leia mais

A construção do objeto nas Ciências Sociais: formulando problemas e hipóteses de pesquisa. - Ruptura e construção => inerentes à produção científica;

A construção do objeto nas Ciências Sociais: formulando problemas e hipóteses de pesquisa. - Ruptura e construção => inerentes à produção científica; A construção do objeto nas Ciências Sociais: formulando problemas e hipóteses de pesquisa Como transformar um interesse vago e confuso por um tópico de pesquisa em operações científicas práticas? 1. Construção

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE LETRAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS E LINGÜÍSTICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE LETRAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS E LINGÜÍSTICA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE LETRAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS E LINGÜÍSTICA DISCIPLINA: Tópicos Avançados em Análise de discursos: processos de subjetivação e formas de resistência

Leia mais

Unidade 2: História da Filosofia. Filosofia Serviço Social Igor Assaf Mendes

Unidade 2: História da Filosofia. Filosofia Serviço Social Igor Assaf Mendes Unidade 2: História da Filosofia Filosofia Serviço Social Igor Assaf Mendes Períodos Históricos da Filosofia Filosofia Grega ou Antiga (Séc. VI a.c. ao VI d.c.) Filosofia Patrística (Séc. I ao VII) Filosofia

Leia mais

XVIII ENDIPE Didática e Prática de Ensino no contexto político contemporâneo: cenas da Educação Brasileira

XVIII ENDIPE Didática e Prática de Ensino no contexto político contemporâneo: cenas da Educação Brasileira EQUOTERAPIA: RELAÇÕES ESTABELECIDAS NOS CAMINHOS DA EDUCAÇÃO PARA INCLUSÃO SOCIAL 1 Janaina Lucia Rodrigues (PPGE/UFMT) - janainapsicologia@hotmail.com 2 Luiz Augusto Passos (PPGE/UFMT) - passospassos@gmail.com

Leia mais

2. Comte, precursor da sociologia ou sociólogo? 3. A contribuição e limitações do POSITIVISMO. 4. Estrutura de análise das correntes teóricas

2. Comte, precursor da sociologia ou sociólogo? 3. A contribuição e limitações do POSITIVISMO. 4. Estrutura de análise das correntes teóricas 1. Breve história da ciência 2. Comte, precursor da sociologia ou sociólogo? 3. A contribuição e limitações do POSITIVISMO 4. Estrutura de análise das correntes teóricas 5. Primeira atividade do trabalho

Leia mais

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO REITORIA. Avenida Rio Branco, 50 Santa Lúcia Vitória ES

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO REITORIA. Avenida Rio Branco, 50 Santa Lúcia Vitória ES MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO REITORIA Avenida Rio Branco, 50 Santa Lúcia 29056-255 Vitória ES 27 3357-7500 CONCURSO PÚBLICO - EDITAL Nº. 03 2013 ÁREA/SUBÁREA/ESPECIALIDADE:

Leia mais

Questão metodológica. Sobre o existente. Aula Extra: Filosofia Contemporânea. Prof. Daniel Pansarelli

Questão metodológica. Sobre o existente. Aula Extra: Filosofia Contemporânea. Prof. Daniel Pansarelli Aula Extra: Filosofia Contemporânea Prof. Daniel Pansarelli Fenomenologia, Hermenêutica e Existencialismo INTRODUÇÕES Questão metodológica A HERMENÊUTICA contemporânea é uma das correntes filosóficas derivadas

Leia mais

LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA

LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA AULA 9 PG 1 Este material é parte integrante da disciplina Linguagem e Argumentação Jurídica oferecido pela UNINOVE. O acesso às atividades, as leituras interativas, os exercícios, chats, fóruns de discussão

Leia mais

PROVA DAS DISCIPLINAS CORRELATAS TEORIA GERAL DO DIREITO

PROVA DAS DISCIPLINAS CORRELATAS TEORIA GERAL DO DIREITO PROVA DAS DISCIPLINAS CORRELATAS TEORIA GERAL DO DIREITO P á g i n a 1 Questão 1. Hans Kelsen em sua obra Teoria Pura do Direito : I. Define a Teoria Pura do Direito como uma teoria do Direito positivo

Leia mais

MICHEL FOUCAULT ( ) ( VIGIAR E PUNIR )

MICHEL FOUCAULT ( ) ( VIGIAR E PUNIR ) AVISO: O conteúdo e o contexto das aulas referem-se aos pensamentos emitidos pelos próprios autores que foram interpretados por estudiosos dos temas expostos. RUBENS Todo RAMIRO exemplo JR (TODOS citado

Leia mais

Uma necessária reflexão sobre as escolhas historiográficas para a elaboração de atividades que articulam história da ciência e ensino

Uma necessária reflexão sobre as escolhas historiográficas para a elaboração de atividades que articulam história da ciência e ensino Uma necessária reflexão sobre as escolhas historiográficas para a elaboração de atividades que articulam história da ciência e ensino Fumikazu Saito Educação Matemática/HEEMa/PUCSP História da Ciência/CESIMA/PUCSP

Leia mais

Todos os direitos são reservados pela Equipe de acupuntura-mtc.com. São Paulo, Brasil

Todos os direitos são reservados pela Equipe de acupuntura-mtc.com. São Paulo, Brasil 2012 Esta aula pode ser impressa apenas para uso pessoal. Proibida a reprodução e transmissão parcial ou total desta publicação, por qualquer forma ou meio. Copyright 2012 Equipe de acupunturamtc.com Todos

Leia mais

Introdução ao pensamento de Marx 1

Introdução ao pensamento de Marx 1 Introdução ao pensamento de Marx 1 I. Nenhum pensador teve mais influência que Marx, e nenhum foi tão mal compreendido. Ele é um filósofo desconhecido. Muitos motivos fizeram com que seu pensamento filosófico

Leia mais

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA ESCOLA DE EDUCAÇÃO, TECNOLOGIA E COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇAO STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA ESCOLA DE EDUCAÇÃO, TECNOLOGIA E COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇAO STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO DISCIPLINA INSTITUCIONAL E OBRIGATÓRIA PARA MESTRANDOS E DOUTORANDOS Epistemologia: Ementa: Construção do conhecimento científico. Diferentes paradigmas de pesquisa em ciências sociais. Delineamento de

Leia mais

1 Para uma Teoria Moderna do Direito: apresentação do programa.

1 Para uma Teoria Moderna do Direito: apresentação do programa. 1 Tema 1. Introdução à Disciplina Pensamento Jurídico Contemporâneo. Pablo Jiménez Serrano * Conteúdo: 1. Para uma Teoria Moderna do Direito: apresentação do programa. 1.1. Conteúdo programático. 2. Importância

Leia mais

TEMPO, MEMÓRIA E FILOSOFIA

TEMPO, MEMÓRIA E FILOSOFIA TEMPO, MEMÓRIA E FILOSOFIA Leonardo Guedes Ferreira Aluno do Curso de Filosofia Universidade Mackenzie Introdução A Idade Média é marcada na história principalmente pela grande influência da Igreja perante

Leia mais

ÍNDICE. Introdução Código Ético CUF

ÍNDICE. Introdução Código Ético CUF CÓDIGO DE ÉTICA ÍNDICE Introdução Código Ético CUF 3 5 Valor Respeito absoluto pela vida humana Dignidade da pessoa Autonomia das decisões pessoais Responsabilidade individual e de grupo 6 8 9 10 2 INTRODUÇÃO

Leia mais

Definições e bases conceituais da Medicina Complementar ou Vibracional

Definições e bases conceituais da Medicina Complementar ou Vibracional Definições e bases conceituais da Medicina Complementar ou Vibracional A ciência moderna no estudo das vibrações, chegará a conhecer a unidade de todas as forças físicas e psíquicas do Universo Apud Missionários

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br A Dúvida Metódica Em Descartes Antonio Wardison Canabrava da Silva* A busca pelo conhecimento é um atributo essencial do pensar filosófico. Desde o surgimento das investigações mitológicas,

Leia mais

Novos Paradigmas em Saúde

Novos Paradigmas em Saúde Novos Paradigmas em Saúde UNIDADE I MÓDULO 1 Ao final deste módulo esperamos que você possa: Conceituar paradigma. Ter revisto as condições que propiciaram a emergência do saber científico sobre as doenças.

Leia mais

Método fenomenológico de investigação psicológica

Método fenomenológico de investigação psicológica Método fenomenológico de investigação psicológica Método de investigação filosófico versus psicológico Teoria F Descrição Reduções Essência Intencionalidade P Descrição de outros sujeitos Redução fenomenológica

Leia mais

INTRODUÇÃO À ANTROPOLOGIA

INTRODUÇÃO À ANTROPOLOGIA INTRODUÇÃO À ANTROPOLOGIA Raízes históricas da socioantropologia Prof. Me. Renato R. Borges Auguste Comte (1798-1875) 1 Viver para os outros não é apenas lei do dever, é também a lei da felicidade. Auguste

Leia mais

IV Simpósio de Saúde Ambiental e a Construção de Cidades Saudáveis

IV Simpósio de Saúde Ambiental e a Construção de Cidades Saudáveis UNIVERSIDADE DE LISBOA Edifício da Faculdade de Letras IV Simpósio de Saúde Ambiental e a Construção de Cidades Saudáveis 19 de Novembro de 2014 A MEDICINA DO CORPO E A MEDICINA DO TERRITÓRIO Prof. Dr.

Leia mais

1. A dialética de Hegel a) envolve duas etapas, formadas por opostos encontrados na natureza (dia-noite, claro-escuro, friocalor).

1. A dialética de Hegel a) envolve duas etapas, formadas por opostos encontrados na natureza (dia-noite, claro-escuro, friocalor). Exercícios sobre Hegel e a dialética EXERCÍCIOS 1. A dialética de Hegel a) envolve duas etapas, formadas por opostos encontrados na natureza (dia-noite, claro-escuro, friocalor). b) é incapaz de explicar

Leia mais

EMENTAS DAS DISCIPLINAS DO PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM LETRAS MESTRADO E DOUTORADO (Resolução nº 182/2017-CI/CCH 31/10/2017)

EMENTAS DAS DISCIPLINAS DO PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM LETRAS MESTRADO E DOUTORADO (Resolução nº 182/2017-CI/CCH 31/10/2017) EMENTAS DAS DISCIPLINAS DO PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM LETRAS MESTRADO E DOUTORADO (Resolução nº 182/2017-CI/CCH 31/10/2017) A constituição do texto oral Estudo da constituição do texto oral, seus processos

Leia mais

DISTÚRBIOS, TRANSTORNOS, DIFICULDADES E PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM

DISTÚRBIOS, TRANSTORNOS, DIFICULDADES E PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM DISTÚRBIOS, TRANSTORNOS, DIFICULDADES E PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM Os termos distúrbios, transtornos, dificuldades e problemas de aprendizagem tem sido utilizados de forma aleatória, tanto na literatura

Leia mais

constituímos o mundo, mais especificamente, é a relação de referência, entendida como remissão das palavras às coisas que estabelece uma íntima

constituímos o mundo, mais especificamente, é a relação de referência, entendida como remissão das palavras às coisas que estabelece uma íntima 1 Introdução Esta tese aborda o tema da relação entre mundo e linguagem na filosofia de Nelson Goodman ou, para usar o seu vocabulário, entre mundo e versões de mundo. Mais especificamente pretendemos

Leia mais

Recurso: Solicita-se a alteração do gabarito para CERTO. Na obra de Ilma Passos Alencastro Veiga, autora que é tida como referência máxima

Recurso: Solicita-se a alteração do gabarito para CERTO. Na obra de Ilma Passos Alencastro Veiga, autora que é tida como referência máxima FUNDAMENTAÇÃO DE RECURSO PROFESSORES RODRIGO RODRIGUES E TELMA FREIRES CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS CARGO ATIVIDADES (2) Enunciado Questão 65 Devido ao fato de a escola ser uma instituição social, são os

Leia mais

NORMAS E ORIENTAÇÕES PARA A PRÁTICA DA PESQUISA NA GRADUAÇÃO

NORMAS E ORIENTAÇÕES PARA A PRÁTICA DA PESQUISA NA GRADUAÇÃO NORMAS E ORIENTAÇÕES PARA A PRÁTICA DA PESQUISA NA GRADUAÇÃO Maria Luisa da Silva Borniotto (DFE/UEM) Minicurso INTRODUÇÃO Visando uma boa qualidade na comunicação científica, o aluno de graduação precisa

Leia mais

RESENHA - ANÁLISE DO DISCURSO: PRINCÍPIOS E PROCEDIMENTOS REVIEW - DISCOURSE ANALYSIS: PRINCIPLES AND PROCEDURES

RESENHA - ANÁLISE DO DISCURSO: PRINCÍPIOS E PROCEDIMENTOS REVIEW - DISCOURSE ANALYSIS: PRINCIPLES AND PROCEDURES RESENHA - ANÁLISE DO DISCURSO: PRINCÍPIOS E PROCEDIMENTOS 200 REVIEW - DISCOURSE ANALYSIS: PRINCIPLES AND PROCEDURES Elizete Beatriz Azambuja Doutoranda em Linguística UEG Unidade de São Luís de Montes

Leia mais

CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA. Profº Ney Jansen Sociologia

CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA. Profº Ney Jansen Sociologia CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA Profº Ney Jansen Sociologia Ao problematizar a relação entre indivíduo e sociedade, no final do século XIX a sociologia deu três matrizes de respostas a essa questão: I-A sociedade

Leia mais

O PARA-OUTRO ENQUANTO DESCOBERTA DO PARA-SI NO PENSAMENTO DE JEAN-PAUL SARTRE

O PARA-OUTRO ENQUANTO DESCOBERTA DO PARA-SI NO PENSAMENTO DE JEAN-PAUL SARTRE 1 O PARA-OUTRO ENQUANTO DESCOBERTA DO PARA-SI NO PENSAMENTO DE JEAN-PAUL SARTRE Polyelton de Oliveira LIMA 1 polyelton@gmail.com Autor Mestrando em filosofia UFG Martina KORELC 2 Orientadora Palavras-chave:

Leia mais

CONCEPÇÕES DE MATEMÁTICA E IMPLICAÇÕES PARA O ENSINO Z A Q U E U V I E I R A O L I V E I R A

CONCEPÇÕES DE MATEMÁTICA E IMPLICAÇÕES PARA O ENSINO Z A Q U E U V I E I R A O L I V E I R A CONCEPÇÕES DE MATEMÁTICA E IMPLICAÇÕES PARA O ENSINO Z A Q U E U V I E I R A O L I V E I R A UMA CONCEPÇÃO DE MATEMÁTICA AO LONGO DA HISTÓRIA Ciência das quantidades Platão: diferencia as grandezas percebidas

Leia mais

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt TEODORICO DE FREIBERG TRATADO SOBRE A ORIGEM DAS COISAS CATEGORIAIS LUÍS M. AUGUSTO * Introdução 1 3. Introdução Analítica às Diferentes Partes do Tratado 3.6. Capítulo 5 Após as longas digressões metafísicas

Leia mais

A Estrutura da Ação Social: argumentos centrais

A Estrutura da Ação Social: argumentos centrais A Estrutura da Ação Social: argumentos centrais 1. A teoria social clássica foi incapaz de oferecer uma explicação da ação, nos termos de uma epistemologia racionalista e positivista, e uma explicação

Leia mais

Husserl, Heidegger e a

Husserl, Heidegger e a Husserl, Heidegger e a fenomenologia Mariângela Areal Guimarães, professora de Filosofia do Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ, Doutora em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

Leia mais

OFERTA CURRICULAR 2014/2

OFERTA CURRICULAR 2014/2 OFERTA CURRICULAR 2014/2 Professor Responsável: Alcindo Antônio Ferla Professor(es) Colaborador(ores): Cristian Fabiano Guimarães, Brigida Marta, Ardigo Martino, Augusta Nicoli 1. Atividade de Ensino:

Leia mais

REVISTA APOTHEKE. Experiência, percepção e pedagogia da cor

REVISTA APOTHEKE. Experiência, percepção e pedagogia da cor Experiência, percepção e pedagogia da cor Juliano Siqueira (UEL/UDESC) A percepção é o ponto de contato entre a pedagogia da cor e a noção de experiência estética de Dewey. Para Dewey a experiência estética

Leia mais

Piaget. A epistemologia genética de Jean Piaget

Piaget. A epistemologia genética de Jean Piaget + Piaget A epistemologia genética de Jean Piaget Jean Piaget (1896-1980) n Posição filosófica: o conhecimento humano é uma construção do próprio homem à CONSTRUTIVISMO n Cada pessoa constrói ativamente

Leia mais

26/08/2013. Gnosiologia e Epistemologia. Prof. Msc Ayala Liberato Braga GNOSIOLOGIA: TEORIA DO CONHECIMENTO GNOSIOLOGIA: TEORIA DO CONHECIMENTO

26/08/2013. Gnosiologia e Epistemologia. Prof. Msc Ayala Liberato Braga GNOSIOLOGIA: TEORIA DO CONHECIMENTO GNOSIOLOGIA: TEORIA DO CONHECIMENTO Gnosiologia e Epistemologia Prof. Msc Ayala Liberato Braga Conhecimento filosófico investigar a coerência lógica das ideias com o que o homem interpreta o mundo e constrói sua própria realidade. Para a

Leia mais

OBJETO DA FILOSOFIA DO DIREITO

OBJETO DA FILOSOFIA DO DIREITO OBJETO DA FILOSOFIA DO DIREITO MÉTODOS APLICADOS A FILOSOFIA DO DIREITO Métodos de Raciocínio Cientifico + para o - A conclusão encontra-se nas premissas DEDUTIVO RACIONALISMO Apenas a razão leva ao conhecimento

Leia mais

Curso: Filosofia Licenciatura Grau acadêmico: Graduação Turno: Noturno Currículo: 2014

Curso: Filosofia Licenciatura Grau acadêmico: Graduação Turno: Noturno Currículo: 2014 Curso: Filosofia Licenciatura Grau acadêmico: Graduação Turno: Noturno Currículo: 2014 Unidade curricular: metodologia científica Natureza: obrigatória Unidade acadêmica: DFIME Período: primeiro Carga

Leia mais

1ª Fase PROVA OBJETIVA FILOSOFIA DO DIREITO

1ª Fase PROVA OBJETIVA FILOSOFIA DO DIREITO 1ª Fase PROVA OBJETIVA FILOSOFIA DO DIREITO P á g i n a 1 QUESTÃO 1 - Admitindo que a história da filosofia é uma sucessão de paradigmas, a ordem cronológica correta da sucessão dos paradigmas na história

Leia mais

AGRUPAMENTDE ESCOLAS DE CARVALHOS. Planificação Filo sofia 10º ano. Iniciação à atividade filosófica O que é a filosofia?

AGRUPAMENTDE ESCOLAS DE CARVALHOS. Planificação Filo sofia 10º ano. Iniciação à atividade filosófica O que é a filosofia? Iniciação à atividade filosófica O que é a filosofia? 1. O que é a filosofia? 1.1 O problema da definição. A origem etimológica. A filosofia como atitude interrogativa Problemas/áreas da filosofia 1.2

Leia mais

Prova Global Simulado 6º. Filosofia 2014/2 Devolutiva das questões

Prova Global Simulado 6º. Filosofia 2014/2 Devolutiva das questões Prova Global Simulado 6º. Filosofia 2014/2 Devolutiva das questões Questão nº 1 - Resposta B Justificativa: O amante do mito é de certo modo também um filósofo, uma vez que o mito se compõe de maravilhas

Leia mais

ARTE PRIMEIRA PRIMÁRIAS CAPÍTULO D EUS. Deus e o infinito Provas da existência de Deus Atributos da Divindade Panteísmo DEUS E O INFINITO

ARTE PRIMEIRA PRIMÁRIAS CAPÍTULO D EUS. Deus e o infinito Provas da existência de Deus Atributos da Divindade Panteísmo DEUS E O INFINITO O LIVRO DOS ESPÍRITOS PAR ARTE PRIMEIRA AS CAUSAS PRIMÁRIAS CAPÍTULO 1 D EUS Deus e o infinito Provas da existência de Deus Atributos da Divindade Panteísmo DEUS E O INFINITO 1 O que é Deus? Deus é a inteligência

Leia mais

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E.S.A.B. ESCOLA SECUNDÁRIA DE AVELAR BROTERO Filosofia 11º Ano Duração: 135m Ano letivo: 2015/2016 Matriz da Prova de Avaliação Sumativa Interna na Modalidade de Frequência não Presencial

Leia mais

FACULDADE ASSIS GURGACZ

FACULDADE ASSIS GURGACZ FACULDADE ASSIS GURGACZ Disciplina: Metodologia da Pesquisa Científica Professor: Fábio Lúcio Zanella fabioluciozanella@hotmail.com fabio@fag.edu.br O que é Metodologia? Método palavra de origem grega:

Leia mais

Aula 1: Métodos de pesquisa

Aula 1: Métodos de pesquisa Aula 1: Métodos de pesquisa Quanti/Qualitativos Professores: Jose Renato de Campos Araujo Rogério Mugnaini 1 Métodos de pesquisa Artigo de Turato (2005), com os seguintes objetivos: Oferecer maior clareza

Leia mais

AULA Nº 7 METODOLOGIA CIENTÍFICA ALGUNS TIPOS DE PESQUISAS E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS. Prof. MSc. Fernando Soares da Rocha Júnior

AULA Nº 7 METODOLOGIA CIENTÍFICA ALGUNS TIPOS DE PESQUISAS E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS. Prof. MSc. Fernando Soares da Rocha Júnior AULA Nº 7 METODOLOGIA CIENTÍFICA ALGUNS TIPOS DE PESQUISAS E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Prof. MSc. Fernando Soares da Rocha Júnior 1 AGENDA DA AULA O que é uma pesquisa?; Pesquisa quanto à abordagem;

Leia mais

DISCURSO, PRAXIS E SABER DO DIREITO

DISCURSO, PRAXIS E SABER DO DIREITO DISCURSO, PRAXIS E SABER DO DIREITO ELZA ANTONIA PEREIRA CUNHA MESTRANDA CPGD - UFSC A análise do discurso jurídico, proposta por nossa equipe, reside num quadro epistemológico geral com articulação de

Leia mais

AS FORMAS BÁSICAS DE COMPOSIÇÃO DO TEXTO

AS FORMAS BÁSICAS DE COMPOSIÇÃO DO TEXTO AS FORMAS BÁSICAS DE COMPOSIÇÃO DO TEXTO O texto pode ser: Argumentativo Dissertativo Descritivo narrativo Argumentativo Tipo de texto em que se sobressai a preocupação do autor em persuadir e convencer

Leia mais

FILOSOFIA DA CIÊNCIA. Prof. Adriano R. 2º Anos

FILOSOFIA DA CIÊNCIA. Prof. Adriano R. 2º Anos FILOSOFIA DA CIÊNCIA Prof. Adriano R. 2º Anos CÍRCULO DE VIENA - Os filósofos do Círculo de Viena representam o movimento filosófico do positivismo lógico ou empirismo lógico, segundo o qual o saber científico

Leia mais

GÊNERO E SINDICALISMO DOCENTE: UMA ANÁLISE A PARTIR DA PRODUÇÃO PUBLICADA NA CAPES

GÊNERO E SINDICALISMO DOCENTE: UMA ANÁLISE A PARTIR DA PRODUÇÃO PUBLICADA NA CAPES GÊNERO E SINDICALISMO DOCENTE: UMA ANÁLISE A PARTIR DA PRODUÇÃO PUBLICADA NA CAPES KLUMB, Márcia Cristiane Völz UFPel 1- Caracterização do estudo Neste trabalho pretendo apresentar a investigação que faz

Leia mais

DERRIDA. 1. Argélia: 1930 / França: 2004

DERRIDA. 1. Argélia: 1930 / França: 2004 DERRIDA 1. Argélia: 1930 / França: 2004 2. Temas e conceitos privilegiados: Desconstrução, diferência, diferença, escrita, palavra, sentido, significante 3. Principais influências: Rousseau, Husserl, Heidegger,

Leia mais

Introdução a patologia

Introdução a patologia Introdução a patologia SAÚDE Organização Mundial da Saúde: Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença. A percepção de saúde varia muito entre as

Leia mais

HISTÓRIA CULTURAL: A PRETENSÃO DE SUAS FACES. Fundamentos da Educação: História, Filosofia e Sociologia da Educação

HISTÓRIA CULTURAL: A PRETENSÃO DE SUAS FACES. Fundamentos da Educação: História, Filosofia e Sociologia da Educação HISTÓRIA CULTURAL: A PRETENSÃO DE SUAS FACES Fundamentos da Educação: História, Filosofia e Sociologia da Educação Amanda de Matos Pereira 1 * Resumo A nova História Cultural reformulou a maneira de fazer

Leia mais

INTRODUÇÃO AO O QUE É A FILOSOFIA? PENSAMENTO FILOSÓFICO: Professor Cesar Alberto Ranquetat Júnior

INTRODUÇÃO AO O QUE É A FILOSOFIA? PENSAMENTO FILOSÓFICO: Professor Cesar Alberto Ranquetat Júnior INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO FILOSÓFICO: O QUE É A FILOSOFIA? Professor Cesar Alberto Ranquetat Júnior INTRODUÇÃO FILOSOFIA THEORIA - ONTOS - LOGOS VER - SER - DIZER - A Filosofia é ver e dizer aquilo que

Leia mais

Aula UMA ABORDAGEM CRÍTICA DA METODOLOGIA CIENTÍFICA. META Fazer uma revisão crítica do conteúdo do curso.

Aula UMA ABORDAGEM CRÍTICA DA METODOLOGIA CIENTÍFICA. META Fazer uma revisão crítica do conteúdo do curso. Aula UMA ABORDAGEM CRÍTICA DA METODOLOGIA CIENTÍFICA META Fazer uma revisão crítica do conteúdo do curso. OBJETIVO Ao final desta aula, o aluno deverá: fazer uma análise crítica do conteúdo do curso. Introdução

Leia mais

FORMULÁRIO PARA EQUIVALÊNCIA DE DISCIPLINAS / COMPONENTES FORMULÁRIO PARA EQUIVALÊNCIA DE DISCIPLINAS / COMPONENTES

FORMULÁRIO PARA EQUIVALÊNCIA DE DISCIPLINAS / COMPONENTES FORMULÁRIO PARA EQUIVALÊNCIA DE DISCIPLINAS / COMPONENTES 1 FIL001 INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 8 h FIL063 INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 68 h O que é Filosofia; problemas gerais: conhecimento, ciência, política, moral, estética, antropologia filosófica, lógica, correntes

Leia mais

Palavras-chaves: Direitos Humanos. Educação. MERCOSUL.

Palavras-chaves: Direitos Humanos. Educação. MERCOSUL. Análise da decisão brasileira sobre o Acordo de Admissão de Títulos e Graus Acadêmicos para o Exercício de Atividades Acadêmicas nos Estados Partes do MERCOSUL DIAS, Bruno Smolarek Ms 1 Resumo Em 1999

Leia mais

REVISÃO DE CONTEÚDO AVALIAÇÃO MENSAL DE SOCIOLOGIA 2º ANOS AUGUSTO COMTE, A DOUTRINA POSITIVISTA E SEU CONTEXTO HISTÓRICO.

REVISÃO DE CONTEÚDO AVALIAÇÃO MENSAL DE SOCIOLOGIA 2º ANOS AUGUSTO COMTE, A DOUTRINA POSITIVISTA E SEU CONTEXTO HISTÓRICO. REVISÃO DE CONTEÚDO AVALIAÇÃO MENSAL DE SOCIOLOGIA 2º ANOS AUGUSTO COMTE, A DOUTRINA POSITIVISTA E SEU CONTEXTO HISTÓRICO. Profª Ana Carla O Positivismo trata-se de uma doutrina sociológica, filosófica

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO LUCAS NÁPOLI DOS SANTOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO LUCAS NÁPOLI DOS SANTOS 0 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO LUCAS NÁPOLI DOS SANTOS PARA QUE SERVEM AS DOENÇAS? : Contribuições da obra de Georg Groddeck para a superação de impasses da biomedicina RIO DE JANEIRO 2012 1

Leia mais

Todo projeto que promete mudanças deve, afinal, comunicar-se de uma maneira eficiente com seu público. E todo projeto sustentável deve tornar clara a

Todo projeto que promete mudanças deve, afinal, comunicar-se de uma maneira eficiente com seu público. E todo projeto sustentável deve tornar clara a 14 1 Introdução O design sustentável é um campo recente, em profundas mudanças e evolução. Até mesmo a quantidade de termos e conceitos que surgem e se relacionam com essa área se multiplicam, a cada pesquisa

Leia mais

ESTUDOS AVANÇADOS Em Arte Visual

ESTUDOS AVANÇADOS Em Arte Visual ESTUDOS AVANÇADOS Em Arte Visual Professor Isaac A. Camargo Licenciado em Desenho e Plástica UNAERP/SP Mestre em Educação UEL/PR Doutor em Comunicação e Semiótica PUC/SP Referência de conteúdos da disciplina:

Leia mais

Índice. Introdução. Código Ético saúdecuf

Índice. Introdução. Código Ético saúdecuf Código de Ética Índice 1 2 5 Introdução Código Ético saúdecuf 7 11 13 15 Valores Respeito absoluto pela vida humana Dignidade da pessoa Autonomia das decisões pessoais Responsabilidade individual e de

Leia mais

A Determinação Objetal da Doença. Roberto Passos Nogueira

A Determinação Objetal da Doença. Roberto Passos Nogueira A Determinação Objetal da Doença Roberto Passos Nogueira Por que a saúde não é mais tema relevante na filosofia moderna? Historicamente, a tarefa de formular conceitos sobre saúde e doença sempre coube

Leia mais

FILOSOFIA PÓS-MODERNA Século XX

FILOSOFIA PÓS-MODERNA Século XX Século XX O termo pós-moderno se aplica aos filósofos e outros intelectuais que têm em comum a crítica ao projeto da modernidade, ou seja, a emancipação humano-social através do desenvolvimento da razão.

Leia mais