APRESENTAÇÃO A Noite de Virada A Noite da Virada O2 Filmes Globo Filmes Telecine, Paris Filmes O2 Play Downtown Filmes

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3 APRESENTAÇÃO Ana (Júlia Rabello) adora o réveillon e acredita que a última noite do ano indica como serão os 365 dias seguintes. E, dessa vez, ela espera um fim de ano ainda mais especial, já que é a anfitriã da festa. Ana só não contava com uma revelação anunciada pelo seu marido Duda (Paulo Tiefenthaler) a poucos minutos da chegada dos convidados e outros acontecimentos que fogem do roteiro que havia traçado. Desilusões amorosas, disputas femininas e até um crime inesperado envolvem os personagens de A Noite de Virada, que tem como cenário principal o banheiro da casa. É lá que todos pensam na vida, discutem as relações e tomam decisões. Menos o traficante Fumaça (Rodrigo Sant anna), que passa o réveillon sozinho, em outro banheiro. A comédia de situação é baseada na peça O Banheiro, de Pedro Vicente. Além de Júlia e Paulo, estão no elenco Luana Piovani, Marcos Palmeira, João Vicente de Castro, Luana Martau, Taumaturgo Ferreira, Rodrigo Sant anna e Martha Nowill. O filme conta ainda com participação especial de Alexandre Frota, Anselmo Vasconcellos e Tony Tornado, além dos blogueiros Moyale Guardini, Helô Gomes, Nati Vozza, Mauricio Cid, Cauê Moura, Marina Santa Helena e Kéfera Buchmann. O roteiro de A Noite da Virada é de Nina Crintzs e a direção de Fabio Mendonça, que faz sua estreia em longas-metragens. O filme é uma produção da O2 Filmes, coprodução Globo Filmes e Telecine, com distribuição da Paris Filmes, O2 Play e Downtown Filmes.

4 SINOPSE Tudo o que Ana (Júlia Rabello) queria era recepcionar uma grande festa de Ano Novo, com muitos amigos, bebida e música boa. Mas durante o evento, o banheiro torna-se o cenário principal, onde ocorrem todas as fofocas e polêmicas. É onde Duda (Paulo Tiefenthaler), marido de Ana, confessa que vai deixá-la, pouco antes de começar a celebração. O banheiro é, também, onde Ana descobre que o real motivo da separação é a vizinha Rosa (Luana Piovani), que, por sua vez, leva um casamento bem monótono com Mário (Marcos Palmeira). É também no banheiro que Alê (Luana Martau) conta a Ana suas aventuras sexuais com o namorado (João Vicente de Castro), e onde um convidado, traficante (Taumaturgo Ferreira), faz seus negócios. Na noite da virada do ano, tudo pode acontecer. E acontece.

5 FICHA TÉCNICA EQUIPE Direção: Fabio Mendonça Produção: Andrea Barata Ribeiro e Bel Berlinck Coprodução: Marcio Fraccaroli Produtor Associado: Carlos Diegues Produção Executiva: Cristina Abi Roteiro: Nina Crintzs (Roteiro baseado na peça O Banheiro de Pedro Vicente) Direção de Fotografia: Marcelo Trotta, ABC Direção de Arte: Cassio Amarante, ABC Produção de Elenco: Francisco Accioly e Anna Luiza Paes de Almeida Montagem: Deo Teixeira Música: Beto Villares Desenho de Som e Mixagem: Alessandro Laroca, Eduardo Virmon Lima e Armando Torres Jr. Som Direto: Guilherme Ayrosa Figurino: Andrea Simonetti Maquiagem: André Anastácio Produção: O2 Filmes Coprodução: Globo Filmes e Telecine Distribuição: Paris Filmes, O2 Play e Downtown Filmes ELENCO Luana Piovani como Rosa Marcos Palmeira como Mário Júlia Rabello como Ana Paulo Tiefenthaler como Duda João Vicente de Castro como Rica Luana Martau como Ale Rodrigo Sant anna como Fumaça Martha Nowill como Sofia Participação Especial Taumaturgo Ferreira como Paulo Coadjuvantes Juliano Enrico como André Daniel Furlan como Matias Anselmo Vasconcellos como Chefe Tony Tornado como Jesus Alexandre Frota como Bombeiro

6 Como veio o convite para dirigir A Noite da Virada? Como foi filmar num ambiente tão restrito como um banheiro? FM A Andrea Barata Ribeiro me convidou. Como meu primeiro longa, caiu como uma luva porque era um projeto que tinha boa parte das coisas encaminhadas: o primeiro roteiro já desenvolvido, produtor mais do que envolvido. Não podia ter experiência melhor: pegar um barco que já estava equipado, pronto para viajar. Esse é seu primeiro longa-metragem. Conte um pouco como foi essa experiência. FM Fiz um método em que, antes de filmar, eu colocava todo mundo dentro do banheiro e a gente passava a cena uma vez para marcar a mise-enscène. Tudo muito bem coreografado antes de rodar. Mas, sobretudo para driblar essa questão física, me vali de uma boa concepção da arte, que entendeu muito bem esse problema de espaço e me deu possibilidades de usar enquadramentos bem variados, com o recurso de tirar parte do cenário de acordo com a necessidade. ENTREVISTAS FABIO MENDONÇA Diretor Fabio Mendonça começou sua carreira na publicidade. Fez dois curtas-metragens e séries para TV (entre elas, Destino, exibido pelo canal HBO), mas sempre pensou em, um dia, dirigir um longa-metragem. A oportunidade surgiu com a comédia A Noite da Virada, que chega aos cinemas dia 18 de dezembro. FM Foi muito boa. O fato de já ter trabalhado com dramaturgia me fez chegar com bastante tranquilidade. Apesar de ser meu primeiro longa, não tinha o peso da estreia. Era uma coisa para qual eu vinha me preparando, então foi um processo bem natural. Quando chegou a hora, estava me sentindo bastante seguro para fazê-lo. Tem algum diferencial necessário para dirigir uma comédia? FM A comédia é um pouco subestimada no sentido do fazer. As pessoas acham que é mais fácil fazer uma comédia do que um drama, e não é. Quando uma comédia é exibida no cinema, as pessoas dão risada ou não dão. Em um drama, um filme de terror ou de ação, não dá para perceber a reação do público. Esse desafio fez o projeto ser uma prova de fogo. Para dirigir uma comédia, é importante estar atento como as coisas funcionam entre os atores, como funciona na hora de filmar. É preciso ficar atento ao que desperta o sorriso, a vontade de dar risada. Como foi o clima nos bastidores? FM Eu só acredito em trabalho coletivo, não acredito no cinema autoral, de uma pessoa só. Por isso pensei em fazer uma espécie de ensaio, de preparação de elenco, para todo mundo se conhecer muito bem e experimentar as coisas do filme, o acting, os textos. Para que quando chegássemos ao set tudo fosse uma consequência do trabalho feito anteriormente. Isso criou uma empatia entre os atores e comigo de fato ficamos muito amigos. E a filmagem rolou como uma festa. Apesar de o filme se passar numa festa, o espectador vê pouco da festa e muito dos bastidores dela. Como foi esta proposta? FM Muitas vezes o que acontece no banheiro, na cozinha e no corredor, é mais interessante do que efetivamente o ambiente da festa. Porque é ali que as pessoas falam o que não podem falar, fazem coisas escondidas. Ali é onde a festa pega fogo. Na festa mesmo, as pessoas estão dançando, bebendo e falando de amenidades. Qual o significado do réveillon para você? FM Gosto da ideia do ano novo, do momento de reflexão, da tradição. Minha mãe tinha uma mania, quando eu era moleque, de usar certas cores no ano novo. Tinha que usar o branco, mas tinha que ter uma peça amarela e uma peça rosa não sei por quê. Projetei um pouco isso na dona da casa, a Ana, personagem da Júlia Rabello, que tem uma expectativa gigante. Para ela, a festa do ano novo que dá o tom de como vai ser o próximo ano. Se a festa for boa, ela vai ter um ano legal. Eu não sou de grandes festas, gosto de passar meu ano novo na praia, mas acho importante a comemoração e entendo a expectativa com relação a isso. Quais são seus próximos projetos? FM Depois do carnaval, filmo mais um episódio da série Destino. Depois de São Paulo e Rio de Janeiro, vamos fazer Destino Salvador. E tenho mais duas séries para desenvolver no ano que vem com um grupo de roteiristas, uma comédia e um desenho animado.

7 PRODUÇÃO A produtora da O2 Filmes, Andrea Barata Ribeiro leu a peça O Banheiro, de Pedro Vicente, e achou muito boa a ideia de tudo se passar numa única noite. Foi assim que surgiu a vontade de realizar o longa A Noite da Virada. A expectativa para a estreia não poderia ser outra: Acho que o filme será um sucesso! A Noite da Virada é uma comédia, gênero que agrada ao público, e com uma produção impecável, destaca Andrea, que acredita que haverá identificação do público com o tema. Afinal, todos já estivemos em uma festa onde as coisas podem sair de controle. Para a produtora, a realização do filme foi beneficiada pelo envolvimento de todo o elenco. Os atores acabaram se tornando de fato um grupo de amigos, como no filme. Isso ajudou muito a dar o clima leve e engraçado da história. Ao adaptar a peça para as telas, o banheiro deixou de ser o único cenário da história, sem, contudo, quebrar o clima de bastidores do fi lme. Nós quisemos imprimir no fi lme que as melhores coisas acontecem fora da pista, destaca a produtora. Optamos por fazer toda a confusão nos bastidores da festa, que é na verdade onde as melhores coisas acontecem: cozinha, lavanderia, banheiros. Um dos grandes desafios do filme foi encontrar o elenco certo, algo que valeu muito a pena no fim. Brinco que foi o elenco que encontrou o filme, porque eles se deram tão bem que os papéis estavam predestinados a eles.

8 ENTREVISTAS - ELENCO LUANA PIOVANI Modelo e atriz, Luana Piovani começou sua carreira em Na TV, a atriz fez parte do elenco de novelas, seriados e programas humorísticos, entre eles Sex Appeal, O Quinto dos Infernos e Casseta & Planeta. No cinema, Luana protagonizou os longas A Mulher Invisível e O Casamento de Romeu e Julieta, além de participar de filmes como O Homem que Copiava e Zuzu Angel. No teatro, a atriz atuou em clássicos infanto-juvenis como O Pequeno Príncipe e Alice no País das Maravilhas. A Rosa é dividida entre a segurança de um casamento já estabilizado e uma nova relação movida pela paixão. Como foi feita a construção dessa personagem? LP Existe uma aura meio glamourizada sobre a construção de personagem. Isso existe quando o personagem é muito específico. Não é uma coisa que eu tenha tido que estudar, nem elaborar nenhuma construção. Ela é uma mulher que casou com um cara bacana, mas que não tem o mesmo apetite pela vida, por isso ela acaba se envolvendo com o vizinho. O que a Rosa tem de parecido com você? E de diferente? LP De parecido, ela é jovem, bonita e gosta de viver. É vaidosa, gosta de estar com um bom brinco, um bom vestido. E diferentemente de mim, ela escolheu uma vida acomodada, medíocre. Minhas escolhas nunca foram as mais tradicionais. Você já interpretou vários tipos de personagens, em produções de diferentes gêneros. Agora, volta ao humor em A Noite da Virada. O que exige mais do ator: drama ou comédia? LP Gosto de bons personagens, como todos os atores. Encontrei isso nessa personagem e em todas que escolhi fazer. Sou muito feliz com a carreira de atriz que venho construindo. Sempre opto pelas personagens que me dão vontade de vivê-las. O filme se passa em uma data tradicionalmente festiva, mas acaba acontecendo uma série de confusões que não traz tanta alegria assim. Algum réveillon ficou marcado para você, tem alguma história interessante para contar? LP Parecido com o que acontece no filme, graças a Deus, não! Mas, como sou virginiana, me programo muito, então os meus réveillons nunca passam em brancas nuvens. Sempre estou cercada dos meus amigos, familiares, em algum lugar especial, com natureza muito presente. No ano passado, passei com a minha família em Fernando de Noronha e batizei meu filho lá. Foi muito especial. Como foi trabalhar com o elenco da comédia? E como foi o clima durante as filmagens? LP O filme reuniu um elenco de pessoas muito diferentes. Fora a Júlia (Rabello) e o João Vicente (de Castro), que são do Porta dos Fundos, as pessoas não se conheciam muito. Mas todo mundo se deu muito bem, todos são meio comediantes. Eu não sou comediante, mas tenho naturalmente um pé na comédia, a Luana pessoa física. Foi muito divertido, a gente passava o tempo todo rindo com as besteiras que os colegas falavam. Foi um clima leve, gostoso. E trabalhar com a O2 é sempre especial porque eles são muitos profissionais. E a direção do Fabio Mendonça? Como foi essa relação? LP Ele é uma pessoa leve, que optou pela risada na vida dele, o que já ajuda essa harmonia a acontecer no filme. E é muito aberto, então ele trocava muita ideia com a gente sobre os personagens e as situações cômicas.

9 ENTREVISTAS - ELENCO MARCOS PALMEIRA Marcos Palmeira deu o primeiro passo como ator aos cinco anos de idade no filme Copacabana me Engana. Estreou na TV em 1987 na novela Mandala, na Rede Globo, e fez parte de diversas produções da emissora, entre elas Renascer, Irmãos Coragem e Cheias de Charme. No cinema, o ator participou de cerca de 40 produções, entre elas as recentes comédias E Aí, Comeu? e Vendo ou Alugo. Recentemente, o ator compôs o elenco da série O Rebu, da Rede Globo. diferentes da gente. Mas no dia a dia isso não quer dizer nada, porque o que vale é a convivência. Acredito que pessoas opostas possam ser felizes juntas. No elenco de A Noite da Virada há vários atores que vêm do humor, como a Júlia Rabello e o João Vicente de Castro. Como foi a troca entre vocês durante as gravações? MP Foi muito legal. O tempo da Júlia é outro e a gente sempre aprende algo novo! Era uma diversão só! Foi um trabalho muito feliz! Paulo Tiefenthaler então, nem se fala. Quanta energia! Quanta generosidade! Sinto saudade daquele set! Tem algum réveillon que tenha ficado marcado para você, alguma história interessante para contar? Algo parecido com o filme? Mário, seu personagem em A Noite da Virada, é um tipo que poderia ser descrito como certinho. Como você o define? Como foi sua preparação para o papel? MP Ele pode ser classificado assim, mas ele acaba se redescobrindo durante o filme, então acho ele mais interessante do que isso. A preparação foi junto com o elenco e o Fabio para mergulharmos no roteiro. O Mário parece com algum outro personagem da sua carreira? MP Talvez ele tenha alguma semelhança com o Alexandre, da novela Torre de Babel. Muita gente diz que as mulheres preferem os homens descolados aos muito sérios. Rosa, personagem da Luana Piovani no filme, pensa trocar o Mário por alguém que leva a vida sem muitas responsabilidades. Como vê esse tipo de relação? MP Acho que de alguma forma, inconscientemente ou não, acabamos procurando pessoas totalmente MP Já estive em réveillons incríveis. Festas doidas, festas caretas, mas nada parecido com o filme! A maioria das cenas foi feita no banheiro. Como foi filmar em um cenário tão pequeno? MP Foi uma bela experiência. Nessas horas que você vê como vale a pena ensaiar e nós ensaiamos bem. Já tinha trabalhado com o diretor Fabio Mendonça? Como foi a experiência? MP Foi um prazer. O Fabinho é um grande diretor e de uma gentileza ímpar. Ele nos levava nas mãos. Todos nós nos rendemos a ele e isso criou uma unidade entre o elenco fantástica. Recentemente, você esteve em duas comédias: E aí, Comeu? e Vendo ou Alugo. Você gosta do gênero? MP Estou adorando essa minha fase no humor. Sempre gostei do gênero, mas acabei indo para outro lado, mesmo dentro de uma família de humoristas. Estou crescendo como ator.

10 Mesmo passando por várias situações difíceis durante a noite de réveillon, a Ana consegue fazer comentários engraçados e até manter o humor. Você se identifica com essa característica da personagem? JR O que acontece com a Ana é que o filme é de um momento muito específico da vida dela. Ela é uma mulher moderna, contemporânea, que está preparando a casa para receber os amigos para uma festa de ano novo, justamente a que ela mais gosta no ano. E, minutos antes de a festa começar, o marido fala que quer se separar dela. E depois ela descobre que ele a estava traindo. Então qualquer ser humano ficaria histérico. Ela fica completamente bipolar, do choro/tragédia à euforia completa. Talvez a Ana seja uma pessoa calma e tranquila, mas naquele momento específico ela sentiu o mundo virando de ponta-cabeça. Quais são os desafios de ser protagonista? JR É muito encantador, porque a Ana é a cabeça dessa história, mas ela tem uma turma. Não é uma história isolada, eu conto com uma galera genial. É pular de um abismo, mas com um grande paraquedas nas costas. Tem o desafio de estar muito atenta para a história que estou contando, de uma maneira que ela interesse às pessoas, que elas queiram acompanhar o que acontece com a personagem. Às vezes como coadjuvante, a gente pode ficar mais solta para brincar e não se ater à linha condutora da história. Mas nesse filme era tanta gente boa em cena que isso não pesou. chorar, porque ela não está aguentando. Tem que fingir que está feliz e vai para o banheiro segurar a onda. E foi difícil gravar um filme inteiro que se passa em um dia? JR Eu passei praticamente um mês chorando para interpretar quatro horas na vida de uma pessoa que acabou de levar um pé na bunda. Foi um mês de muita concentração para poder ter energia para dar conta dessa emoção. Mas, tirando o fato de que o meu vestido lindo era de paetê e machucava o corpo, no mais foi muito tranquilo. A gente nunca grava na ordem certa, mas era tudo em torno do mesmo momento. Então gravar um filme que se passa em um só dia, mais ajuda do que atrapalha. Você já foi anfitriã de uma festa de réveillon? Passou por situações semelhantes? Lembra-se de alguma virada marcante na sua vida? JR Ao contrário da Ana, eu tenho pavor de réveillon, odeio. Mas agora casei e meu marido adora festa de fim de ano, então estou tentando aprender a ver a vida de uma maneira mais bonita, ele tenta me alegrar. Mas antes dele eu odiava intensamente. Por isso um réveillon que eu gostei muito foi um que passei dormindo. Você é conhecida pelos papéis humorísticos. Como o humor entrou na sua carreira? Já fez ou tem vontade de interpretar um personagem dramático? ENTREVISTAS - ELENCO JÚLIA RABELLO A atriz Júlia Rabello começou sua carreira no teatro, mas ficou conhecida principalmente por personagens cômicos dos vídeos do portal Porta dos Fundos. No cinema, Júlia participou dos longas Odeio o Dia dos Namorados e Copa de Elite. Na TV, a atriz fez parte do elenco de Malhação em 2008 e participou dos programas O Fantástico Mundo de Gregório, Vai que Cola e Os Homens são de Marte... E é Para Lá que Eu Vou. Como você classifica o humor de A Noite da Virada? JR O filme tem uma linguagem de humor, tem coisas engraçadíssimas, mas existe um drama dentro dele também. Mesmo o drama que Ana vive é contado de uma maneira que faça sentido, mas que cabe dentro dessa linguagem. Tem vários acontecimentos paralelos à história da Ana, que trazem muito humor. E mesmo com o desespero, a briga com o marido, é tudo hilário. Tem alguma cena que você gostou mais de fazer? JR Sou completamente apaixonada por esse filme. Porque foi um filme que a gente fez com grandes amigos, teve uma vibração especial, foi um filme de turma. Por isso todas as cenas foram muito divertidas de fazer, especialmente as que estavam todos juntos. A cena final, na piscina, foi divertidíssima, mesmo estando 11ºC em São Paulo. Mas o filme todo foi muito especial. Como foi gravar dentro do banheiro? JR Muito interessante pensar na perspectiva de contar uma festa pelo que acontece dentro do banheiro. No caso da Ana, muitas vezes ela vai para o banheiro para JR O humor me sequestrou, porque não comecei minha carreira focando nessa área. Acho o humor uma coisa tão grandiosa e tão difícil de fazer, que é preciso ter uma predisposição muito grande. E eu não me sentia capaz, mas graças a Deus o humor me puxou. Resolvi montar uma peça de humor com o Marcos Veras, meu marido. Dali, o Jô Soares me chamou para ser protagonista da peça dele e depois veio o Porta dos Fundos. O reconhecimento do grande público veio desse movimento o que foi eu tomar coragem de fazer uma comédia. Claro que tenho vontade de fazer outros papéis, mas estou muito feliz por tudo que tem aparecido, a comédia me faz muito feliz. Como foi sua relação com o diretor Fabio Mendonça? JR O Fabinho é um diretor muito especial, amei trabalhar com ele. A gente teve um processo de ensaio muito gostoso. E ele é um grande artista, tem a sensibilidade dos grandes artistas. Foi um trabalho em conjunto, por isso batemos muita bola sobre o melhor caminho a tomar, o que era mais divertido. Ele tem muito bom gosto, um olhar muito apurado e é um ser humano fantástico. Foi um filme de muitas mãos com muitos artistas muito especiais trabalhando juntos.

11 Como você descreveria o Duda? Como foi a construção do personagem? Você tem alguma característica dele? participou de filmes mais densos, como Lobo Atrás da Porta e Trinta. Com qual gênero você se identifica melhor? PT O Duda é homem-menino de 40 anos apaixonado pela sua banda. Acredita mais que ninguém, claro, que ele e a banda vão encontrar seu lugar ao sol! Enquanto isso não acontece, não se pode perder o brilho nos ensaios no meio da sala da sua casa, que a esposa banca. Até agora ele é um fracassado, mas um otimista de peito estufado. Para construir o Duda fizemos uma preparação de elenco com o Christian Duurvoort e o diretor Fabio Mendonça, quando discutimos os limites dessa empolgação por parte do Duda com a vida, já que ele é sustentado pela mulher aos 40. Na vida fora das telas, conhecemos alguns Dudas e isso ajudou bastante, pois eles se levam muito a sério, mesmo que de fora fique evidente que algo não funciona na carreira do sujeito. A base para interpretar o Duda foi: não deixá-lo bobo, mesmo com todo esse perfil atabalhoado e sem noção. Na cabeça dele tudo é possível e ele é o cara que pode fazer isso acontecer sem data de validade. Como você classifica o humor de A Noite da Virada? PT Eu me identifico muito com os dois. Gosto muito de ambos os gêneros e faço bem os dois. Aliás, desde criança que adoro um drama e, em seguida, morrer de rir. Um pouco sádico, vamos dizer assim. No filme, você é par de Luana Piovani, com quem também contracenou na série de TV Dupla Identidade. Como é contracenar com ela? PT A Luana é uma grande parceira e ficamos muito amigos nesse terceiro trabalho juntos. Ela também participou de um episódio da primeira temporada da série Amor Veríssimo, do GNT, no ano passado, do qual eu fazia parte do elenco principal de todos os episódios. Como grande parceira, e generosa como ela é, trabalhar junto é fácil, rola jogo solto! Qual é a sensação de ser disputado pela Luana Piovani e pela Júlia Rabello? PT A sensação é gostosa e poderosa! Duas belas atrizes, ótimas e generosas. Quero essas amigas perto de mim sempre que for possível! ENTREVISTAS - ELENCO PAULO TIEFENTHALER Nascido na Suíça e criado no Rio de Janeiro, o ator começou a carreira como jornalista e fotógrafo. Ficou conhecido nacionalmente em 2008, quando encarnou o personagem Paulo Oliveira, apresentador do programa de culinária Larica Total. No cinema, já integrou o elenco dos longas O Lobo Atrás da Porta (2013) e Trinta (2014). PT A Noite da Virada é baseado numa peça de teatro dos anos 90. Uma comédia não escrachada, mas uma comédia de situação. Não chega a ser um vaudeville, mas difere das comédias brasileiras filmadas nos últimos dois anos. Uma dramédia! Qual o significado da festa de réveillon para você? PT O dia 31 de dezembro no mundo todo é o dia mais feliz do ano. O clima de esperança no mundo inteiro é intenso e muito forte, mesmo quem é indiferente sente a vibração e para pra pensar, ainda que, no dia seguinte, seja apenas outro dia. Existe um clima de otimismo nas pessoas que chega a alterar o estado enérgico da Terra! Não tem depressão que aguente. Desde que nasci sempre amei as festas de réveillon, ver o sol nascer. Mas, de alguns anos para cá, sou um desses indiferentes que sentem a emoção e deseja com felicidade verdadeira um feliz ano novo a todos. Você se tornou conhecido do grande público por um personagem cômico, o Paulo Oliveira, do programa Larica Total. No cinema, você já Teve dificuldade para gravar alguma cena? E qual delas mais gostou de fazer? PT Dificuldade nenhuma. Mas isso não quer dizer que foi fácil. O elenco estava muito unido e o Fabio Mendonça é um grande diretor e sabia o que queria, então caminhamos juntos até a última cena. O Duda tem um arco dramático bem diverso, vai do choro, do romântico até a bagunça total de uma festa crazy shocking blue! Você já dirigiu curtas para o cinema, fez teatro e televisão. Para que caminho vão seus próximos projetos? PT Já dirigi quatro curtas, um documentário e três ficções. Meu caminho vai continuar com todas essas portas bem abertas e acrescento as artes plásticas. Ano passado tive minha primeira experiência assinando um trabalho num grupo de quatro artistas com banda original, filmes, performances, fotografia e escultura que foi um lindo projeto exibido nos Galpões da Funarte (Fundação Nacional das Artes) que só me deu mais força e criatividade para criar mais e mais.

12 ENTREVISTAS - ELENCO JOÃO VICENTE DE CASTRO O publicitário João Vicente de Castro é um dos fundadores e roteiristas do canal Porta dos Fundos. Como ator, João iniciou sua carreira em 2012 no programa do canal Multishow O Fantástico Mundo de Gregório. No ano seguinte, interpretou Liosvaldo em A Mulher do Prefeito e recentemente encarnou Reinaldo, de Lili, a Ex. Seu personagem é pressionado pela namorada, que busca novidades. Como foi a construção do Rica? De onde veio a inspiração para interpretá-lo? JVC Teve uma preparação formal, em que a gente trabalhou com o Christian Duurvoort, preparador de elenco, e foi incrível, um trabalho que eu nunca tinha feito. Mas a gente construiu isso em conjunto mesmo, fazendo, entendendo quem era quem. E, pelo que já vi do filme, as relações são muito bem passadas, as cenas bem construídas, com um resultado muito bacana. Você e Luana Martau já haviam trabalhado juntos? Como foi a sintonia entre os dois? JVC Eu e a Luana viramos grandes amigos por causa desse filme. Ela é uma parceira impressionante. As pessoas ficavam chocadas com ela no set, porque é muito boa atriz, competente, expressiva e engraçada, até sem querer ser engraçada. Transforma qualquer frase em algo incrível, qualquer olhar em um olhar incrível. Ela também é muito generosa, me ajudou em tudo, desde passar texto até dar opinião para as minhas opções nas cenas. Me ajudava com muito carinho e eu sabia que tudo que ela dizia era para me ajudar e ser o melhor para mim. A maioria das cenas foi feita no banheiro. Como foi filmar em um cenário tão pequeno? JVC Quando eu digo que foi um processo especial e raro, inclui essas coisas. Era a mesma roupa todos os dias. A continuidade teve muito trabalho, porque o filme todo se passa no mesmo dia, então não podia ter variação nenhuma de cabelo, olhar, qualquer coisa. E a gente também tinha esse trabalho que lembrar que, daqui a duas semanas, a gente ia gravar uma coisa que acontece no momento em que alguém abre uma porta. Era muito difícil e, ao mesmo tempo, muito legal. Acha que A Noite da Virada tem um humor semelhante ao do Porta dos Fundos? JVC O humor do filme não é um humor rasgado, não é um humor de clichê. É um humor fino, elegante, que foge da loira burra e do português burro. O tipo de interpretação se aproxima do Porta dos Fundos porque é uma coisa naturalista. Ninguém usa uma flor na lapela para ser engraçado. Você se lembra de algum réveillon que tenha ficado marcado para você, alguma história interessante para contar? JVC Sinceramente, não sou muito fã de nenhuma data em que a gente é obrigado a ficar feliz. Réveillon, aniversário, natal. Geralmente, eu passo réveillon de um jeito que eu tenha menos possibilidade de me incomodar. Faço tudo para não acontecer o que aconteceu na vida das pessoas de A Noite da Virada. O filme marca sua estreia no cinema. Tem planos de outros filmes? Quais são seus próximos projetos? JVC O longa-metragem do Porta dos Fundos vai sair ano que vem. Vamos trabalhar muito por ele, porque o Porta está crescendo cada vez mais. Os nossos episódios estão passando na Fox e nossa nova série também será transmitida por lá. Além disso, tem a série Lili, a Ex, que está no ar, e os projetos que aparecem. Os quais, se me apaixonar, vou fazer. Como foi contracenar com o elenco todo? JVC O elenco era muito unido, de uma forma muito preciosa. A Noite da Virada foi um processo diferente de qualquer coisa que já vivi, e os atores que têm mais vivência do que eu, confirmaram que foi uma experiência muito rara.

13 ENTREVISTAS - ELENCO LUANA MARTAU Nascida no Rio Grande do Sul e criada no Rio de Janeiro, Luana Martau começou sua carreira aos nove anos, substituindo uma amiga em um musical. Formada pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL), atuou em espetáculos de João Falcão como O Pequenino Grão de Areia e Clandestinos, pelo qual foi convidada para trabalhar na Rede Globo. Na TV, integrou os elencos de novelas como Cama de Gato, Cordel Encantado e Avenida Brasil, além do humorístico Tá no Ar: A TV na TV. Em entrevistas, você diz que é tímida na sua vida pessoal. Alê, por sua vez, não tem nada de tímida. Foi um desafio fazer a personagem? Onde buscou inspiração para essa construção? LM Sou bem tímida como Luana, mas o engraçado é que, quando tenho um personagem assim, não fico nem um pouco tímida. Já fiz personagens muito diferentes de mim, inclusive na TV, um exemplo é a Carlota, da novela Cordel Encantado, que era uma princesa escandalosa, que berrava, ou a Beverly, de Avenida Brasil, uma cabeleireira espevitada. E as pessoas acham que vão encontrar em mim esse tipo de pessoa, mas eu falo mais baixinho, fico mais na minha. Quando tem uma personagem assim, perco a timidez. A Alê foi bacana porque foi a primeira personagem que eu fiz que tem uma sensualidade maior. Um de seus recentes sucessos foi o humorístico Tá no Ar, criado por Marcelo Adnet e Marcius Melhem. Você se identifica com o gênero? LM O Tá no Ar foi meu primeiro humorístico, mas já havia interpretado personagens cômicos na TV, comédias no teatro. Quando leio um texto, sempre procuro o humor da coisa, é algo meio natural. Desde que comecei a fazer teatro, aos nove anos, já tinha esse lado mais aflorado. Como foi gravar um filme que se passa todo em um mesmo dia? LM A Noite da Virada foi meu primeiro longa e achei muito bacana. Como a gente fez a maior parte das cenas em estúdio, o que não é muito comum em cinema, a atmosfera estava sempre ali. Quando vestíamos o figurino e entrávamos naquele espaço era mais fácil manter a continuidade do personagem. Tem alguma superstição que costuma fazer na virada do ano? Acha que o réveillon tem algum significado especial ou é um dia como outro qualquer? LM Eu amo réveillon. Me emociono, reflito sobre tudo que aconteceu no ano, agradeço tudo o que foi bom. E acredito sempre que o ano seguinte vai ser melhor. Sempre que possível, gosto de passar perto do mar, pulo sete ondas, uso calcinha colorida para o que eu quero no ano seguinte. Tudo que me falam que dá sorte eu faço, acato todas as superstições. Natal me deixa triste, mas réveillon eu adoro. Quando eu era pequena, os réveillons davam muito errado, porque juntava muita gente, íamos para Copacabana, sempre tinha um que se perdia. Como foi o clima durante as filmagens? LM Foi incrível. Só tinha trabalhado antes com o Marcos Palmeira. Os outros eu já conhecia, mas nunca tinha trabalhado. E desde as primeiras leituras, dos ensaios, a gente já se deu muito bem. Durante a filmagem, foi ficando cada vez melhor. Um clima de muita risada. Tenho riso frouxo, tinha que ficar me segurando, principalmente nas cenas com o João Vicente. O que você pode dizer da parceria com o João Vicente? LM Foi incrível. Parecia que a gente já se conhecia antes. Tinha uma coisa de improvisação, que ele traz muito do Porta dos Fundos, que rolava bem entre a gente. Juntou o frescor do improviso com a disciplina. A maioria das cenas foi feita no banheiro. Como foi filmar em um cenário tão pequeno? LM Foi ótimo porque a clausura estava instaurada no estúdio, a gente não precisou fingir nada. Era difícil, a gente esbarrava no amigo para passar e fazer a marcação da cena. Foi bacana porque todo mundo se deu muito bem, então foi muito divertido.

14 PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS MARTHA NOWILL Martha Nowill atua desde os 18 anos de idade. Hoje, aos 33, acumula no currículo filmes premiados e elogiados pela crítica como Nome Próprio, Boca, Luz nas Trevas, Bruna Surfistinha e Entre Nós (pelo qual foi premiada com o Troféu Redentor de Melhor Atriz Coadjuvante no Festival do Rio de 2013), além de espetáculos teatrais e as séries Amor em 4 Atos, Como Aproveitar o Fim do Mundo e Oscar Freire 279. ANSELMO VASCONCELLOS Anselmo Vasconcellos nasceu no Rio de Janeiro, em 1952, e estreou no teatro 23 anos depois, com O Último Carro, histórica montagem do Grupo Opinião, dirigida por João das Neves. Ao todo, participou de mais de 50 produções cinematográficas, incluindo os clássicos Eu Matei Lúcio Flávio (1979) e Eles Não Usam Black-Tie (1981). Na TV, participou de novelas como O Bem Amado (1980), Brilhante (1981) e A Viagem (1994). RODRIGO SANT ANNA Logo após se formar pela Casa de Artes de Laranjeiras (CAL), o ator Rodrigo Sant Anna entrou em cartaz com o espetáculo Os Suburbanos ao lado de Thalita Carauta. Na TV, o ator participou dos programas A Diarista e a Turma do Didi. Em 2009, Rodrigo entrou para o Zorra Total e ganhou o público com a personagem transexual Valéria Vasques. No cinema, integrou o elenco das comédias Até que a Sorte nos Separe 1 e 2, De Pernas pro Ar 2 e O Casamento de Gorete, em que Rodrigo interpreta a protagonista da trama. TAUMATURGO FERREIRA Nascido em São Paulo em 1956, Taumaturgo Ferreira iniciou sua carreira na TV Bandeirantes, no início da década de 80, onde integrou o elenco de novelas de sucesso, como Os Imigrantes. Em seguida, se transferiu para a Rede Globo, onde conquistou o sucesso em produções como a minissérie Anos Dourados e as novelas Mandala e Top Model. No cinema, participou de longasmetragens de Cacá Diegues ( Um Trem para as Estrelas ), Ruy Guerra ( Kuarup ) e Júlio Bressane ( Cleópatra ). TONY TORNADO Nascido em Mirante de Paranapanema (SP) em 1930, Antônio Viana Gomes mudou-se para o Rio de Janeiro aos 11 anos, onde trabalhou como engraxate e vendedor de balas, até prestar o serviço militar. Iniciou sua carreira artística nos anos 60 com o nome artístico de Tony Checker, dublando e dançando no programa Hoje é Dia de Rock. Em 1970, adotou o nome com o qual passou a ser conhecido, Tony Tornado. Estreou como ator na TV em 1972, na novela Jerônimo, da TV Tupi, e desde então participa de produções de sucesso como Roque Santeiro, Vamp, Sinhá Moça e Belíssima. No cinema, integrou o elenco de 25 filmes, entre eles Pixote, a Lei do Mais Fraco e Redentor. DANIEL FURLAN O ator, roteirista e músico capixaba Daniel Furlan ganhou projeção nacional na MTV, inicialmente como âncora do Furo MTV, e depois no Rockgol, na série Overdose e em O último Programa do Mundo, que continua na internet. Na web também mantém o Falha de Cobertura, sátira às mesas redondas que debatem futebol na TV. JULIANO ENRICO Antes de se tornar VJ da MTV, no comando do programa Acesso MTV, Juliano Enrico fundou em Vitória (ES), sua cidade natal, a revista de humor Quase, em 2002, aos 17 anos. O projeto, que tem entre os fundadores o ator Daniel Furlan, gerou o canal de humor TV Quase, no YouTube. Músico e ator, dirigiu clipes de bandas como Mukeka di Rato e Handsome and the Heartbreakers. Integrou o elenco da comédia Copa de Elite.

15 ROTEIRO NINA CRINTZS Escrever comédia é uma delícia, mas não é simples, é preciso fazer o espectador rir e, para isso, é preciso também que ele acredite na trama, afirma a roteirista Nina Crintzs, ao destacar o mapa de personagens rico e diversificado do longa. O contraste é uma ferramenta riquíssima para a comédia. Nina explica que, para nunca deixar os personagens perderem as características de humor, é necessário manter o tom: A engenharia do roteiro é feita primeiro de confl itos, pontos de virada, ação dramática. Uma vez que isso tudo está estruturado, os diálogos são criados com essa premissa da leveza, do humor. A personagem cômica tem humor, mas está sujeita a situações de confl ito verdadeiro. A personagem sofre e o espectador se diverte. Segundo a roteirista, um roteiro cinematográfico não é um fim, e sim um meio para a construção do filme. E, assim, tem que ser adaptável, dar espaço para que as pessoas envolvidas possam se expressar. O filme é um esforço de equipe. Do diretor, do elenco, da equipe técnica. Eu acredito que o roteiro serviu de cama para que todos os profissionais pudessem exercitar seus talentos. Os atores e suas improvisações, a direção de arte e seu trabalho primoroso, a fotografia. Tudo sob o comando de um diretor que sabe despertar o melhor nas pessoas com quem trabalha. Foi um trabalho delicioso de se fazer, diz ela. O grande desafio para adaptar o texto para as telas foi o fato de que, na peça, a ação se passa dentro de um único banheiro, mas no filme as cenas se alternam em vários banheiros da mesma casa. A ideia é vermos os bastidores da festa. É um conceito que gosto muito: o que está acontecendo de verdade enquanto todo mundo dança e sorri? No caso do filme, as vidas das personagens se transformam radicalmente, aponta Nina Crintzs.

16 DIREÇÃO DE ARTE CASSIO AMARANTE Quando o Pedro Vicente escreveu a peça na qual se baseia o filme, o banheiro da casa de seus pais, no Pacaembu, foi provavelmente o palco principal das histórias que ele narra, dadas as inúmeras festas que ali aconteceram. Foi exatamente esse clima que Cassio Amarante, diretor de arte de A Noite da Virada, quis imprimir na comédia. Todo autor tem uma origem, e joga com suas memórias. Pedro cresceu nessa casa paulistana. É uma casa de artistas, de uma decadência muitíssimo charmosa e cheia de memorabilia. Um belo sobrado dos anos 20, com jabuticabeira no quintal e goteiras no estuque, descreve Amarante. O diretor de arte conta que o banheiro original, de verdade, pode ser visto no filme. É o banheiro da casa de Sofia (Martha Nowill), no qual ela aparece logo no início do filme, quando tenta fechar o vestido: O tempo pesa sobre a casa, a casa sobrevive ao tempo. O banheiro onde se passa a maioria das ações, contudo, foi recriado em estúdio. Para filmes como esse, em que as ações se passam em ambientes muito confinados, construímos cenários nos estúdios. Desse modo, podemos tirar paredes e posicionar a câmera em lugares que na arquitetura real não seria possível, detalha Amarante. Em relação às cores, a equipe não quis recorrer ao branco no figurino, ainda que fosse escolha mais óbvia para uma noite de réveillon: a cor não ajuda na fotografia noturna, nem na diferenciação dos personagens. Substituímos o branco pelo brilho. Usamos madeira para escurecer os ambientes e reforçar a fotografia noturna. Temos, assim, um filme muito colorido, com cores bem comportadas, destaca o diretor de arte.

17 FOTOGRAFIA MARCELO TROTTA Um dos maiores desafios para as filmagens de A Noite da Virada foi a falta de espaço físico, já que o longa se passa quase que inteiramente no banheiro. Segundo o diretor de fotografia Marcelo Trotta, era preciso tornar o ambiente interessante. A primeira e mais óbvia preocupação foi com o confinamento e o espaço. A gente queria ter mais recuo de câmera, mas sem abusar de tirar paredes demais, para que esse recuo não parecesse muito falso, a ponto de nos tirar da ação, detalha Trotta. Para conseguir tirar o máximo do espaço exíguo, a parceria com direção de arte foi fundamental. O Cassio Amarante (diretor de arte) fez um cenário completamente crível e cheio de reentrâncias, saliências, diferentes tipos de acabamento e materiais, o que nos deixou com um cenário super rico, em que não há sequer um metro quadrado que contenha uma textura só. Para todos os lados que a gente apontava tinha uma história. E nossa integração também foi muito importante no sentido de a arte embutir fontes de luz enquadráveis, o que ajudou enormemente na agilidade da filmagem, observa o fotógrafo. Trotta conta que, durante as filmagens, variou bastante as objetivas utilizadas, acompanhando com suporte dramático a cena a ser rodada. Pelo espaço e pelo gênero, usamos muito as grandes angulares e privilegiamos os planos médios, já que na comédia o tempo interno da interpretação dos atores é tão importante. Assim, sentir as expressões e as pausas do elenco se mostrou primordial para o diretor de fotografia. Uma preocupação que eu tinha era de não deixar o filme ter uma cara televisiva, mas sim tentar imprimir uma intenção mais cinematográfica, sem escapar ao gênero. Para Marcelo, outro grande desafio foi o fato de os atores usarem o mesmo figurino e maquiagem. É um trabalho muito crítico para os atores, manter a fl uência de um assunto contínuo filmando em vários dias. Eles foram excepcionais, enaltece.

18 CURIOSIDADES O banheiro onde se passa a maioria das cenas foi criado em estúdio. Apesar de ser um ambiente restrito, houve uma concepção de arte que permitiu a adaptação do espaço de acordo com a cena filmada, por exemplo, retirando uma parede, um espelho ou até o teto, para conseguir uma diversidade maior de enquadramentos e de movimentos de câmera. O espaço do banheiro é restrito, mas outros espaços reduzidos desafiaram a equipe técnica. Um exemplo foi o banheiro químico, onde o traficante Fumaça, personagem de Rodrigo Sant anna, passa o filme inteiro, com menos de 1m². Para filmar, a equipe tinha um banheiro desmontável, que ficava sobre uma traquitana, para simular o banheiro em cima do caminhão. Passamos a diária inteira chacoalhando o Rodrigo dentro do banheiro, diverte-se o diretor Fabio Mendonça. Menor ainda foi o espaço em que Taumaturgo Ferreira, que interpretou o personagem Paulo, foi filmado: o armário embaixo da pia do banheiro. O ator teve que ser colocado nesse espaço algumas vezes, em que, além de ficar apertado, aguentou caixas de lenço de papel e outros objetos caindo em seu rosto, como se estivesse desmaiado. Antes de fazer as cenas, o diretor Fabio Mendonça encontrou uma forma de descontrair os atores: música. Por ter sido filmado todo em estúdio, os atores passavam muito tempo em um lugar fechado, então o diretor colocava uma música para que o elenco pudesse dançar e rodar suas cenas no clima da festa. Se havia música antes das cenas, na hora da ação nada de som. Mas como gravar as cenas da festa? A saída era colocar a música para tocar, para que o elenco entrasse no ritmo da festa, e interrompê-la imediatamente antes de a filmagem começar. O filme todo se passa em apenas uma noite de réveillon, mas as filmagens levaram cerca de dois meses para serem concluídas. Nesse período, diariamente, o elenco usava a mesma roupa, a mesma maquiagem e o mesmo cabelo. O banheiro original da casa que inspirou a peça O Banheiro e deu origem ao roteiro, aparece no filme. É o banheiro da personagem Sofia (Martha Nowill), em uma cena logo no início do longa, quando ela tenta fechar seu vestido. Este banheiro é da casa dos pais de Pedro Vicente, autor da peça, e fica na região do Pacaembu, em São Paulo. A casa que serviu de locação para as filmagens da festa existe e segue a receita da casa original que inspirou o texto. Ela pertence a um skatista profissional chamado Sami, que serviu de inspiração ao Duda, personagem do Paulo Tiefenthaler. Nesta locação, foram usados o exterior e o salão principal os banheiros foram todos reproduzidos em estúdio

19 PRODUÇÃO O2 Filmes Considerada uma das mais criativas e importantes produtoras brasileiras no mercado mundial, a O2 Filmes realiza projetos independentes e em parceria com grandes estúdios internacionais e emissoras de televisão. Criada em 1991 pelos sócios Fernando Meirelles, Paulo Morelli e Andrea Barata Ribeiro, a empresa já realizou cerca de nove mil peças publicitárias e conquistou diversos prêmios, como Cannes Lions, Clio Awards, e é a maior vencedora do Prêmio Profissionais do Ano, promovido pela Rede Globo. Para o cinema, produziu oito curtas e 21 longas-metragens, entre eles o premiado Cidade de Deus (2002) considerado pelo site IMDB como um dos cinco melhores filmes da década 2000 e o consagrado Ensaio Sobre a Cegueira (2008), ambos dirigidos por Fernando Meirelles. Em 2009, apresentou À Deriva, exibido no Festival de Cannes. Produziu também os filmes Domésticas (2001), Viva Voz (2004), Contra Todos (2004), Antônia O Filme (2007), Não por Acaso (2007), O Banheiro do Papa (2008), Xingu (2012), A Busca (2013) e Entre Nós (2014), além dos documentários José e Pilar e Lixo Extraordinário, indicado ao Oscar de Melhor Documentário. Em 2014, a O2 lançou o filme Trash - A Esperança Vem do Lixo, do diretor britânico indicado três vezes aos Oscar, Stephen Daldry. Para a TV, realizou séries para a Rede Globo, como Cidade dos Homens (2002 a 2005), Antônia (2006 a 2007) e Som & Fúria, uma adaptação da série canadense Slings and Arrows, e A Mulher do Prefeito (2013/2014). Para a HBO, além de Filhos do Carnaval, dirigida por Cao Hamburger, que teve duas temporadas, a produtora lançou, em dezembro, a segunda temporada da série Destino: São Paulo. Em seis episódios, desta vez, com nome de Destino: Rio de Janeiro, a série foca nos imigrantes estrangeiros que se envolvem com a cidade maravilhosa. Em 2013, a produtora lançou ainda séries como Contos do Edgar, baseada em contos do escritor norteamericano Edgar Alan Poe, para o Canal FOX, A Verdade de Cada Um, para o canal NatGeo e Beleza S/A, para o GNT. No ano de 2014 a O2 Filmes produziu quatro séries para a TV: A Vaga (HBO), Trabalho Duro (Discovery Channel), Lili, a Ex (GNT) e Felizes para Sempre (TV Globo).

20 COPRODUÇÃO Globo Filmes Desde 1998, a Globo Filmes já participou de mais de 150 filmes, levando ao público o que há de melhor no cinema brasileiro. Com a missão de contribuir para o fortalecimento da indústria audiovisual nacional, a filmografia contempla vários gêneros, como comédias, infantis, romances, dramas e aventuras, apostando em obras que valorizam a cultura brasileira. A Globo Filmes participou de alguns dos maiores sucessos de público e de crítica como Tropa de Elite 2, Se Eu Fosse Você 2, 2 Filhos de Francisco, O Palhaço, Xingu, Carandiru, Nosso Lar e Cidade de Deus com quatro indicações ao Oscar. Suas atividades se baseiam em uma associação de excelência com produtores independentes e distribuidores nacionais e internacionais.