EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DA CESTA BÁSICA FAMILIAR DO VALE DO PARAÍBA EM 2013

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1 UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ PRO-REITORIA DE EXTENSÃO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA, CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO - ECA NÚCLEO DE PESQUISAS ECONÔMICO-SOCIAIS NUPES EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DA CESTA BÁSICA FAMILIAR DO VALE DO PARAÍBA EM INTRODUÇÃO A partir de 1996, o NUPES - Núcleo de Pesquisas Econômico e Sociais da Universidade de Taubaté iniciou a divulgação mensal do custo e variação da Cesta Básica recomendada para uma família com cinco pessoas e renda mensal de cinco salários mínimos. Os valores apurados na primeira semana de setembro de 1996 são utilizados como base para observação da evolução dos valores da Cesta. A Cesta Básica Familiar é composta de produtos que, segundo as ponderações da evolução da participação dos principais grupos de bens nas despesas familiares (Pesquisa de Orçamento Familiar feita pela FIPE-USP-90/91), preenchem as necessidades de higiene, limpeza e alimentação de uma família-padrão brasileira, com poder de compra de cinco salários mínimos vigentes. São pesquisados 32 produtos de alimentação, 5 produtos de higiene pessoal e 7 produtos de limpeza doméstica e suas respectivas quantidades, essenciais à sobrevivência. Devido à densidade populacional e localização geográfica, as cidades pesquisadas são Taubaté, São José dos Campos, Caçapava, Campos do Jordão, representando assim o Vale do Paraíba. Semanalmente são coletados preços, em cinco estabelecimentos de Taubaté, cinco de São José dos Campos, quatro em Caçapava e de três em Campos do Jordão. Os resultados das pesquisas são divulgados no site: Aqui apresentamos a análise da variação dos preços ocorrida no ano de. 1

2 RESULTADOS A tabela 1 mostra o custo da Cesta Básica Familiar nas quatro cidades pesquisadas do Vale do Paraíba. Em dezembro de, o preço da Cesta foi de R$ 1.136,69, maior do que a de dezembro de 2012, R$ 1.038,53, representando um aumento de 9,45%, percentual maior do que a inflação oficial brasileira anual que foi de 5,91% (IPCA do IBGE) A Cesta mais cara é a de Campos do Jordão (R$ 1.146,69) e a mais barata a de Caçapava (R$ 1.124,52). A diferença entre o preço da Cesta mais cara (Campos do Jordão) para a mais barata (Caçapava) foi de 1,95%, apontando uma grande proximidade dos preços entre as cidades onde são realizadas as pesquisas. O preço da Cesta sofreu aumento em todas as cidades onde são feitas as pesquisas do NUPES. A maior variação de preços, no ano de, ocorreu em São José dos Campos (10,13%) e a menor variação em Caçapava (8,50%). Tabela 1. Custo da Cesta Básica Familiar e variação em 2011 e 2012 Custo DEZ/12 Custo DEZ/13 Variação % Taubaté R$ 1.036,98 R$ 1.138,98 9,84% São José dos Campos R$ 1.032,21 R$ 1.136,76 10,13% Caçapava R$ 1.036,42 R$ 1.124,52 8,50% Campos do Jordão R$ 1.048,51 R$ 1.146,48 9,34% Vale do Paraíba R$ 1.038,53 R$ 1.136,69 9,45% Elaborada pelo NUPES Uma das razões que pode explicar os comportamentos diferentes nos preços das Cestas entre as cidades pesquisadas pelo NUPES é a concorrência entre os supermercados. A abertura de novos estabelecimentos de supermercados e atacadistas pode ter acirrado essa concorrência, em algumas cidades o que resulta em menores preços dos produtos que compõe a Cesta. A tabela 2 mostra o valor da Cesta Básica a partir de dezembro de 1996, primeiro ano da pesquisa, até. E a maior variação foi em 2002, aumento de 23,35%. Observa-se que 2005 foi o único ano com variação negativa no preço da Cesta (-1,68%). Em a variação dos preços (9,45%) foi a maior nos últimos três anos. 2

3 Tabela 2 - Variação no Preço da Cesta Básica Familiar Ano Preço em Dezembro Variação em relação ao ano anterior 1996 R$ 329, R$ 334,98 1,70% 1998 R$ 337,95 0,89% 1999 R$ 385,06 13,94% 2000 R$ 419,88 9,04% 2001 R$ 450,50 7,29% 2002 R$ 555,69 23,35% 2003 R$ 595,06 7,08% 2004 R$ 656,65 10,35% 2005 R$ 645,65-1,68% 2006 R$ 648,04 0,37% 2007 R$ 761,57 17,52% 2008 R$ 817,55 7,35% 2009 R$ 831,20 1,67% 2010 R$ 924,95 11,28% 2011 R$ 955,10 3,26% 2012 R$ 1.038,53 8,74% R$ 1.136,69 9,45% Elaborada pelo NUPES A tabela 3 apresenta a variação mensal dos preços nas cidades consideradas por esta pesquisa, no ano de, e entre elas, aqui considerada Vale do Paraíba. Os maiores aumentos dos preços foram registrados nos meses de janeiro (2,83%) e março (2,54%) e os menores ocorreram nos meses de julho (-1,80%) e junho (-0,20%). Tabela 3. Variação Mensal da Cesta Básica Familiar em (%) Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Taubaté 2,88 1,77 2,12 1,20-0,08-0,24-1,53-0,21-0,02 1,77 0,34 1,53 São José dos Campos 2,90 1,82 3,18 1,41-0,09-0,19-1,29-0,19 0,03 0,95 0,23 1,02 Caçapava 2,83 1,78 2,31 1,10-0,05-0,30-2,29-0,23 0,01 1,36 0,27 1,50 Campos do Jordão 2,71 1,74 2,56 1,25-0,10-0,07-2,07-0,14 0,09 0,89 0,27 1,94 Vale do Paraíba 2,83 1,78 2,54 1,24-0,08-0,20-1,80-0,19 0,03 1,24 0,28 1,50 3

4 Elaborada pelo NUPES A tabela 4 apresenta o comprometimento dos cinco salários mínimos com a aquisição da Cesta Básica Familiar nas cidades pesquisadas e a média do Vale do Paraíba. No período, predominou um aumento no comprometimento do salário com a aquisição da Cesta Básica Familiar do Vale do Paraíba, que passou de 33,39% (2012) para 33,52% (). Esse resultado foi em função do aumento do salário mínimo de (9,00%) em, inferior à o aumento no preço da Cesta que foi de (9,45%). Entre as cidades pesquisadas em o menor comprometimento da renda na aquisição da Cesta foi em Caçapava (33,17%) e o maior em Campos do Jordão (33,82%). Tabela 4. Comprometimento da renda na aquisição da Cesta Básica para famílias que recebem 5 salários mínimos. Comprometimento da renda Comprometimento da renda Dez/12 Dez/13 Taubaté 33,34% 33,60 São José dos Campos 33,19% 33,53 Caçapava 33,33% 33,17 Campos do Jordão 33,71% 33,82 Vale do Paraíba 33,39% 33,52 Elaborada pelo NUPES ALIMENTAÇÃO O item alimentação (maior peso na Cesta, média de 88,36% em dezembro de ) apresentou uma variação média de 9,64% em, um pouco acima da média da cesta no período (9,45%). Os produtos de higiene pessoal e limpeza doméstica juntos tiveram uma variação positiva de 8,07% no ano, com um aumento menor do que a média da cesta. No período a inflação oficial IPCA do IBGE ficou em 5,91%. A tabela 5 mostra as variações ocorridas nos preços médios dos alimentos no período entre a 4 a. semana de dezembro de e a 4 a. semana de dezembro de A tabela mostra que 31 produtos/ou tipos de produtos tiveram aumento nos preços e 11 apresentaram redução. Os principais destaques entre os vilões da Cesta Básica no ano foram: farinha de mandioca (56,46%), goiabada (37,93%), laranja pêra (36,04%), banana nanica (27,78%) e farinha de trigo (25,96%). As maiores reduções foram: feijão carioquinha (-23,77%), tomate (-21,69%), cebola (-20,93%), alho (-20,53%), 4

5 e açúcar refinado (-19,53%). Cabe ainda destacar o aumento expressivo no preço da carne bovina, produto como maior peso na cesta, alcatre (13,26%) contrafilé (14,26%) e do leite em caixa (14,98%), produto com peso significativo para as famílias com crianças e com menor renda. Tabela 5. Preços dos alimentos pesquisados e suas variações, Vale do Paraíba Preço Médio R$ Preço Médio R$ 4ª sem. dez/2012 4ª sem. dez/ 5 Variação dos preços entre dez/11 e dez/12(%) 1.1- LEITE Tipo C 1,97 2,21 12, LEITE Tipo B 2,48 2,77 11, LEITE Caixa 1litro 2,27 2,61 14, Iogurt-copo 1,33 1,43 7, QUEIJO Fresco(Minas)Kg 15,11 18,61 23, QUEIJO Muzzarella Kg 19,70 23,73 20, CARNES Acem Kg 10,85 11,76 8, CARNES Alcatre Kg 21,11 23,91 13, CARNES Contra Filé Kg 21,59 24,02 11, CARNES Bisteca porco Kg 10,57 10,98 3, CARNES Patinho Kg 15,89 17,25 8,56 4-FRANGO Kg 5,29 5,12-3,21 5-OVOS Branco Dz 3,53 3,99 13,03 6-FEIJÃO - Carioquinha Kg 4,88 3,72-23,77 7-ALFACE pé 1,45 1,59 9,66 8-COUVE Maço 1,59 1,84 15,72 9 Tomate Kg 4,38 3,43-21,69 10-CENOURA Kg 1,66 1,70 2,41 11-ABOBRINHA Kg 1,96 2,05 4,59 12-BATATA Kg 2,61 2,12-18,77 13-MANDIOCA Kg 1,79 2,13 18, Banana Nanica Kg 1,80 2,30 27, Banana Prata Kg 2,91 3,42 17,53 15 Laranja - Pera Kg 1,11 1,51 36,04 16-Mamão Formosa Kg 2,91 3,11 6,87 17-Agulhinha t1 Kg 2,59 2,52-2,70 18-Macarrão com ovos Kg 3,43 3,84 11,95 19-FARINHA TRIGO Kg 2,35 2,96 25,96 20-FUBÁ Kg 2,54 2,91 14,57 21-PÃO FRANCÊS 50g 0,34 0,35 2,94 22-PÃO DOCE 9,32 11,14 19,53 23-AÇUCAR- Refinado Kg 2,15 1,73-19, Marmelada Kg 12,20 10,90-10, Goiabada Kg 7,04 9,71 37,93 25-ÓLEO SOJA 900 ml 3,39 2,76-18,58 26-MARGARINA 500g 3,45 3,64 5,51 27-MANTEIGA 200g 3,62 3,95 9,12 28-CEBOLA Kg 2,15 1,70-20,93 29-ALHO Kg 14,08 11,19-20,53 30-SAL Kg 1,46 1,59 8,90 31-CAFÉ 500g 7,02 6,57-6,41 32-FAR. MANDIOCA 3,76 5,77 53,46 Elaborada pelo NUPES

6 A seguir são apresentados os produtos de alimentação responsáveis pela alta da Cesta e as razões dos aumentos. Farinha de Mandioca (53,46%) - Aumento do preço da mandioca. - Redução da produção de farinha no nordeste com a forte seca na região durante o ano de. Goiabada (37,93%) - Aumento do preço da goiaba em 37,60% no CEAGESP, preço no atacado em na Cidade de São Paulo. - Redução da produção de goiabas no estado de São Paulo com o excesso de pragas (formigas) (Fonte: Ruralbr Redução da produção nordestina de goiabas com a seca intensa na região. Laranja Pêra (36,04%) - A causa principal do aumento no preço da laranja foi a redução na produção em. Em São Paulo essa queda foi de 30,40% e nos EUA a queda foi de 6,30%, conforme dados do CEPEA/ESALQ. A queda na produção paulista foi resultado de uma menor produtividade (24,10%) com o excesso de pragas e problemas climáticos e a redução da área plantada (8,30%). Enquanto no mercado internacional a queda da produção americana foi resultado de problemas climáticos. - Aumento dos preços internacionais do suco de laranja em dólar em 8,60% em. Com a desvalorização do real em 14,85%, o preço da exportação de suco de laranja em reais aumentou em 23,45%. Com a melhor remuneração do setor externo as exportações de suco de laranja aumentou em 14,80% em. Fonte: Secretaria de Comércio Exterior - SECEX. Banana Nanica (27,78%) - Aumento das exportações de banana em 8,0% conforme dados da SECEX, conforme informações da CEPEA/ESALQ. - Queda na produtividade devido a problemas climáticos nos estados de Minas Gerais e Bahia, conforme informações da CEPEA/ESALQ. 6

7 - A escassez do produto no mercado interno provocou o aumento dos preços recebidos pelos agricultores paulistas em 89,49%, conforme dados do Instituto de Economia Agrícola IEA/SP Farinha de Trigo (25,96%) e derivados: Pão Francês (2,94%) Macarrão (11,95%) - A dificuldade de importação do trigo da Argentina, com a redução da produção naquele país devido a seca intensa; - Perda de parte da produção no Rio Grande do Sul devido às chuvas, conforme informações do Dieese. - O Brasil é importador de trigo. Em o país produziu 5,4 milhões de toneladas do cereal e o consumo interno é da ordem de 11 milhões de toneladas, a importação foi de 6,5 milhões de toneladas, segundo a Conab. Desvalorização do real em 14,85% que provocou aumento nos preços dos produtos importados. O aumento da produção nacional já provocou recuo no preço do trigo nos últimos meses de. Nos nove primeiros meses de o preço do trigo recebido pelos produtores paulista aumentou em 46,86%, no entanto, nos últimos quatro meses do ano o preço do produto recuou em 20,52%, conforme dados do Instituto de Economia Agrícola IEA/SP. Cabe destacar que São Paulo produz pouco trigo, mas é o maior mercado consumidor brasileiro. - O aumento no preço desse produto fez com que o preço de seus derivados também aumentasse no caso o pão francês e macarrão. Leite e Derivados: Leite caixa (14,98%), Queijo minas (23,16%) e Queijo muzzarella (20,43%) - Ao longo do ano, a elevação de preços no varejo foi influenciada pela queda de oferta de leite e maior demanda das empresas de laticínios, conforme informações do Dieese. - A seca intensa na região nordeste reduziu a oferta interna do produto no primeiro semestre do ano. - O aumento no preço do leite foi à razão principal do aumento no preço dos seus derivados, entre esses o preço do queijo minas e muzzarella. 7

8 Carne Bovina; alcatre (13,26%) e contrafilé (11,26%) - A carne passou por período de entressafra a partir de meados do ano, o que restringiu a oferta de animais para abate. Soma-se a isso o aumento do valor do custo de reposição das matrizes e dos demais insumos de produção em, conforme informações do Dieese. - Aumento das exportações brasileiras de carne em 26,70%, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior. A desvalorização do real frente ao dólar aumentou a rentabilidade do setor exportador resultando em uma maior escassez no mercado interno e, consequentemente, maiores preços aos consumidores. A seguir são apresentados os produtos de alimentação responsáveis que apresentaram as maiores reduções em seus preços e as razões dessa redução. Feijão Carioquinha (- 23,77%) - No início do ano, houve elevação do preço do feijão devido à redução da área plantada. Para conter esses aumentos o governo passou a importar feijão, que junto com a terceira safra, também conhecida como feijão irrigado ou safra de inverno, no final do ano, trouxe diminuição dos preços, conforme informações do Dieese. - O aumento da produção da primeira safra de feijão /2014 foi de 35,6% maior do que a produção da safra 2012/, conforme relatório de safra da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB. Tomate (- 21,69%%) - O tomate que virou o grande vilão da cesta básica nos primeiros meses do ano, fecha com redução nos preços. O preço do produto recebido pelos agricultores paulista aumentou nos quatro primeiros meses de, no entanto nos oito meses finais do ano seus preços foram reduzidos, conforme dados do Instituto de Economia Agrícola IEA/SP. - O tomate foi um bom exemplo de funcionamento da lei da oferta e procura: o aumento nos preços do produto provocou a expansão da área plantada resultado em uma maior oferta e no recuo nos preços. No estado de Goiás, o maior produtor nacional, a área plantada do fruto aumentou em 18,4% em, em relação à área de 2012, conforme dados da CEPEA/ESALQ. 8

9 Cebola (- 20,93%) - Realinhamento de preços em relação ao ano anterior, pois o produto tinha apresentado uma alta de 34,19% em 2012, com a volta da normalidade na oferta os preços recuaram em. - A normalização da oferta foi resultado do aumento das importações em 41,0% em, em relação a 2012, conforme dados da CEPEA/ESALQ. - A maior oferta do produto provocou a redução dos preços recebidos pelos agricultores no estado de São Paulo em 51,5% em, conforme dados do Instituto de Economia Agrícola IEA/SP. Isso contribuiu para a redução de preços aos consumidores. Alho (- 20,53%) - Crescimento da produção nacional em 11% em, conforme previsão de safra da Companhia Nacional de Abastecimento. - O aumento das importações também contribuiu para a queda nos preços no mercado interno brasileiro. O Brasil produz só 35% do alho que consome, e mais da metade do produto importado vem da China e quase todo o resto chega da Argentina. Nos 8 primeiros meses do ano as importações procedentes da china tiveram um aumento de 26%. Conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) publicados pelo site ruralbr. Açúcar refinado (- 19,53%) - Redução no preço da cana de açúcar em 6,5% no estado e São Paulo conforme dados do Instituto de Economia Agrícola IEA/SP. - Redução das exportações de açúcar brasileira em 12,8% e dos preços internacionais dessas exportações em 23,2% conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). HIGIENE PESSOAL E LIMPEZA DOMÉSTICA A tabela 6 mostra que dentre os 12 produtos de higiene pessoal e limpeza doméstica, 10 tiveram aumento de preços e 2 apresentaram quedas. Embora a maioria dos produtos tivesse aumento, observa-se um equilíbrio entre os preços dos produtos de higiene pessoal e limpeza 9

10 doméstica muito maior do que entre os preços dos alimentos. Enquanto a variação dos preços dos alimentos está diretamente associada aos períodos de safra e aos efeitos climáticos, a dos produtos de higiene e limpeza doméstica está mais ligada à estrutura de mercado ou concorrência e à renda dos consumidores. Os destaques em relação aos aumentos foram os preços dos produtos de limpeza: água sanitária (23,20%), cera líquida (19,82%) e sabão em pedra (13,78%), que estão diretamente ligados ao aumento do consumo. Segunda Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (ABIPLA) a expectativa é de crescimento de 6,1% em. Enquanto os únicos produtos que apresentaram redução foram: espoja de aço (-6,51%) resultado da queda nos preços do aço, e desinfetante (-1,42%) provavelmente resultado de uma maior concorrência no mercado. Tabela 6. Preços dos produtos de higiene pessoal e limpeza doméstica e suas variações, no Vale do Paraíba Produtos Preço Médio R$ Preço Médio R$ Variação dos preços 4ª sem. dez/2012 4ª sem. dez/ entre dez/12 e dez/13 ( %) 1-DENTIFRÍCIO 90g 1,63 1,71 4,91 2 PAPEL HIGIÊNICO emb c/4 rolos 3,98 4,28 7,54 3-SABONETE 90g 1,01 1,02 0,99 4-ABSORVENTE pte 2,47 2,66 7,69 5-BARBEADOR Unid 2,12 2,25 6,13 6-SABÃO EM PÓ -Caixa 1Kg 5,37 6,11 13,78 7-SABÃO EM PEDRA -Unidade 1,02 1,10 7,84 8-ESPONJA DE AÇO -Pacote 1,69 1,58-6, DESINFETANTE -Pinho 500ml 2,81 2,77-1, DETERGENTE -500 Ml 1,13 1,23 8, CERA LÍQUIDA -900 Ml 7,62 9,13 19,82 12-ÁGUA SANITÁRIA-lt 1,81 2,23 23,20 Elaborada pelo NUPES. CONSIDERAÇÕES FINAIS A Cesta Básica Familiar pesquisada pelo NUPES é para uma família padrão brasileira com cinco pessoas e com o poder de compra de cinco salários mínimos. Entretanto, cada família tem seus hábitos de consumo e, conseqüentemente, há uma enorme diferença na composição de cada Cesta, e por isso apresenta uma variação de preço diferente. Os consumidores poderão encontrar diferenças extremamente expressivas em estabelecimentos diferentes dentro de uma mesma cidade, cuja pesquisa pelo consumidor 10

11 proporcionaria uma maior relação custo-benefício. Além disso, é necessária uma atenção especial às quantidades nas embalagens. Podemos destacar como os principais responsáveis pelas variações dos preços dos produtos da Cesta Básica Familiar no ano de os seguintes fatores: 1) Quebras de safras por problemas climáticos. Em grande parte, a variações das produções agrícolas estão relacionadas com problemas climáticos. A lei da oferta e procura é soberana em relação a essas variações, ou seja, os preços tendem a reduzir com uma maior oferta e aumentar com a escassez. O consumidor precisa ficar atento a esse fato, principalmente na compra dos produtos hortifrutigranjeiros que tem uma grande sazonalidade na produção. Destaca-se em relação aos problemas climáticos a seca intensa na região nordeste no primeiro semestre. 2) O comportamento do salário mínimo no Brasil. O salário mínimo manteve aumento real em relação a inflação oficial, mas subiu menos do que os preços dos alimentos, reduzindo o poder de compra dos mais pobres que receberam aumento igual ao do salário mínimo. Para os trabalhadores que tiveram reajuste salarial igual ao da inflação esses reduziram, ainda mais, o seu pode de compra dos produtos que compõe a Cesta que teve uma variação de preço maior que a inflação. 3) Exportação e a desvalorização do real Em, devido à recuperação da economia americana houve um aumento da exportação de alimentos por parte do Brasil. Assim, a oferta foi reduzida para o mercado interno nos casos de carne bovina e suco de laranja. Além disso, problemas climáticos que resultaram na redução da produção de laranja nos EUA, leite nos países da Oceania e a seca na Argentina, atingido a produção de trigo, provocaram valorização desses produtos no mercado internacional resultando no aumento dos preços no mercado interno brasileiro. Taubaté, 20 de janeiro de - EQUIPE NUPES 11