EXCELENTÍSSIMA SENHORA DESEMBARGADORA PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ESTADO DO TOCANTINS. PSB PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO (COMISSÃO

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1 EXCELENTÍSSIMA SENHORA DESEMBARGADORA PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ESTADO DO TOCANTINS. PSB PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO (COMISSÃO PROVISÓRIA REGIONAL), com inscrição do CNPJ nº / , neste ato sendo representado por seu presidente o senhor CARLOS ENRIQUE FRANCO AMASTHA, brasileiro, casado, empresário, portador do RG nº SSP/N/PR, CPF nº , residente e domiciliado na Quadra 204 Sul, Alameda 01, Edifício Galápagos, Palmas-TO, vem à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 45, 1º, incisos II e III, 2º, inciso II e 3º da lei /1995 apresentar REPRESENTAÇÃO POR PROPAGANDA PARTIDÁRIA IRREGULAR, COM PEDIDO LIMINAR, em desfavor do PARTIDO ECOLÓGICO NACIONAL PEN, inscrito no CNPJ nº /0001-4, com sede na Quadra 104 Sul, Rua SE 05, Lote 01, Palmas-TO, representado pelo seu Presidente o Senhor Manoel Aragão da Silva.

2 DA COMPETENCIA DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL O artigo 45, 3º da lei 9.096/1995 dispõe que a representação por propaganda partidária ilícita será julgada pelo Tribunal Regional Eleitoral quando se tratar de programas em blocos ou inserções transmitidos nos Estados, vejamos: Art. 45 (...) 3 o A representação, que somente poderá ser oferecida por partido político, será julgada pelo Tribunal Superior Eleitoral quando se tratar de programa em bloco ou inserções nacionais e pelos Tribunais Regionais Eleitorais quando se tratar de programas em bloco ou inserções transmitidos nos Estados correspondentes. Sendo assim, competente o Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Tocantins para processar e julgar a presente Representação por propaganda partidária irregular. DOS FATOS E DO DIREITO No dia 11 de maio de 2016, o Partido Ecológico Nacional veiculou 3 (três) propagandas partidárias na modalidade inserção de 30 segundos de

3 forma totalmente ilícita, com nítida afronta ao disposto no artigo 45 da lei /1995. Através do Presidente da Agremiação representada, que, diga-se de passagem, notório pré-candidato ao cargo de chefe do Poder Executivo Municipal de Palmas, falseou-se a realidade fática, vejamos: Olá pessoal, o Pen vem a público repudiar veementemente o estacionamento rotativo de palmas com capacidade de 952 automóveis e 1040 motocicletas com uma arrecadação mensal de mais de 800 mil, o negócio da blue com a prefeitura de Palmas é um negocio de neto para avô, a Prefeitura fica com 7% e a Blue fica com 93%. Você que discordar desse negócio junte-se a nós. Vem para o Pen. O artigo 45, caput, incisos I, II, III e IV, 1º, incisos II e III, dispõe que: Art. 45. A propaganda partidária gratuita, gravada ou ao vivo, efetuada mediante transmissão por rádio e televisão será realizada entre as dezenove horas e trinta minutos e as vinte e duas horas para, com exclusividade: I - difundir os programas partidários;

4 II - transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa partidário, dos eventos com este relacionados e das atividades congressuais do partido; III - divulgar a posição do partido em relação a temas políticocomunitários. IV - promover e difundir a participação política feminina, dedicando às mulheres o tempo que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 10% (dez por cento) do programa e das inserções a que se refere o art º Fica vedada, nos programas de que trata este Título: I - a participação de pessoa filiada a partido que não o responsável pelo programa; II - a divulgação de propaganda de candidatos a cargos eletivos e a defesa de interesses pessoais ou de outros partidos; III - a utilização de imagens ou cenas incorretas ou incompletas, efeitos ou QUAISQUER outros recursos que distorçam ou FALSEIEM OS FATOS ou a sua comunicação. No caso em tela, o Representado utilizou-se da propaganda partidária para interesse pessoal do seu Presidente, que é pré-candidato ao pleito Municipal, bem como falseou a realidade dos fatos ao afirmar e demonstrar nas imagens da veiculação valores que a empresa, em que mantém contrato com o Ente Municipal, arrecada mensalmente mais de R$ ,00 (oitocentos mil reais).

5 Senhor Julgador, conforme se depreende pelos extratos mensais (anexos), fornecidos pela empresa que possui contrato de outorga onerosa de concessão de serviços públicos (infosolo informática LTDA), cujo objeto é a implantação, operação, gestão, controle e manutenção de sistema eletrônico informatizado e automatizado, aferição de uso remunerado das vagas de estacionamento rotativos em vias, áreas e logradouros públicos no Município de Palmas-TO, desde o início das operações não houve faturamento mensal superior a R$ ,00 (cento e sessenta mil reais), bem inferior ao afirmado pelo Representado em sua propaganda partidária, vejamos: MÊS ANO VALOR FEVEREIRO 2015 R$ ,00 MARÇO 2015 R$ ,25 ABRIL 2015 R$ ,50 MAIO 2015 R$ ,00 JUNHO 2015 R$ ,25 JULHO 2015 R$ ,30 AGOSTO 2015 R$ ,25 SETEMBRO 2015 R$ ,00 OUTUBRO 2015 R$ ,70 NOVEMBRO 2015 R$ ,35 DEZEMBRO 2015 R$ ,20

6 JANEIRO 2016 R$ ,25 FEVEREIRO 2016 R$ ,25 MARÇO 2016 R$ ,10 ABRIL 2016 R$ ,25 Destarte, nitidamente falseadas as informações apresentadas pelo Representado na propaganda partidária, desvirtuando, pois, a finalidade desse tipo de propaganda. Assim sendo, nítido que na referida propaganda não buscou o escopo previsto no artigo 45 da lei /1995 de modo a difundir os programas partidários, transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa partidário, dos eventos com este relacionados e das atividades congressuais do partido, divulgar a posição do partido em relação a temas políticocomunitários. Buscou, sim, o falseamento das informações, desvirtuando, pois, a finalidade desse tipo de propaganda. Ademais, empregou meios publicitários vedados pelo artigo 242 do Código Eleitoral, visto que criou na opinião pública estados mentais, emocionais e passionais, buscando levar uma revolta na população devido aos supostos valores exorbitantes recebidos mensalmente pela empresa, além de colocar a deixar de forma subliminar uma suposta relação espúria entre a referida empresa e a Prefeitura.

7 Corroborando com o exposto, José Jairo Gomes (2016; pg 474) define propaganda partidária como sendo a divulgação das ideias, projetos e programas do partido. Tem por finalidade facultar-lhe a exposição e o debate público de sua ideologia, de sua história, de sua cosmovisão, de suas metas, dos valores agasalhados, do caminho para que seu programa seja realizado, enfim, de sua doutrina e, pois, de suas propostas para o desenvolvimento da sociedade. Outrossim, segue precedente jurisprudencial acerca em caso análogo, senão vejamos: RP - REPRESENTAÇÃO nº Brasília/DF Acórdão nº 377 de 17/12/2002 Relator(a) Min. SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA PROPAGANDA PARTIDÁRIA. PROMOÇÃO PESSOAL. FALSEAMENTO DA COMUNICAÇÃO DE FATOS. PROCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO. 1. Admissível, na propaganda partidária, destaque para a figura de filiado a partido político, detentor de mandato eletivo, desde que essa exposição se vincule à demonstração concreta da aplicação do ideário programático e da proposta política da agremiação. 2. A utilização do espaço da propaganda partidária para simples promoção pessoal de governante, com explícito propósito de prenunciar, no semestre que antecede as eleições, candidatura iminente, dissociada das finalidades da propaganda partidária, atrai a sanção prevista no 2º do art. 45 da Lei nº 9.096/95.

8 3. Incide na mesma penalidade o partido que, sem identificar a natureza da propaganda partidária, distorce ou falseia a comunicação de fatos (...) REP - REPRESENTACAO nº 29 - Campo Grande/MS Acórdão nº 4036 de 26/03/2002 Relator(a) CLAUDIONOR MIGUEL ABSS DUARTE Publicação: DJ - DIÁRIO DA JUSTIÇA , Data 03/04/2002, Página 091 REPRESENTAÇÃO. INFRINGÊNCIA À LEI Nº 9.095/95, ART. 45, 1º, III, E 2º. PROPAGANDA ELEITORAL NEGATIVA. VEICULAÇÃO DE FATOS ESTRANHOS A PROGRAMA PARTIDÁRIO E QUE AINDA SE ENCONTRAM SOB INVESTIGAÇÃO. DISTORÇÃO E FALSEAMENTO.LEGITIMIDADE DE PARTIDO POLÍTICO. ART. 13 DA RESOLUÇÃO Nº 20034/97-TSE. PARTICIPAÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE FORMA INCIDENTAL. PESQUISA ELEITORAL. LIVRE DIVULGAÇÃO ATÉ 1º DE JANEIRO. ART. 2º DA RESOLUÇÃO TSE Nº 20950/01. PROCEDÊNCIA. SUSPENSAO DO DIREITO DE TRANSMISSAO. SEMESTRE SEGUINTE EM QUE DEVA OCORRER A VEICULAÇÃO DAPROPAGANDA PARTIDÁRIA GRATUITA.O partido político, nos termos do art. 13 da Resolução nº 20034/97-TSE, possui legitimidade para representar em face de veiculação de propaganda partidária gratuita feita em desconformidade com o art. 45 da Lei nº 9096/05, para efeitos de aplicação da sanção prevista no 2º deste dispositivo legal. A transmissão, através da propaganda partidária gratuita, de fatos imputados a partido político, os quais se encontram sob investigação pelos órgaos competentes e, assim, não possuem ainda decisões judiciais trânsitas em julgado, consubstancia desvirtuamento aos

9 ditames do art. 45 da Lei nº 9096/95, ante a distorção e falseamento de tais fatos. Sujeita-se, pois, o partido responsável pela transmissão a que faria jus no próximo semestre ( 2º do art. 45 da Lei nº 9096/95), entendido este como o semestre em que deva ocorrer a veiculação da aludida propaganda. DAS SANÇÕES Consoante previsto no 2º, inciso II, artigo 45 da lei nº 9.096/1995, o partido será punido com a cassação do tempo equivalente a 5 (cinco) inserções ilícitas no semestre seguinte, vejamos: 2 o O partido que contrariar o disposto neste artigo será punido: I (...) II - quando a infração ocorrer nas transmissões em inserções, com a cassação de tempo equivalente a 5 (cinco) vezes ao da inserção ilícita, no semestre seguinte. DA TUTELA DE URGENCIA O artigo 300 do novo Código de Processo Civil dispõe que a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

10 No presente caso há premente necessidade de suspensão imediata da propaganda partidária cujo conteúdo destoa da realidade fática. No caso em tela não há qualquer margem para dúvidas da probabilidade do direito do Representante, visto que o Representado está veiculando propaganda partidária com conteúdo falso. Por outro lado há risco ao resultado útil do processo, ou seja, nítido o periculum in mora, uma vez que o Representado continuará veiculando a referida propaganda, sendo que caso o reconhecimento da ilicitude seja somente no final do processo perderá o resultado útil esperado e em contrapartida o Representado se beneficiará politicamente com as informações falsas, notadamente, pois o filiado Manoel Aragão é notório pré-candidato ao pleito municipal. DOS PEDIDOS Diante do exposto requer: 1) liminarmente, a concessão do pedido de tutela provisória de urgência, no sentido da proibição e suspensão de veiculação da propaganda partidária objeto da presente, por quaisquer meios de comunicação, ou seja, televisão, rádio e redes sociais, sob pena de multa a ser estipulada por Vossa Excelência;

11 2) recebimento e processamento da presente representação; 3) a notificação do representado para que, querendo, apresentem defesa no prazo legal; 4) ao final, a procedência do pedido, com a declaração da ilegalidade da propagandas partidária, por violação ao disposto 45, 1º, incisos II e III, 2º, inciso II e 3º da lei /1995, com a condenação do representado a cassação de tempo equivalente a 5 (cinco) vezes a inserção. Nesses Termos, Pede Deferimento. Palmas, 31 de julho de Leandro Manzano Sorroche Sinthia Ferreira Caponi OAB/TO OAB/TO Suelen Ivana Sevalho Fortes Bruno Andrino Chirico OAB/TO OAB/TO Ana Júlia F. dos Santos Aires OAB/TO 6.792