PAPEL DA ESCOLA COMO AGENTE DE PREVENÇÃO. Gabriela Reyes LAPREV - UFSCar
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- Igor Martini Brás
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1 1 PAPEL DA ESCOLA COMO AGENTE DE PREVENÇÃO Gabriela Reyes LAPREV - UFSCar
2 Departamento de Psicologia 2 Desde 1998/2000
3 3 LAPREV Desde 1998 Pesquisa Ensino Consultoria Intervenção Mulheres vitimas de violênica Crianças & homens Violência intrafamilar & violência na escola
4 4 Atuações do LAPREV Projetos em Andamento Projeto de Prevenção da Síndrome do Bebê Sacudido Projeto "Violência Nota Zero" Projeto "A Terra dos Bons Pensamentos Projeto intergeracionalidade carcerária Projeto Concluídos Projeto "Escola que Protege" Projeto "Mãe e Pai na Adolescência" Projeto "Parceria"
5 5 Escola Proteção Intervenção
6 6 Conceituação de Maus-Tratos O abuso ou os maus-tratos contra crianças engloba toda forma de maus-tratos físicos e/ou emocional, abuso sexual, abandono ou trato negligente, exploração comercial ou outro tipo, do qual resulte um dano real ou potencial para a saúde, a sobrevivência, o desenvolvimento ou a dignidade da criança no contexto de uma relação de responsabilidade, confiança ou poder. Mundial de Saúde (2002)
7 7 Prevalência de Maus-Tratos Dados de estudos nacionais e internacionais (3 a 8%) - de 3 a 8 crianças em 100 Dados parciais de São Carlos (cartilha aplicada junto a 150 educadores em 2008): 7% - 7 crianças em 100 Dados de abuso sexual em Recife mostra que 56% dos 800 processos estão relacionados a crimes sexuais
8 8 TIPOS DE MAUS-TRATOS Físico Psicológico Sexual Negligência
9 9 Físico qualquer ação não acidental por parte dos pais ou cuidadores que provoque dano físico ou enfermidade ou coloque a criança em risco de vida através de golpes; hematomas; queimaduras; fraturas, inclusive de crânio; feridas ou machucados; mordidas humanas; cortes; lesões internas; asfixia ou afogamento.
10 10 Psicológico comportamento de hostilidade verbal crônica, insultos, depreciação, ameaça de abandono, intimidação, condutas ambivalentes e imprevisíveis, situações ambíguas na comunicação (dupla mensagem-ironia), isolamento, proibição de participar de qualquer atividades com os pares, desvalorização da criança, rechaço das iniciativas de apego, exclusão das atividades familiares.
11 11 Sexual Situação em que uma criança ou adolescente é usado para gratificação sexual de um adulto ou adolescente mais velho, baseado em uma relação desigual de poder. Inclui manipulação da genitália, mama ou ânus, com ou sem penetração, exploração sexual, com ou sem violência. Inclui o voyerismo, exibicionismo, produção de fotos e diferentes ações que incluem contato sexual com ou sem penetração e com ou sem outro tipo de violência. Adicionalmente, engloba ainda a situação de exploração sexual visando lucros como é o caso da prostituição e da pornografia.
12 12 Negligência Inclui tanto eventos isolados como um padrão de cuidado estável no tempo por parte dos pais e/ou outros membros da família, pelos quais esses deixam de prover o desenvolvimento e o bem-estar da criança/adolescente (considerando que poderiam fazer isso) em uma das seguintes áreas: saúde, educação, desenvolvimento emocional, nutrição, abrigo, e condições seguras. ISPCAN, 2006
13 13 Negligência Física Situação em que as necessidades físicas básicas da criança relativas à alimentação, vestuário, higiene, proteção e supervisão de situações potencialmente perigosas e/ou cuidados médicos não são atendidos temporal ou permanentemente, por nenhum membro do grupo em que convive. Abandono, ou expulsão da criança de casa, recusa em aceitar uma criança de volta em casa, falha em prover um ambiente físico adequado e higiênico
14 14 Negligência psicológica Atenção inadequada às necessidades básicas de crescimento e desenvolvimento das crianças (falta persistente de respostas às expressões emocionais e condutas de proximidade e interação iniciadas pelas crianças, ausência de iniciativa de interação por parte de alguma figura adulta estável), exposição crônica ou extrema à violência doméstica entre os cônjuges, e/ou a situações de uso de drogas, álcool ou cigarros, com a permissão para que também façam uso. Nesse sub-tipo também se incluem situações em que há recusa ou atraso em oferecer cuidados psicológicos necessários.
15 15 Negligência educativa/educacional Desengajamento por parte de adultos responsáveis em relação à promoção de comportamentos adaptativos da criança, de sua sociabilidade, falhando em supervisionar sua conduta como, por exemplo, permitindo-lhe faltas crônicas à escola, deixando de acompanhar seu processo educacional por falta de atenção específica às necessidades escolares, ou permitindo-lhe freqüentar pares com comportamento anti-social e/ou delinqüente, etc.
16 16 Diferenças entre negligência e maustratos Os maus-tratos se manifestam a partir de ações (comportamentos) dos responsáveis sobre as crianças A negligência se dá pela omissão (ausência de comportamento) Quando algo que deveria ser feito, não o é.
17 17 Diante do problema, alguns aspectos importantes... Necessidade de dispor de parâmetros científicos, em termos do impacto negativo no desenvolvimento infantil, e sociais comunitários, em termos de cuidados infantojuvenis; Necessidade de levar em conta o aspecto de cronicidade; Maior pertinência para a identificação do problema em âmbito escolar.
18 18 Características da Negligência É o tipo mais comum de mau-trato reportado, embora seja sub-notificado; Mais da metade dos casos confirmados de maus-tratos são de crianças negligenciadas; Ocorre com maior freqüência em crianças menores de 8 anos, sendo que 34% dos casos são de crianças menores de 3 anos; Meninos e meninas tem igual risco de serem negligenciados;
19 19 Famílias de baixa renda são mais negligentes?
20 20 Os cuidadores que negligenciam não são necessariamente pobres. Apesar de a pobreza não explicar a negligência, ela é certamente um fator de risco importante para essa modalidade de maus-tratos; Criança de famílias de baixo nível de renda tem 40 vezes mais chance de serem negligenciadas do que as de família de renda média; Famílias de classe média parecem dar maior ênfase em necessidades psicológicas, enquanto famílias de baixa renda reportam prioridades físico materiais;
21 21 Ao contrário das outras formas de maus-tratos, a mulher é mais comumente acusada de negligência do que o homem; Crianças de famílias grandes (quatro filhos ou mais) também têm duas a três vezes mais chances de sofrerem negligência física e educacional se comparadas a crianças de famílias menores. Outras características dos pais/cuidadores são o fato de viverem pouco suporte social, possuírem habilidades sociais pobres e um conhecimento limitado sobre normas parentais; Pesquisas também mostram uma alta taxa de depressão ou de sintomas depressivos em mães negligentes.
22 22 Quais são os sinais de negligência perceptíveis na escola?
23 23 Problemas físicos desatendidos ou necessidades médicas ignoradas; Carência de supervisão e vigilância adequada; Fome permanente, vitaminopatia, tanto desnutrição quanto anemia, alimentação abundante, mas inadequada [obesidade]; Vestimenta inapropriada para as condições climáticas; Aparência física desalinhada, falta de higiene;
24 24 Está permanentemente cansado/pode dormir durante a aula; Fugas frequentes do lar; Habilidades verbais ou cognitivas inferiores em relação à sua idade; Ausência ou atraso frequente na escola; Abandono escolar; Incapacidade para manter relações duradouras; Pessimismo, falta de confiança, depressão;
25 25 Problemas na aquisição de habilidades correspondentes a cada estágio evolutivo; Criança não registrada ou não freqüentando a escola; Aparência física pálida, estômago distendido; Determinadas condições persistentes e não tratadas (piolhos, sarna, doenças de pele, etc); Atrasos no desenvolvimento (fala, compreensão, peso, etc.);
26 26 PREVENÇÃO Segundo o relatório da ISPCAN¹ do ano de 2000, após uma pesquisa em 37 países, foram apontadas como as estratégias mais efetivas na prevenção dos abusos/maus-tratos as intervenções educativas, em contraposição às intervenções clínicas (Benetti, 2002). ¹ International Society for Prevention of Child Abuse and Neglect
27 27 E o que podemos fazer?
28 28 NÍVEIS DE PREVENÇÃO Enfoque primário: - Fatores sociais, culturais e ambientais que propiciam os atos agressivos; - As ações envolvidas podem ser capacitações de profissionais e pessoas envolvidas diretamente com a criança, tais como pais e professores; - Além disso, pode-se atuar junto à população de risco, educando as crianças sobre riscos dos abusos/maus-tratos.
29 29 NÍVEIS DE PREVENÇÃO Enfoque secundário: tem como objetivo a detecção precoce de crianças em situação de risco, impedindo a repetição dos atos agressivos, sendo que os esforços são no sentido de reduzir o stress causado pelo sistema legal que a criança enfrenta, considerando que a postura dos profissionais que lidam com a criança pode produzir ou amenizar danos psicológicos à vítima. Enfoque terciário: tem como objetivo o acompanhamento da vítima e do agressor por profissionais adequados e capacitados, a fim de amenizar ou evitar seqüelas dos abusos/maus-tratos e conseqüências a longo prazo.
30 30 Exemplos de ações preventivas Com mães (ou familiares): Papel crucial na proteção das crianças Treinar para reconhecer sinais relacionados a ocorrência dos abusos Desmistificar mitos, avaliar objetivamente uma situação de risco Reconhecimento do perfil do agressor Saber como identificar abuso, como reagir aos sinais de abuso, como conseguir informações precisas da criança Uso de modelos e exposição comportamental.
31 31 Prevenção com crianças Ensinar sobre o domínio do corpo, o toque, o dizer não e buscar ajuda; Ensinar a ser assertiva, tomar decisões adequadas, seguir regras simples e concretas; Ensinar auto-proteção; Em relação ao abuso sexual alguns autores defendem instruções explícitas; Falar em adultos e não em estranhos (violência doméstica); Estratégias: livros, filmes, teatros, discussões, role-play e representações.
32 32 Prevenção com crianças Ensinar a respeito dos sinais de aproximação do agressor; Reconhecer comportamento inapropriado do adulto, reagir rapidamente, deixar a situação e dizer para alguém sobre o ocorrido; O conjunto das intervenções deve transmitir à criança uma sensação de que ela detém poder sobre seu corpo e de que tem direito a ser; As crianças não deveriam ser sensibilizadas para a dimensão da exploração sexual antes de terem sido informadas sobre fatos sexuais gratificantes e respeitosos.
33 33 Professores como agentes de prevenção Capacitação de familiares para identificação de sinais/suspeitas de abuso sexual e formas de proteção da criança (multiplicadores) envolvimento de professores em prevenção engloba um número de familiares e crianças bastante expressivo.
34 34
35 35 Terra dos bons pensamentos Cidades de Pernambuco cujas escolas receberam o livro: Vitória de Sto. Antão, Recife, Pombos, Morena Chã de Alegria;
36 AÇÕES PRÁTICAS 36 Considerações importantes para a intervenção Os profissionais e familiares necessitam de capacitação para identificar comportamentos indicativos de abusos/maus-tratos contra crianças, sendo no entanto necessário refletir sobre a suspeita. Parece necessário refletir sobre os caminhos da denúncia (a partir da comunicação ou notificação). 19osDE NOVEMBRO A reflexão sobre comportamentos que a DIA criança apresenta, seu histórico e contexto, INTERNACIONAL DE além da discussão sobre a rede de apoio também devem ser incluídas. PREVENÇÃO DO ABUSO INFANTIL
37 37 EXEMPLOS DE POSSÍVEIS AÇÕES PRÁTICAS Crianças Discutir a violência a partir de filmes, músicas, desenhos; Trabalhar situações que a criança não gosta. O que fazer? Trabalhar direitos e deveres da criança; Oficina para construir regras para funcionamento da classe/escola (que evitem atos agressivos e de desrespeito); Ensinar habilidades de auto-proteção para as crianças.
38 38 Prevenção de abuso sexual com crianças* ensinar a...
39 39 1. Reconhecer os sinais de aproximação do potencial agressor 2. Emitir comportamento assertivo: dizer não 3. Reagir rapidamente, deixar a situação (correr, gritar) 4. Dizer imediatamente para alguém de confiança sobre o ocorrido * In Williams e Araújo (2009). Prevenção do abuso sexual infantil: um enfoque interdisciplinar. Editora Juruá.
40 40
41 41 Mais informações! Tartanina/ ?ref=hl
42 42 Essas ações podem continuar...
43 43 Como?? Capacitando professores Tendo uma rede de proteção atuante Conselho Tutelar Agentes comunitários, de saúde Operadores do Direito Cada um fazendo a sua parte!!!
44 44 Muito obrigada!
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