Carta do Gestor. Acreditamos que no longo prazo a situação se normalizará.

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1 Carta do Gestor Update de Mercado Acreditamos que no longo prazo a situação se normalizará. O segundo trimestre do ano confirmou os sinais de paralisação econômica e aponta para um cenário de piora tanto em termos de retração quanto ao período de duração da crise. A visão de curto prazo da Spectra não é menos pessimista do que o consenso de mercado. Trabalhamos com expectativa de recessão forte em 2015 que deve perdurar até final de Porém, acreditamos que em um período longo (3 a 6 anos) a situação se re-estabilizará. Alternância entre períodos de bonança e recessão tem sido a história do Brasil desde o princípio,não temos razão para acreditar que agora será diferente. Na indústria de Private Equity como um todo, os gestores têm sofrido com a desaceleração econômica. No geral, as empresas vêm enfrentando maiores dificuldades para manter o passo de crescimento de receitas e EBITDAs. A situação é mais grave em alguns gestores que concentraram suas carteiras em teses puras de crescimento ou na indústria do pré-sal, estes estão amargando resultados ainda mais decepcionantes.

2 Fizemos uma análise comparativa da indústria de PE local sob dois ângulos, a evolução dos EBITDAs das companhias investidas e o múltiplo médio de aquisição (EV/EBITDA) das carteiras dos gestores em atividade no país. Na média eles tem tido 9%a.a. de crescimento de EBITDA com empresas que foram adquiridas a, na média, 9.2x EV/EBITDA. Para se ter uma idéia, no mesmo período os EBITDAs das empresas investidas pela Spectra cresceram 19% a.a. enquanto que os múltiplos de aquisição foram de 6.3x EV/EBITDA. Ou seja, em termos simplistas, pagamos mais barato por ativos que vem desempenhando acima da média, o que é muito positivo. A simples observação deste efeito na comparação dos dados aumenta nossa convicção que a taxa de retorno em Private Equity está menos condicionada a efeitos macroeconômicos, mas sim, muito dependente da qualidade dos ativos e principalmente da capacidade dos gestores de comprar bem e gerir bem as companhias investidas. Essa visão faz como que não estejamos nem particularmente otimistas, nem pessimistas quanto ao timing para investimentos no momento atual: são os bons gestores que fazem a diferença. do tempo. Dito isso, uma estratégia que vem tomando corpo atualmente no Brasil é o investimento em empresas em dificuldades financeiras. Temos visto uma série de gestores especializados nesse segmento levantando capital nos últimos meses. Acreditamos que o momento seja interessante para esta subclasse de ativos dentro do ambiente de Private Equity e temos dedicado cada vez mais tempo a ela. Já temos um primeiro fundo aprovado que atuará focado nestas oportunidades e ainda temos espaço para aumentar nossa exposição ao longo do tempo.

3 Portfólio Spectra Temos uma excelente notícia para dar aos nossos investidores e parceiros: ao final de junho a Axxon assinou contratos definitivos de venda da COI Clinicas Oncológicas Integradas. Trata-se do primeiro desinvestimento dos portfolios da Spectra! O resultado foi ótimo, o investimento gerará um retorno próximo a 30% a.a. para nossos investidores. Além da COI, duas outras empresas estavam em negociação para eventual desinvestimento no final do período. Esperamos que até o final deste ano, ao menos mais um desinvestimento de nosso portfólio se concretize. O restante do portfólio continua indo muito bem apesar do momento econômico vivido pelo país. Atingimos o número de 26 empresas investidas, sendo que o crescimento médio das RECEITAS das empresas em 2T15 foi de 9% (anualizados), na média, e, desde que investimos, elas têm um crescimento de 18% ao ano. Do lado dos EBITDAs (como mencionado acima), o crescimento acumulado é de 19% a.a., e em 2T15 é de 33% em termos anualizados. Nota-se que apesar de um ambiente mais conturbado, os gestores que selecionamos tem sido capazes de compensar o resultado na base da eficiência, uma indicação de que os processos de melhoria operacional executados estão surtindo efeito. EVOLUÇÃO DAS RECEITAS EVOLUÇÃO DOS EBITDAS

4 Os retornos dependem da qualidade dos ativos Quanto aos novos investimentos, realizamos a compra de cotas no mercado secundário de um fundo no final da vida, após mais de um ano acompanhando a carteira e buscando uma forma de realizar a transação. A compra foi finalizada em abril a um desconto de 40% sobre o valor de face. Nossa expectativa é que esse investimento gere retornos expressivos para o portfólio da Spectra. No período também, formalizamos o investimento em Axxon III, na esteira do bom relacionamento que desenvolvemos com este gestor como investidores em seu fundo anterior. A Axxon conseguiu encerrar a captação com menos de 3 meses de processo, uma indicação de sua competência como gestores. A Spectra permanece como o único investidor brasileiro deles. Além disso, investimos no Brasil Plural Distress que é o gestor que consideramos o mais adequado para ser nosso parceiro no investimento em empresas em processo de dificuldade financeira e operacional. No primeiro momento alocamos um percentual pequeno do Spectra II com eles, mas temos reservado até 10% do fundo para a estratégia conforme formos ganhando maior conforto com o gestor e a classe de ativos. Por último, logo após o encerramento do período, aprovamos o investimento em Astella, o primeiro investimento da Spectra em Venture Capital, que julgamos ser um dos melhores gestores da indústria local. Dada a proximidade que desenvolvemos e o valor adicionado que seus sócios viram na Spectra, através de uma estrutura criativa, negociamos um benefício adicional que fará com que o retorno para nossos investidores seja potencializado caso a Astella tenha sucesso em sua trajetória enquanto gestora de VC nos próximos 5 anos. Na data base, o Fundo Spectra I já havia comprometido 95% do total de capital disponível para investimento em empresas. Deste, cerca de 61% já havia sido efetivamente investido. Devemos encerrar 2015 próximos de 100% comprometido e 85% investido. Já o Spectra II encontrava-se 32% alocado dos quais 6% já investidos. Acreditamos que encerraremos o ano próximos de 70% alocados e 30% investidos.

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