CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO. Assessoria Escolar Patricia Prado Calheta Junho/2008
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- João Gabriel Carlos Neto
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1 ASSESSORIA ESCOLAR Patrícia Prado Calheta Letramentus Consultoria em Linguagem e Educação OBJETIVO: apresentar uma proposta de assessoria fonoaudiológica escolar, sustentada por elementos de natureza TEÓRICA PRÁTICA 1
2 BASE TEÓRICA PARA A AÇÃO Noção de Saúde: A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (Constituição da República Federativa do Brasil, art. 196, seção II, 1988) BASE TEÓRICA PARA A AÇÃO Noção de Promoção da Saúde: Processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo. Carta de Ottawa,1986 (Brasil,2002) 2
3 BASE TEÓRICA PARA A AÇÃO Noção de Educação: A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. (Brasil/ME LDB - Lei n o 9394, art. 1º, 1996) BASE TEÓRICA PARA A AÇÃO Ainda sobre Educação: A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (Brasil/MEC LDB, Lei n o 9394, art. 2º, 1996) 3
4 BASE TEÓRICA PARA A AÇÃO Noção de Fonoaudiologia: A Fonoaudiologia originou-se, enquanto forma de intervenção social, com o objetivo de superar diferenças de linguagem de determinados grupos sociais, em nome da unidade e do progresso nacional. (Berberian, 1995) BASE TEÓRICA PARA A AÇÃO Relação Saúde Educação Fonoaudiologia: do lugar da cura da doença; do lugar da prevenção da doença; do lugar da promoção da saúde. 4
5 BASE TEÓRICA PARA A AÇÃO do lugar da cura da doença a sócio-história de constituição da Fonoaudiologia foi marcada pelas noções de Saúde e Educação, enfocando o desvio/doença e o discurso moralizador da/na escola; a escola enquanto espaço privilegiado da exclusão, do olhar ao desviante e, portanto, da reedição de práticas clínico- terapêuticas fonoaudiológicas; a triagem em massa como ação referencial da atuação profissional. BASE TEÓRICA PARA A AÇÃO do lugar da prevenção da doença a história de atuação na escola passa a contemplar a doença pelo viés da prevenção, com base em críticas ao fazer clínico na escola (já revogada Resolução CFF a. n o. 232); a escola é considerada como espaço para a realização de ações preventivas, quer em seu caráter primário, quer secundário; a triagem pré-orientada e, mais tarde, o diagnóstico institucional como focos de atuação. 5
6 BASE TEÓRICA PARA A AÇÃO do lugar da promoção da saúde considerando a constituição sócio-histórica da Fonoaudiologia, torna-se prioritária a emergência de uma atuação centrada nas noções de desenvolvimento e reflexão; a escola enquanto espaço da interlocução, do olhar aos educadores como parceiros discursivos privilegiados no processo de internalização do conhecimento por parte dos alunos e, portanto, como uma agência de letramento por excelência; foco de ação: realidade/perfil escolar, com vistas à formação de professores. BASE PRÁTICA PARA A AÇÃO QUESTÕES CENTRAIS: Resolução CFF a n o 309, de 01 de abril de 2005; Perfil curativo de atuação; Perfil preventivo de atuação; Perfil centrado na promoção. 6
7 RESOLUÇÃO CFF a. 309 CFF a n o 309, de 01 de abril de 2005: Dispõe sobre a atuação do Fonoaudiólogo na educação infantil, ensino fundamental, médio, especial e superior e dá outras providências. Considerando a necessidade de normatizar a atuação do fonoaudiólogo na educação infantil, ensino fundamental, médio, especial e na educação superior; Considerando a necessidade de suscitar, em todos os setores da educação, a conscientização e a valorização do trabalho fonoaudiológico; Considerando a necessidade de promover a saúde, prevenir e orientar a comunidade escolar quanto às alterações de audição, linguagem, motricidade oral e voz; Art. 1º - Cabe ao fonoaudiólogo, desenvolver ações, em parceria com os educadores, que contribuam para a promoção, aprimoramento e prevenção de alterações dos aspectos relacionados à audição, linguagem (oral e escrita), motricidade oral e voz e que favoreçam e otimizem o processo de ensino e aprendizagem, o que poderá ser feito por meio de : a) Capacitação e assessoria, podendo ser realizadas por meio de esclarecimentos, palestras, orientação, estudo de casos entre outros; b) Planejamento, desenvolvimento e execução de programas fonoaudiológicos; c) Orientações quanto ao uso da linguagem, motricidade oral, audição e voz; 7
8 d) Observações e triagens fonoaudiológicas, com posterior devolutiva e orientação aos pais, professores e equipe técnica, sendo esta realizada como instrumento complementar e de auxílio para o levantamento e caracterização do perfil da comunidade escolar e acompanhamento da efetividade das ações realizadas e não como forma de captação de clientes; e) Ações no ambiente que favoreçam as condições adequadas para o processo de ensino e aprendizagem; f) Contribuições na realização do planejamento e das práticas pedagógicas da instituição. Art. 2º - É vedado ao fonoaudiólogo realizar atendimento clínico/terapêutico dentro de Instituições de educação infantil, ensino fundamental e médio, mesmo sendo inclusivas. 1º. A relação do fonoaudiólogo com a escola poderá ser estabelecida por meio de acompanhamento de caso (s) clínico(s) de sua responsabilidade instituindo uma atuação exclusivamente educacional. 2º - Nas escolas de educação especial o fonoaudiólogo poderá desenvolver todas as funções acima relatadas, e no caso da necessidade de atendimento clínico, na própria escola, esse deverá obedecer a horário e local adequados, sem que haja interferência nas atividades escolares, considerando os preceitos do Código de Ética. 8
9 3º Todo e qualquer procedimento fonoaudiológico envolvendo pesquisa deverá respeitar os preceitos da Resolução CNS 196/1996, que aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Art. 3º - Em caso de encaminhamento, o fonoaudiólogo deverá fornecer três ou mais indicações profissionais. Art. 4º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União, revogadas todas as disposições em contrário, em especial a Resolução CFF a nº 232, de 01 de agosto de PERFIL CURATIVO a) escola: locus da doença fonoaudiológica; b) professor: normatizador da língua, via ação fonoaudiológica; c) fonoaudiólogo: detector de patologias; d) objetivo da atuação: reeditar práticas clínico-terapêuticas na escola. 9
10 PERFIL PREVENTIVO a) escola: espaço voltado à prevenção primária e prevenção secundária (medicina); b) professor: observador e orientador dos alunos para triagem fonoaudiológica (seleção prévia); c) fonoaudiólogo: agente detector de patologias já instaladas, somado ao papel de impedir a ocorrência ou minimizar os efeitos das doenças já instaladas ; d) objetivo da atuação: prevenir patologias, com base nos achados da triagem fonoaudiológica. PELA PROMOÇÃO a) escola: agência promotora de desenvolvimento; agência de letramento, priorizando práticas letradas significativas de uso da leitura e da escrita; b) professor: interlocutor dos alunos na construção do conhecimento / parceiro discursivo privilegiado para a internalização do conhecimento; c) fonoaudiólogo: promotor da reflexão; 10
11 PELA PROMOÇÃO d) objetivos da atuação fonoaudiológica: promover a realização de encontros reflexivos, marcados pela noção de desenvolvimento lingüístico; assessorar educadores no que tange às relações interpessoais que otimizem a apropriação do conhecimento. BASE PRÁTICA PARA A AÇÃO PROPOSTA DE ASSESSORIA Conhecimento que se refere: relações entre teorias de aprendizagem e métodos de alfabetização; modos de articulação entre a linguagem oral e a linguagem escrita; estudos sobre o letramento infantil e a alfabetização; Políticas Públicas Educacionais. 11
12 BASE PRÁTICA PARA A AÇÃO PROPOSTA DE ASSESSORIA 1. Perfil institucional (realidade, demandas e características de funcionamento da escola); 2. Encontro com educadores; 3. Construção de projeto de assessoria (com base nos dados do perfil e do encontro com educadores); 4. Desenvolvimento da assessoria escolar. PROPOSTA DE ASSESSORIA QUESTÕES FREQÜENTES: Será que o fonoaudiólogo pode ocupar esse lugar de assessor na escola? Será que ele não está invadindo a área de outros profissionais? 12
13 OS PORQUÊS DA ASSESSORIA Objetivos / Referencial de Linguagem Oral e Escrita (crianças de 0 a 3 anos): - participar de variadas situações de comunicação oral, para interagir e expressar desejos, necessidades e sentimentos por meio da linguagem oral, contando suas vivências; - interessar-sese pela leitura de histórias; - familiarizar-se aos poucos com a escrita, por meio da participação em situações nas quais ela se faz necessária e do contato cotidiano com livros, revistas, histórias em quadrinhos etc. OS PORQUÊS DA ASSESSORIA Objetivos / PCN Língua Portuguesa - que os alunos sejam capazes de: - conhecer e respeitar as diferentes variedades lingüísticas do português falado; - compreender os textos orais e escritos com os quais se defrontam em diferentes situações de participação social, interpretando-os os corretamente e inferindo as intenções de quem os produz; - valer-se da linguagem para melhorar a qualidade de suas relações pessoais. 13
14 OS PORQUÊS DA ASSESSORIA A leitura é um ato cultural e social. Quando o professor faz uma seleção prévia da história que irá contar para as crianças, dando atenção para a inteligibilidade e riqueza do texto, para a nitidez e beleza das ilustrações, ele permite às crianças construírem um sentimento de curiosidade pelo livro e pela escrita. Quando um professor realiza com freqüência leituras de um mesmo gênero está propiciando às crianças oportunidades para que conheçam as características próprias de cada gênero. - Noção de leitura / Referencial OS PORQUÊS DA ASSESSORIA A A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a língua: características do gênero, do portador, do sistema de escrita etc. Não se trata simplesmente de extrair informação da escrita (...), trata-se de uma atividade que implica compreensão, na qual os sentidos começam a ser constituídos antes da leitura propriamente dita. - Noção de leitura / PCN 14
15 OS PORQUÊS DA ASSESSORIA A escrita é concebida como um processo de construção de conhecimento pelas crianças, por meio de práticas que têm como ponto de partida e de chegada o uso da linguagem e a participação nas diversas práticas sociais de escrita. O trabalho com a produção de textos deve se constituir em uma prática continuada, na qual se reproduz contextos cotidianos em que escrever tem sentido. Noção de Escrita / Referencial OS PORQUÊS DA ASSESSORIA Compreendida como um complexo processo comunicativo e cognitivo, como atividade discursiva, a prática de produção de textos precisa realizar-se num espaço em que sejam consideradas as funções e o funcionamento da escrita, bem como as condições nas quais é produzida: para que, para quem, onde e como se escreve. Formar escritores competentes supõe uma prática continuada de produção de textos, situações de produção de uma grande variedade de gêneros (...). Diferentes objetivos exigem diferentes gêneros e estes têm formas características a serem aprendidas. Noção de Escrita / PCN 15
16 EM SÍNTESE: A assessoria fonoaudiológica escolar, entendida como uma prática centrada na formação do professor, é UMA das formas legítimas de atuação institucional. Ela permite potencializar a (re)construção do conhecimento por parte de educadores e alunos, assegurando o respeito à ÉTICA, à ESCOLA, ao LUGAR do PROFESSOR e do ALUNO e à RELEVÂNCIA da participação do FONOAUDIÓLOGO como integrante da equipe. OBRIGADA PELA ATENÇÃO DE TODOS! Contatos: paticalheta@letramentus.com.br 16
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