EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DE PONTA GROSSA SEÇÃO JUDICIARIA DO PARANÁ. AUTOS:
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1 1 EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DE PONTA GROSSA SEÇÃO JUDICIARIA DO PARANÁ. AUTOS: ATAIDE MELEH por seus advogados, que a esta subscrevem, nos autos supra, Ação de Aposentadoria por Tempo de Serviço, com o reconhecimento de atividade especial e rural que move contra o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, vem respeitosamente à presença de V. Exas., em cumprimento ao r. despacho de fls, oferecer RECURSO DE APELAÇÃO Requerendo, sejam remetidas juntamente com o recurso já interposto, à instância ad quem Termos em que, P. e E. Deferimento. Ponta Grossa, 10 de janeiro de 2011 Marco Antonio Grott - adv. OAB
2 2 EGRÉGIA TURMA RECURSAL DO JUÍZADO ESPECIAL FEDERAL SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ APELANTE : ATIAIDE MELEH APELADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL AUTOS: Eminentes Julgadores: - pelo Apelante RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO O desate sentencial de lavra e responsabilidade do eminente Magistrado Juíz de Instância Primária, máxima vênia concessa, não retratou e nem espelhou a simbiose das provas produzidas, contrariou elementos à natureza documental aportados, e não interpretou o feito de forma convincente. Não laborou, neste feito, com o costumeiro acerto, o ínclito Magistrado; pecou, em nosso humilde entender, ao julgar Improcedente, a ação de Concessão de Aposentadoria por tempo de serviço, senão vejamos: Dos Fatos Que o Apelante, requereu junto à Autarquia Previdenciária, o benefício de Aposentadoria por tempo de serviço mediante reconhecimento do exercício da atividade rural e especial, pleito este, que lhe foi indeferido. Tratando-se de Trabalhador Rural, a Lei 8.213/91, assegura-lhes o direito de ser, segurado Especial da Previdência, conforme o disposto no art. 11- item VII da mencionada lei, e ainda, consoante o art. 55 3º da lei dos benefícios. Dos Fundamentos. Ajuizou, o Apelante, a presente ação quanto tinha completos mais de 35 anos de tempo de serviço, tendo já adquirido o direito de se aposentar.
3 3 Provou sem dúvida nenhuma a sua atividade rural, através de provas materiais, conforme documentos adunados aos autos; no período anterior do requerimento do benefício, em número de meses idênticos ao período de carência do benefício. LEI 8.213/91 Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida no Regulamento, compreendendo, além do correspondente às atividades de qualquer das categorias de segurados de que trata o artigo 11 desta Lei, mesmo que anterior à perda da qualidade de segurado: 3º. A comprovação do tempo de serviço para os efeitos desta Lei, inclusive mediante justificação administrativa ou judicial, conforme o disposto no artigo 108, só produzirá efeito quando baseada em início de prova material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento. Assim, como subscreve o artigo acima descrito, o Apelante comprovou e baseou o seu pedido em provas materiais e testemunhais. ART.11 São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: VII como segurado especial: o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o garimpeiro, o pescador artesanal e o assemelhado, que exerçam suas atividades, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com auxilio eventual de terceiros, bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maiores de 14 anos ou a eles equiparados, desde que trabalhem, comprovadamente, com o grupo familiar respectivo. Devemos entender como regime de economia familiar a atividade em que trabalha os membros da família, sendo indispensável à própria subsistência e a mutua dependência de colaboração, sendo que no decorrer dos autos o Apelante, através de provas e depoimentos deixou claro que desde criança trabalhava nas terras de sua família. Que, o Apelante trabalhou com sua família no cultivo de milho, feijão, arroz e outros, ajudando assim no sustento da casa e de sua família. Como, já foi demonstrado acima e no decorrer dos autos o Apelado trabalhou até ingressar no trabalho urbano.
4 4 Tem, o direito então de receber o Benefício que não lhe foi concedido na r. sentença, já que a lei 8.213/91, em seu artigo 55 2º, lhe concede este direito. 2º. O tempo de serviço do segurado trabalhador rural, anterior à data de início de vigência desta Lei, será computado independentemente do recolhimento das contribuições a ele correspondentes, exceto para efeito de carência, conforme dispuser o Regulamento. Comprovou o Apelante, o seu tempo de serviço conforme dita o artigo 55 3 o, baseando suas provas em documentos e testemunhas. Como o Apelante, era pessoa bastante simples e com pouco estudo, não se preocupou em documentar os seus afazeres, porém, juntou aos Autos documentos necessários para comprovar o seu exercício na atividade rural. Que, através de provas materiais juntadas nos autos e depoimentos complementares, colhidos neste douto juízo, restou bastante comprovado que o Apelante exercia atividade rural. Também é claro que no meio Rural, na economia familiar é difícil obter nota de quem apenas faz o trabalho braçal, visto que normalmente quem compra as sementes e produtos é o chefe de Família. Na avaliação da atividade rural em regime de economia familiar o intérprete deve atentar para a importância de todos os elementos probatórios, considerando ainda o fim social da referida legislação. Isto porque é do senso comum que a comprovação de períodos parciais da atividade rural leva à dedução de que nos anos não documentalmente comprovados continuou o segurado a exercer a agricultura em regime de economia familiar, como acontece no caso em análise. É de se ressaltar que não analisou corretamente o ilustre Magistrado, ao não reconhecer no total o exercício da atividade rural, não abalizando corretamente os documentos e provas testemunhais do presente auto, art. 106 da Lei 8213/91, pois a prova deve ser ampla porque todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa ( art. 332 do CPC ). Foi a própria Lei 8.213/91 que estendeu a condição de segurado especial aos demais membros da família, mesmo que a
5 5 atividade rural tenha sido exercida anteriormente à data de início de sua vigência ( art. 55 2º). assim dispõe nesse aspecto: A Constituição Federal em seu artigo º, Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. Entretanto, o Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento do RE (RTJ 152/ ), entendeu que o dispositivo constitucional supramencionado contém duas regras diversas e independentes. A primeira assegura a contagem recíproca, sendo uma norma bastante em si mesma. Assim, se analisarmos o artigo 55 3 o da Lei de Benefícios nº 8.213/91, notaremos que o Apelante ao contrario do que se afirma, juntou documentos suficientes para comprovar o exercício das atividades rurais. ART.55 O tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida no Regulamento, compreendendo, além do correspondente às atividades de qualquer das categorias de segurados de que trata o artigo 11 desta lei, mesmo que anterior a perda da qualidade de segurado: 3 º - A comprovação do tempo de serviço para os efeitos desta lei, inclusive mediante justificação administrativa ou judicial, conforme o disposto no art. 108, sá produzirá efeito quando baseada em início de prova material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo ou força maior ou caso fortuito, conforme disposto no regulamento. O Apelante demonstrou sim provas suficientes para comprovar o seu trabalho rural, sendo que as provas orais só vieram confirmar o que se demonstrou através de documentos. Comprovadas as provas materiais, pelos depoimentos colhidos em juízo, não há motivo para negar o período requerido pelo requerente em sua totalidade. Ex Positis, Requer-se de V. Exas,
6 6 Seja dado provimento ao presente recurso, averbando em nome do Apelante o período rural pleiteado, reformando a r. sentença, sendo decretada a Concessão do Benefício. Libertar o homem da miséria é algo que não pode impor-se à democracia, nem ser a ela oferecido, mas que deve ser por ela conquistado. E mais uma vez este egrégio Tribunal estará cumprindo o lídimo dever de distribuir J U S T I Ç A. Termos em que, P. e E. Deferimento. Ponta Grossa, 10 de janeiro de 2011 Marco Antonio Grott Adv. OAB
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