Prescrição é a perda da pretensão de reparação do direito violado em virtude da inércia de seu titular no prazo previsto em lei.
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- Arthur Estrela Azevedo
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1 24 - PRESCRIÇÃO Prescrição é a perda da pretensão de reparação do direito violado em virtude da inércia de seu titular no prazo previsto em lei. Não põe fim a ação, pois o termo ação tem sentido amplo. O direito de ação é público, abstrato e indisponível. É, na verdade, o direito de levar uma ação ao judiciário. Não importando se tem razão ou não, o juiz apreciará a causa, seja ela qual for. É um direito constitucionalmente protegido pelo princípio da inafastabilidade. A prescrição põe fim é a PRETENSÃO! (...) somente estão submetidos aos prazos prescricionais os direitos subjetivos patrimoniais isto é, aqueles que conferem ao titular uma pretensão de exigir de alguém um determinado comportamento. São aqueles direitos que permitem ao seu titular exigir de outrem um determinado comportamento, apreciável economicamente. Assim, não realizado, voluntariamente, o comportamento esperado, poderá o titular exercer a sua pretensão. Sob o ponto de vista processual, convém anotar, ainda, que somente as ações condenatórias podem sofrer os efeitos da prescrição, na medida em que constituem o único mecanismo de proteção dos direitos subjetivos patrimoniais. É o exemplo das ações de cobrança, de execução ou de reparação de danos. (...) os direitos subjetivos extrapatrimoniais (como, por exemplo, a honra e a privacidade) são imprescritíveis, não havendo prazo para que sejam exigidos. Ilustrativamente, não há prazo para se exigir a cessação de uma violação à privacidade de alguém, mas há prazo para que se pretenda uma reparação pecuniária pelo dano sofrido. Em suma-síntese: a prescrição neutraliza a pretensão do titular de um direito subjetivo patrimonial, atacando a sua exigibilidade. (Grifo nosso). Cristiano Chaves/Nelson Rosenvald Lembrando do processo civil, as ações que buscam uma pretensão são as ações condenatórias, as quais são vinculadas aos direitos subjetivos (aqueles que geram uma obrigação de dar, fazer ou não fazer). Essa obrigação, pela teoria dualista ou binária (alemã), é feita de dois elementos: O dever jurídico, que se não cumprido gera a responsabilidade civil.
2 O elemento dever jurídico consiste na obrigação que a parte possui de cumprir ESPONTANEAMENTE a prestação a que se propôs, a qual pode ser de dar, fazer ou não fazer. Não cumprindo espontaneamente a prestação, ferido está o dever jurídico, o que atingirá a responsabilidade civil criando uma pretensão. Essa pretensão pode ser tanto o exato cumprimento da prestação, quanto a reparação por perdas e danos. A idéia da responsabilidade civil sempre vinculada a indenização financeira é incompleta. A responsabilidade civil também se vincula ao exato cumprimento da prestação. Na prescrição é essa pretensão criada pelo não cumprimento de um dever (assumido por força de lei, de um contrato, de um ato ilícito ou das declarações unilaterais de vontade) que será perdida caso a parte que teve seu direito violado não se manifeste em determinado prazo. (...) não é o direito subjetivo descumprido pelo sujeito passivo que a inércia do titular faz desaparecer, mas o direito de exigir em juízo a prestação inadimplida que fica comprometido pela prescrição. Humberto Theodoro Júnior. CC, Art Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. Assim, como saber se determinada ação se submete a prescrição ou a decadência? A PESSOA ESTAVA OBRIGADA A FAZER ALGO ESPONTANEAMENTE E NÃO FEZ?? Se sim, o direito estará submetido a prescrição e a ação será condenatória. *A prescrição aqui tratada é a prescrição extintiva, pois também existe a prescrição aquisitiva, a qual ocorre no caso de usucapião e é matéria de direito das coisas.
3 A prescrição, portanto, desde priscas eras, diz respeito aos efeitos que o transcurso do tempo pode causar sobre direitos subjetivos. Desse modo, convém ressaltar que a prescrição tem de ser compreendida a partir de uma dualidade conceitual, servindo, a um só tempo, para extinguir situações jurídicas (prescrição extintiva) e para consolidar relações que se protraem, se perpetuam, no tempo (prescrição aquisitiva). Cristiano Chaves/Nelson Rosenvald DECADÊNCIA Decadência é a perda efetiva de um direito potestativo pela falta de seu exercício no prazo previsto em lei ou pela vontade das partes. Direitos potestativos são aquelas que conferem ao seu titular o poder de provocar mudanças na esfera jurídica de outrem de forma unilateral, sem que exista um dever jurídico correspondente, mas tão somente um estado de sujeição. André Barros (...) ocorre a decadência quando um direito potestativo não é exercido, extrajudicialmente ou judicialmente, dentro do prazo para exercê-lo, o que provoca a decadência desse direito potestativo. Ora, os direitos potestativos são direitos sem pretensão, pois são insuscetíveis de violação, já que a eles não se opõe um dever de quem quer que seja, mas uma sujeição de alguém (o meu direito de anular o negócio jurídico não pode ser violado pela parte a quem a anulação prejudica, pois esta está apenas sujeita a sofrer as conseqüências da anulação decretada pelo juiz, não tendo, portanto, dever algum que possa descumprir). José Carlos Moreira Alves citado por Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald Na decadência, portanto, um direito potestativo será perdido. Na prescrição haveria a perda de uma pretensão gerada por um direito subjetivo proveniente do não cumprimento de um dever. O direito potestativo perdido no caso da decadência não impõe a outra parte um dever de dar, fazer ou não fazer, apenas torna a outra parte sujeita a ele. Ex.: CC, Art A decadência se vincula, portanto, às ações constitutivas.
4 A decadência pode ser legal, prevista em lei (Ex.: CC, art. 178) ou convencional, estipulada pelas partes (Ex.: garantia dada por estabelecimento comercial). Em regra a decadência não sofre suspensão, impedimento ou interrupção. Excepcionalmente, não corre a prescrição contra os ABSOLUTAMENTE INCAPAZES. PRESCRIÇÃO (extintiva) Perda da PRETENSÃO Vincula-se a direitos SUBJETIVOS aqueles que impõem à outra parte um dever jurídico. Leva ao fim das ações condenatórias. Prevista somente na lei. Deve ser declarada de ofício (Art. 194 foi revogado pela Lei /06, CPC, art. 219). Pode ser renunciada (CC, art. 191) inexistência de prejuízo a 3º e prazo já consumado. Prazos prescricionais podem ser suspensos, impedidos ou interrompidos. Pode ser invocada a qualquer tempo nas instâncias ordinárias. Só pode ser alegada em instância especial se houver prequestionamento. Perda do DIREITO DECADÊNCIA Vincula-se a direitos potestativos. Não impõem dever à outra parte, mas sim um estado de sujeição. Leva ao fim das ações constitutivas. *Mas nem toda ação constitutiva tem prazo de exercício. Ex.: Divórcio. Pode estar prevista na lei (decadência legal), ou acordada entre as partes (decadência convencional) A decadência legal deve ser declarada de ofício. A decadência convencional não pode ser declarada de ofício. O prazo de decadência legal é irrenunciável, mesmo após a sua consumação. O prazo de decadência convencional é renunciável. Prazos decadenciais não podem ser suspensos, impedidos ou interrompidos. Exceção: CC, art. 198, I Absolutamente incapazes. Pode ser invocada a qualquer tempo nas instâncias ordinárias. Só pode ser alegada em instâncias extraordinárias se houver prequestionamento.
5 26 - Prescrição PRAZOS CC, Art A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor. CC, Art Prescreve: 1 o Em um ano: I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos; II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo: a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador; b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão; III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários; IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o laudo; V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade. 2 o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem. 3 o Em três anos: I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos; II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias; III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela; IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa; V - a pretensão de reparação civil; VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição; VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo:
6 a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima; b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar conhecimento; c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação; VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial; IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório. 4 o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas. 5 o Em cinco anos: I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular; II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato; III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo. O prazo prescricional pode ser: - Impedido - Suspenso - Interrompido As causas que impedem e suspendem a prescrição geralmente retratam uma situação (Ex.: casamento) e estão determinadas nos artigos 197, 198 e 199 do CC. Ocorre o impedimento quando surge o obstáculo antes do início do prazo. Ex.: Marido bate o carro da esposa quando tinham 1 ano de casados. Ali surgiu a pretensão, mas seu prazo prescricional está impedido. Após 17 anos se divorciam prazo começará a correr (3 anos). Já no caso da suspensão, o obstáculo (casamento) surgiu depois que o prazo já havia começado a correr - Ex.: Art. 197 Noivo bate o carro da noiva 1 ano antes do casamento (ali surgiu a pretensão), casam prazo suspenso separação e divórcio volta a correr o prazo restante 2 anos.
7 A interrupção do prazo prescricional ocorre nos casos previstos no art. 202 do CC, os quais geralmente retratam atos do credor (até inciso V) ou atos do devedor (após inciso V). O prazo interrompido recomeça do zero. Ele corria normalmente, encontrou um obstáculo e terá que recomeçar por outro caminho. A PRESCRIÇÃO SÓ PODE SER INTERROMPIDA UMA ÚNICA VEZ!! **Alteração do CC *Em regra, os prazos de decadência não são suspensos, impedidos ou interrompidos (CC, art. 207). Exceção: Não corre prazo de decadência contra absolutamente incapaz (CC, art. 208 e 198) Prescrição e decadência PRAZOS PRESCRIÇÃO Prazo Geral: Art anos. Prazos especiais: Art. 206 Sempre contados em anos. Os prazos de prescrição são somente os dos artigos 205 e 206 do CC. Obs: CC, Art. 745*. DECADÊNCIA Não possui um prazo geral, com exceção do art. 179 do CC que dá um prazo geral de 2 anos para as ações anulatórias caso não estipulado outro prazo. Prazos espalhados pelo CC. Do Transporte de Coisas CC, Art Em caso de informação inexata ou falsa descrição no documento a que se refere o artigo antecedente, será o transportador indenizado pelo prejuízo que sofrer, devendo a ação respectiva ser ajuizada no prazo de cento e vinte dias, a contar daquele ato, sob pena de decadência. O presente prazo possui clara natureza prescricional, porém foi determinado pela lei como prazo decadencial Prazo dado ao transportador para pedir a CONDENAÇÃO da outra parte por haver prestado informações inverídicas sobre a coisa transportada.
8 Como saber se o prazo é de prescrição ou decadência. 1º passo: Identificar onde está o prazo. - Está no Código Civil? - Está fora do Código Civil? 2º passo: Identificar o artigo. - É do artigo 205 ou 206? É prescrição - Não é de um desses artigos? É decadência 3º passo: Identificar o prazo. - É contado em dias, meses ou qualquer forma que não seja em anos? Só poderá ser decadência. - É contado em anos? Poderá ser decadência ou prescrição. 4º passo: Identificar o direito / ação. Estamos tratando de Ação será Corre Direitos Subjetivos Ação Condenatória Prescrição Direitos Potestativos Ação Constitutiva Decadência
Prescrição é a perda da pretensão de reparação do direito violado em virtude da inércia de seu titular no prazo previsto em lei.
24 - PRESCRIÇÃO Prescrição é a perda da pretensão de reparação do direito violado em virtude da inércia de seu titular no prazo previsto em lei. Não põe fim a ação, pois o termo ação tem sentido amplo.
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