ESTAÇÃO DE REFERÊNCIA DA QUALIDADE DO AR
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- Izabel Brás Castro
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1 MINISTÉRIO DAS CIDADES, ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E AMBIENTE Instituto do Ambiente ESTAÇÃO DE REFERÊNCIA DA QUALIDADE DO AR REFERENCE STATION OF AIR QUALITY RELATÓRIO DA QUALIDADE DO AR ANO 2002 Álvaro Bandeira Marques, Nuno Silva, Ana Margarida Alves, João Matos Outubro 2003
2 Título RELATÓRIO DA QUALIDADE DO AR - ANO 2002 Edição INSTITUTO DO AMBIENTE Ministério das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente Tiragem 10 exemplares Data de edição Outubro 2003 Agradecimentos A determinação da composição química das partículas e dos PAH, foi realizada pelos Sectores dos Metais e dos Orgânicos do Laboratório de Referência do Ambiente. Aos colegas Pedro Antunes, Alberto Luzio, Raquel Quendera, Suzana Ferreira, Isabel Moura e Paula Viana.
3 ÍNDICE 1.Resumo Introdução Caracterização do local de amostragem Metodologia Apresentação dos dados meteorológicos Temperatura Humidade Relativa e radiação solar Precipitação e ph Direcção e intensidade do vento Apresentação e análise dos dados da Qualidade do Ar Óxidos de azoto (NOx) Ozono Troposférico (O3) Monóxido de carbono (CO) Dióxido de Enxofre (SO2) Partículas em Suspensão PTS, PM10 e PM2, Composição química relativa aos principais compostos metálicos presentes nos aerossóis PM Carbono Orgânico e Carbono Elementar (CO/CE) Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos - PAH s Compostos orgânicos voláteis específicos (BTEX) Aldeídos e Cetonas Conclusões... 37
4 1.Resumo No presente relatório, procede-se à apresentação e análise dos valores das concentrações dos poluentes atmosféricos recolhidos durante o ano 2002 na Estação de Referência da Qualidade do Ar, do Instituto do Ambiente (IA), localizada em Alfragide. Ao longo do ano de 2002 esta estação analisou em contínuo os principais poluentes atmosféricos decorrentes da Legislação da Qualidade do Ar em vigor: óxidos de azoto (NO-NO 2-NO x); ozono (O 3); monóxido de carbono (CO); dióxido de enxofre (SO2); PM10 ; PM2,5 ; compostos orgânicos voláteis (COV s), nomeadamente o benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos (BTEX); e ainda, os parâmetros meteorológicos: temperatura, intensidade e direcção do vento, humidade relativa, radiação solar e precipitação. Em amostragens pontuais foi determinado o ph da precipitação. Semanalmente foram analisados Aldeídos e cetonas, PAH s e também partículas PM 10 e PM 2,5 e a determinação da sua composição química relativa aos principais metais e à distribuição do carbono elementar (CE) e do carbono orgânico (CO). Relativamente aos resultados das medições efectuadas aos poluentes atmosféricos analisados, ao longo do ano 2002 salientamos o seguinte: - Na variação da concentração atmosférica dos poluentes analisados, foi evidente a influência das condições atmosféricas particulares que se desenvolveram ao longo do ano em análise. Com um início de ano particularmente seco e um final chuvoso. - Apesar de, relativamente ao NO2, O3, SO2 e CO, terem ocorrido violações a alguns valores-limites estipulados pela legislação, podemos afirmar que, de uma maneira geral, as concentrações dos poluentes analisados foram inferiores a esses valores limite.
5 1.Abstract In the present report it s presented and evaluated the concentrations of the atmospheric pollutants, continually measured during 2002, in the Air Quality Reference Station of the Instituto do Ambiente (IA), situated in Alfragide. During 2002, this station analyzed in continuous the principal atmospheric pollutants according to the actual legislation from air quality: oxides of nitrogen (NO NO2 NOx); ozone (O3); carbon monoxide (CO); sulphur dioxide (SO 2); PM 10; PM 2,5; volatile organic compounds (VOC s) like benzene, toluene, ethylbenzene, and xylenes (BTEX); and also, the meteorological parameters: temperature, wind intensity and direction, relative humidity, solar radiation and precipitation. In punctual samplings were evaluated the ph of the precipitation. It was make weekly analysis of aldehydes and ketones, PAH s and also PM 10 PM 2,5, and there chemical constitution relative to the capital metals and the distribution of the elemental carbon (EC) and the organic carbon (CO). Concerning the measures results of the atmospheric pollutants analyzed, during 2002, we stress the following:
6 2. Introdução Este relatório tem como objectivo a apresentação e análise dos valores das concentrações dos poluentes atmosféricos, analisados durante o ano 2002 na Estação de Referência da Qualidade do Ar, instalada no Instituto do Ambiente (IA) em Alfragide. O relatório começa por uma breve descrição da localização da Estação e da metodologia utilizada no tratamento estatístico da informação recolhida. Em seguida, procede-se à apresentação e análise dos dados meteorológicos e da qualidade do ar para os diferentes poluentes, terminando com a apresentação das conclusões. Simultaneamente, e atendendo à sua influência nos valores das concentrações dos diversos poluentes, foi registada a informação relativa aos parâmetros meteorológicos: intensidade e direcção do vento, humidade relativa, radiação solar, temperatura, pluviosidade e respectivo ph. Em Anexo são apresentados os valores normativos da qualidade do ar para os vários poluentes constantes da legislação aplicável, os métodos de medição adoptados e o equipamento de análise utilizado (Anexo II). No Anexo III, encontram-se os valores respeitantes aos poluentes analisados, incluindo os parâmetros meteorológicos, com base nos quais foram elaborados os gráficos e tabelas apresentados no decurso deste relatório.
7 3. Caracterização do local de amostragem A Estação de Referência da Qualidade do Ar do Instituto do Ambiente, encontra-se localizada no Bairro do Zambujal em Alfragide, no concelho da Amadora, cujas coordenadas são N, e W, encontrando-se a uma altitude de 109 metros em relação ao nível do mar. Figura 1. Localização da Estação da Qualidade do Ar do Instituto do Ambiente, Bairro do Zambujal, Alfragide- Amadora. Na Figura 1, podemos verificar que a Estação da Qualidade do Ar do Instituto do Ambiente encontra-se localizada na região limítrofe da cidade de Lisboa, perto do Parque Natural de Monsanto e na proximidade de duas vias com grande intensidade de tráfego diário, o IC 19 (Lisboa/Sintra) e a CRIL (via rápida de ligação da auto-estrada A5-Cascais/Lisboa à 2ª Circular). A estação encontra-se instalada numa estrutura pré-fabricada, climatizada, de forma a garantir as condições de referência no respeitante à temperatura e humidade. De acordo com as suas características e localização, a estação foi classificada pelo critério EUROAIRNET, como Estação Urbana de Fundo.
8 4. Metodologia Previamente a qualquer tipo de tratamento estatístico realizado com os dados recolhidos no ano 2002 estes foram sujeitos a um processo de validação que consiste na identificação e remoção de dados anómalos resultantes de uma série de factores tais como: falhas do equipamento, erros humanos, falhas de corrente eléctrica, contaminações, etc. A análise dos diferentes poluentes foi realizada a partir das concentrações médias horárias fornecidas pelos analisadores, à excepção dos aldeídos, PAH s e das partículas em suspensão (PM 10 e PM 2,5) e metais que foram analisados com base em concentrações médias diárias. No tratamento estatístico dos dados referentes a cada poluente foram determinadas as concentrações médias mensais e, no caso do monóxido de carbono e do ozono, o valor médio diário (24 horas) e as médias de 8 horas consecutivas (deslizantes). A análise da variação registada nos valores das concentrações dos poluentes é efectuada, sempre que possível, por comparação com a legislação em vigor para esse poluente, sendo também feitas referências aos valores da legislação comunitária e da OMS (Organização Mundial de Saúde). A maioria desta legislação encontra-se estabelecida com base em valores-guia ou valores-limites definidos por percentis, pelo que, sempre que necessário, estes foram calculados. Os valores normativos da qualidade do ar para os poluentes analisados em contínuo, estabelecem, para o cálculo das grandezas estatísticas, um período mínimo de amostragem de 90% durante o ano civil, período de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro. Relativamente ao ano em análise, médias diárias, obteve-se para o NO 2 uma taxa de eficiência 93,9% do total dos dados, para o Ozono de 98,9%, para o CO de 99,4%, para o SO 2 de 97,3% e para os COV s (BTEX) 57,7%.
9 5. Apresentação dos dados meteorológicos A apresentação dos dados meteorológicos recolhidos ao longo do ano de 2002 incluem os valores da temperatura, humidade relativa, radiação solar, direcção e intensidade do vento e os valores respeitantes à precipitação e respectivo ph Temperatura Na Figura 2, encontra-se representada a evolução da temperatura média do ar (ºC) registada, ao longo do ano 2002 na estação de qualidade do ar do IA. 24 Temperatura (ºC) Figura 2. Variação dos valores de temperatura média mensal do ar, durante o ano 2002, na estação de medição do IA JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Como podemos verificar, os valores das temperaturas médias mensais no ano de 2002 apresentaram uma variação de acordo com as diferentes estações do ano, tendo-se registado entre Junho e Setembro as temperaturas mais elevadas do ano. O mês de Janeiro constituiu o mês mais frio com um valor médio de 11,8 ºC, enquanto o mês de Agosto representou o mês mais quente com um valor médio de 21,6 ºC. No seu conjunto a temperatura média do ar no ano 2002 foi de 16,4 ºC.
10 Na Figura 3, encontram-se representadas as temperaturas máximas e mínimas mensais, registadas no ano 2002 na Estação de Referência do IA Temperatura Mínima( º C) Temperatura Máx ima (º C) Figura 3. Temperaturas extremas mensais 3 0 (máximas e mínimas absolutas) registadas durante o ano 2002 na Estação do IA JAN FEV MAR ABR MAI Temperatura (ºC) JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Da análise da Figura 3, podemos verificar que a temperatura máxima registada, encontra-se no mês de Julho, com um valor de 37,4ºC, observando-se também uma aproximação da temperatura máxima nos meses de Junho e Agosto. Enquanto, em relação ao valor mínimo da temperatura do ar, podemos confirmar que os valores das temperaturas registadas nos dois últimos meses do ano e nos três primeiros se destacaram bastante do verificado nos restantes meses, sendo de salientar o mês de Março, o mês mais frio do ano, com um valor mínimo de apenas 3,4ºC, seguido pelo mês de Dezembro com 3,9 ºC.
11 Humidade Relativa e radiação solar Na Figura 4, encontra-se representado graficamente a variação das médias mensais da humidade relativa (%) e da radiação solar (Kw/m 2 ), ao longo do ano de 2002 na Estação de Referência do IA. Humidade Relativa (%) 80,0 75,0 70,0 65,0 60,0 55,0 Humidade relativa Radiação solar Polinómio (Radiação solar) 0,16 0,14 0,12 0,10 0,08 0,06 0,04 0,02 Radiação solar (Kw/m 2 ) Figura 4. Variação dos valores médios mensais da humidade relativa (%) e radiação solar (Kw/Wm 2 ), registadas na Estação do IA. 50,0 0,00 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Da análise da Figura 4, podemos verificar que, relativamente ao teor de humidade (%), o ano 2002, os valores apresentados encontram-se distribuídos pelas épocas do ano, registando-se uma descida acentuada na época do Verão e um aumento significativo entre os meses de Setembro a Janeiro, que referem a época do Outono e Inverno. Para o conjunto dos dias em análise o teor médio da humidade relativa foi de 69%. Relativamente aos valores da radiação solar, apenas podemos salientar o aumento da radiação solar entre meses de Janeiro e Março, com máximos de intensidade em Junho e Julho e um decréscimo de Outubro a Dezembro. A ausência dos restantes valores, deveu-se a avarias no sistema de aquisição de dados (data Logger ) da Estação Meteorológica do IA.
12 Precipitação e ph No gráfico da Figura 5, encontra-se representado graficamente os valores da precipitação total registada, ao longo dos meses ano 2002 na Estação de Referência do IA. 180 Percipitação Total (mm/mês) Precipitação (mm) Figura 5 - Variação dos valores totais de precipitação registada mensalmente durante o ano de 2002 na Estação do IA. 0 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Como podemos observar, os valores mensais de precipitação registada no ano 2002 apresentaram um comportamento bastante variável e, em alguns casos, intensidades completamente atípicas. Neste contexto, destacam-se os baixos índices de pluviosidade registados durante os meses de Julho e Agosto, em oposição, com os três últimos meses do ano e também com o mês de Março, que foram particularmente chuvosos. Para o conjunto dos dias em análise, o valor médio estimado foi de 66,2 mm/mês, num total de precipitação registada de 794,7 mm/ano.
13 Periodicamente ao longo do ano de 2002 e perfazendo um total de 42 amostras, foi analisada o ph da precipitação cujos resultados se encontram representados na Figura 6. Quantidade de precipitação em (mm) prec.mm ph Escala ph Figura 6. Período de amostragem, precipitação recolhida (mm) e respectivo valor de ph analisado, na estação do IA. Da análise da Figura 6, podemos verificar que a variação do ph da precipitação, ao longo do ano 2002 apresentou um comportamento relativamente superior á neutralidade.
14 Direcção e intensidade do vento Nos gráficos da Figura 7, podemos observar a predominância da direcção dos ventos agrupadas segundo as respectivas quatro estações do ano. As quais foram representadas pelos seguintes meses: Inverno - Janeiro, Fevereiro e Março; Primavera - Abril, Maio e Junho; Verão - Julho, Agosto e Setembro; Outono - Outubro, Novembro e Dezembro. ONO O NO NNO Inverno 80 N NNE NE ENE E ONO O NO NNO Primavera N NNE NE ENE E OSO ESE OSO ESE SO SE SO SE SSO S SSE SSO S SSE Verão Outono ONO NO NNO 80 N NNE NE ENE ONO NO NNO 60 N NNE NE ENE O 0 E O 0 E OSO ESE OSO ESE SO SE SO SE SSO S SSE SSO S SSE Figura 7. Variação registada na direcção dos ventos, ao longo das quatro estações do ano 2002, na Estação de Referência do IA.
15 Da análise dos gráficos da Figura 7, podemos verificar que nas estações da Primavera e Verão, a direcção dos ventos repartiu-se principalmente pelos quadrantes NNO-N, enquanto que, no Outono a distribuição dos ventos com maior predominância é de SSO-SO, coincidente com os meses de maior pluviosidade. Relativamente ao Inverno, esta estação caracterizou-se por uma predominância de ventos de direcção N-NE. De recordar que, atendendo à localização da estação relativamente às redes viárias que a circundam, as direcções de ventos Norte deverão ser aquelas onde deverá ocorrer as maiores concentrações de poluentes atmosféricos provenientes do trânsito automóvel (Ver Figura 1). A Figura 8, representa a variação da intensidade média do vento, a 10 metros de altura, verificada na Estação de Referência do IA, ao longo dos meses do ano de Velocidade média (Km/h) Velocidade Média (Km/h) Figura 8. Variação da intensidade média mensal do vento à superfície, na Estação do IA, no ano JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Relativamente ao gráfico acima referido, destaca-se o mês de Julho, como o mês mais ventoso do ano 2002, registando uma intensidade média de 15,9 Km/h. Entre os meses de Setembro a Novembro registaram-se os valores mais baixos. A média anual da intensidade do vento foi de 11,5 Km/h.
16 6. Apresentação e análise dos dados da Qualidade do Ar Óxidos de azoto (NOx) Os óxidos de azoto resultam da reacção do azoto com o oxigénio durante a combustão a altas temperaturas (centrais térmicas, veículos automóveis, etc.). Estes gases contribuem para acidificação do ambiente e, em conjunto com os hidrocarbonetos, para a formação da poluição fotoquímica pelo ozono. Dada a sua natureza, os poluentes monóxido e dióxido de azoto (NO e NO 2) são normalmente considerados como o somatório das concentrações respectivas, sendo habitualmente designados por óxidos de azoto (NO x). No entanto, em termos de efeitos na saúde o NO 2 é muito mais importante que o NO, o que explica que a legislação apenas fixe valores-limite e guia para o primeiro. Concentração ( µg/m 3 ) Concentração média NO2 Figura 9. Evolução das concentrações médias mensais de NO2 obtidas na Estação do IA, durante o ano JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ No Anexo I, Figura I, encontra-se representado graficamente a evolução das concentrações médias horárias de NO 2, analisadas durante o ano de 2002, na Estação do IA. No gráfico da Figura 9, apresenta-se a evolução média mensal dos valores registados para o NO2, no ano
17 2002. (tabela VIII, Anexo IV). A variação da concentração média mensal de NO 2, no ano de 2002, pode caracterizar-se por duas fases distintas; uma primeira fase compreendida entre Outubro a Março em que, apesar de ocorrer um decréscimo no mês de Dezembro, a concentração apresentou valores relativamente altos, seguindo-se uma fase em que os valores se apresentaram mais baixos, entre os meses de Abril e Setembro, altura caracterizada pelas épocas de Primavera e Verão. Tendo-se atingindo o valor máximo no mês de Novembro com 99,6 µg/m 3 e o valor mínimo no mês de Junho com 25,5 µg/m 3. Para este poluente foi registado um valor máximo horário de 380 µg/m 3, tendo ocorrido 122 ultrapassagens ao longo do ano. A média anual obtida (53,7 µg/m 3 ), ultrapassou o valor para a protecção da Saúde humana. Em relação aos valores referentes à protecção da vegetação a média anual obtida (80 µg/m 3 ), ultrapassou o valor limite que é de 30 µg/m 3. Quadro Resumo: Óxidos de azoto (NO 2) Legislação Comunitária e OMS (µg/m 3 ) Valores protecção saúde Média anual Média 1h 40 (*) 200 (**) Valor Ano ,7 -- Número de violações Decreto-Lei nº 111/2002 de 16 Abril Legislação Comunitária Directiva 1999/30/CEE OMS Air Quality Guidelines for Europe (*)- margem de tolerância 2002: 16 µg/m 3 (**)- margem de tolerância 2002: 80 µg/m 3
18 Óxidos de azoto (NO x) Legislação Comunitária e OMS (µg/m 3 ) Valores protecção vegetação Média anual 30 (*) Valor Ano Número de violações Diário da República n.º111/2002 de 16 de Abril OMS Air Quality Guidelines for Europe (*)- margem de tolerância 2002: 16 µg/m 3
19 6.2 Ozono Troposférico (O3) O ozono ao nível da troposfera (baixa atmosfera) é um gás azulado caracterizado pelo seu grande poder oxidante. Ao contrário dos outros poluentes, o ozono não tem fonte própria, formando-se a partir da acção da luz solar e na presença dos óxidos de azoto e compostos orgânicos voláteis. No Anexo I, Figura II, encontra-se representado graficamente a evolução das concentrações médias horárias de O3, analisadas durante o ano de 2002, na Estação do IA. No gráfico da Figura 10, apresenta-se a evolução média mensal dos valores de ozono analisados 90 Concentração O3 (µg/m3) Figura 10. Evolução das concentrações médias mensais de O3 obtidas na Estação do IA, durante o ano 2002 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Como podemos verificar, na análise do gráfico da Figura 10, observa-se um aumento das concentrações médias mensais de O 3 nos meses em que a intensidade luminosa e a temperatura são mais elevadas (entre Abril e Agosto). A explicação para esta ocorrência reside no facto deste poluente, tal como se disse anteriormente, não provir directamente de fontes primárias de poluição, mas pelo contrário, ser formado na troposfera a partir da acção da luz solar na presença dos óxidos de azoto e os hidrocarbonetos, seus percursores, por meio de reacções fotoquímicas.
20 Quadros Resumo: Ozono (O 3) Limiar protecção Vegetação Limiar Protecção Limiar informação Limiar alerta à população Legislação Nacional e Saúde população Comunitária Média 24h Média 1h Média 8h Média 1h Média 1h (µg/m 3 ) Número de violações Ozono (O 3) Valor recomendado protecção Vegetação Valor recomendado protecção Saúde OMS Média 24h Média 1h Média 1h Média 8h (µg/m 3 ) Número de violações (*) 443(*) (*) Na determinação do número de violações considerou-se o limite inferior do intervalo estipulado. Legislação Nacional Portaria 623/96 Legislação Comunitária Directiva 92/72/CEE OMS Air Quality Guidelines for Europe
21 6.3 Monóxido de carbono (CO) O monóxido de carbono é um produto da combustão sendo, de entre outros poluentes característicos do tráfego rodoviário, um dos indicadores mais importante da poluição automóvel. No Anexo I, Figura III, encontra-se representado graficamente a evolução das concentrações médias horárias de CO, analisadas durante o ano de 2002, na Estação do IA. Na Figura 11, podemos observar o gráfico da evolução das concentrações médias mensais de CO, ao longo dos meses do ano Concentração CO (µg/m 3 ) Figura 11. Evolução das concentrações médias mensais de CO, obtidas na Estação do IA, durante o ano JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Entre Janeiro e Fevereiro verifica-se que ocorreram elevadas concentrações de CO, devido à fraca dispersão resultante da diminuta camada limite durante o período de Inverno, quando se verificam as temperaturas mais baixas. Nos restantes meses do ano, observa-se uma concentração homogénea. O mês de Janeiro atingiu o valor máximo de 965,3 µg/m 3. O valor mínimo da concentração de CO foi obtido no mês de Maio com 438,8 µg/m 3. A concentração média anual foi de 615 µg/m 3.
22 Quadros resumo: Valor-limite Monóxido de carbono (CO) Média 8h Legislação Nacional (µg/m 3 ) Número de violações Monóxido de carbono (CO) OMS (µg/m 3 ) Valor recomendado protecção Saúde Média 24h Média 1h Média 8h Número de violações Legislação Nacional D.L. 111/2002 de 16 de Abril OMS Air Quality Guidelines for Europe
23 6.4 Dióxido de Enxofre (SO2) O dióxido de enxofre é considerado um poluente de origem industrial, provém essencialmente da combustão do carvão e do fuel, embora os veículos com motor a gasóleo também contribuam para a sua emissão. O enxofre (S) libertado por estes combustíveis durante a queima, combina-se com o oxigénio (O 2) do ar e dá origem ao dióxido de enxofre (SO 2). Em combinação com partículas de água transforma-se em ácido sulfúrico (H 2SO 4) atingindo os materiais e os seres vivos. Os valores-limite e guia fixados na legislação, reportam-se a parâmetros estatísticos baseados em dados diários. 16 Concentração SO2 (µg/m 3 ) Figura 12. Evolução das concentrações médias mensais de SO2, obtidas na Estação IA, durante o ano JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Quadros resumo: Dióxido de Enxofre (SO 2) Limiar protecção da Saúde Humana Limiar Protecção dos Ecossistemas Legislação Nacional e Média 24h Média 1h Ano civil Comunitária (µg/m 3 ) (*) 20 Número de violações Legislação Nacional D.L. 111/2002 de 16 de Abril
24 (*)- margem de tolerância 2002: 90 µg/m Partículas em Suspensão PTS, PM10 e PM2,5 Os métodos analíticos de medição das Partículas (PTS) no ar ambiente estabelecidos na legislação Portuguesa (Portaria n.º 286/93 de 12 Março), reportam-se aos métodos dos Fumos Negros e ao Gravimétrico (Hi-Vol), sendo este último referenciado como o método de referência. No total do ano 2002 foram analisadas um total de 207 amostras de PM 10 (Hi-Vol) e de 189 de PM 2,5. Concentração (µg/m 3 ) Jan 16-Jan 30-Jan 13-Fev 27-Fev 13-Mar 27-Mar 10-Abr 24-Abr Concentração PM10 8-Mai 22-Mai 5-Jun 19-Jun 3-Jul Concentração PM2,5 17-Jul 31-Jul 14-Ago 28-Ago 11-Set 25-Set 9-Out 23-Out 6-Nov 20-Nov 4-Dez 18-Dez Figura 13. Variação da concentração média das partículas PM10 e PM2,5 determinadas em períodos de 24 horas, ao longo do ano 2002, na estação do IA. Na Figura 13, podemos observar que a variação registada na concentração de partículas PM2,5, de um modo geral é inferior à concentração de PM 10. A média anual de partículas PM 10 foi de 37,6 µg/m 3, enquanto para as partículas PM 2,5 alcançou-se um valor médio de 19,9 µg/m 3. A relação entre as partículas PM 2,5 e PM 10 é de 0,53.
25 Com o objectivo de tornar mais fácil a visualização da evolução das concentrações de partículas ao longo do ano 2002, na Figura 14, representa-se as concentrações médias das Partículas PM10 e PM2,5 divididas por estações do ano. Concentração (µg/m 3 ) Concentração PM10 Concentração PM2,5 Figura 14. Evolução do valor médio de partículas totais em suspensão PM10 e PM2,5 por estações do ano 2002, na Estação do IA. 0 Inverno Primavera Verao Outono Com excepção dos meses de Inverno onde se verificam as maiores concentrações de partículas, nas restantes estações do ano observa-se um aumento gradual dos níveis de partículas, no entanto nunca chegam a ultrapassar os valores de Inverno. Relativamente ás partículas PM 2,5, a variação é semelhante à verificada para as partículas PM 10. Em relação às médias diárias de partículas PM 10, verifica-se que não foi ultrapassado o valor recomendado pela OMS para a saúde, que é de 120 µg/m 3. O valor-limite estabelecido com base na média anual de partículas PM 10 não foi ultrapassad, tendo-se obtido um valor de 37,6 µg/m 3 contra o valor de 40 µg/m 3, estabelecido.
26 Relativamente às partículas totais em suspensão (PTS), e de acordo com a Directiva 80/779/CE, para se demonstrar a observância dos seus valores-limite, os dados recolhidos num analisador PM 10 devem ser multiplicados por um factor de 1,2 (ver tabela XVII e XVIII, Anexo III) Concentração PTS Concentração (µg/m3) Jan 22-Jan 5-Fev 22-Fev 7-Mar 18-Mar 29-Mar 9-Abr 23-Abr 21-Mai 18-Jun 9-Jul 29-Jul 20-Ago 9-Set 1-Out 21-Out 11-Nov 9-Dez Figura 15. Variação da concentração média das partículas PTS determinadas em períodos de 24 horas, ao longo do ano 2002, na estação do IA.
27 Quadros Resumo: PM 10 Legislação Comunitária (µg/m 3 ) Valor-limite Média anual Média 24h (*) Valor Ano Número de violações (*) margem de tolerância PM 10 OMS (µg/m 3 ) Valor protecção saúde Média 24h Número de violações (*) Com uma margem de tolerância de 8 µg/m 3 em 2000, com deduções iguais nos anos seguintes até atingir zero (0) no ano 2005 Legislação Comunitária Directiva 1999/30/CEE OMS Air Quality Guidelines for Europe
28 6.6 Composição química relativa aos principais compostos metálicos presentes nos aerossóis PM10 Ao longo do ano 2002, foram realizadas análises semanais à composição química relativa às concentrações de Arsénio, Cádmio, Chumbo, Níquel, Alumínio e Zinco das partículas (PM 10) retidas nos filtros. Na análise destes compostos foram utilizados diferentes métodos analíticos consoante os parâmetros em análise. Para a determinação do Cádmio, Chumbo e Níquel, utilizou-se o método de espectroscopia de emissão atómica com atomização electrotérmica, para o Arsénio, o método de espectroscopia de absorção atómica com gerador de hidretos, para o zinco e alumínio, o método utilizado foi espectrometria de emissão por plasma. No total do ano 2002, foram analisadas 49 amostras de partículas PM10 retidas nos filtros, tendo-se obtido concentrações médias extremamente baixas, excepto para o alumínio e zinco, tal como podemos observar na Figura 16. Concentração( µg/m 3 ) 0,25 0,20 0,15 0,10 0,05 0,00 0,2241 0,1205 0,0284 0,0197 0,0254 0,0022 Arsénio Cádmio Chumbo Níquel Alumínio Zinco Figura 16- Concentrações médias relativa aos principais compostos metálicos, analisados nos aerossóis PM10, recolhidos no ano 2002 na estação da qualidade do ar do IA. Concretamente em relação ao chumbo, que é o único elemento sujeito a restrições legislativas, verificamos que o valor médio obtido de 0,0197 µg/m 3 é bastante inferior ao valor admissível e estipulado na legislação portuguesa D.L. 111/2002 de 16 de Abril, de 0,5 µg/m 3.
29 Em percentagem, o Alumínio é, de entre os compostos metálicos analisados, o constituinte majoritário com cerca de 50% da composição química média nas partículas, em segundo lugar aparece o Zinco com 31%, seguido pelo Cádmio (8%) e, por último o Arsénio, o Chumbo e o Níquel com uma percentagem menos significativa. (Figura 17). 29% 1% 7% 5% 6% Figura 17. Composição química média (%) das partículas PM10, relativa aos principais compostos metálicos analisados na Estação do IA, no ano de 52% Arsénio Cádmio Chumbo Níquel Alumínio Zinco Na Figura 18, podemos observar a variação registada na concentração destes compostos, ao longo das quatro estações do ano As quais se consideraram representadas pelos seguintes meses: Inverno - Janeiro, Fevereiro e Março; Primavera - Abril, Maio e Junho; Verão - Julho, Agosto e Setembro; Outono - Outubro, Novembro e Dezembro. 0,400 Arsénio Cádmio Chumbo Níquel Alumínio Zinco Concentração (µg/m 3 ) 0,350 0,300 0,250 0,200 0,150 0,100 0,050 0,000 Inverno Primavera Verão Outono Figura 18. Composição química média das partículas PM10, relativamente aos compostos metálicos em análise, divididas por estações de ano, na Estação do IA no ano de Como podemos verificar, a variação da concentração destes compostos ao longo do ano, não apresenta um padrão sazonal bem definido.
30 Carbono Orgânico e Carbono Elementar (CO/CE) O carbono orgânico e o elementar, resultam de fontes antropogénicas e também da conversão gás-partícula, formando assim novas partículas por condensação. Disrtibuição de Carbono Orgânico e Carbono Elementar existente nas Partículas Atmosféricas - PM 10 33% Figura 19. Distribuição de Carbono Orgânico e Carbono Elementar 50% existentes nas Partículas Atmosféricas PM10, ao longo do 2% 15% ano 2002, na estação do IA. CO CE Carbonatos C Total Concentração µg/m 3 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0 CO CE Figura 20. Distribuição de Carbono Orgânico e Carbono Elementar existentes nas Partículas PM10 nas estações do ano. Inverno Primavera Verão Outono
31 Rácio CO/CE 7,00 6,00 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 CO/CE Figura 21. Rácio mensal do Carbono Orgânico e Carbono Elementar ao longo do ano. 0,00 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Relativamente ao rácio entre o CO/CE, o valor médio verificado durante o ano 2002 foi 2,9. Verifica-se ainda que o rácio mensal apresenta um padrão sazonal característico, atingindo valor máximo no mês de Junho de 5, Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos - PAH s Os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos constituem uma família de compostos caracterizada por possuírem dois ou mais aneis aromáticos. Estas substâncias, bem como os seus derivados nitratos e oxigenados, têm uma ampla distribuição ambiental e são encontrados como constituintes de misturas complexas em todas as matrizes ambientais. Entre inúmeras fontes, podemos citar os processos de combustão de material orgânico, particularmente a exaustão de motores a diesel ou a gasolina, a queima de carvão, incineração de resíduos, etc.
32 Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos - PAH s Naftaleno 2% 4% 6% 9% 8% 25% 2% Antraceno Fluoranteno Benzo( b ) fluoranteno Benzo( k ) fluoranteno Benzo( a ) pireno Figura 22. Distribuição dos Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos, ao longo do ano 2002, na estação do IA. 44% Benzo ( ghi ) perileno Indeno (1,2,3-c,d) pireno Quadro Concentrações médias de PAH s, durante o ano de 2002 na Estação de Alfragide. Naftaleno Fluoranteno Benzo( b ) Benzo( k ) Benzo( a ) Benzo ( ghi ) Indeno (1,2,3-c,d) Fluoranteno Fluoranteno Pireno Perileno Pireno C 10H 8 C 16H 10 C 20H 12 C 20H 12 C 20H 12 C 22H 12 C 22H 12 µg/m 3 µg/m 3 µg/m 3 µg/m 3 µg/m 3 µg/m 3 µg/m 3 Inverno 1,68 2,03 0,31 0,11 0,09 0,51 0,35 Primavera 1,38 0,77 0,08 0,02 0,06 0,12 0,14 Verão 0,38 1,18 0,15 0,05 0,12 0,24 0,21 Outono 0,67 1,91 0,34 0,14 0,30 0,48 0,38 Quadro Rácios ao longo do ano de Rácio Inverno Primavera Verão Outono Benzo( a ) Pireno Benzo ( ghi ) Perileno Benzo( b ) + Benzo( k ) + Benzo( a ) Benzo ( ghi ) + Indeno Fluoranteno Fluoranteno Pireno Perileno (1,2,3-c,d) 0,17 0,36 0,37 0,38 0,59 0,47 0,53 0,56
33 6.7 - Compostos orgânicos voláteis específicos (BTEX) A tomada de consciência dos efeitos nefastos que alguns Compostos Orgânicos Voláteis (COV s) podem provocar na saúde humana, alertou para a necessidade do conhecimento dos seus níveis de concentração no ar ambiente, tendo-se tornado muito importante a sua determinação na caracterização da qualidade do ar. No gráfico da Figura 23, apresenta-se a evolução média mensal dos valores de alguns compostos orgânicos voláteis, concretamente o benzeno, tolueno, etilbenzeno e os xilenos, ao longo do ano Concentração(µg/m 3 ) BENZENO TOLUENO EBENZENO XILENOS Figura 23. Evolução das concentrações médias mensais dos compostos aromáticos benzeno, tolueno, etilbenzeno e os xilenos, na Estação do IA, durante o ano Nota: Não existem valores dos meses de NOV. e DEZ. devido a avaria do equipamento.. 0 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT Comparando os valores fornecidos pela Figura 23 com os recolhidos em anos anteriores (ver Relatório Anual da Qualidade do Ar na Estação do IA Ano 2001), podemos verificar que a concentração média destes compostos no ano 2002 foi sempre baixa, (ver tabela XVIII, Anexo III). De acordo com o D.L. 111/2002 de 16 de Abril, é estabelecido o valor-limite de 5 µg/m 3 (valor médio anual) para o benzeno. Como podemos verificar na Figura 23, a concentração do benzeno ao longo do ano não ultrapassou o referido valor de 5 µg/m 3, tendo-se obtido um valor médio anual de 0,4 µg/m 3. É importante referir que nos meses de Novembro e Dezembro não existem resultados e entre os meses de
34 Abril e Outubro os resultados estão incompletos, devido a avarias consecutivas do equipamento. A taxa de eficiência de recolha de dados não ultrapassou os 60% pelo que se conclui que o valor anual de 0,4 está subavaliado. Quadro Resumo: Benzeno Legislação Nacional (µg/m 3 ) Valor-limite Média 24h Valor Ano ,4 5 Decreto de Lei n.º 111/2002 de 16 de Abril
35 6.8 Aldeídos e Cetonas Os aldeídos são compostos orgânicos voláteis caracterizados pela presença de um grupo carbonilo que se encontra ligado a pelo menos um átomo de oxigénio, e de fórmula geral: R-CHO. Os aldeídos de maior peso molecular, tal como o benzaldeido, possuem um odor agradável e origem natural, podendo-se encontrar em algumas plantas. Por outro lado, os aldeídos de mais baixo peso molecular, tal como o formaldeído ou o acetaldeído, tem um odor bastante desagradável e resultam principalmente da queima de combustíveis fósseis. Este último tipo de compostos encontram-se associados a (dependendo do nível de exposição), problemas respiratórios, alergias, irritação nos olhos, intoxicações, entre outras. Todos estes compostos são altamente solúveis em água, sendo igualmente degradados rapidamente na atmosfera pela acção solar, de modo que, cerca de metade das emissões é degradada em apenas algumas horas. A recente descoberta de que os aldeídos de mais baixo peso molecular, tais como o formaldeído e o acetaldeído, possuem características cancerígenas, chamou a atenção para a necessidade do seu estudo e da sua monitorização. Com este objectivo, a Estação de Referência da Qualidade do Ar do IA, desenvolveu, ao longo do ano 2002, uma campanha semanal de monitorização destes compostos com os resultados que se encontram representados no gráfico da Figura 24. Concentração (µg/m 3 ) Jan 24-Jan 7-Fev 21-Fev 7-Mar 21-Mar 4-Abr 18-Abr 2-Mai 16-Mai 30-Mai 13-Jun formaldeido 27-Jun 11-Jul 25-Jul 8-Ago 22-Ago acetaldeido 5-Set 19-Set 3-Out 17-Out 31-Out 14-Nov 28-Nov 12-Dez Figura 24. Variação da concentração de acetaldeído e formaldeído em amostras de 24 horas recolhidas, ao longo do ano 2002, na estação do IA..
36 A legislação nacional não estabelece para estes compostos quaisquer valores-guia, no entanto, a OMS estabelece como valor-guia médio diário de 65 µg/m 3. No gráfico da Figura 24, podemos verificar que apesar de em alguns dias a concentração de formaldeido ter alguns picos, nunca chegou a atingir o valor-guia estabelecido pela OMS, tendo-se obtido um máximo de 13,6 µg/m 3 no dia 21 de Março (tabela XIX, Anexo III). A média anual da concentração de formaldeído foi de 3,7 µg/m 3. Quadro Resumo: Formaldeido OMS (µg/m 3 ) Valor-guia Média 24h Número de violações OMS Air Quality Guidelines for Europe
37 7. Conclusões Da análise dos dados obtidos na Estação de Referência da Qualidade do Ar do IA em Alfragide, pode concluir-se o seguinte: As características meteorológicas particulares que se desenvolveram no ano 2002, com um inicio de ano particularmente seco e frio em oposição com um final extremamente húmido e chuvoso, parecem ter influenciado a quase totalidade das concentrações dos poluentes analisados. Dos poluentes em análise, e cuja fonte esteja directa ou indirectamente relacionada com o tráfego automóvel, foi notória a sua influência neste local. Em relação aos valores registados para as concentrações, conclui-se o seguinte: Para o dióxido de azoto: - Os valores recomendados pela OMS, foram todos ultrapassados. A média anual de NOx foi superior ao valor recomendado para a vegetação cujo valor obtido foi 80 µg/m 3; o valor recomendado para a protecção à saúde baseado nas médias horárias de NO 2 foi ultrapassado em cento e vinte e duas ocorrências. Para o ozono: - O limiar de informação à população, 180 µg/m 3 foi ultrapassado quatro ocorrências. Há a registar valores superiores ao limiar de protecção da vegetação para períodos de 24 horas (65 µg/m 3 ), os quais ocorreram num total de 155 dias, principalmente entre os meses de Abril e Maio. O valor máximo diário registado foi de 115 µg/m 3. - Em relação às médias de 8 horas, o limiar de protecção à saúde (110 µg/m 3 ) foi ultrapassado em cento e setenta e oito ocorrências. - Quanto aos valores recomendados pela OMS, também foi ultrapassado o valor referente à média de 24 horas para a protecção da vegetação, em cento e cinquenta e cinco ocorrências. O valor referente à média horária também recomendado para a vegetação não foi alcançado (200 µg/m 3 ).
38 - Os valores recomendados para a saúde foram ultrapassados para a média horária num total de dezasseis ocorrências, e quatrocentos e quarenta e três ocorrências para a média de 8 horas ( µg/m 3. ). Para o monóxido de carbono: - O valor recomendado pela OMS para a saúde (700 µg/m 3 ), foi ultrapassado em cinco vezes. Não foram ultrapassados os valores recomendados para a saúde para as médias horárias de 8 horas segundo a legislação nacional (D.L. 111/ de Abril ), sendo estes de 30,000 µg/m 3 e 10,000 µg/m 3, respectivamente. Para o dióxido de enxofre: - Os valores da Legislação Nacional (D.L.111/2002 de 16 de Abril), para o limiar de protecção da saúde humana referente às médias de 24 horas (125 µg/m 3 ) e às médias horárias (350 µg/m 3 ), não foram ultrapassados. Para as partículas PM10: - Os valores da Legislação Nacional (D.L 111/2002 de 16 de Abril), com o valor limite para média diária ( 65 µg/m 3 ), foram ultrapassados em 22 dias. - O valor diário recomendado pela OMS para a saúde (120 µg/m 3 ), não foi ultrapassado Em relação à composição química das partículas: - Foi analisado a concentração nas partículas de Arsénio, Cádmio, Chumbo, Níquel, Alumínio e Zinco. Tendo o Alumínio constituído o elemento maioritário com cerca de 52%, seguido do Zinco 29%, o Cádmio com 7%, o Níquel com 6%, o Chumbo com 5% e o Arsénio com 1%. - Em relação ao chumbo, o único elemento sujeito a legislação, o seu valor médio de 0,02 µg/m 3 é inferior ao legislado de 0,5 µg/m 3.
39 Em relação aos compostos orgânicos voláteis (BTEX): - O valor médio anual obtido para o benzeno de 0,4 µg/m 3, é inferior ao valor-limite proposto pelo Decreto-Lei 111/2002 de 16 de Abril (5 µg/m 3.Contudo há que referir a taxa de eficiência foi inferior a 60 % de dados recolhidos. Em relação aos Aldeídos: - O valor-guia diário recomendado pela OMS para a concentração de formaldeído, de 65 µg/m 3, nunca foi ultrapassado.
40 ANEXO I Evolução das concentrações médias diárias de NO2, O3, CO e SO2, analisadas no ano de 2002, na Estação da Qualidade do Ar
41
42
43
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45 ANEXO II Poluentes analisados, métodos de medição e equipamento
46 Tabela I Poluente Método de medição Equipamento Óxidos de azoto (NO x) Ozono (O 3) Monóxido de carbono (CO) Benzeno, Tolueno, Etilbenzeno e Xilenos (BTEX) Quimiluminescência Absorção de UV Absorção de infra-vermelho (IV) Cromatografia de Ionização de Chama Environnement (AC 30M) DASIBi (mod.1008 RS) Environnement CO 11 M LCD Chrompack (BTX) Partículas em suspensão PM 10 PM 2,5 Gravimétrico Bravo PM 10 (TCRTECORA) Dióxido de Enxofre (SO 2) Fluorescência Environnement (AF 21M) Partículas Atmosféricas Halogenadas Gravimétrico Graseby GMW (PAH s) Carbono Orgânico e Carbono Elementar Termo/óptico Sunset Laboratory (CO/CE) Inc. Óxidos de Azoto (NO x) Dada a sua natureza, os poluentes monóxido e dióxido de azoto (NO e NO2) são normalmente considerados como somatório das concentrações respectivas. A este somatório é usual atribuir-se a designação de óxidos de azoto (NO x). Em termos de efeitos na saúde, no entanto, o NO 2 é muito mais importante que o NO, o que explica que a legislação apenas fixe valores-limite e guia para o primeiro. Os óxidos de azoto resultam da reacção do azoto com o oxigénio durante a combustão a altas temperaturas (centrais térmicas, veículos automóveis). Estes gases contribuem para acidificação do ambiente e, em conjunto com os hidrocarbonetos, para a formação da poluição fotoquímica. Na definição dos valores-limite e guia, a legislação estabelece como dados base, médias horárias ou médias inferiores à hora.
47 Ozono (O 3) O ozono ao nível da troposfera (baixa atmosfera) é um gás azulado caracterizado pelo seu grande poder oxidante. Ao contrário dos outros poluentes, o ozono não tem fonte própria, formando-se a partir da acção da luz solar sobre os óxidos de azoto e compostos orgânicos voláteis. Na definição dos valores-guia, a legislação estabelece 3 horizontes temporais a vigiar: as médias horárias, as médias de 8 horas (em termos de valores extremos) e as médias diárias (em termos de valores médios). Monóxido de carbono (CO) O monóxido de carbono é um produto da combustão e, de entre todos os poluentes característicos do tráfego rodoviário, o indicador mais importante da poluição automóvel. As referências normativas consideram, para este poluente, 3 horizontes temporais a vigiar: as médias horárias, as médias de 8 horas (em termos de valores extremos) e as médias diárias (em termos de valores médios). Benzeno, Tolueno, Etilbenzeno e Xilenos (BTEX) O conhecimento dos níveis de concentração de Compostos Orgânicos Voláteis existentes no ar ambiente torna-se muito importante para o seu estudo no âmbito da caracterização da qualidade do ar, e dos efeitos que provocam na saúde humana. Alguns desses poluentes específicos, caso do benzeno, tolueno, etilbenzeno e os isómeros do xileno, são analisados por um equipamento específico que está instalado na Estação da Qualidade do Ar da Instituto do Ambiente em Alfragide, foi o primeiro analisador automático em contínuo adquirido em Portugal tendo entrado em funcionamento em Maio de 1996, na antiga Estação Experimental da Qualidade do Ar do IA na Av. Gago Coutinho em Lisboa O analisador BTX MONITOR CP-7001 é um sistema analítico, tipo cromatógrafo, concebido para a
48 determinação de Compostos Orgânicos Semi-Voláteis e baseia-se nos princípios da cromatografia gasosa. Num ciclo completo, o sistema concentra a amostra de ar (T=40ºC) num tubo absorvente TENAX em cerca de 500 vezes, e em seguida os hidrocarbonetos da amostra são separados numa coluna capilar (T=80ºC) com uma fase polar CP-Wax CB Ultimetal 45m x 0.53mm, df=1.0 µm. O analisador está equipado com um detector de Ionização de Chama (FID), e tem um limite de detecção de 0,1 µg/m 3. O tempo de amostragem e de análise seleccionada é de 15 minutos. O analisador é calibrado de 2 em 2 meses com uma mistura gasosa padrão certificada de BTEX de 1,5 ppmv, que é dinamicamente diluída de 1:140 através de uma unidade de diluição (opcional) constituída por orifícios críticos calibrados e com uma câmara de mistura. No fim da análise os resultados são processados num computador. Este sistema foi programado para gerar resultados de meia em meia hora. Durante o ciclo completo o sistema é totalmente controlado pelo computador. Partículas Totais em Suspensão (PTS) Os métodos analíticos de medição das Partículas Totais em Suspensão no ar ambiente estabelecidos na legislação Portuguesa (Portaria n.º 286/93 de 12 Março), reportam-se aos métodos dos Fumos Negros e ao Gravimétrico, este último considerado método de referência. Utilizou-se o método Gravimétrico com uma cabeça de amostragem de PM10. Entende-se por PM10, as partículas em suspensão susceptíveis de passar através de um filtro selectivo com 50% de eficiência para um diâmetro aerodinâmico de 10 µm (Directiva 1999/30/CE de 22 Abril). O princípio da medição é baseado na recolha num filtro da fracção PM 10 de partículas em suspensão no ar ambiente e na determinação da massa gravimétrica. O equipamento utilizado foi um amostrador BRAVO PM TCRTECORA Low-Volume, tendo-se utilizado filtros de fibra de vidro com um diâmetro de 37 mm. O caudal e a duração da amostragem foram de 1m 3 /h e de 24 horas respectivamente. As amostragens tiveram início às 10 horas em cada dia. As concentrações mássicas são expressas em µg/m 3. O volume amostrado foi corrigido para a pressão e temperaturas normais (101,3 Kpa e 293 Kelvin).
49 Dióxido de Enxofre (SO 2) O dióxido de enxofre é um gás incolor, não inflamável, de odor irritante, muito solúvel em água e bastante tóxico. De todos os compostos de enxofre, este é o que está presente em maiores quantidades na atmosfera, tendo como origem a queima de combustíveis e diversos processos industriais. O método utilizado para a determinação do dióxido de enxofre é o método de fluorescência de ultravioleta Carbono Orgânico e Carbono Elementar (CO/CE) O método recomendado actualmente para a determinação do carbono elementar e carbono orgânico em partículas recolhidas em filtros de quartzo é o método termo/óptico o qual se baseia na sucessiva volatilização/oxidação do carbono contido na amostra. Este método permite também fazer a determinação de carbonatos. O método consiste em colocar uma subamostra, retirada ao filtro de amostra, num forno de quartzo, sendo submetido a aquecimentos sucessivos de forma que os compostos de carbono orgânico e elementar nas partículas são medidos por uma técnica de análise termo/óptica. Os compostos de carbono removidos termicamente são sequencialmente convertidos em dióxido de carbono e depois em metano, o qual é subsequentemente medido por um detector de ionização de chama (FID), sendo a sub amostra monitorizada em contínuo por um feixe de laser.
50 ANEXO III Valores analisados e com base nos quais foram elaborados os gráficos
51 Relatório anual da Qualidade do Ar da Estação de medição do Instituto do Ambiente (Alfragide) Ano 2002 Tabela I Temperaturas médias mensais (ºC), verificadas na estação do IA, durante o ano 2002 Mês Temperatura média JAN 11,8 FEV 12,8 MAR 14,1 ABR 14,8 MAI 16,3 JUN 19,3 JUL 21,4 AGO 21,6 SET 19,5 OUT 18,2 NOV 14,2 DEZ 13,0 Média anual 16,4 Tabela II Temperaturas máximas e mínimas absolutas (ºC), verificadas na estação do IA, durante o ano 2002 Mês Temperatura mínima Temperatura máxima JAN 5,1 19,0 FEV 5,8 21,0 MAR 3,4 29,0 ABR 6,3 29,3 MAI 7,9 28,4 JUN 11,7 32,5 JUL 14,3 37,4 AGO 14,4 35,0 SET 11,3 26,2 OUT 7,7 27,8 NOV 5,4 21,9 DEZ 3,9 18,6 V. extremos anuais 3,4 37,4 51
52 Relatório anual da Qualidade do Ar da Estação de medição do Instituto do Ambiente (Alfragide) Ano 2002 Tabela III Valores médios mensais da humidade relativa e radiação solar, medida na estação do IA, durante o ano 2002 Mês Humidade relativa (%) Radiação solar (KW/m 2 ) JAN 77,8 FEV 68,0 MAR 68,9 ABR 63,4 MAI 65,2 JUN 62,4 JUL 58,2 AGO 60,6 SET 76,5 OUT 74,6 NOV 74,8 DEZ 78,0 Média anual 69,0 Tabela IV Valores mensais da precipitação (mm), medidos na estação do IA, durante o ano 2002 Mês Precipitação total JAN 52,5 FEV 14,2 MAR 138,5 ABR 45,0 MAI 14,4 JUN 5,0 JUL 0,7 AGO 0,8 SET 82,3 OUT 129,6 NOV 141,8 DEZ 169,9 Média anual 66,2 52
53 Relatório anual da Qualidade do Ar da Estação de medição do Instituto do Ambiente (Alfragide) Ano 2002 Tabela V Quantidade de precipitação diária e respectivo ph medidos na estação do IA, durante o ano 2002 Data Precipitação (mm) ph Data Precipitação (mm) ph 21/22 Jan 52,5 9,1 9/10 Out 2,1 7,88 2/5 Fev 14,2 7,37 11/14 Out 2,0 7,76 1/4 Mar 39,1 7,27 14/15 Out 45,9 8,19 11/12 Mar 18,4 8,7 15/16 Out 5,0 7,63 12/13 Mar 27,2 8,3 21/23 Out 8,9 7,1 13/14 Mar 11,0 8,8 22,5 6,84 14/15 Mar 9,5 7,36 29/30 Out 12,0 7,74 16/17 Mar 33,3 8,1 1/5 Nov 14,3 7,72 2/4 Abr 8,6 7,86 9/10 Nov 16,3 7,66 5/8 Abr 36,4 8,24 12/13 Nov 2,8 7,2 16/17 Mai 5,0 7,8 13/14 Nov 36,9 7,86 22/23 Mai 9,4 7,3 14/15 Nov 31,6 7,84 5,0 6,9 18/19 Nov 13,2 7,88 9/10 Jul 0,7 19/20 Nov 4,3 7,09 10 Ago 0,8 20/21 Nov 4,5 7,32 7/8 Set 3,4 8,2 21/22 Nov 17,9 7,41 13/16 Set 33,7 8,3 8/9 Dez 39,3 7,64 20/22 Set 34,7 7,4 9/10 Dez 27,5 7,54 24/25 Set 10,5 8,2 23/29 Dez 6,5 7,49 29/2 Out 3,9 7,3 29/30 Dez 64 5/6 Out 6,9 7,6 30/31 Dez 9 7,53 7/8 Out 18,9 8,1 31/1 Jan 23,6 7,88 8/9 Out 1,5 7,98 53
54 Relatório anual da Qualidade do Ar da Estação de medição do Instituto do Ambiente (Alfragide) Ano 2002 Tabela VI Direcção dos ventos (n.º de contagens horárias efectuadas na estação do IA, durante o ano 2002) Direcção Inverno Primavera Verão Outono N 45 74,3 67,7 2,4 NNE 63,7 20, ,3 NE 52,1 8,6 9,5 26,1 ENE 8,5 4,3 3,4 14,3 E 3,6 2,5 1,5 10 ESE 3,1 2,1 3,4 11,1 SE 2,5 1,4 4,8 6,1 SSE 4,6 1,1 6,6 7,1 S 13,5 3, ,9 SSO 32,9 18,8 34,5 52 SO 21,9 11,9 15,2 41,2 OSO 10,5 7,3 6,3 26,9 O 5,3 7,2 5,5 18,6 ONO 6,9 14,4 12,2 24,3 NO 10,8 36, ,6 NNO 15,3 84,5 71,9 1,8 Calmas 0,9 1 0,7 11,4 Nota: O inverno refere-se aos meses de Janeiro, Fevereiro e Março; A Primavera a Abril, Maio e Junho; O Verão a Julho, Agosto e Setembro; O Outono a Outubro, Novembro e Dezembro. Tabela VII Intensidade média do vento (Km/h) verificada na estação do IA, durante o ano 2002 Mês Intensidade do vento JAN 9,8 FEV 11,0 MAR 10,5 ABR 11,9 MAI 12,7 JUN 13,5 JUL 15,9 AGO 13,6 SET 9,6 OUT 8,7 NOV 9,4 DEZ 11,9 Média anual 11,5 54
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