NOTA INFORMATIVA N O 21/2012/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP. Assunto: Abate teto. Referência: Processo nº SUMÁRIO EXECUTIVO
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1 Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Secretaria de Gestão Pública Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais de Pessoal Coordenação-Geral de Elaboração, Orientação e Consolidação das Normas NOTA INFORMATIVA N O 21/2012/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP Assunto: Abate teto. Referência: Processo nº SUMÁRIO EXECUTIVO 1. Por meio do PARECER Nº /2011/DP/CONJUR-MP/CGU/AGU retornam os autos a este Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais DENOP, após manifestação da Consultoria Jurídica deste Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão quanto às parcelas remuneratórias que compõem o limite estabelecido para fins de abate teto. INFORMAÇÕES 2. Preliminarmente, ao analisar o pleito, este Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais DENOP se manifestou nos termos da Nota Informativa nº 755/2011/CGNOR/DENOP/SRH/MP, de 05/12/2011, fls , e julgou pertinente submeter o tema à apreciação da CONJUR/MP, com os seguintes questionamentos: 10. Diante do exposto, tem-se que: as parcelas não podem ser somadas entre si; as parcelas não podem ser somadas à remuneração do mês em que se der seu pagamento para fins de cálculo do teto remuneratório; e cada parcela será submetida individualmente ao teto remuneratório, ou seja, será devido ao servidor o valor de cada uma delas, até o limite do teto constitucional. 11. No entanto, de acordo com o disposto no item 4 da Decisão nº 63- B/2011, as parcelas que não estejam expressamente arroladas no item 3, não poderão ser excluídas do teto remuneratório, razão pela qual questionamos: a) No caso do adiantamento de férias, que nada mais é do que o adiantamento do percentual de 70% da próxima remuneração do servidor, ainda que paga de forma antecipada:
2 I o adiantamento de parte da remuneração solicitada pelo servidor em razão de suas férias perde esse caráter (não pode ser somada à remuneração no mês em que se der seu pagamento) e por isso não entraria no cálculo para fins do abate teto? II Em caso negativo, como será aplicado o limite do abate teto sobre essa parcela? III após o término das férias, quando o servidor for perceber os 30% restantes de sua remuneração, o seu valor total (70% de adiantamento de férias + os 30% restantes) será submetido ao teto constitucional? IV na hipótese acima, caso a soma do valor do adiantamento de férias + os 30% restantes seja superior ao valor do teto, haverá restituição ao erário do valor recebido a maior? b) Tendo em vista que o entendimento em vigor nesta SRH até o momento, era no sentido de que as parcelas referentes ao adiantamento de férias, décimo terceiro salário e terço constitucional de férias integrariam o cálculo do abate teto, questionamos: I.A partir da Decisão nº 63-B/2011, cada parcela será submetida individualmente ao teto remuneratório, sendo devido ao servidor o valor de cada uma delas, até o limite do teto constitucional? 3. Em resposta a CONJUR/MP emitiu o PARECER Nº /2011/DP/CONJUR-MP/CGU/AGU, fls , onde apresentou o seguinte raciocínio: 5. Quanto as parcelas questionadas nos autos em apreço, não se pode olvidar que os Ministros do Supremo Tribunal Federal também fazem jus ao terço constitucional de férias e à gratificação natalina, sem que isso configure violação ao teto remuneratório. Portanto, não há óbices para que se deixe de somar tais verbas à remuneração mensal do servidor para aplicação do abate-teto, passando a considerá-las individualmente. Sustentar o contrário corresponderia a negar aos Ministros do Supremo Tribunal Federal o percebimento de tais parcelas, asseguradas pela própria Constituição no 3º do art A Lei nº 8.112/90, embora em disposição anterior à redação da pela EC 41/2003 ao citado inciso XI do art. 37 da CF/88, já excluía do teto remuneratório as vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61, entre as quais se incluem a gratificação natalina e o adicional de férias, in verbis: Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a título de remuneração, importância superior à soma dos valores percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por membros do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal Federal. Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61. (...) Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições, gratificações e adicionais: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de ) I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de ) II - gratificação natalina; IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas; 2
3 V - adicional pela prestação de serviço extraordinário; VI - adicional noturno; VII - adicional de férias; VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho. IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. (Incluído pela Lei nº de 2006) 7. Portanto, a melhor interpretação do art.37, XI, a nosso ver, é considerar individualmente o adicional de férias e a gratificação natalina para a incidência do abate teto. Aliás, é isso o que consta da decisão proferida pela 9ª Vara Federal na Ação Civil Pública nº Confira-se (fl. 23v): 2) Observe o valor do teto remuneratório no pagamento das seguintes parcelas remuneratórias, embora não se somem entre si e nem com a remuneração do mês em que se der o pagamento: I adiantamento de férias; II- décimo terceiro salário; III terço constitucional de férias; 8. Ademais, a determinação contida no item 4 da sentença ( abstenha-se de excluir, no cotejo com o teto remuneratório, outras verbas que não estejam expressamente arroladas no item 3 ) não tem a extensão sugerida nos itens 10 e 11 da Nota Informativa nº 755/2011/CGNOR/DENOP/SRH/MP. 9. Com efeito, o item 4 da decisão apenas assegurou que nenhuma verba além das mencionadas no item 3 seja excluída da incidência do abate teto, em nada contradizendo o modo pelo qual este incidiria em relação às parcelas mencionadas no item 2 do decisum. 10.O adiantamento de férias, por sua vez, que corresponde ao pagamento adiantado de 70% da próxima remuneração do servidor, também não deve ser somado à remuneração do mês em que for creditado ao servidor, não apenas por força da decisão judicial, mas também porque, como a própria denominação já diz, é mero adiantamento da remuneração referente a outro mês. A incidência do abate-teto sobre essa verba deve ser feita isoladamente, considerando o valor total da remuneração do mês do qual foram retirados os 70%, ou seja, somando-se o valor adiantado com os 30% restantes. Se de tal forma resultar valor superior ao teto remuneratório, abate-se o excedente. 11. Em relação ao momento em que o abate teto seria aplicado, se junto com a antecipação ou com os 30% restantes, correndo-se o risco de ser necessário proceder à restituição ao erário se os 30% não forem suficientes, entendo que é juridicamente mais adequado, e a prudência e a eficiência administrativa recomendam, que já se expurgue o valor excedente ao teto no momento da antecipação, sempre que se verificar que o somatório dos 70% adiantados com os 30% restantes superará o teto em valor que, somando os demais descontos de praxe (imposto de renda, PSS, etc), seja superior a esses 30% restantes. 12. Com efeito, além do fato de que o pagamento de verba superior ao teto em relação a determinado mês viola a Constituição Federal, seriam afastadas a posterior necessidade de instauração de procedimento administrativo para restituição ao erário e as eventuais complicações desta fase. 13. Ante o exposto, em resposta à consulta formulada pelo Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais DENOP/SRH/MP, opina-se no seguinte sentido: 3
4 a) Deve-se considerar individualmente o adicional de férias e a gratificação natalina para a incidência do abate teto. b) Quanto ao adiantamento de férias, o abate teto deve incidir sobre o somatório do percentual adiantado com o percentual restante da remuneração e, quando os 30% restantes não forem suficientes para cobrir o abate-teto e os demais descontos de praxe, deve-se abater o valor excedente da própria parcela adiantada, evitando-se, com isso, pagamento em desconformidade com a Constituição Federal e a necessidade de restituição ao erário. 4. Assim, conforme considerações apresentadas por meio da Nota Informativa nº 755/2011/CGNOR/DENOP/SRH/MP, de 05/12/2011, e acolhendo o entendimento da CONJUR/MP esta Coordenação-Geral entende que, para fins de aplicação do limite do abate-teto nas parcelas referentes ao adicional de férias, gratificação natalina e adiantamento de férias, deve-se observar: I) A parcela referente ao adicional de férias será submetida, individualmente, à incidência do abate-teto; II) A parcela referente à gratificação natalina será submetida, individualmente, à incidência do abate-teto; III) Quanto ao adiantamento de férias, há que se considerar duas situações distintas: a) O valor do adiantamento de férias deverá ser submetido integralmente à incidência do abate-teto no momento do pagamento do 70% desta parcela, quando restar comprovado que os 30% restantes não serão suficientes para suportar o desconto referente à parcela do abate-teto e os outros descontos de praxe; b) O valor do adiantamento de férias poderá ser submetido integralmente à incidência do abate-teto no momento do pagamento dos 30% restantes, quando comprovado antecipadamente, que este será capaz de suportar o desconto referente à parcela do abate-teto e aos outros de praxe. 5. Ressalte-se, por oportuno, que esta manifestação visa dar cumprimento à determinação da Decisão Judicial nº 63-B/2011, decorrente da Ação Civil Pública interposta pelo Ministério Público Federal em desfavor da União acerca das parcelas remuneratórias que comporão o cálculo para fins de abate-teto. 6. Isto posto, sugerimos a restituição do autos à Indústrias Nucleares do Brasil INB para conhecimento e providências pertinentes, com cópia da presente manifestação ao Departamento de Gestão de Pessoal Civil e Carreiras Transversais e à Auditoria de 4
5 Recursos Humanos deste Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e à Secretaria Federal de Controle Interno da Controladoria-Geral da União para conhecimento CLEONICE SOUSA DE OLIVEIRA Técnica da DILAF MÁRCIA ALVES DE ASSIS Chefe de Divisão À consideração superior. ANA CRISTINA SÁ TELES D AVILA Coordenadora-Geral de Elaboração, Orientação e Consolidação das Normas para deliberação. De acordo. À apreciação da Senhora Secretária-Adjunta de Gestão Pública VALÉRIA PORTO Diretora do Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais de Pessoal Aprovo. Restitua-se à Indústrias Nucleares do Brasil INB para conhecimento e providências pertinentes, com cópia da presente manifestação ao Departamento de Gestão de Pessoal Civil e Carreiras Transversais e à Auditoria de Recursos Humanos deste Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e à Secretaria Federal de Controle e Interno da Controladoria-Geral da União para conhecimento. CATARINA BATISTA DA SILVA MOREIRA Secretária-Adjunta de Gestão Pública 5
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