Heidegger e a Sustentabilidade

Transcrição

1 Heidegger and Sustainability sobre o homem necessidades devem ser prioritária e impe sustentável PALAVRAS-CHAVE Debate Ambiental more substantive public discussion about the man, as a being whose needs KEY-WORDS Environmental Debate

2 - 1 - Sustentabilidade Sustainability gera 1 associados ao termo, ou ao seu correlato, desenvolvimento sustentável, são en homepages de boa parte das grandes empresas ambiental, social e econômica A noção de sustentabilidade chamada Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento no re pouco mais de 25 anos. Sustentável atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gera 2 Atendimento de ne cessidades e necessidade de desenvolvimento caminham, portanto, lado a de seres humanos gerações presentes e futuras: as passadas não são citadas. de non returning points estratégias de desenvolvimento capazes de tornar perene o atendimento das necessidades humanas 2 CMMAD, 1991, p. 9. V.1 N.2 [2013]149

3 The Population Limits to Growth por Donella Meadows a partir do Clube de Roma. 4 Conferência de Estocolmo, e com ela a declaração 5. Ato contínuo, isto é, em dezembro busca de uma nova noção de desenvolvimento recursos naturais, com os ciclos de regeneração do planeta e, mais importante, necessidades humanas Comissão Mundial sobre Meio Ambiente. Essa comissão tomou a seu encargo propor uma agenda global para a mudan um desenvolvimento sustentável por volta do ano 2000, e daí em diante. A insustentável deveriam caminhar juntas as três citadas sustentabilidades: ambiental, social e econômica. Silent Spring The Tragedy of the Commons V.1 N.2 [2013]150

4 patenteado pela abriu caminho, por sua vez, para des e países pobres, isto é, o descompasso entre as diversas necessidades a serem 7, um novo Protocolo de Quioto 8 desenvolvimento ganhou, previsivelmente, a simpatia dos países pobres e dos não poderia ser pensada senão como estratégia de desenvolvimento global integrado 9 têm É sempre tentador, neste ponto, restringir a discussão à tentativa de circunscri básicas a serem priorizadas e legitimamente todos, V.1 N.2 [2013]151

5 puta em torno da real magnitude e velocidade das mudanças climáticas, ou por outros desequilíbrios visivelmente em curso palpável, num horizonte temporal mensurável, possa ter real poder de persuasão relativas às mudanças climáticas. Numa avenida de mão dupla, cientistas acusam - II - The Deep Ecology Movement. 10 permitam aumentar a produção de commodities e satis Natural Resources Journal V.1 N.2 [2013]152

6 alguns chamado de pai da nanotecnologia de subserviência e perda de autonomia. 11 A segunda e central posição abrange as correntes reformistas ção de desenvolvimento de modo a nela incluir as muitas externalidades das main stream teria gratuitamente se alimentado. A matriz ética utilitarista a maior felicidade possível para o maior número possível de pessoas. mas de Gross National Happiness 12 V.1 N.2 [2013]153

7 Cúpula dos Povos. Em sua Declaração Final, de subtítulo Cúpula dos Povos na Rio +20 por justiça social e ambiental, em defesa dos bens comuns, contra a mercantilização da vida, o debate institucional ambiental com o paradigma dominante, acusando seus lismo e de construir, através de nossas lutas, novos paradigmas de sociedade. nome de deep ecology deep ecology não há reforma possível do atual modelo desenvolvimentista reza não humana 14 cais, tanto em suas fontes de inspiração revisão da relação do homem com a Natureza, ou de sua posição no Cosmos, V.1 N.2 [2013]154

8 dessa dignidade do não humano 15 relação às perspectivas mais utilitárias e antropocêntricas. Diz Nash no artigo Do the Rocks have rights Touch the Earth Não pensamos nas grandes planícies abertas, nas mon 17 Wilderness and the American Mind The Rights of Nature The CenterMagazine, Santa Barbara, 10, 1977:2. Touch the Earth: a self-portrait of indian existence V.1 N.2 [2013]155

9 - III - Fifty Key Thinkers on the Environment da deep ecology o homem heideggeriano continuaria a ocupar posição central entre os demais palmente, com o homem ocidental, europeu, alemão, mais pontualmente ainda uma, nos questões por ele postas questões cruciais antropocentrismo e humanismo ter. Em suma, se da parte do main stream V.1 N.2 [2013]156

10 - IV - Ser e Tempo analítica do Dasein viravolta Kehre obra, por ele mesmo nomeada em Sobre o Humanismo de ontologia fundamental humanismo, por ele entendido como irremediavelmente trespassado por um tom status atender às necessidades humanas Paideias. 18 Esse empobrecimento, Dasein como s no original, tradução minha. V.1 N.2 [2013]157

11 em direção ao homem, e não o inverso. dá a pensar. Não se trata, subserviência. Dasein o ente no qual se dá a compreensão, ainda que prévia, incompleta, obstruída, implícita ou explícita, de algo há muito nomeado pela palavra Ser outras palavras, entes potencialmente abertos para a pergunta sobre o ser dos em alguns deles, até onde se sabe não perguntaram e não perguntam pelas partículas ou pelo plasma constituinte do Universo, também não pelo Lógos ser tampouco de testes nucleares ou projetos genéticos de superação da animalidade. Dasein Os Conceitos anos depois de Ser e Tempo, se discuta a possível relação de entes não huma nós chamamos de mundo e do somos formadores de mundo. coletivamente dos entes em geral, se não pela singularidade dos nossos sentidos e do nosso V.1 N.2 [2013]158

12 somente emulados em nós acontece, ou pode acontecer 19 pobreza e riqueza Die Armut, dedicado ao tema da pobreza. 20 das necessidades humanas sustentabilidade. envolva apenas os humanos, surge o problema da comparação do Dasein de o Dasein eurocêntrico compreende e tem historicamente compreendido o Ser em geral. Não é demais insistir, foi essa a forma que se tornou dominante e globalizou o mundo. Dasein pudesse realmen poetas ainda capazes de pensamento meditativo homem ocidental, mais diretamente imerso na hegemonia do pensamento calculativo este mundo mesmo 20 V.1 N.2 [2013]159

13 suas possibilidades de história - V - alguns implícitos insidiosamente presentes no debate em pauta. concepção antropológico-instrumental da técnica. 21 Essa concepção, embora correta para o um desenvolvimento sustentável. tecnicamente determinado em seu ser, isto é, perpetuamente convo ger, à condição de destino mais precisaríamos resistir e agir. Quem sabe pudéssemos trabalhar aí, mais destino vi- V.1 N.2 [2013]160

14 rando as atenções para a real inércia ou poder de condicionamento do caudal técnico em que nos encontramos imersos? mente discutir planos de ação mos um outro cenário. Quem sabe não pudessem inclusive os ecologistas mais pro o que efetivamente se perderia, caso lográssemos tornar Referência Bibliográfica Primavera Silenciosa Nosso Futuro Comum Os Nanossistemas: possibilidades e limites para o planeta e para a sciedade humana: possibilidades e limites das nanotecnologias. Cúpula dos Povos por Justiça a Mercantilização da Vida. The Deep Ecology Movement the technological condition. Malden: Blackwell, The Tragedy of the Commons. Science, Ser e Tempo, edição bilíngue.

15 Os Conceitos Fundamentais da Metafísica: mundo, finitude, solidão Die Armut. Heidegger Studies, Berlin vol.10, Über den Humanismus Sobre o humanismo A questão da técnica Serenidade Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mundança do Clima rotocolo de Quioto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, Quioto, O Futuro que Queremos Grandes Ambientalistas. Philosophy of Technology: the technological condition Malden: Blackwell, Touch the Earth Limits to Growth Universe Books, NAESS, A. The Shallow and the Deep, Long Range Ecology Movement: a summary. Wilderness and the American Mind. The Rights of Nature. Do Rocks have Rights? The Center Magazine, Santa Barbara, 10, 1977:2. Desenvolvimento Sustentável: a institucionalização de um conceito. São Declaração de Estocolmo sobre o Ambiente Humano ano 1 edição 2