Kofi Annan, Ex-Secretário-Geral da ONU

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1 Guia da Advocacia

2 Não conseguiremos finalmente derrotar o SIDA, a tuberculose, a malária, ou qualquer das outras doenças infecciosas que atormentam o mundo em desenvolvimento até termos também ganho a batalha pela água potável, pelo saneamento e pela assistência médica básica. Kofi Annan, Ex-Secretário-Geral da ONU

3 O Guia da Advocacia não foi criado para ser lido do princípio ao fim duma só uma vez! Se desejar entender o que é a advocacia veja a secção 1 Se desejar saber porque levamos a cabo a advocacia veja a secção 2 Se quiser começar a desenvolver os seus planos de advocacia veja as secções 3 e 4 Se quiser fazer com que a advocacia se concretize veja as secções 5 e 6 Se quiser escolher algumas ferramentas de advocacia veja o toolkit 1

4 2 Guia de advocacia

5 Índice Prefácio Introdução Como utilizar o Guia da Advocacia Secção 1 Uma Introdução à Advocacia Governo e Governação O problema da política e do poder Espaços para a participação da sociedade civil Como evolui a política? Responsabilidade e legitimidade Fazer a ligação entre a advocacia local, nacional e internacional Secção 2 A WaterAid e a Advocacia Porque é que a WaterAid faz trabalho de advocacia A necessidade de boa governação e investimento em A&S O que é que está a bloquear a boa governação e o investimento em A&S? A&S e os Objectivos da ONU para o Desenvolvimento do Milénio Secção 3 Advocacia de raiz Criação de capacidades nas comunidades para a advocacia de raiz Secção 4 Planeamento da advocacia O ciclo de planeamento da advocacia Identificar as questões Investigar as questões Ferramentas para analisar as questões Definição dos objectivos Identificação dos alvos Esclarecimento da mensagem Secção 5 Fazer com que a advocacia se concretize Que recursos e capacidades existem para a advocacia? Estabelecimento das relações certas com os aliados Criação de alianças Planeamento das acções Planeamento da monitorização e avaliação 3

6 Secção 6 Acções de advocacia Fazer lobby Campanhas públicas Utilizar os meios de comunicação Dar impulso à mensagem Vídeo e teatro / teatro de rua Secção 7 Monitorização e avaliação Monitorização Avaliação Qual é a diferença entre monitorização e avaliação? Que aspectos do trabalho de advocacia podem ser monitorizados e avaliados? Quais são os desafios relacionados com a monitorização e a avaliação do trabalho de advocacia? Como se pode analisar o progresso no trabalho de advocacia? Secção 8 Recursos adicionais de informação Anexo Toolkit de advocacia 1 Tabela de planeamento da investigação da WaterAid 2 Algumas considerações orientadoras para os Termos de Referência (ToR) da investigação. 3 A árvore do problema e da solução 4 A tabela RAPID 5 Interessados no fornecimento de água e de saneamento (A&S) 6 Tabela de análise dos interessados 7 Análise abrangente dos alvos 8 Amostra de orçamento de advocacia 9 Perguntas sobre governação para as alianças 10 Plano de acção simples para a advocacia 11 Plano do programa de advocacia da WaterAid (APP) 12 Protocolo da WaterAid sobre campanhas públicas 13 Dicas sobre bons comunicados à imprensa 14 Amostra de comunicado à imprensa 15 Textos que vale a pena ler 16 Dicas para falar em público 17 Amostra de comunicado para fazer lobby 4 Guia de advocacia

7 Estudos de casos Levar as vozes populares ao governo em Madagáscar A FEDWASUN no Nepal Actuar no momento certo no Gana Criação de alternativas credíveis em Karachi Analisar a política em comparação com a prática em Moçambique O governo da Tanzânia como alvo e entidade influente A UWASNET no Uganda The Freshwater Action Network (A Rede de Acção para a Água Doce) Reformar os serviços públicos para satisfazer os ODMs de água e saneamento Utilização das visitas aos projectos no Bangladesh Guia de advocacia 5

8 Agradecimentos Escrito por: Mary O Connell Agradecemos com reconhecimento às seguintes pessoas na produção do Guia da Advocacia: Belinda Calaguas, David Matthews, Abdul Nash Mohammed, James Wicken, Danielle Morley, Dominick de Waal, Henry Northover e Jerry Adams. Editores: Gideon Burrows e Libby Plumb. Publicado por: WaterAid Durham Street Londres SE11 5JD Reino Unido Tel: + 44 (0) Nº de Registo de Obra de Beneficência no Reino Unido: Setembro de 2007 É admissível reproduzir e distribuir os materiais no Guia da Advocacia sendo necessária atribuição dos créditos apropriados. 6 Guia de advocacia

9 Prefácio A WaterAid foi fundada em 1981 por homens e mulheres da indústria hídrica britânica com paixão e dedicação no sentido de melhorar a saúde pública. Em muitos aspectos, a indústria é o grande herdeiro dos projectos de engenharia de saúde pública do século dezanove que mudaram as vidas da população do Reino Unido, população essa em que havia grandes quantidades de pessoas a viver em bairros da lata tais como os descritos por Charles Dickens, onde as doenças eram disseminadas devido à falta de água limpa e à presença de esgotos abertos. Hoje em dia, mais de 1,1 mil milhões de pessoas à volta do mundo não têm acesso à água limpa e mais de 2,6 mil milhões não têm acesso ao saneamento seguro. Claramente, esta situação é um escândalo que persiste no século XXI. À medida que a WaterAid tem vindo a crescer em experiência, reputação e capacidades, aprendemos que o financiamento de projectos para melhorar a água e o saneamento, apesar de serem importantes por si próprios, não é resposta suficiente para a necessidade de satisfazer os direitos das pessoas a serviços hídricos e de saneamento que sejam suficientes, económicos, acessíveis, seguros e aceitáveis. A visão da WaterAid é a de um mundo onde toda a gente tem acesso à água limpa e ao saneamento. Para tal é necessário resolver as causas que não permitem que um terço do mundo goze destes direitos fundamentais. No entanto, estas causas vão para além das más práticas e dos programas mal projectados. Encontram-se presentes nas desigualdades legais, económicas, políticas, culturais e sociais das sociedades onde a WaterAid trabalha, e em todo o resto do mundo em desenvolvimento. Não se limitam às políticas relacionadas com questões de água e de saneamento, mas incluem políticas que afectam o acesso das pessoas à água e ao saneamento, por exemplo, as políticas e os programas para a erradicação da pobreza, o comércio e o investimento. Incluem desigualdades entre classes, géneros, etnias, e outros grupos sociais, que levam à marginalização das pessoas vulneráveis. Incluem a qualidade do governo, assim como a qualidade da governação, a capacidade (ou falta da mesma) das pessoas pobres de serem ouvidas e os meios para responsabilizar os seus governos. Incluem relações desiguais e desequilíbrios de poder entre os países ricos industrializados do Norte e os países em desenvolvimento do Sul. Juntamente com um número cada vez maior de ONG s para o desenvolvimento, a WaterAid comprometeu-se a levar a cabo trabalho de advocacia com o fim de maximizar o impacto das actividades dos seus programas e de satisfazer as necessidades globais de água, saneamento e higiene. Este empenho reflecte os objectivos corporativos da organização que incluem influenciar as políticas e as práticas nacionais para que as pessoas pobres consigam acesso ao abastecimento económico, acessível e sustentável de água limpa, saneamento e serviços de promoção da higiene. O Guia da Advocacia é não só um recurso para os funcionários da WaterAid e os seus parceiros nos projectos, mas também para qualquer pessoa que queira entender, planear e levar a cabo trabalho de advocacia de modo sistemático e eficaz. A WaterAid está empenhada em desafiar as barreiras que evitam o acesso a serviços hídricos e de saneamento essenciais. Esperamos que esta edição actualizada do Guia da Advocacia lhe proporcione as ideias, métodos e ferramentas para entrar em acção nas campanhas locais ou nos movimentos internacionais que fazem alguma diferença quando se trata de quem pode abrir uma torneira ou de ir ao quarto de banho com conforto e dignidade. Stephen Turner Director de Política Pública e Educação WaterAid Guia de advocacia 7

10 Introdução O Guia da Advocacia é para qualquer pessoa que queira mudar as vidas das pessoas mais pobres no mundo. Neste contexto, a advocacia é o planeamento e a execução de acções que procuram mudar a política, as atitudes e as práticas a favor das pessoas pobres. Pode ter muitas formas, desde discussões cara a cara com políticos, ao levar a cabo uma campanha junto dos meios de comunicação no sentido de aumentar a consciencialização pública destas questões. Para a WaterAid, o fundamento essencial de todo o trabalho de advocacia é o envolvimento das comunidades de base. Somente envolvendo as comunidades e as próprias pessoas afectadas pelas questões, e dando-lhes poder e aumentando a sua capacidade de actuar e de se defender a si próprios, se podem realmente produzir mudanças. É este trabalho de base que aufere credibilidade às acções de advocacia, e que faz com que seja mais provável que se consigam alcançar os objectivos da advocacia. O principal objectivo do Guia da Advocacia é ajudar os funcionários da WaterAid e das organizações parceiras a esboçar planos de acção de advocacia que tenham como objectivo melhorar o fornecimento hídrico e a situação do saneamento para as pessoas mais pobres nos países onde trabalham. No entanto, o Guia da Advocacia foi escrito e estruturado de forma a ser útil a qualquer indivíduo, grupo ou organização que procure levar a cabo trabalho de advocacia sobre as suas próprias questões em qualquer país do mundo. Em todo o texto damos exemplos concretos do trabalho de advocacia da WaterAid e dos seus parceiros na prática, para proporcionar informação e demonstrar o que é a advocacia eficaz. No final do relatório, proporcionamos algumas ferramentas, pró-formas, tabelas e diagramas que quem trabalha em advocacia pode querer reproduzir, adaptar ou distribuir, ou simplesmente utilizar como base para criar algo mais adaptado à sua própria campanha de advocacia. Esperamos que o ache útil, e gostaríamos que nos desse sugestões para o melhorar ou contribuições para futuras edições. 8 Guia de advocacia

11 Como utilizar o Guia da Advocacia A Secção 1 examina a teoria do trabalho de advocacia, introduzindo alguns conceitos chave e preparando o leitor para os processos de auto análise, investigação e planeamento que têm que ser levados a cabo antes de se poder dar início ao verdadeiro trabalho de advocacia. A Secção 2 examina a advocacia em termos de como se relaciona especificamente com o trabalho da WaterAid para melhorar a situação do fornecimento de água e de saneamento (A&S) a algumas das pessoas mais pobres do mundo, particularmente no contexto dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. A Secção 3 examina a questão do envolvimento das comunidades populares no trabalho de advocacia, e proporciona algumas ferramentas e estudos de casos sobre como o transformar na parte central dos planos de acção da advocacia, em vez de ser somente um extra. A Secção 4 introduz o ciclo de planeamento da advocacia, e esboça os passos que uma organização tem que tomar quando planeia o trabalho de advocacia, incluindo analisar a questão, identificar os alvos, e identificar os meios de influenciar os mesmos. A Secção 5 começa a proporcionar as ferramentas de que irá precisar para pôr os planos de acção da advocacia em prática, incluindo uma análise da importância da criação de parcerias eficazes. Oferece alguns modos teóricos diferentes para abordar o trabalho de advocacia. A Secção 6 oferece algumas ferramentas concretas que podem ser utilizadas para levar a cabo o trabalho de advocacia. A Secção 7 cobre a questão cada vez mais importante de monitorização e avaliação. A Secção 8 oferece informação e ligações a listserves, redes e organizações úteis. No Anexo proporcionamos algumas ferramentas, pró-formas, tabelas e diagramas que as pessoas que trabalham em advocacia podem querer reproduzir, adaptar ou distribuir, ou apenas utilizar como base para criar algo mais adaptado à sua própria campanha de advocacia. Na prática: oferece exemplos das boas práticas em advocacia da WaterAid e de outras organizações. Rápido e útil: listas de controlo, exemplos e outras coisas úteis para ajudar o seu planeamento de advocacia. Ideia chave: esboça algumas das principais ideias teóricas por detrás do trabalho de advocacia. Toolkit de advocacia: explica quando uma ferramenta, pró forma, tabela ou exemplo útil descrito pela WaterAid, foi incluído no Anexo. Guia de advocacia 9

12 10 Guia de advocacia

13 Secção 1 Uma Introdução à Advocacia A advocacia significa entrar em acção para provocar as mudanças que se procuram. Por isso, a advocacia tem necessariamente que ocorrer no âmbito dum contexto particular, e pode-se dirigir a um alvo específico. Pode ser que o seu trabalho de advocacia vise mudar as políticas e práticas nacionais ou mesmo internacionais. Mas também pode ter lugar num contexto muito local. Pode implicar dar o poder e capacitar os indivíduos e as comunidades locais para que entrem eles próprios em acção para conseguir as mudanças. Uma estratégia holística de advocacia que procura conseguir mudanças abrangentes como o melhoramento do fornecimento de água e do saneamento (A&S) nos países mais pobres do mundo irá necessariamente envolver trabalho de advocacia coordenado a nível internacional, nacional, regional e local. Também envolve um entendimento claro das influências políticas e de poder sobre o alvo da sua advocacia. O objectivo desta secção é esclarecer alguns dos contextos políticos diferentes nos quais o seu trabalho de advocacia irá ter lugar, e vai ilustrar como os contextos são muitas vezes mutuamente influentes. O que vai aprender deste capítulo A ideia de governação como o alvo da advocacia Como as questões políticas e de poder influenciam a governação, e as implicações das mesmas para o trabalho de advocacia. Como as políticas evoluem, e como a advocacia pode influenciar o processo Que a advocacia no sector do desenvolvimento muitas vezes tem que visar diversos contextos diferentes simultaneamente. Governo e governação O objectivo da advocacia é mudar a política, por isso visa necessariamente as entidades, instituições ou indivíduos que são responsáveis por fazer, decidir e implementar as políticas. Quem tem o poder? Como se tomam as decisões? Quem tem influência, e que estruturas existem para reivindicarmos nós próprios a influência? O Governo é o acto ou processo de governar: mais especificamente é o processo de fazer, decidir, implementar, controlar e administrar a política pública numa unidade política, ou seja, um Estado Nação ou parte do mesmo, por exemplo uma municipalidade. A palavra governo também descreve o grupo de indivíduos que tem a autoridade e a responsabilidade de governar um estado, especificamente através de: O executivo: a parte do governo que tem a responsabilidade de dirigir os assuntos diários da entidade/estado/municipalidade a ser governada, que também implementa as leis. A legislatura: a parte do governo que decide que leis e políticas o executivo deve implementar. O judiciário: a parte do governo que é responsável pela interpretação e pela aplicação da lei. A WaterAid e a Advocacia 11

14 Esta separação pode ser um modo útil para as organizações determinarem o que é que a sua advocacia deve visar. No entanto, quando analisamos o modo como se exerce este poder, falamos de governação. Para levar a cabo trabalho de advocacia eficaz, é importante ter ideias claras sobre o ambiente político no qual se está a trabalhar. Como é que o país ou distrito é dirigido? Quais são as tradições e processos que influenciam a tomada de decisões? Como é que os cidadãos são envolvidos no exercício do poder? As pessoas que tomam decisões são responsáveis perante a lei? As respostas a estes tipos de questões irão ajudar a analisar eficazmente o estado da governação. Ideia chave: Governação A governação, segundo o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDP) é o exercício da autoridade económica, política e administrativa para gerir os assuntos de um país a todos os níveis. A governação inclui os mecanismos, processos e instituições complexos, através das quais os cidadãos e os seus grupos articulam os seus interesses, exercem os direitos legais, satisfazem as suas obrigações e actuam como intermediários para resolver as diferenças. 1 O UNDP acrescenta que a governação transcende o governo e inclui a sociedade civil e o sector privado. A boa governação tem atributos de responsabilidade e de transparência, é eficaz, equitativa e promove a lei. 1 UNDO (2001): A Governação para o Desenvolvimento Humano Sustentável: documento de política geral do UNDP (ver org/policy/summary.htm, acedida a 16 de Junho de Especificamente, a governação da água tem sido mencionada como: A gama de sistemas políticos, sociais, económicos e administrativos que se encontram implementados para desenvolver e gerir os recursos hídricos, e a produção de serviços hídricos a diferentes níveis da sociedade. 2 O problema da política e do poder Claro que a governação e o governo não ocorrem num vácuo. Para começar, ocorrem através de grupos e de indivíduos, cada um com a sua própria agenda política e pessoal, que são influenciados de modos diferentes, e que têm níveis diferentes de poder. 2 Rogers, P. e A Hall; Effective Water Governance; Global Water Partnership, TEC Backgroun Papers No 7, citado em Cleaver F e Franks T (2005), Water Governance and Poverty: a framework for analysis; BCID Research Paper No 13: Bradford University Centre for International Development Em resumo, a governação é necessariamente influenciada pela política e pelo poder. Como tal, a governação nem sempre segue uma trajectória racional. Se um distrito em particular consegue serviços de A&S, por exemplo, é muitas vezes o resultado, não das suas necessidades, de que políticas existem ou de um bom planeamento dos orçamentos. Demasiadas vezes, tratase dos caprichos de um político em particular, que pode querer satisfazer as necessidades ou influência de um determinado grupo. A política refere-se à forma como os participantes indivíduos, empresas, sociedade civil e outros numa sociedade, se organizam para aumentar a sua influência, à medida que procuram promover e proteger interesses específicos. Para lidar com as razões devido às quais milhões de pessoas não têm acesso à A&S adequados, é necessário compreender o contexto político e económico no qual as políticas de A&S evoluíram, e as relações de poder envolvidas. O mesmo princípio é verdadeiro seja a nível internacional ou nacional, ou mesmo a nível local ou das comunidades. Para serem eficazes na advocacia, as ONGs têm que compreender as relações de poder e das políticas a cada nível da operação. (E têm que evitar ser influenciadas, elas próprias, por um grupo ou partido específico, para não minar o seu trabalho devido a ideias preconcebidas). 12 Guia de advocacia

15 Na prática: Quem tem o poder em A&S? Uma análise das relações de poder no sector de A&S vai-lhe permitir examinar relações semelhantes relacionadas com outras questões de advocacia. Seguem-se exemplos de algumas das perguntas que pode fazer. Quem são as pessoas a quem se nega o acesso aos serviços de A&S? Quem tem o poder de tomar decisões sobre quem tem, ou não tem, acesso? Quem pode beneficiar destas decisões e que influência têm sobre o responsável pela decisão? Quem é responsável por dar forma e tomar decisões sobre a política do sector? Quem e o quê influencia o responsável pelas decisões? Que interesse têm os responsáveis pelas decisões de atribuir ou negar o acesso às pessoas? Em que ambientes trabalham os responsáveis pelas decisões? Quais são os desafios e barreiras que enfrentam ao tomar decisões sobre o acesso a A&S? Quem decide sobre os níveis de financiamento público para a provisão de A&S? Como é que as finanças são atribuídas e distribuídas? Dependendo da importância de determinada questão para um governo e outras entidades visadas pela advocacia, uma ONG pode achar que é relativamente fácil ou muito difícil levar a cabo uma mudança nas políticas. 3 Cornwall, A (2002) Making Spaces, Changing Places: Situating Participation in Development, IDS Working Paper 170 Espaços para a participação da sociedade civil 3 Espaços fechados ou proporcionados: alguns espaços para a tomada de decisões são fechados no sentido que as decisões são tomadas por um conjunto de participantes designados como representantes eleitos e peritos, por detrás de portas fechadas, sem esfera de acção para uma consulta ou envolvimento mais amplos. Espaços convidados: à medida que se fazem esforços para ampliar a participação, abremse novos espaços que podem ser designados como espaços convidados, onde as pessoas (utentes, cidadãos, ou beneficiários) são convidadas a participar por diversos tipos de autoridade, como o governo, agências supranacionais ou organizações não governamentais. Os espaços convidados podem ser regulamentados ou mais transitórios, como um fórum anual ou um único período intenso de consulta sobre uma questão. Espaços criados ou reclamados: Estes são os espaços criados ou reclamados pelos cidadãos independentemente do governo, ou pelo governo e os cidadãos em conjunto. Podem emergir a partir de conjuntos de preocupações comuns, ou podem consistir de espaços nos quais pessoas com ideias semelhantes e objectivos comuns se juntam. Ocasionalmente, o envolvimento em debates pode permitir a uma ONG um lugar à mesa, a partir do qual pode tentar influenciar as políticas. Compreender essas relações de poder pode ajudar uma OGN a determinar a sua estratégia, e evitar que seja involuntariamente agregada pelas metas da advocacia. Em muitos casos, o problema é a implementação de uma política específica, e não a própria política. Nestes casos, a investigação deveria concentrar-se no que bloqueia a implementação. Por exemplo, uma política governamental pode exigir que haja um certo nível de saneamento por cabeça na população em todo o país, mas os conselheiros locais corruptos em algumas áreas podem ter impedido a implementação desta política. Neste exemplo, a advocacia que visa os políticos a nível nacional é pouco apropriada: ignora a raiz do problema, enquanto que lutar por um município mais aberto e responsável pode provar ser mais eficaz. A WaterAid e a Advocacia 13

16 Como evolui a política? Quando um governo reconhece um problema público, e concorda tomar medidas quanto a esse assunto, os políticos procuram soluções práticas sob a forma de políticas. É importante que as ONGs e as organizações das comunidades compreendam totalmente como funciona cada uma das diferentes etapas do trabalho político nos respectivos países, ou contexto, o que as irá ajudar a garantir que o trabalho de advocacia vise as etapas mais críticas da tomada de decisões políticas não é suficiente apresentar a evidência aos políticos, e partir do principio que o resto se vai resolver. 4 Ideia chave: Política pública 5 A política pública pode ser descrita como um modo de actuar por um governo ou político que na maior parte das vezes resulta em planos e acções e efeitos no terreno ou falta dos mesmos. Alguns exemplos da política pública podem ser: 4 Chowdhury, N. et al. (Agosto 2006) CSO Capacity for Policy Engagement: Lessons Learned from the SCPP Consultations in Africa, Ásia and Latin América ODI Working Paper 272, Overseas Development Institute, RU. 5 Research and Policy in Development (RAPID) do ODI, RU, definida em uk/rapid/tools/definitions. html Uma expressão de intenção, geralmente por parte de um político. Por exemplo para encorajar o desenvolvimento económico Um programa de propostas ligadas com detalhes sobre o modo como um governo vai abordar uma vasta gama de questões sob uma única insígnia. Por exemplo, Documentos sobre a Estratégia para a Redução da Pobreza. Uma resposta governamental formal a uma preocupação pública específica. Por exemplo, a erradicação da cólera. Um documento estabelecendo directivas num sector. Por exemplo, política hídrica ou política agrária. Um orçamento do governo local ou nacional O processo político, qualquer que seja o contexto de governação em que tem lugar, é complexo. Há diversas fases que se sobrepõem, e dentro delas muitos sub-níveis. Raramente este processo é sistemático ou mesmo racional. Muitas vezes está sujeito a pressão, poder e políticas do tipo descrito acima. Pode envolver diversos grupos, com alternativas competitivas. Por vezes, o processo político pode proceder sem saber muito bem qual é o problema, ou quem é afectado por ele. Rápido e útil: Exemplos de algumas fases do processo político Estabelecer a ordem do dia Formulação da política Tomada de decisões Implementação Monitorização Avaliação Ajustamento Revisão A análise teórica do processo político identifica duas classes chave de participante: Uma comunidade política, que inclui os indivíduos e instituições envolvidos na formulação política. Uma comunidade política em particular, envolveria participantes que estão interessados em formar uma análise ou conjunto de alternativas para uma política. A comunidade política é onde se localiza o conhecimento de uma política específica. Por exemplo, no sector de A&S, a comunidade política pode envolver indivíduos e agências no âmbito do governo responsáveis por A&S, assim como ONGs relacionadas com A&S, consultores, defensores, entidades académicas e de investigação, e think-tanks. 14 Guia de advocacia

17 Uma rede política, é um subconjunto de actores oriundos da comunidade política. Trabalham juntos, ou interagem regularmente, para obterem mudanças específicas. A rede política pode ser descrita como o local onde decorre a acção relacionada com uma mudança política. A rede política que pode procurar produzir mudanças pode incluir ONGs, e organizações da sociedade civil, os seus aliados nas comunidades doadoras ou mesmo departamentos do governo. 6 Chapman, J. e Fisher, T. (1999). Effective NGO Campaigning. New Economics Foundation, Londres. Responsabilidade e legitimidade As ONGs são responsáveis para com os seus doadores, os seus Conselhos de Administração e os apoiantes públicos, alguns dos quais podem não favorecer o trabalho de advocacia. As preocupações sobre as suas opiniões podem influenciar a posição de uma ONG sobre uma questão política específica. 6 Em resposta a um envolvimento cada vez maior das ONGs no trabalho de advocacia, alguns críticos exprimiram a sua preocupação sobre a legitimidade. Esta questão é particularmente acesa quando as ONGs dos países desenvolvidos fazem advocacia a favor de pessoas no mundo em desenvolvimento; há sempre o risco de que quem está a fazer trabalho de advocacia a favor de terceiros, fazer reclamações que não podem ser fundamentadas. 7 Hume, D. e Edwards, M. (eds.) (1997). NGOs, States and Donors: Too Close for Comfort? Macmillan Press. Apesar de que uma maior aproximação entre as ONG s e os doadores proporciona maiores oportunidades para ter influência, também pode ter vantagens e desvantagens, e as ONGs devem estar conscientes disto e atenuar o problema. Os doadores podem, por seu lado, influenciar (seja explicitamente ou implicitamente) a agenda política das ONGs. 7 Para uma advocacia eficaz, as ONGs têm que estabelecer claramente a análise por detrás de qualquer posição política que tomem, juntamente com a investigação e evidência que a informou. Esta informação tem que ser disponibilizada a todos os interessados, incluindo apoiantes internos e externos das ONGs. Na prática: Como a WaterAid consegue legitimidade A WaterAid trabalha com organizações parceiras locais para implementar projectos integrados hídricos, de saneamento e de promoção da higiene nas comunidades não servidas. A WaterAid desenvolve boas práticas para a entrega de serviços, juntamente com as organizações parceiras, o que é depois demonstrado e promovido a terceiros, incluindo outras ONG, doadores, fornecedores de serviços e governos locais e nacionais. A experiência directa da WaterAid no fornecimento de serviços e no trabalho com quem proporciona esses serviços permite-lhe compreender os desafios da produção dos mesmos. A WaterAid participa em investigação e trabalho analítico para compreender o contexto do desenvolvimento mais vasto de A&S, as causas de raiz dos problemas enfrentados a nivel da A&S e as possíveis soluções para estes problemas. Trabalha para mudar as políticas existentes que são prejudiciais para as pessoas pobres, e na procura de acesso universal à A&S. A WaterAid também interage com outros participantes em questões hídricas e de saneamento, a nível local, nacional e internacional, para aumentar e partilhar conhecimentos sobre boas práticas, partilhar investigação e em conjunto defender soluções. Fazer a ligação entre a advocacia local, nacional e internacional A advocacia pode ser visada em diversos contextos políticos, mas no sector do desenvolvimento, terá na maior parte das vezes que ser visada em diversos contextos ao mesmo tempo particularmente a nível local, nacional e internacional. Como tal, o trabalho de advocacia eficaz exige boa comunicação entre os participantes que operam nestes níveis diferentes. No fim de contas, as causas dos problemas do desenvolvimento que a advocacia procura resolver são elas próprias complexas e interligadas a todos os níveis. A WaterAid e a Advocacia 15

18 De local a nacional. Quando os projectos locais requerem advocacia, o objectivo dessa advocacia pode muitas vezes ser a nível nacional. Por exemplo, um projecto local para instalar bombas de água pode depender da defesa a nível nacional do financiamento de cursos de água a partir dos quais podem ser pagos. Uma questão de advocacia tão relevante a nível nacional não pode ser resolvida apenas a nível local. Muitas questões nacionais de advocacia surgem originalmente a nível local onde o impacto se sente realmente. A passagem das questões locais de advocacia para um nível nacional garante que os funcionários e políticos estão a responder às prioridades das comunidades locais. De nacional para local. Por vezes as questões de advocacia podem somente emergir a nível nacional, por exemplo, o desenvolvimento de uma estratégia nacional de saneamento. No entanto, estas janelas políticas oferecem uma oportunidade para evidenciar o impacto que tais políticas têm sobre as comunidades locais, e de trazer as vozes locais para primeiro plano. De internacional para nacional. Estes processos interrelacionados também são duplicados a nível nacional/internacional. Por exemplo, os escritórios nacionais das ONGs podem querer responder a uma questão internacional como as condições ligadas aos empréstimos do Banco Mundial. Entretanto, os escritórios nacionais da ONG podem defender a nível internacional questões que afectam as suas agendas políticas nacionais por exemplo, a utilização real no país dos empréstimos do Banco Mundial. Na realidade, quando as questões globais são visadas simultaneamente a nível internacional e nacional, é possível dar-se uma resposta muito mais poderosa. Um exemplo é a campanha global sobre o alívio da dívida, e a Campanha Global Contra a Pobreza. Existe um poder semelhante quando há uma advocacia nacional e local sobre uma questão unificada. De nacional para nacional. As trocas também podem funcionar lateralmente com diferentes redes nacionais a defender uma questão específica de acordo com o seu contexto particular, ou a desenvolver uma série de actividades de advocacia nacionais partilhadas entre um país e outro país, ou regionalmente, por exemplo as regiões da África Ocidental ou do Sul da Ásia. Para as ONGs internacionais, esta abordagem da advocacia a diversos níveis é possível devido às suas estruturas organizacionais. As organizações maiores podem estar ligadas a redes internacionais através de ligações formais ou informais, enquanto que as ONGs nacionais ou locais podem ter acesso a redes a nível nacional. Este processo de coordenação e interrelações entre redes de advocacia a diversos níveis é importante. Não só aumenta a legitimidade e a relevância do trabalho de advocacia, mas permite um apoio vital entre níveis e redes. Os funcionários da advocacia em organizações a nível nacional dependem da informação detalhada das organizações populares para apoiar o trabalho de advocacia; ao mesmo tempo que por seu lado, podem proporcionar formação, análise, informação e apoio à advocacia das organizações locais. Na prática: Advocacia a diversos níveis na WaterAid Exemplos desse trabalho de advocacia a diversos níveis interligados na WaterAid incluem: Investigação conjunta sobre questões de interesse comum para os públicos do norte e do sul, como a participação do sector privado em A&S. Acção coordenada sobre objectivos comuns, como trabalhar com governos (norte e sul) para colocar a A&S na agenda das cimeiras internacionais Preparação conjunta para conferências de política internacional Preparações e trabalho de advocacia coordenado na Conferência do Sul da Ásia sobre o Saneamento (SACOSAN). 16 Guia de advocacia

19 Secção 2 A WaterAid e a Advocacia A visão da WaterAid é a de um mundo onde toda a gente tem acesso à água limpa e ao saneamento. Hoje em dia, mais de 1,1 mil milhões de pessoas não têm acesso à água limpa e mais de 2,6 mil milhões pessoas não têm acesso ao saneamento eficaz. Para lidar com esta crise, a WaterAid dá apoio a organizações parceiras locais em 17 países em África, na Ásia e na região do Pacífico, trabalhando para entregar água limpa e serviços eficazes de saneamento a mais de um milhão de pessoas por ano, e ajuda a proporcionar informação relacionada com as questões a defender. A advocacia aumenta o impacto dos programas da WaterAid à volta do mundo. A advocacia eficaz pode mudar as abordagens globais, nacionais e locais para satisfazer as necessidades de água, saneamento e higiene das pessoas pobres, com verdadeiros resultados. Esta secção, que tenta demonstrar como a WaterAid aborda a advocacia e porque é que é importante para o nosso trabalho, deveria dar-lhe ideias sobre como a sua organização pode abordar a advocacia. A advocacia pode ser um processo longo e complexo. No entanto, o resultado final pode significar melhorias duradouras para as vidas de milhões de pessoas. O que vai aprender deste capítulo Porque é que a advocacia é um factor chave para o trabalho da WaterAid A que princípios a WaterAid adere na advocacia A mudança estratégica que a WaterAid procura através da advocacia, e como trabalha para o conseguir Como a água e o saneamento melhorados são vitais para conseguir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Porque é que a WaterAid faz trabalho de advocacia Na WaterAid, a advocacia encontra-se no núcleo do nosso trabalho para melhorar a situação hídrica e de saneamento de milhões de pessoas nos países mais pobres do mundo. Queremos que a governação do sector de fornecimento de água e de saneamento (A&S) melhore, para que todas as pessoas possam ter acesso a estes serviços básicos. Estamos particularmente preocupados sobre as necessidades urgentes das pessoas mais pobres. Uma melhor governação de A&S requer que todos os fornecedores dos serviços nacionais e as instituições públicas sejam responsáveis para com todos os consumidores e cidadãos. Para se criarem intervenções que mudem a situação geral das pessoas pobres em qualquer país, é necessário tentar influenciar, mudar e responsabilizar as políticas do governo nesse país. É por esta razão que a advocacia eficaz é tão importante para todos os aspectos do trabalho da WaterAid. Ideia chave: O empenho da WaterAid na advocacia A estratégia corporativa da WaterAid para compromete a organização a trabalhar com terceiros para influenciar e mudar as políticas dos doadores e dos governos para favorecer serviços hídricos e de saneamento, sustentáveis e económicos, a favor das pessoas pobres. Uma Introdução à Advocacia 17

20 Em todo o trabalho de advocacia da WaterAid, somos orientados por um conjunto de princípios e valores abrangentes através dos quais prevemos maximizar o nosso impacto. 8 Os projectos e programas de advocacia têm que conseguir mudanças sustentáveis e a longo prazo. 8 WaterAid, Advocay Strategy (Estratégia para a Advocacia) ( ). A advocacia eficaz e sustentável tem que ter como raiz as experiências das pessoas pobres. Deve ter como objectivo ser construída com base no que elas entendem das suas experiências e ajudá-las a participar no processo de influência da política. Todo o trabalho de advocacia deve ter como base evidência e análise claras Deve procurar uma participação construtiva com metas de advocacia, usando uma gama completa de ferramentas de advocacia tais como fazer lobby, meios de comunicação, campanhas e redes. Exige que a WaterAid trabalhe em parceria e colaboração com outras organizações de ideias semelhantes, e não somente com parceiros que entregam serviços. A WaterAid deve apoiar as prioridades de advocacia do fornecimento de água e de saneamento (A&S) para os nossos parceiros nos países em desenvolvimento. Deve ter como base o princípio de solidariedade; entre os apoiantes da WaterAid no RU, e as comunidades com quem nós e os nossos parceiros trabalhamos. A melhoria das capacidades dos funcionários no âmbito da WaterAid, e entre os funcionários e apoiantes dos parceiros deve ser parte integral do trabalho de advocacia A necessidade de boa governação e investimento em A&S A governação no sector de A&S tem que melhorar, e o investimento tem que aumentar. Estes são os principais objectivos do trabalho de advocacia da WaterAid porque podem ter benefícios profundos e imediatos para as pessoas pobres. Melhor saúde: o acesso ao fornecimento de água limpa e de saneamento é essencial para a saúde humana. As doenças relacionadas com a água são a maior causa de enfermidades humanas no mundo. As pessoas pobres correm maior risco do que as outras pessoas. Melhor para as mulheres: o acesso à água limpa e ao saneamento é particularmente importante para as mulheres, uma vez que são elas que desproporcionadamente aguentam com o peso da recolha de água em fontes distantes e cuidam de crianças doentes, e que sofrem mais severamente da falta de privacidade e se arriscam ser assaltadas nos locais onde não há quartos de banho. Ensino melhor: é mais provável que os professores procurem emprego numa aldeia com água, é mais provável que as raparigas frequentem e fiquem na escola se houver um quarto de banho, e as crianças vão à escola mais vezes quando não têm que passar horas todos os dias a recolher água de uma fonte distante. Melhor utilização do tempo: o acesso a um fornecimento de água limpa e saneamento apropriado oferece uma enorme poupança de tempo e de energia. Ir buscar água pode levar muitas horas do tempo das mulheres e das crianças todos os dias, particularmente em África, por isso melhorar A&S alivia este peso e liberta tempo para actividades mais produtivas. Benefícios económicos: nos países em desenvolvimento a falta de saúde resultante de fracos serviços de A&S cria um peso extra para os serviços de saúde, já demasiado sobrecarregados, e não permite que se gaste noutras áreas importantes. 18 Guia de advocacia

21 O que é que está a bloquear a boa governação e o investimento em A&S Em 2005, um relatório da WaterAid, Chegar ao Ponto de Ebulição, recolheu e analisou avaliações do sector hídrico nacional de 14 países africanos e do Sul da Ásia onde a WaterAid trabalha. Este relatório revelou que os sistemas e as instituições de governação no sector de A&S são fracos na maioria dos países em desenvolvimento. O relatório concluiu que o bloqueio fundamental para se conseguir acesso universal à A&S era a fraca responsabilidade entre os responsáveis pelo planeamento, política, investimento e entrega dos serviços de A&S, como por exemplo instituições do governo, fornecedores de A&S e as agências do sector. O problema não era a falta de capacidades técnicas ou de conhecimento, mas sim vontade política e responsabilidade. 9 Redhouse. D. e tal (2005) Getting to Boiling Point: turning up the heat on water and sanitation, WaterAid. Disponível em org/boilingpoint Chegar ao Ponto de Ebulição resumiu os principais bloqueios que impediam que um maior número de pessoas conseguisse acesso aos serviços hídricos e de saneamento: 9 Definição de prioridades: a água e o saneamento não são prioridades para os governos. Transparência: é difícil obter informação precisa Equidade: o dinheiro que está a ser dirigido aos locais onde é mais necessário não é suficiente. Coordenação: há muitos intervenientes envolvidos a todos os níveis, mas a coordenação e a colaboração eficazes são raras. É comum haver competição entre os diferentes participantes no sector hídrico. Capacidade: a responsabilidade pelo fornecimento de serviços hídricos e de saneamento é muitas vezes devolvida ao governo local e aos fornecedores de serviços, mas, frequentemente, os mesmos não têm a capacidade para o fazer. Sustentabilidade: dá-se pouca atenção a garantir que as instituições e as políticas se encontram estabelecidas para conseguir serviços sustentáveis. Privatização: os doadores ainda defendem a privatização e fazem dela uma condição da ajuda, impondo uma solução única para todos sobre diversos desafios dos sistemas hídricos. Entretanto, os serviços públicos não têm apoio para reformas, e não aprendem com os êxitos de outros serviços públicos. Envolvimento dos cidadãos: há pouco envolvimento e acção por parte dos cidadãos sobre o abastecimento dos seus serviços de A&S, o que contribui para uma fraca responsabilidade dos fornecedores e do governo. Esquecidos pelos doadores: os países mais ricos do mundo não estão a fazer o suficiente para cumprir a promessa dos ODMs de uma parceria global para o desenvolvimento. Uma Introdução à Advocacia 19

22 Na prática: Como a WaterAid faz o trabalho de advocacia Para uma ONG participar na advocacia, é vital ter ideias claras sobre que mudança está a tentar produzir, e como pode fazer com que essa mudança ocorra. Também é importante identificar os factores que irão ajudar ou impedir que o seu trabalho de advocacia tenha êxito. A WaterAid procura mudanças através da advocacia nas dimensões seguintes: Política: procuramos mudar a política pública, os programas, as práticas e os comportamentos a todos os níveis. Os políticos deveriam ser informados sobre os impactos das suas políticas nas secções mais pobres da sociedade, e também promover soluções alternativas. Sociedade civil: procuramos reforçar e expandir a capacidade, a organização, a responsabilidade e o poder da sociedade civil para que ocupe o seu lugar na mesa que decide as políticas. Democracia: procuramos melhorar a legitimidade política da sociedade civil para participar nas decisões políticas, assim como melhorar a responsabilidade e a transparência das instituições públicas Benefícios individuais: procuramos melhorar a situação material das pessoas pobres, como as condições de vida e as oportunidades de saúde, educação e sobrevivência. Também procuramos expandir o conhecimento de si próprios como cidadãos, com responsabilidades assim como com direitos. Sociedade Civil As quatro dimensões da advocacia Aumentar capacidade, poder, influência Políticas e práticas Conhecimento, atitude, empenho em actuar, decisões Melhorias materiais nas vidas das pessoas pobres Voz, conhecimento dos direitos e responsabilidades Pessoas pobres Aumentar a transparência, responsabilidade, participação, lugar à mesa Espaço democrático A WaterAid procura conseguir as seguintes mudanças estratégicas através da advocacia: Financiamento: de todas as fontes (governos nacionais, doadores, auto financiamento, sector privado local, comunidade e microfinanças) será duplicado e concentrado no acesso sustentável e equitativo ao sector de A&S. Planeamento do sector: irá tornar-se mais acessível, transparente e responsável. Será baseado num processo consultivo no qual todos os interessados em A&S irão participar. Saneamento económico: tornar-se-á uma prioridade dos governos e terá a sua própria estratégia, atribuição de orçamento, mecanismo institucional e monitorização do desempenho. Inclui todo o saneamento, seja dos agregados familiares, público e ambiental, tanto em meios rurais como urbanos. Benefícios para os pobres: o sector hídrico urbano é reformado e os investimentos irão beneficiar as pessoas pobres em zonas urbanas e ter como resultado serviços de A&S para todos os habitantes dessas zonas. Capacidade: a capacidade do governo local para entregar serviços de A&S será melhorada, e o governo local irá trabalhar de modo participativo para planear, mobilizar os recursos locais, monitorizar e implementar os serviços de A&S para todos. Responsabilidade: maior escrutínio do parlamento e responsabilidade pela actividade no sector de A&S como resultado de uma maior consciencialização pública e interesse por parte dos meios de comunicação. Participação: a participação eficaz dos cidadãos fará com que os fornecedores dos serviços de A&S sejam mais eficientes, receptivos e responsáveis para com as pessoas pobres. 20 Guia de advocacia

23 Os factores críticos para conseguir estas mudanças com êxito são: Vontade política: criar vontade política entre os governos e outros fornecedores de serviços para servirem as pessoas pobres e sem voz pública, particularmente para dar prioridade à A&S e reformar as instituições públicas na direcção de conseguir este objectivo. Comunidades políticas: aumentar a força e a capacidade dos analistas, investigadores e outros praticantes locais para que combinem as suas competências para contribuir para decisões políticas com base em evidência. Acção pública: dar poder às pessoas pobres e reforçar as organizações da sociedade civil e as redes para responsabilizar os governos e os fornecedores dos serviços. Espaço político: criar plataformas para diálogo entre governos, fornecedores de serviços e cidadãos para a negociação de serviços, e de políticas que têm impacto sobre os serviços. A&S e os Objectivos da ONU para o Desenvolvimento do Milénio Na Cimeira do Milénio das Nações Unidas em Setembro de 2000, 189 líderes mundiais assinaram um conjunto de Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) que comprometem a comunidade internacional a lidar com as questões mais urgentes que os países em desenvolvimento enfrentam. Os ODMs oferecem um gancho eficaz para defender uma maior prioridade política e financeira para se actuar na direcção do objectivo da WaterAid de acesso universal à A&S. Na prática: A meta do Objectivo de Desenvolvimento do Milénio de A&S O objectivo 10 do ODM 7 promete garantir sustentabilidade ambiental nos países em desenvolvimento reduzindo para metade a proporção de pessoas sem acesso sustentável à água de beber limpa e ao saneamento básico até Apesar dos ODMs terem sido assinados em 2000, inicialmente, o alvo incluía apenas uma menção específica à água, tendo sido necessário dois anos de extenso trabalho de advocacia para chegar a um acordo sobre o objectivo de saneamento. A WaterAid e outras ONGs do RU, incluindo a Tearfund, a organização parceira na campanha A Água Importa, fizeram lobby junto de governos para que estes adoptassem programas de acção com recursos tanto para a água como para o saneamento. A petição A Água Importa, ao ser entregue em Downing Street (a sede do Governo) em Agosto de 2001, com mais de assinaturas, demonstrou ao Governo do RU a importância que o público nesse país dá a estas questões.. Em 2002, na Cimeira Mundial de Johannesburg sobre o Desenvolvimento Sustentável, estabeleceu-se uma meta firme para diminuir para metade, até 2015, a proporção de pessoas sem acesso ao saneamento adequado. O acesso à água limpa e ao saneamento adequado são essenciais para se conseguir a maior parte dos ODMs. A WaterAid está convencida de que a água limpa e o saneamento são a base de todo o outro desenvolvimento (ver a página seguinte). A nossa advocacia tem como objectivo demonstrar como o investimento em A&S tem um impacto profundo e de longa duração na pobreza. Uma Introdução à Advocacia 21

24 Como o fornecimento de água e o saneamento são fundamentais para todos os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio* ODM Erradicar a pobreza e a fome extremas (Objectivo 1) Conseguir educação primária universal (Objectivo 2) Promover a igualdade entre os géneros e dar poder às mulheres (Objectivo 3) Reduzir a mortalidade infantil (Objectivo 4) Ligação à A&S Sem acesso a A&S: Perdem-se tempo e energia à procura e na recolha de água Saúde fraca e doenças frequentes levam a pouca produtividade e rendimento mais baixo O tempo, a energia e as finanças do agregado familiar são consumidos a lidar com doenças frequentes Predomina a desnutrição infantil, piorada devido às doenças relacionadas com a água Com acesso a A&S: Melhor saúde leva a maior capacidade de desenvolver e manter um meio de subsistência O tempo e a energia podem ser novamente atribuídos a actividades produtivas e/ou ao trabalho independente. Sem acesso a A&S: As doenças que causam diarreia e as causadas por parasitas reduzem a frequência à escola e drenam a energia das crianças As raparigas são muitas vezes obrigadas a ficar em casa para ajudar a carregar água e a cuidar dos membros da família que se encontram doentes As taxas de desistência das raparigas são mais elevadas nas escolas que não têm instalações sanitárias para rapazes e raparigas Com acesso a A&S: As escolas são ambientes saudáveis O ambiente da escola, a frequência, a retenção e o desempenho melhoram A colocação dos professores melhora As raparigas sentem-se seguras e podem manter a dignidade enquanto estão na escola Sem acesso a A&S: As mulheres nas zonas rurais passam até um quarto do tempo a recolher e a carregar água muitas vezes de má qualidade As mulheres e as raparigas são humilhadas, perseguidas e/ou sexualmente assaltadas quando defecam ao ar livre Com acesso a A&S: As mulheres e as raparigas gozam de saneamento privado e digno O peso que cai sobre as mulheres e as raparigas de carregar a água é reduzido O peso sobre as mulheres e as raparigas devido a terem que cuidar de parentes doentes é reduzido As mulheres têm papéis maiores na tomada de decisões, e uma divisão de trabalho mais equitativa A demonstração deste facto pode ajudar o estatuto das mulheres de outros modos Sem acesso a A&S: As doenças que causam diarreia, incluindo a cólera e a disenteria, matam mais de dois milhões de crianças jovens por ano O leite de biberão é muitas vezes fatal devido à água contaminada Os ancilóstomos, lombrigas e os vermes nemátodos reproduzem-se e debilitam as vidas de milhões de crianças Com acesso a A&S: Melhor nutrição e menos doenças levam ao crescimento físico e mental das crianças Declínio rápido no número de mortes causadas pelas doenças diarreicas. 22 Guia de advocacia

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