ALERGIAS E INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES. PROFª. Ms. SUELI ESSADO PEREIRA 31-AGO
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1 ALERGIAS E INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES PROFª. Ms. SUELI ESSADO PEREIRA 31-AGO
2 COMO DIFERENCIAR A INTOLERÂNCIA ALIMENTAR DE ALERGIA ALIMENTAR?!
3
4 Adverse Reactions to Food: Position Paper. Allergy 1995; 50:
5 ALERGIA ALIMENTAR - PREVALÊNCIA 20% da população reações adversas (Young,1994) USA- 6% das crianças até 3 anos de idade e 2% adultos EUROPA - 0,3% - 7% das crianças e 2% adultos BRASIL 8% em crianças / 35% com APLV; 3,5% em adultos ATÓPICOS - 10% ( Kajosaari, 1982 / Crespo e cols, 1995) 5
6 ALÉRGENOS ALIMENTARES x IDADE CRIANÇAS - 90% leite vaca, ovo, soja, amendoim, trigo adolescentes / adultos - 85% amendoim, peixe, frutos do mar, castanhas Sampson HA- J Allergy Clin Immunol,1999 6
7 Fatores de Risco para Alergia Alimentar PALESTRA ALERGIAS E INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES - MsC. SUELI ESSADO PEREIRA Características genéticas Imaturidade do Sistema Imune de Mucosas Introdução precoce de Alimentos Sólidos antes de 4 meses Falhas nos mecanismos de defesa do TGI Alterações da permeabilidade da mucosa Interações Inadequadas com a flora comensal Alterações Imunológicas Infecções gastrintestinais Uso de bloqueadores da bomba de prótons? 7
8 FISIOPATOLOGIA MECANISMO BÁSICO PRIMÁRIO MECANISMO SECUNDÁRIO Ex.: Gastroenterite 8
9 FISIOPATOLOGIA 9
10 10
11 ALÉRGENOS ALIMENTARES Propriedades GLICOPROTEÍNAS PM kD Termoestáveis Resistentes às proteases Resistentes aos ácidos Desnaturação química Resistentes à cocção e digestão Absorção pela mucosa intestinal ou nasal Resposta imune (IgE) Apresentação de epítopos Epítopo 11
12 ALÉRGENOS ALIMENTARES Propriedades 12
13 ALÉRGENOS ALIMENTARES Propriedades 13
14 DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO É FUNDAMENTALMENTE CLÍNICO! HISTÓRIA CLÍNICA + PROVOCAÇÃO!! DESCRIÇÃO DOS SINTOMAS IDADE INÍCIO SINTOMAS TEMPO ENTRE INGESTÃO E SINTOMAS ALIMENTO ENVOLVIDO QUANTIDADE ALIMENTO FATORES ASSOCIADOS ( Bock, AS - JPGN, 30:520, 2000 ) DIÁRIO ALIMENTAR 14
15 TGI Pele SINTOMAS MAIS FREQUENTES (geralmente sintomas não isolados!!!) Respiratório Geral Regurgitações Vômitos Diarréia Constipação Sangue nas fezes Anemia ferropriva Dermatite Atópica Angioedema Urticária Coriza Tosse crônica Chiado Cólica ou irritabilidade persistente (>3h/dia) pelo menos 3 dias/sem por período > 3 semanas
16 SINTOMAS EM CRIANÇAS E ADULTOS CRIANÇAS Náuseas / vômitos Dor abdominal Déficit crescimento ADULTOS Disfagia Impactação Queimação retro-esternal (Gonsalves N et al, 2005) 16
17 IgE mediado Misto não IgE mediado GASTRINTESTINAL Hipersensibilidade GI Gastroenterite Eosinofílica Enterocolite Proctite Enteropatia OROFARÍNGEO Síndrome da Alergia Oral CUTÂNEO Urticária Aguda Angioedema Dermatite Atópica Dermatite Herpetiforme RESPIRATÓRIO Broncoespasmo Agudo Risco Anafilaxia Asma Risco Anafilaxia Hemossiderose Pulmonar 17
18 ALERGIA ALIMENTAR TESTES COMPLEMENTARES IgE MEDIADA REAÇÃO IMEDIATA NÃO IgE MEDIADA REAÇÃO TARDIA Prick teste Rast Cap-system Provocação labial Provocação oral ( DCPC ) Testes Provocação Biópsia Intestinal Provocação Oral ( DCPC )
19 ALERGIA ALIMENTAR PRICK TEST PRICK POSITIVO VPP - 50% SENSIBILIZAÇÃO NÃO AA PRICK NEGATIVO VPN - 95% MENORES DE 2 ANOS EXCLUSÃO DE AA IgE MEDIADA VPP MAIOR
20 Patch Test Patch teste : atópico em DA Local: dorso Alérgeno alimentar não padronizado Leitura: abertura com 48 horas e leitura em 72 a 96 horas. Resposta precoce: TH2 / tardia: TH1?? Resultados conflitantes PALESTRA ALERGIAS E INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES - MsC. SUELI ESSADO PEREIRA
21 21
22 Aberto Simples cego ALERGIA ALIMENTAR Teste de Provocação Oral Duplo Cego Placebo Controlado AMBIENTE HOSPITALAR Anafilaxia, Sintomas subjetivos Doses crescentes, intervalos regulares, avaliação clínica Reações precoces ate 2-3h Reações tardias até 24-48h Só reação tardia: TPO aberto em casa Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar Rev Med Minas Gerais 2008;18(1Supl1):S1-S44 DRACMA - WAO Journal, April
23 TRATAMENTO NAS ALERGIAS ALIMENTARES O ÚNICO TRATAMENTO COMPROVADAMENTE EFICAZ É A EXCLUSÃO COMPLETA DO ALÉRGENO DA DIETA!!! CONSCIENTIZAÇÃO PACIENTE / FAMÍLIA EDUCAÇÃO / INFORMAÇÃO ALTERNATIVAS DE SUBSTITUIÇÃO MANUTENÇÃO NECESSIDADES NUTRICIONAIS MANUTENÇÃO QUALIDADE VIDA Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar Rev Med Minas Gerais 2008;18(1Supl1):S1-S4 DRACMA WAO Journal 23
24 ALTERNATIVAS DIETÉTICAS PARA SUBSTITUIÇÃO DE LEITE DE VACA FÓRMULA DE PROTEÍNA ISOLADA DE SOJA HIDROLISADOS CASEÍNA HIDROLISADOS PROTEÍNAS DO SORO HIDROLISADOS SOJA / COLÁGENO BOVINO DIETAS ELEMENTARES São consideradas hipoalergênicas as fórmula extensamente hidrolisadas e à base de aminoácidos AAP. Pediatrics 2000; 106(2):
25 HIDRÓLISE E ALERGENICIDADE PROTEÍNA INTACTA PARCIALMENTE EXTENSAMENTE AMINOÁCIDOS ALERGENICIDADE 1500 DALTONS 25
26 FÓRMULAS INFANTIS EXTENSAMENTE HIDROLISADAS Alfaré - Nestlé Peso molecular: maioria dos peptídeos < 1500 Daltons Proteínas imunorreativas < 1% do total de substâncias contendo nitrogênio (Regulamento da União Européia para rotulagem de fórmulas infantis com Pregestimil Premium Mead Johnson reduzida alergenicidade) 26
27 FÓRMULAS À BASE DE AMINOÁCIDOS AminoMed - ComidaMed Vivonex Pediatric - Novartis Neocate - Support 27
28 FÓRMULAS À BASE DE SOJA Em 2006: posição do Comitê de Nutrição do ESPGHAN quanto ao uso de fórmula de soja, pela preocupação com conteúdo de: Fitatos Alumínio Fitoestrógenos Efeitos Adversos NÃO DEVEM SER UTILIZADAS NO PRIMEIRO ANO DE VIDA Agostoni et al. JPGN 2006; 42:
29 É importante ressaltar que caso não haja melhora clínica com uso de fórmulas especiais, desde que a dieta de exclusão seja rigorosa, outro diagnóstico deve ser considerado e investigado. 29
30 REATIVIDADE CRUZADA ENTRE ALÉRGENOS Ocorre quando anticorpos IgE, originalmente dirigido a um alérgeno, liga ou reconhece uma proteína similar de outra fonte. Aalberse RC. J Allergy Clin Immunol 2000;106:228 Weber RW. J Allergy Clin Immunol 2003;112:229 Achados clínicos definidos mostrando reatividade a um ou vários alérgenos, sem prévia exposição. Fernandes et al. Clin Exp Immunol 2003; 33:
31 REATIVIDADE CRUZADA ENTRE ALÉRGENOS Alergia Reação Cruzada % Risco Alergia Reação Cruzada % Risco Sicherer SH, JACI
32 DETERMINANTES DA REAÇÃO CRUZADA estrutura protéica reação cruzada:semelhanças estrutura 1 0 e 3 0 necessita > 70% sequência homóloga BÉTULA PÊSSEGO BÉTULA LATEX 32
33 BIZARRO! Várias pessoas têm alergias a uma comida específica, mas a garotinha Grace Morley tem uma alergia extremamente bizarra: ela não é alérgica a maçãs nem às árvores chamadas bétulas (Bétula é o nome de um gênero de árvores da família Betuláceas, também chamada de árvore da sabedoria, a Bétula é uma planta silvestre originária da Ásia e da Europa, cuja casca era bastante utilizada para a fabricação de tinta amarela e seu óleo para curtir o couro. Mas se ela comer uma maçã embaixo de um pé desta árvore ou próxima a uma, ela entra em choque anafilático, e pode morrer em poucos minutos. 33
34 SÍNDROME LÁTEX-FRUTA Elevada Associação Banana Abacate Kiwi Moderada Associação Maçã Cenoura Tomate Batata Melão Papaia Aipo 34
35 ESCLARECENDO MELHOR SOBRE INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES 35
36 INTOLERÂNCIA ALIMENTAR É UM TIPO DE REAÇÃO ADVERSA AO ALIMENTO, DE CARÁTER NÃO IMUNOLÓGICA, COM DIVERSOS FATORES CAUSAIS. TÓXICA ETIOLOGIA FARMACOLÓGICA METABÓLICA REAÇÕES IDIOSSINCRÁSICAS REAÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS 36
37 Quais moléculas nos alimentos estão envolvidas na INTOLERÂNCIA ALIMENTAR? 37
38 38
39 CLASSIFICAÇÃO 1) Intolerância aos Polissacarídeos Intolerância ao amido 2) Intolerância aos Dissacarídeos Intolerância à Lactose Deficiência congênita de lactase Deficiência ontogenética de lactase (DOL) ou hipolactasia tipo adulto Deficiência de lactase adquirida ou intolerância secundária à lactose Alactasia congênita Intolerância à sacarose-isomaltose Deficiência congênita de sacarase-isomaltase 3) Intolerância a Monossacarídeos Má absorção primária de glicose-galactose Intolerância hereditária à frutose Payne ML et al. J Am Diet Assoc 1997(5): Aggett P J. J Pediatr Gastroenterol Nutr 2003; 36:
40 INTOLERÂNCIA A LACTOSE 40
41 INTOLERÂNCIA A LACTOSE NO BRASIL: DOL 46-67% - dependendo da etnia (Troncon et al, 1981) 41
42 INTOLERÂNCIA A LACTOSE 42
43 Deficiência congênita de lactase Foi descrita pela 1ª vez por Holzel et al., em 1959, na Finlândia, também denominada alactasia congênita. Trata-se de uma anormalidade genética muito rara, herdada por mecanismo autossômico recessivo. Quadro Clínico: Manifestação no recém nascido logo após a 1ª ou 2ª ingestão de leite humano ou animal. Com os seguintes sintomas: Distensão e dor abdominal Excessiva eliminação de flatos Diarréia líquida, volumosa, vômitos, desidratação e acidose metabólica Dermatite perianal, parada do crescimento e desnutrição. Smith W. Pediatric Gastrointestinal Disease 2004; 43: , fourth edition Hozel et al. Lancet 1959; i: Arch.Dis.Chid 58:246-52,
44 INTOLERÂNCIA A LACTOSE MANIFESTAÇÕES CLINICAS GERAIS SINTOMAS NO TGI FREQUÊNCIA % DOR ABDOMINAL DISTENSÃO INTESTINAL RUÍDOS INTESTINAIS FLATULÊNCIA DIARRÉIA CONSTIPAÇÃO NÁUSEAS VÔMITOS SINTOMAS SISTÊMICOS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS CEFALÉIA PERDA DE CONCENTRAÇÃO E ALTERAÇÃO DA MEMÓRIA DE CURTA DURAÇÃO FADIGA CRÔNICA DORES MUSCULARES DORES ARTICULARES ALERGIAS RESPIRATÓRIAS ARRITMIA CARDÍACA ÚLCERAS BUCAIS AUMENTO DA FREQUENCIA MICCIONAL <20 44 BRAMBILLA et al, 2006)
45 INTOLERÂNCIA A LACTOSE Tratamento Consiste na retirada do dissacarídeo da dieta, uma vez que o fenômeno de indução de atividade da enzima pela dieta não existe. Orientar bem a família problema de base. Deficiência congênita de lactase dieta isenta de lactose. Deficiência ontogenética redução na quantidade de leite e derivados de acordo com a tolerância individual. Administração exógena de Lactase J Pediatr Gastroenterol Nutr ;35(4):573-9,2002 Oct 45
46 INTOLERÂNCIA A LACTOSE GRUPO TIPO % TIPO % LEITE DESNATADO 4,8 SEMI-DESNATADO 4,7 QUEIJOS CONTEÚDO DE LACTOSE NOS ALIMENTOS INTEGRAL 4,6 CONDENSADO 12,3 CABRA 4,4 HUMANO 7,2 OVELHA 5,1 CREME DE LEITE 2,2 BRIE, CAMEMBERT, EDAM, GOUDA, MUSSARELA, DINAMARQUÊS Tr CHEDDAR, STILTON QUEIJO DE CABRA e PARMESÃO FETA COTTAGE 3,1 REQUEIJÃO 4,4 IOGURTE NATURAL 4,7 COM FRUTA BEBIDA FERMENDATA OUTROS MILKSHAKE COMUM 4,5 SORVETES 5,0 ARROZ DOCE 3,9 MOUSSE CHOCOLATE 3,8 0,1 0,9 1,4 4,0 MATTAR, R; MAZO, D.F.C. Rev Assoc. Med 2010:56 (2):
47 INTOLERÂNCIA A LACTOSE (MATTAR; MAZO, 2010) (TÉO, 2002) (CUNHA et al, 2008) 47
48 INTOLERÂNCIA A LACTOSE PRODUTOS DISPONÍVEIS NO MERCADO 48
49 LEMBRANDO QUE É IMPORTANTE O MONITORAMENTO REGULAR DO ESTADO NUTRICIONAL 49
50 50
51 EVITAR EXCESSOS, MONOTONIAS, INDUSTRIALIZADOS, AGROTÓXICOS, PREPAROS INADEQUADOS! ATENÇÃO REDOBRADA NAS ROTULAGENS E INFORMAÇÕES SOBRE ALIMENTOS CONSUMIDOS! 51
52 CONCLUINDO QUE... 52
53 GRATA! NUTRICIONISTAS DEVEM SER NUTRIDAS POR AMOR E PENSAMENTOS POSITIVOS, PARA CUIDAREM DA ALIMENTAÇÃO DO CORPO, E TRANSMITIR AOS CLIENTES E PACIENTES CONFIANÇA E FORÇA DE VONTADE PARA CONSUMIR O QUE É ADEQUADO! FELICIDADES A TODAS NÓS, QUE ESCOLHEMOS ESTA PROFISSÃO! suganutrir@gmail.com 53
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