A TRIBUTAÇÃO NO SETOR DE ALIMENTOS
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- Thomas Manoel Valente Madeira
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1 A TRIBUTAÇÃO NO SETOR DE ALIMENTOS Estrutura Tributária Complexa e Confusa Múltiplos Impostos Federais, Estaduais, Municipais, com legislação inconstante. Insegurança Jurídica. Alto Custo de Gestão dos Impostos. Guerra Fiscal entre Estados da Federação. Irracionalidade Tributária na Cadeia Produtiva Exemplo : Cadeia do Leite UTH
2 Estrutura Tributária Complexa e Confusa Múltiplos Impostos Federais, Estaduais, Municipais, com legislação inconstante. Resultados impressionam: as empresas não apenas sofrem para gerenciar seus arquivos, mas também enfrentam elevado nível de erros em relação ao conteúdo fiscal desses documentos. No mês de Março de 2014, a base de legislação foi atualizada em regras fiscais, dentre as quais: são de ICMS são de ICMS/ST - 34 são de ICMS/Antecipação. A base de legislação atual é de regras fiscais que, combinadas, chegam a situações tributárias específicas!
3 Carga Tributária e Custo da Gestão de Impostos Carga Tributária Brasileira = 38,90% do PIB no primeiro trimestre de Esses números colocam o Brasil entre os países que possuem as maiores cargas tributária do planeta, como Suécia e Alemanha, onde a voracidade do Estado em arrecadar é bastante acentuada. Arrecadação de tributos do Governo Federal : foram recolhidos R$ 1,7 trilhão em 2013, contra R$ 1,5 trilhão de 2012
4 CargaTributária e Custo da Gestão de Impostos Entes Federativos / Fatos Geradores União (artigos 153 e 154 CF) Estados (art. 155 CF) Municípios (art. 156) Renda Patrimônio - Renda (IR) - Contr. Previdenciária - Contr. ao Seguro de Acidente do Trabalho - Contr. ao Salário Educação - Contr. ao Sistema S - Imposto Propriedade territorial Rural (ITR) - Grandes Fortunas - Contribuição de Melhoria - Imposto Transmissão Causa Mortis e Doações de Quaisquer Natureza (ITCMD) - Imposto Propriedade Veículos Automotores (IPVA) - Contribuição de Melhoria - Imposto de Propriedade predial e territorial Urbano (IPTU) - Imposto de Transmissão de bens Imóveis (ITBI) - Contribuição de Melhoria Atividade Econômica - Imposto Produtos Industrializados (IPI) * - Imposto de Operações Financeiras (IOF) * - Imposto de Importação (II) * - Imposto Exportação (IE) * - Contr. Social da Seguridade Social (COFINS) - Programa de Integração Social (PIS) - Contr. Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) - Contr. de Intervenção do Domínio Economico (CIDE) - Imposto Circulação Mercadorias e Serviços (ICMS) - Imposto de Serviços de Quaisquer Natureza (ISS)
5 Carga Tributária e Custo da Gestão de Impostos JORGE JOHANPETER GERDAU: É uma burocracia enorme. Na Gerdau, por exemplo, nós temos 100 pessoas para cuidar dessa papelada, só para saber o que entra ou não como crédito. Na Petrobras, são 900. Em vez de produzir, essas pessoas estão trabalhando na burocracia. Esse é um dos custos Brasil. Dependendo do produto, nós devemos ter um total de 15% de impostos escondidos no custo do produto.
6 Reforma Tributária Já!!! A ideia é atuar em quatro frentes: Redução da carga de impostos, gradual em relação ao PIB, redução de alíquotas, menor sonegação. Simplificação da estrutura tributária, redução do número de impostos e efetiva aplicação do sistema de não cumulatividade. Racionalização do modelo tributário atual do país, legislação simples, objetiva, e duradoura. Trinômio : (i) Fato Gerador, (ii) Base de Cálculo e (iii) Alíquotas, devem estar preceituados de forma clara e concisa. Descentralização Tributária, mais recursos aos municípios Atualmente
7 Guerra Fiscal entre Estados da Federação NOVO PACTO FEDERATIVO Reformulação do CONFAZ Alíquota Interestadual Única de 4%, em nível de indiferença para concessão de incentivos fiscais sem respaldo federativo. Fundos Regionais de Desenvolvimento Renegociação das Dívidas Públicas Estaduais e Municipais Royalties de Petróleo e de Mineração (CFEM)
8 Irracionalidade Tributária na Cadeia Produtiva Exemplo : Cadeia do Leite UTH Desde 2008 a Cadeia Industrial do Leite UTH está submetida a um dos mais absurdos exemplos de irracionalidade tributária, com efeitos perversos na saúde financeira das empresas e cooperativas do setor e na falta de isonomia competitiva intrasetorial.
9 Consumidores Situação Atual Embalagens Produtor Leite e Soja Cred. Ord. (9,25%) Cred. Pres. (60% de 9,25%) Leite UHT outros e 0% 0% Supermercados Lucro Real Distribuidores Lucro Real 0% 0% Insumos diversos Cred. Ord. (9,25%) Comulatividade de Créditos PIS/COFINS 0% Varejo Lucro Presumido 0% Serviços Transporte Cred. Ord. (9,25%) 5% > Vendas Totais
10 A CRISE NO SETOR LACTEO A acumulação dos créditos tributários federais pela indústria de lacticínios tem ainda outro agravante legal. Ela decorre principalmente da acumulação do crédito presumido de PIS e de COFINS, instrumento este previsto no art. 8º da Lei nº /04 e vigente desde 01/08/2004, a qual prevê hipótese de dedução de crédito presumido sobre a aquisição de insumos. Ocorre que, com base no Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 15/2005, a Receita Federal normatizou que este crédito presumido de PIS/COFINS não pode ser objeto de compensação com outros tributos federais nem de ressarcimento, somente podendo ser utilizado para fins de compensação com débitos das próprias contribuições (de PIS e de COFINS). Esta restrição de compensação fiscal fica bem caracterizada no texto da Solução de Consulta adiante reproduzida:
11 Os créditos presumidos da Contribuição para o PIS/Pasep, de que trata o art. 8º da Lei nº , de 2005, apurados sobre os valores do leite in natura adquirido de pessoas físicas ou das pessoas jurídicas mencionadas nos incisos II e III do referido dispositivo legal, por pessoa jurídica produtora de mercadorias classificadas no capítulo 4 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), não aproveitados em determinado mês, somente poderão ser mantidos, na hipótese prevista no art. 17 da Lei nº , de 2004, para utilização como desconto dos valores das respectivas contribuições nos meses subsequentes, afastada a hipótese de ressarcimento em dinheiro ou a compensação com outros tributos ou A CRISE NO SETOR LACTEO Solução de consulta nº 99, de 3 de abril de 2009 CRÉDITO PRESUMIDO PREVISTO NO ART. 8º, 1º, CAPUT E INCISOS II E III, DA LEI Nº , DE 2004,
12 A CRISE NO SETOR LACTEO A exemplo da solução de reestruturação tributária aprovada recentemente para as cadeias produtivas da carne bovina (MP 462/2009) e do suco de laranja (MP582/2012), a estrutura a ser implementada para as indústrias do setor de produtos lácteos, não deve resolver somente a questão da acumulação de créditos tributários no fluxo futuro, pois é imprescindível também dar um tratamento urgente a monetização dos créditos tributários acumulados no passado e que, hoje, representam montante expressivo na contabilidade das empresas do setor, e que consequentemente restringe seus índices de liquidez corrente, sua disponibilidade de capital de giro próprio, e ainda agrava desnecessariamente seu nível de endividamento geral e respectivo custo financeiro.
13 A CRISE NO SETOR LACTEO A solução pretendida pelas empresas do setor seria obter a manutenção do regime de alíquota zero para o PIS/PASEP e COFINS relativas as vendas praticadas pela indústria a contribuintes sujeitos ao regime não-cumulativo desses tributos, bem como para as etapas subsequentes, mas que, através da edição de uma nova MP ou emenda a MP em tramitação no Congresso Nacional, se venha a permitir a compensação do Crédito Presumido de PIS /PASEP e COFINS com outros tributos vencidos ou vincendos administrados pela RFB, ou ainda, o ressarcimento em espécie, na forma prevista na legislação.
14 Consumidores Nova Situação Tributária Embalagens Produtor Leite e Soja Cred. Pres. (40% de 9,25%) Cred. Ord. (9,25%) Leite UHT outros e 0,0% 0,0% Supermercado s Lucro Real * * Distribuidores Lucro Real 0% Insumos diversos Serviços Transporte Cred. Ord. (9,25%) Cred. Ord. (9,25%) 0,0% Varejo Lucro Presumido 5% > Vendas Totais * Compensação dos Créditos Tributários Ordinários e Presumidos com outros tributos federais ou Ressarcimento em Espécie
15 ISONOMIA TRIBUTÁRIA Um Direito Constitucional para o Setor de Lácteos Isonomia Competitiva Intra- Setorial Empresas concorrentes do mesmo setor, com produção diversificada, aproveitam créditos tributários presumidos de PIS-Cofins através de compensação tributária na venda de produtos não lácteos, gerando uma concorrência intrasetorial não isonômica, com uma forte tendência a concentração oligopolista. Isonomia com outras cadeias produtivas Diversas cadeias produtivas (carnes, café, laranja, soja) com equivalente fenômeno de cumulatividade sistêmica de créditos tributários presumidos, obtiveram nos últimos anos, autorização de compensação com outros tributos federais ou de ressarcimento em espécie, através de MP`s aprovadas pelo Congresso
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