Aproveitamento da Biomassa Florestal para Fins Energéticos (o início de um novo ciclo para a floresta portuguesa) Potencial das Culturas Energéticas
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- Alice Casado Figueiroa
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1 Aproveitamento da Biomassa Florestal para Fins Energéticos (o início de um novo ciclo para a floresta portuguesa) Potencial das Culturas Energéticas Feira Nacional de Agricultura, Auditório CNEMA Santarém 6 de Junho de 2007 Marinho Gonçalves
2 Aproveitamento da Biomassa Florestal para Fins Energéticos Aproveitamento de Subprodutos vs Produção dedicada de Biomassa
3 Enquadramento A Europa vive uma grande dependência de recursos energéticos externos baseados em produtos petrolíferos. Uma aposta no sector da bioenergia pode trazer claros benefícios para a União Europeia, já em 2010, dos quais se destacam: diversificação do abastecimento energético da UE, aumentando a quota das energias renováveis em 5%; uma potencial pressão no sentido da diminuição dos preços do petróleo, devido à diminuição da procura; a empregos directos, principalmente em zonas rurais.
4 Enquadramento A Comissão das Comunidades Europeias apresentou a 7 de Dezembro de 2005 o Plano Nacional Biomassa. O plano inclui algumas medidas para a agricultura e florestas, de forma a induzir uma maior produção de matérias-primas para o sector da bioenergia: Abordar a utilização de materiais florestais para energia, no futuro plano de acção para as florestas; Avaliar a implementação do regime das culturas bioenergéticas; Financiar uma campanha para informar agricultores e proprietários florestais sobre culturas energéticas e suas oportunidades.
5 Enquadramento Com a anterior reforma da PAC (2003), os agricultores passaram a poder responder livremente ao aumento da procura de culturas bioenergéticas. A reforma introduziu um pagamento para culturas energéticas, no valor de 45 /ha, com uma área máxima garantida de 1,5 milhões de hectares. A utilização dos pousios obrigatórios para cultivo de produtos não-alimentares (incluindo culturas energéticas para produção de biomassa e biocombustíveis) passou a ser possível sem prejuízo do regime de pagamento único (RPU).
6 Enquadramento A presente aposta política / estratégica no incremento das renováveis com enfoque na Bioenergia é perceptível em duas medidas concretas: o lançamento de concurso público para 15 novas Centrais de Produção de Electricidade a partir de Biomassa Florestal e o aumento das metas de incorporação de biocombustíveis dos 5,75% para os 10% até 2010, antecipando dez anos a meta de Estas medidas levam a um incremento da procura de matérias-primas geradas pelas culturas energéticas causada pela proliferação de novos centros aceitadores.
7 Culturas Bioenergéticas Espécies Lenhosas Espécies Herbáceas e Arbustivas Espécies Oleaginosas (Biodiesel) Espécies Sacarinas (Bioetanol) Salgueiro (Salix spp.) Miscanthus (Miscanthus x giganteum) Colza (Brassica napus L.) Beterraba (Beta vulgaris L.) Choupo (Populus spp.) Painço (Panicum virgatum) Girassol (Helianthus annuus L.) Cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.) Eucalipto (Eucalyptus spp.) Cardo (Cynara cardunculus) Erva Purgueira (Jatropha curcas) Tupinambo (Helianthus tuberosus L.) Gestão de Áreas Acácia (Acacia spp.) Sorgo forrageiro (Sorghum spp.) Kenaf (Hibiscus cannabinus) Mamona (Ricinus communis L.) Palma (Elaeis guineensis, Jacq.) Cereais (Bioetanol) Cana-do-Reino (Arundo donax L.) Gestão de Áreas Esteva (Cistus ladanifer L.) Giesta (Cytisus spp.)
8 Salgueiro (Salix spp.) É comum nas margens dos rios e em outros terrenos húmidos, podendo atingir os 30 m de altura; O típico salgueiro usado em plantações bioenergéticas possui 5 a 7 metros de altura, explorado em rotações de 3 4 anos de idade; O salgueiro é propagado por estacas de cm de comprimento. O salgueiro deve ser plantado na Primavera mantendose produtivo pelo menos anos, correspondendo essa idade a um número de 6 a 10 rotações em ciclos de 3 a 4 anos.
9 Choupo (Populus spp.) É uma espécie que se encontra em regiões temperadas, muitas vezes ao longo de rios; O típico choupo usado em plantações bioenergéticas possui 5 a 7 metros de altura, explorado em rotações de 3 4 anos de idade ou 15 a 20 metros de altura, sendo explorado em rotações de 6 7 anos de idade; O choupo é propagado por estacas mas tem maiores dificuldades em viabilizar posteriores rotações maior mortalidade dos cepos; No Norte da Europa é plantado em menor extensão do que o Salgueiro.
10 Eucalipto (Eucalyptus spp.) Em Portugal, a espécie mais comum é Eucalyptus globulus, utilizado quase que exclusivamente para a produção de pasta; Plantação e colheita mecanizada para povoamentos de elevada densidade colhidos em curtas rotação (2 3 anos); As explorações intensivas com meios mecanizados exigem solos com baixa pedregosidade e boa acessibilidade a máquinas tipo ceifeira ou plantadora agrícola.
11 Miscanthus (Miscanthus x giganteum) É uma planta lenhosa, perene, rizomatosa, que utiliza o mecanismo fotossintético em C4. De longa duração (15-20 anos), cresce fácil e rapidamente (até uma altura de três metros), propagando-se através de rizomas; Por norma instalada na Primavera, sendo a colheita no Outono indutora de um menor teor de humidade no material lenhoso; Tem já um bom grau de implantação na Europa como cultura energética na produção de biomassa para energia.
12 Cardo (Cynara cardunculus) É uma planta perene com um porte que pode chegar aos 2m, que apresenta um ciclo de desenvolvimento anual; O cardo é uma planta bem adaptada às condições edafoclimáticas da zona Mediterrânea, suportando assim condições climáticas com grandes variações anuais; Deve ser olhado com interesse uma vez que por necessitar de chuva apenas no Inverno e início de Primavera pode ser alternativa para zonas secas; Produção de biomassa e sementes (produção de biodiesel).
13 Acácia, Esteva e Giesta Em Portugal estas espécies evoluem por vezes em subcoberto contribuindo para uma indesejável continuidade vertical dos povoamentos florestais (potenciadora de propagação de fogos florestais); São perenes e têm um crescimento rápido estando disseminadas por todo o país; Não se tratam de essências passíveis de plantação, todavia o desenvolvimento de processos de colheita e processamento compatíveis com a gestão de áreas invadidas reveste-se de especial interesse.
14 Culturas Bioenergéticas Quadro Resumo
15 Estabelecimento de Ensaios Primavera 2007 A instalação de ensaios para confirmação da viabilidade técnica das culturas bem como das suas produtividades potenciais impõe-se. Por conseguinte implantaram-se ensaios de Salgueiro e Miscanthus (protocolo com a CAP) em condições edafoclimáticas distintas; Ambas as culturas pressupõe elevadas densidades de plantação, sendo a adequada para o Salgueiro de estacas/ha e a do Miscanthus de rizomas/ha Compasso de Plantação do Salgueiro Compasso de Plantação do Miscanthus
16 Ensaio Salix spp. Material Vegetal e Preparação do Terreno
17 Ensaio Salix spp. Plantação, Aplicação Herbicida e Rega de Pegamento
18 Ensaio Salix spp. Desenvolvimento da cultura
19 Ensaio Miscanthus x giganteus Material Vegetal e Preparação do Terreno
20 Ensaio Miscanthus x giganteus Plantação e Aplicação Herbicida
21 Ensaio Miscanthus x giganteus Desenvolvimento da cultura
22 Conclusões Na Europa, numa escala comercial, os países nórdicos têm grande experiência com a utilização de espécies lenhosas para fins energéticos, principalmente para aquecimento doméstico com base no conceito de district heating, enquanto que alguns países do centro da Europa têm investido fortemente na área dos biocombustíveis líquidos (Bioetanol e Biodiesel), como Espanha, Itália, Alemanha e França; Em Portugal a aposta nas culturas energéticas é ainda tímida e pouco sustentada, existindo no entanto um crescente interesse e um multiplicar evidente de iniciativas na sua promoção; As culturas energéticas dedicadas (biomassa para energia) podem vir a configurar no futuro um garante de abastecimento constante de várias unidades industriais, pelo seu cariz de curtas rotações sucessivas, pelo que importa averiguar das suas valências;
23 Conclusões De salientar que para a implementação de algumas destas culturas os requisitos técnológicos são cumpridos pelas fileiras dos cereais sem qualquer perda de rendimento (culturas herbáceas); A implantação de unidades industriais em diferentes regiões edafoclimáticas será viabilizadora de diferentes culturas em diferentes enquadramentos. Culturas como o Salgueiro e Miscanthus necessitam de maiores inputs hídricos ao contrário do Eucalipto e do Cardo; Um outro factor a ter em conta é o omisso enquadramento legal das culturas energéticas bem como a inexistência de programas de apoio governamentais à sua implantação. No Reino Unido existem programas de subsidiação directa aos agricultores que decidam apostar nas culturas energéticas.
24 Obrigado pela vossa atenção Santarém, 06 de Junho / 2007
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