do distribuidor, apresentando carta de solidariedade do fabricante Para o distribuidor.l

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1 AO DEPARTAMENTO NAOONAL DE INFRA-UTURA COMI$ÃO PERMANENTE DE um AÇÃO An. LUSlVALOO RIBEIRO DE TRANSPORTFS Prezado Senhor: VILA RICA INFORMÁnCA LTDA, pessoa juridica de direito privado, devidamente inscrita no Cadasb'o Nacional de Pessoa Juridica do Ministério da Fazenda sob o n j<XXJ1-69, com domidlio na Rua Dr Paulo Queiroz n 798, Jd Nove de Julho, Munidpio de São Paulo- SP, com representação em Brasilia, Telefax (1) ,, respeiente, vem à presença de Vossas Senhorias, IMPUGNAR o Capitulo VI, referente ao edita! de Pregão Eletrônico No. 98/1005, pelas razões fáticas e de direito a seguir aduzidas: Citado Edital possui em seu escopo, no Capítulo 7, que trata OBRIGAÇÕES f. DA CONTRATADA, os seguintes termos, in rerbis: Apresentar carta de revenda autorizada do fabricante, ou carta de revenda audi do distribuidor, apresentando carta de solidariedade do fabricante Para o distribuidor.l Segundo o parágrafo 1. do Artigo 39, verbis: II QURlquer cid/ldão ijr!i! legitimll pllrll impugnllr editlll de licitllção por irregulllridllde nllllplicllçl10 destll Lei...H"" no entender desta empresa, a solicitação demonstra ser uma irregularidade sanável d ' que esse órgão da Administração Pública o retire dos termos do Edital. I-' (;) I 5" '" I 2 fi Ressalte-se que a irregularidade objeto da presente impugnação é prejudicial àqueles licitantes que, muito embora cotem o material conforme solicitado no Edital, não possuam a carta de solidariedade, além de dirigir a licitação àqueles que a possuem.

2 Preliminarmente cumpre mencionar que tal exigência é incabfvel e fora de propósito, vez que inexistente na legislação atinente. o principio da vinculação ao instrumento convocatório norteia todo procedimento licitatório, sendo, portanto, o edital a norma fundamental do certame que tem por objetivo determinar o objeto da licitação, discriminar direitos e obrigações dos intervenientes e o Poder Público e disciplinar o procedimento adequado ao estudo e julgamento das propostas. impraticável o competitividade. Entretanto, se o próprio EditaI faz exigências descabidas torna-se seu devido cumprimento, inviabilizando-se, assim, a ampla A exigência de carta de solidariedade não se reveste de razoabilidade que deve nortear as contratações, aliás, pelo contrário. Explica-se: Ao fazer tal exigência a Administração Pública estará descumprindo o disposto no art. JO da Lei n 8.666/93, de vez que deveria limitar-se a efetuar resbições a quaisquer produtos e/ ou serviços, quando os mesmos sejam imprescindíveis para garantir a escolha da melhor proposta para a Adminisb'ação, as quais devem ser devidamente amparadas em justificativas técnicas, bem assim, deveriam observar o disposto nos art., 5, da Lei n 8.666/93. Segundo a Jurisprudência Pábia, a Adminisb'ação não se compadece com o prindpio da Igualdade enb'e os licitantes ao fazer exigência, em edital de Processo Licitatório, que visa a resbingir o número de participantes (frf, in RD 166/155). A Regra na licitação é a participação do maior número possivel de licitantes, devendo o edita! ser parcimonioso e criterioso ao fixar requisitos, pois são proibidas as condições impertinentes, inúteis ou desnecessárias, mesmo que sejam solicitadas em edita!. o Tribunal de Contas de São Paulo, com o Protocolo no. 5505/026/93- DOE, de , ensejou a declaração de ilegalidade de certame, daquele mesmo Tribunal, por ter adotado cláusula editalícia restritiva da participação de eventuais interessados. A própria Lei que rege as licitações, 8.666/93 e alterações posteriores, em seu artigo 30, ensina que: A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á à. Ou seja, veda quaisquer outras exigências. VILA RICA INFORMA llca L ma COC: I91-69 INSC: 11.9I6.237.J 1 RUA JOAQUIM É DA SILVA, m TANGO- SÃO PAULo. SP. - CEP: REPRESENTAÇÃO EM BRAStuA: TEUF AX : (061 )

3 Segundo o Tribunal de Contas da União, nas Decisões nos. 259/96 e 1196/2002, constitui condição resbitiva à competição licitatória a exigência de credenciamento (carta, contrato ou declaração) do fabricante ou mesmo a inclusão em edita! de licitação de cláusula restritiva ao caráter competitivo. Ainda segundo o TCU, no Acórdão 1670/2003, item explica: Outro ponto preliminar a ser abordado antes de adentrar no caso em comento é destacar que este Tribunal de Contas tem considerado indevida a exigência de declaração de solidariedade do fabricante como condição de habilitação. É o caso da Decisão n 484-' Plenário (Ata n 2:vl000), que contém detenninação no sentido de que as entidades envolvidas não incluíssem a exigência, como condição de habilitação, de declaração de co-responsabilidade do fabricante do produto ofertado, por falta de amparo legal, além de constituir uma cláusula restritiva do caráter competitivo das licitações, por não ser, em principio, uma condição indispensável à garantia do cumprimento das obrigações advindas dos contratos a serem celebrados (cf. art. 3, par. 1, inciso I, da Lei n , e art. 37, inciso XXI, parte final, da Constituição Federal." Bem ass no item do mesmo acórdão: lia inda nesse diapasão, gostaria de reproduzir resposta apresentada, na edição de dezembr0/2lhhj do InfonnaHvo de Licitações e Contratos, da Editora Zênite, à pergunta. Em licitação cujo objeto seja fornecimento de bens, é possível a exigência de carta de solidariedade emihda pelo fabricante do bem(2): (2) Seção Perguntas e Respostas /81/DEZ/llJOO (obtida no dia O&l1tV2003 no site zenite.com.br) De início, destaque-se que a nomenclatllra carta de solidariedade a ser utilizada na presente refere-se ao documento finnado pelo fornecedor e pelo fabricante com o objetivo de estabeleceresponsabilidade recíproca sobre o bem a ser fornecido. O art. 15, inciso IlI, da Lei n 8.664"'93 é claro quando aduz que as compras efetuadas pela Administração, sempre que possível, deverão submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado. Além do dispositivo precitado, o art. 54 da mesma lei determina que os contratos administrativos devem ser regulados por suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se supletivamente os princlpios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado. Assim, devem ser aplicadas aos contratos administrativos as regras do Código de Defesa do Consumidor, bem como as demais disposições de direito privado, no que couber e o que não atentar às normas de direito público. VILA RICA INFORMA TlCA L TOA COC: INSC: RUA JOAQUIM.K)SÉ DA SILVA, JD TANGO- PAULO- SP. -CEP: REPRESENTAÇÃO EM BRASfuA: TElJF AX : ( 061 )

4 o Código de Defesa do Consumidor (CDC), especificament em seu arte 18, é claro ao estabeleceresponsabilidade solidária do fabricante e do fornecedor de produtos, o que torna desnecessário pedido, por parte da Administração, de declaração de solidariedade, pois a Lei já determina que existe essa solidariedade. Aliás, o ar!. 30 do CDC preceitua que fornecedor é toda a pessoa fisica ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. Como a responsabilidade é solidária para o CDC, em regra, não existe diferença entre o fornecedor e a fabricante. Assim, entende-se que a Administração pode até vir a incluir em seu edital e contrato que o fabricante terá responsabilidade solidária com o fornecedor do produto, mas isso não autoriza o Poder Público a solicitar documento referente ao produto a ser adquirido, que é desnecessário e que pode vir a acarretar problemas na licitação. Destaque-se que a parte final do inciso XXI do ar!. 37 da Constituição da República dispõe que o processo de licitação pública somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. Em decorrência, o arte 27 da Lei n 8.666/93 preceitua que para fins de habilitação exigirse-á dos interessados, exclusivamente, documentação relativa a habilitação jurídica, a qualificação técnica, a qualificação econômico-financeira, a regularidade fiscal e a prova de cumprimento do disposto no inciso XXXIII do arte da Constituição FederaL Ainda, em complementação, os arts. 28 a 31 apontam os documentos aptos a serem exigidos para demonstrar a regularidade em relação a essas situações. Então, interpretando sistematicamente os dispositivos ora em comento, impõe-se a conclusão de que aqueles são os únicos documentos passíveis de serem solicitados para a habilitação em certame licitatório. Corrobora esse entendimento o Tribunal de Contas da União, na Decisão n 523/97, de , publicada no DOU n 167, de , que determinou a obrigatoriedade de a Administração Pública, para fins de habilitação, ater-se ao rol dos documentos dos arts. 27 a 31 da Lei n , não sendo licito exigir nenhum outro documento que não esteja ali elencado. Considerando que a carta de solidariedade não integra a redação dos referidos dispositivos, não se vislumbra a possibilidade de sua exigência. Aliás, o pedido desse documento consiste em exigência ilegal, uma vez que o arte 30, 1, inciso I, da Lei n 8.666/93, detennina que é vedado aos agentes públicos prever, no ato convocatório, cláusula que seja impertinente ou ittelevante para o especifico objeto do contrato. VILA RICA INFORMÁTICA L TOA CGC: lnsc: RUA JOAQUlM JOSÉ DA SILVA, ffitango-são PAULO- SP. -CEP: REPRESENTAÇÃO EM BRASÍLlA: TEL/FAX: (061 )

5 Por fim, pondere-se que a relação existente entre o fabricante e o comerciante poderá consistir em um contrato de compra e venda, em um contrato de representação comercial, etc., o qual se regerá por regras do direito civil ou do direito comercial, dependendo do caso. Assim, não há como a Administração interferir diretamente nessa relação, pois nesse caso ela simplesmente é tida como mero consumidor." Ainda o TCU afirma que: U A especüicidade dos presentes autos é que a carta de solidariedade solicitada não é condição de habilitação do licitante, mas critério de qualidade para fins de pontuação quanto à questão técnica do bem oferta do pelo licitante, visto tratar-se de licitação na modalidade técnica e preço." Ou seja, não é o presente caso. Afinal a presente licitação não é do tipo técnica e preço, mas tão somente de menor preço global. Por fim, entende esta recorrente que a exigência de carta de solidariedade do fabricante é meramente um rigorismo formal. Este pensamento é o mesmo do eminente professor Celso Antônio Bandeira de MeIo, in Curso de Direito Adminisb'ativo - 78 ed. - Malheiros Editores Ltda. - fls. 358, in vemis: "Na fase de habilitação, a promotora do ariame deve se abster de de exigências ou rigorismos inúteis. Isto bem se entende à vista das considerações enunciadas em acórdão que, no dizer do eminente Adilson Dallari, já se tornou clássico: "Visa a concorrência pública fazer com que o maior número de licitantes se habilitem para o objetivo de facilitar aos órgãos públicos a obtenção de coisas e serviços mais convenientes a seus interesses. Em razão deste escopo, exig2ncias demasiadas e rigorismo inconsentaneos com a boa exegese da lei devem ser arredados. Não deve haver nos trabalhos nenhum rigorismo e na primeira fase da habilitação deve ser de absoluta singeleza o procedimento licitatório" - TFRS - AgP , in RDP 14/240 -". (destaque nosso) Além da doutrina, a jurisprudência de nossos bibunais sinaliza na mesma direção, o que resta devidamente provado pelas transcrições abaixo: "O procedimento licitatório há de ser o mais abrangente possível, a fim de possibilitar o maior número possível concorrentes, tudo a possibilitar a escolha da proposta mais vantajosa, não devendo ser afastado candidato do certame licitatório, por meros detalhes formais, porque o ato administrativo deve ser vinculado ao da razoabilidade" (STJ, MS n. o 5.631/DF, Min./OSÉ DELGADO, D/ , p. 007)." VILA RICA INFORMÁ nca L ma CGC: AXX)19 INSC: RUA JOAQUIM JOSÉ DA SILVA, JD T ANO<> - são PAULO- SP. - CEP: REPRESENTAÇÃO EM BRASiuA: TE1JF AX : ( 061 )