Manual de Campanha de Conscientização

Transcrição

1 Manual de Campanha de Conscientização In: Combatendo o Aedes Aegypti: previna-se / Adriana Brunstein, Tatiana Catelli. 1.ed. São Paulo: Eureka, DENGUE ENSINO MÉDIO_DIAGRAMADO_4_CE1_APLIC.indd /03/16 14:25

2 Você sabe como organizar e realizar uma campanha? Esta ação deve envolver toda a comunidade para conscientizar as pessoas sobre os problemas relacionados ao mosquito transmissor da dengue, febre amarela, zika e chikungunya. A tomada de consciência deve englobar, entre outras coisas, a responsabilidade individual, o senso de coletividade e maior participação da sociedade na política do município. 1ª etapa Em um primeiro momento, a sala fará um bate-papo sobre tudo o que foi aprendido ao longo do estudo deste material, fazendo uma ponte com as informações obtidas por meio da mídia (tv, sites, blogs). Nesta conversa devem ser relembrados os pontos mais relevantes acerca da importância do combate ao mosquito Aedes aegypti, para que sejam determinados os planos de ação, norteadores da campanha de conscientização. Com o bate-papo e a retomada dos assuntos abordados, vamos determinar os seguintes aspectos da campanha: 1. Objetivo 2. Público-alvo 3. Estudos de casos sobre outras campanhas realizadas Antes de pensar em colocar o projeto em prática, a sala deve ser dividida em grupos. Cada grupo será responsável por um estudo de caso sobre campanhas de conscientização e fará uma apresentação para a sala de aula, seguida de uma conversa sobre os casos apresentados. Nesta etapa podem ser estudados casos de campanhas relacionadas a outros assuntos, como economia de água, reciclagem etc. O importante é encontrar estratégias de conscientização que realmente alcancem o objetivo esperado. Utilize o modelo a seguir para confeccionar você mesmo as fichas de estudo de caso.

3 Ficha de estudo de caso Nome da campanha: Sem camisinha não rola Você avalia essa campanha como positiva ou negativa? Positiva A ação surtiu o efeito esperado? erado Justifique. ue Sim, pois orientou ou a população a dar importância ia ao uso do preservativo durante as relações es sexuais. O que poderia ter sido melhorado? Poderiam ter sido criados postos de atendimento nos principais pontos da cidade para esclarecer as dúvidas da população. O que não foi legal l de ter sido feito no caso estudado? Não falaram aram sobre o preservativo feminino. O que foi legal de ter sido feito no caso estudado? A linguagem é bem informal e chama a atenção dos jovens. A distribuição gratuita de preservativos também foi interessante. Atenção: este é apenas um modelo para orientar o aluno no preenchimento da sua própria ficha. É importante mencionar que o estudo de caso é apenas para que vocês conheçam casos semelhantes. Cópias das ações de campanhas dos casos estudados não serão aceitas. É claro que alguns tipos de campanhas são recorrentes, porém, não pode haver cópia de frases, desenhos etc., ou seja, a campanha não deve ser igual ao caso estudado. Se possível, organizem uma palestra em que um profissional da área da saúde tenha espaço para explicar com mais detalhes as formas de combate e prevenção. Além de ser uma fonte de informação confiável, esse profissional pode dar dicas de como melhorar a campanha e alertar sobre alguns perigos. 2ª etapa Na segunda etapa devem ser estabelecidos: 1. Prazo para a preparação/planejamento 2. Duração das ações específicas 3. Duração do projeto como um todo Os grupos formados na 1ª etapa devem elaborar um cronograma das ações e determinar quem serão os responsáveis por cada tarefa. A elaboração de cada tarefa deve ser feita com a participação de todos os alunos e orientação do educador.

4 Caso haja dificuldade ou problemas na realização de alguma tarefa, o educador auxiliará na busca de ferramentas e conhecimentos adequados para a realização da mesma. A seguir, oferecemos uma proposta de plano de ação que pode ser utilizado na íntegra ou com as adaptações necessárias. Duração do projeto Anual (dividido pelas estações do ano) 1) Verão: 22/12 a 20/03 Período Crítico Atuação intensiva do grupo (baseado no ciclo de vida do mosquito) 2) Outono: 21/03 a 20/06 Período Crítico Atuação intensiva do grupo (baseado no ciclo de vida do mosquito) 3) Inverno: 21/06 a 21/09 Reforço na comunicação e acompanhamento da campanha 4) Primavera: 22/09 a 21/12 Reforço na comunicação e acompanhamento da campanha Metodologia e planejamento Nesta fase o foco deve ser a determinação das metas e o modo de atingi-las. O planejamento visa ao empenho de todos os envolvidos. Apresentação Os grupos formados devem se unir para preparar uma apresentação para os demais membros da instituição. Deverá conter todas as etapas do projeto, assim como a sua justificativa. Segue, abaixo, a síntese do evento: Apresentação do tema da campanha Apresentação da justificativa e dos objetivos Descrição das ações Descrição dos materiais utilizados Determinação de público-alvo e período de duração. Convocação geral para que o maior número de pessoas participem efetivamente

5 Sugestões de materiais a serem utilizados Cartazes desenvolvidos pelos alunos para confecção de murais, tanto na instituição, quanto nos estabelecimentos pré-estabelecidos Fotos e/ou vídeos das visitas para serem expostos ao final da campanha Fichas de visita Panfletos Caixas de sugestões uma para ser deixada na instituição, e outra para que a comunidade tenha acesso. Deverão estar devidamente lacradas e sob responsabilidade do coordenador do grupo e do parceiro na comunidade (a definir). As sugestões devem ser monitoradas e discutidas semanalmente nos fóruns de discussão durante o andamento da campanha. Justificativa O ano de 2015 foi marcado por ocorrências do aumento de casos de dengue no Brasil e, também, pelas inúmeras iniciativas de conscientização a respeito da importância da erradicação do Aedes aegypti. Em todas as mídias houve um aumento de informações a respeito, evidenciando casos e levando toda a população a pensar sobre a prevenção de riscos que o mosquito apresenta a todos. Por conta dessa possível pandemia, é importante o desenvolvimento de um projeto que una forças, informações e conscientização de toda população acerca de um problema que pode atingir a todos sem nenhuma distinção. Objetivos Conhecer sobre o mosquito Aedes aegypti e, por fim, erradicá-lo. Fazer com que a escola seja uma ponte para a conscientização da população. Desenvolver o espírito colaborativo no público-alvo e entre os membros das equipes. Integrar os alunos com sua comunidade e com os grupos envolvidos.

6 Culminância Verificação da diminuição e/ou erradicação efetiva dos possíveis focos/criadouros, conscientização e garantia de continuidade da campanha por outras pessoas da instituição, que fiquem alertas e sejam constantes na busca e na erradicação de um possível novo foco/criadouro. Principais ações Visitas semanais com reportes quinzenais aos líderes monitores. Essas visitas serão divididas entre os grupos. Cada grupo deve eleger um representante que ficará responsável por reportar os avanços e possíveis contratempos das ações ao educador. Para a vistoria, devem ser escolhidos no mínimo 3 estabelecimentos residenciais e/ou comerciais a serem inspecionados semanalmente. Deve ser feita uma divulgação massiva da campanha para fidelização dos locais escolhidos até a conclusão do projeto. Cada local deverá conter um cartaz afixado em local visível, funcionando como informativo. Quinzenalmente, o representante deve reportar as informações ao educador para possível orientação acerca de qualquer desvio. As ações devem ser registradas por fotos e relatórios. As imagens podem ser afixadas no mural físico ou publicadas no mural virtual da escola. Visita e vistoria de imóveis Podem ser organizadas visitas meramente informativas, em que os alunos irão explicar o projeto, fornecer dados e dar as devidas orientações de prevenção; ou podem ser feitas vistorias em busca de focos/criadouros do mosquito.

7 [ AEDES AEGYPTI ] As vistorias só podem ser realizadas mediante autorização do proprietário do imóvel, e os alunos devem portar identificação (uniforme e/ou crachá). Os representantes de cada grupo devem receber as fichas das visitas realizadas pelos demais membros e reportar as informações compiladas de sua equipe para o educador. Em cada vistoria, o local escolhido deve ser inspecionado pelos alunos junto com o proprietário, que deve ser informado sobre a importância da campanha e orientado sobre como eliminar os focos/criadouros do mosquito. As fichas de visitação e vistoria, bem como fotos e/ou vídeos, serão de suma importância para garantir o controle no processo. Os modelos estão disponíveis no final do livro. Controle Deve ser realizado um rigoroso acompanhamento dos avanços em direção ao cumprimento das metas e adoção de medidas corretivas quando os avanços não forem alcançados. Devem ser fixados padrões entre os grupos e comparações entre o desempenho real e os padrões pré-estabelecidos. Ações complementares Fórum de discussões A sala abrirá um fórum de discussões, destacando percepções e aprendizados. Neste fórum serão abordados a evolução de ideias do início do projeto, seu desenvolvimento e finalização. Aberto para alunos que não participaram da campanha e personalidades locais (ex.: líderes da comunidade, subprefeitos, empresários e afins). Palestras Oferecimento de palestras relacionadas ao tema. Aberto a toda comunidade. Ações diretas Pesquisas de opinião, abordagem pessoal, trabalho de campo com distribuição de panfleto informativo e conscientização da comunidade do entorno escolar. Produção cultural Produção textual (frases, redações, slogans, HQs), peças de teatro, vídeos de entrevistas com profissionais da saúde e comunidade.

8 Mídias sociais Divulgação da campanha por meio de redes sociais durante todo o período do projeto. Também podem ser utilizadas páginas da internet, e blogs. O uso do símbolo # (hashtag) pode unir todas as informações sobre o projeto nas redes sociais mais populares (facebook, twitter e instagram). Sugestões: #fora_aedes, #procura_se_aedes, #combate_aedes. O Snapchat também pode ser interessante para divulgação das ações em tempo real. Certificado Os imóveis e estabelecimentos que se mantiverem livres de focos/criadouros do mosquito Aedes aegypti receberão um selo oficial atestando seu compromisso e objetivo alcançado. Se possível, o selo deve ser afixado em local visível para toda a comunidade. Veja um modelo de selo que pode ser reproduzido em papel sulfite. Aedes aegypti aqui não tem vez! Este imóvel está livre da ameaça! Aedes aegypti aqui não tem vez! Este imóvel está livre da ameaça! FICHA DE VISITAÇÃO Nome do aluno/grupo: Grupo 1 Educador: Alessandro Nome e telefone do responsável pelo imóvel: Doralice / Endereço: Rua Murmúrios da tarde, 21, Jardim Bonito Motivo da visita Controle de ambientes/vetores et Convite para atividades ades coletivas/campanha campanha an de saúde Orientação/prevenção rev o Outros: Desfecho Visita realizada Visita recusada Ausente

9 [ AEDES AEGYPTI ] FICHA DE VISTORIA (exclusiva para controle de ambientes/vetores) Nome do aluno/grupo: Grupo 1 Educador: Alessandro Nome e telefone do responsável pelo imóvel: Doralice / Endereço: Rua Murmúrios da tarde, 21, Jardim Bonito Resultado da vistoria Há focos/criadouros do mosquito, mas não há presença de larvas Há focos/criadouros do mosquito com presença de larvas Não há focos Informações complementares Mosquitos foram vistos no local Há moradores ou funcionários que já foram infectados Há reincidência de focos/criadouros c ros Orientação à prevenção Entrega de panfleto Eliminação dos focos/criadouros Ações efetivadas et as Anotações Foram encontrados algumas garrafas com água parada. Foi feita a higienização e armazenamento correto. Foi agendada uma nova vistoria para daqui 15 dias.