PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA GÁBINETE DO DESEMBARGADOR JOSÉ RICARDO PORTO

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1 i PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA GÁBINETE DO DESEMBARGADOR JOSÉ RICARDO PORTO DECISÃO MONOCRÁTICA MANDADO DE SEGURANÇA N /001. Relator :Dr. Marcos William de Oliveira, Juiz de Direito convocado para substituir o Exmo. Des. José Ricardo Porto. Impetrante :Ana Maria Gonçalves Braga. Advogado :Hugo Tardely Lourenço. Impetrados :Governador do Estado da Paraíba. MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR CONTRATADO. 1 DISPENSA. PRAZO DECADENCIAL. INÍCIO DA CONTAGEM. DATA DA DEMISSÃO. DECURSO DE MAIS DE 120 (CENTO,E! VINTE) DIAS ENTRE O ATO E A IMPETRAÇÃO DO WRIT. ' DECADÊNCIA OPERADA. INOBSERVÂNCIA DO ART. 23 DA 1LEI N /2009. INDEFERIMENTO DA INICIAL. 1- Deixando o impetrante de indicar, tampouco demonstrar, o momento l em que tomou conhecimento da suposta ilicitude praticada pela autoridade coatora, deve ser reconhecida, para fins de decadência, a data da efetivação de sua demissão. - Decai do direito ao mandado de segurança quem apenas vem manejá-lo já ultrapassados mais de 120 (cento e vinte) dias do ato que alega ter sido praticado com ilegalidade. - "Art O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado." (Art. 23, da Lei n /2009). VISTOS. Cuida-se de Mandado de Segurança impetrado por Ana Maria Gonçalves Braga, em desfavor de ato apontado como ilegal do Governador do Estado da Paraíba, que desencadeou na exoneração da postulante. A suplicante alega que exerceu as atribuições do cargo de secretária, na Junta Médica do 19 Núcleo Regional de Saúde, no Minicípio de Sousa, tendo sido exonerada pela autoridade ap ntada como coatora, após mais de 12 (doze) anos de serviços prestados, sem qualquer ato formalizado. ; Dito isso, defende a aplicabilidade do art. 19 da ADCT, de modo que seja reintegrada aos quadros da Administração Estadual.

2 Ao final, pugna pela concessão de liminar, para que seja "determina imediatamente retorno da impetrante ao cargo público anteriormente designado"- fisa6. No mérito, requer a concessão definitiva da ordem, nos moldes do pleito emergencial - fls. 02/ untou documentos - fls. 08/55. É o necessário relatório. pecido. Como pode ser visto no relatório, a impetrante busca, através deste writ, determinação judicial no sentido de que seja reintegrada ao cargo que ocupavaca perante os quadros estatais. Friso, desde logo, que este Mandado de Segurança deixou de observar um dos requisitos obrigatórios, dispostos na Lei n /2009, mais especificamente no que se refere a sua impètração dentro do prazo decadencial, previsto no seu art. 23, que assim preconiza: "Art O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) - dias 'contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado." (Art. 23, da Lei n /2009). Compulsando os autos, constata -se que o ato refutado ilegal, acerca do qual a postulante busca a declaração de ilegalidade, fora praticado em 31/12/2011, conforme extrai-se do documento de fls. 55. Conforme leciona o dispositivo acima transcrito, o lapso temporal da decadência flui a partir da ciência da conduta inquinada de ilegalidade. Contudo, a suplicante deixou de indicar, tampouco demonstrar, a data em que tomou conhecimento da suposta ilicitude praticada pela autoridade coatora, de modo que devemos reconhecer como tal o dia do seu afastamento, declinado no documento de fls. 55. Nesse diapasão, trago à baila arestos do Superior Tribunal de Justiça: "ADMINISTRATIVO. FUNDO DE SAÚDE DO EXÉRCITO - FUSEX. EXCLUSÃO DE BENEFICIÁRIO. AUSÊNCIA DE ATO PRATICADO PELO MINISTRO DE ESTADO DA DEFESA. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA AUTORIDADE INDICADA COMO COA TORA. ( ) 5. Apenas a título de argumentação, cumpre salientar que a impetrante apresentou cópia do Boletim Regional n. 038, de 01 de março de 2010, da Seção de Inativos e Pensionistas da 6" Região Militar do Exército Brasileiro, que veicula decisão que determina a exclusão da pensionista do Plano de Saúde. Considerando-se que seja esse o ato impugnado, a pretensão não alcançaria êxito, haja vista o decurso do prazo de 120 dias de que trata o art. 23, da Lei , o que conduz ao reconhecimento da decadência do direito à impetração. S ' ;00 1.

3 6. Ademais, a impetrante salienta que somente tomou conhecimento o i ato de exclusão ao se dirigir ao Hospital do Exército para marcar iconsulta médica, sem indicar com precisão qual seria a data em que teve ciência inequívoca da supressão do suposto direito. Assim, deixando demonstrar a data em que teve ciência do ato impugnado, impõe-se reconhecer que a fluência do prazo decadência começa a partir da publicação do citado Boletim Regional n. 038, o que impõe,, omo já salientado, a decretação da decadência da impetração. 7, Segurança denegada." (STJ. MS / DF. Rel. Min. Mauro Campbell Marques.,T. em 23/11/2011). Grifei. 'DIREITO ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO 'REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. PROMOÇÃO. DECADÊNCIA. PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. AUSÊNCIA. AGRAVO IMPRO VIDO. (...) 2. Tratando-se de mandado de segurança, o prazo para impetração tem inicio na data em que o impetrante toma ciência do fato impugnado, nos,4ermos l do art. 18 da Lei Hipótese em que o agravado aponta como ato coator o Oficio , de , sem demonstrar na petição inicial que teve ciência do referido oficio em data diversa nem informar a existência dos documentos acostados com o recurso ordinário, pelo que, impetrado o Mandamus em , forçoso reconhecer a decadência na espécie. 4 Agravo regimental improvido." (STJ. AgRg no RMS / PR. Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima. J. em 29/05/2008). Grifei. 1 pois bem, o presente mandamus só foi impetrado no dia 27 de fevereiro de 2013, ou seja, mais de 01 (um) ano após a prática do ato indicado como ilegal - 31/12/2011, fato que denota o transcurso em toda plenitude do prazo decadencial de 120 (cento e vinte) dias, previsto na Lei Mandamental., 1 iyém do mais, mesmo que fôssemos levar em consideração os último pontos assinados pela impetrante, fls. 30 e 31, datados de abril de 2012, como de ciência inequívoca da sua demissão, extrai-se que decorreu bem mais do que o lapso temporal de (cento e vinte) dias. Dito isso, outro caminho não resta a trilhar, senão o do reconhecimento da inobservância do lapso temporal da decadência para aviar o presente Mandado de Segurança (art. 23, da Lei n /2009), impondo-se reconhecer a falta de um dos requisitos essenciais ao seu recebimento, a autorizar o indeferimento da inicial por esta relatoria, nos termos do art. 10 desse mesmo diploma legal, in verbis: "Art 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando não for o caso de mandado de segurança ou lhe faltar algum dos : requisitos legais ou quando decorrido o prazo legal para a impetração." (Art. 10, da Lei n /2009). Grifei

4 Diante dessas considerações, e com fulcro nos art. 1da i n : /2009, indethiso a inicial do presente mandamus, por inobservânciaso prazd decadencial definido no art. 23 desse mesmo diploma legal, ressalvada, em toag-cão-,/-"a possibilidade de a inipetrante vir a questionar a validade do ato nas vias ordinárias. Sem honorários advocaticios, nos termos da Súmula 512 do STF. intimações necessárias. Cumpra-se. João Pesso de março de 2013.,ç9.tf 1<" pr. M R m de Oliveira Convocado J/08 ( Nv, 1 c 4

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