TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DA BAHIA
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- Matilde Carneiro Valverde
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1 TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DA BAHIA ACÓRDÃO N 643/2012 ( ) MANDADO DE SEGURANÇA N CLASSE 22 AGRAVANTE: IMPETRADA: RELATOR: Joseph Rodrigues dos Santos. Advs.: Beis. Marcelo Santana Neves e Maria Helena Cerqueira Oliveira. Presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia. Juiz Saulo Casali Bahia. Agravo regimental. Mandado de segurança. Decisão terminativa. Indeferimento da inicial por decadência. Concurso público realizado em Irresignacão tardia. Negativa de provimento ao agravo. 1. Não pode o impetrante, a seu arbítrio, redefinir o termo a quo do prazo decadência!, com posterior irresignação administrativa quanto à coação ocorrida muito antes, com o término do período de inscrições do concurso realizado no ano de 2009; 2. Agravo regimental a que se nega provimento. Visto, relatado e discutido o expediente acima indicado, ACORDAM os Juizes do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia, à unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO AGRAVO REGIMENTAL, nos termos do voto do Juiz Relator, adiante lavrado, que passa a integrar o presente Acórdão. Sala das Se/sões do TRE dabfahia, em 5 de junho de^2012. CARLOS ALBERTO DULTRA CINTRA Vice-Presidente no exercício da Presidência
2 (EXPEDIENTE N /2012 -AGRAVO REGIMENTAL) SAULO CASALI BAHIA Juiz Relator SIDNE irador Regioj
3 RELATÓRIO Trata-se de agravo regimental interposto por Joseph Rodrigues dos Santos contra decisão por mim proferida, que indeferiu, com base nos artigos 23 e 6, parágrafo 5 da Lei n /2009 a petição inicial deste procedimento de mandado de segurança. Em suas razões, alega o agravante que a demanda foi proposta contra ato da Presidente deste Tribunal Regional Eleitoral da Bahia que indeferiu pleito administrativo para que fosse incluído o nome do impetrante, no resultado final para o concurso para o cargo de Analista Judiciário - Área Judiciária, entre os candidatos portadores de deficiência, através de aditamento ao Edital n 18 - TRE-BA de 23 de julho de Assevera que este Relator entendeu estar consumada a decadência para o ajuizamento do mandado de segurança, posto que deveria ter sido atacado o ato da não consideração de sua deficiência como apta à inscrição em vagas reservadas pela Junta Médica, bem como que o impetrante deveria ter discutido a pretensão de concorrer às vagas reservadas ao término do período de inscrições. Todavia, segundo o entendimento do impetrante, "o ato a ser atacado, induvidosamente, é o ato administrativo da lavra da Presidente desta Corte que negou a sua inclusão na lista de portadores de deficiência, tanto por inexistir ato administrativo do referido colegiado médico a ser atacado quanto em razão do objeto do mandado de segurança e da violação a dispositivos legais e constitucionais".
4 Pugna, ao final, para que seja reconsiderada a decisão agravada ou, subsidiariamente, para que seja provido o recurso com o consequente reconhecimento da tempestividade do mandamus e o regular prosseguimento do feito. É o relatório.
5 VOTO Conheço do recurso, posto que satisfeitas todas as exigências intrínsecas e extrínsecas exigidas em lei. No mérito, porém, o recurso não merece provimento pelas razões já expostas na decisão terminativa, que abaixo transcrevo: JOSEPH RODRIGUES DOS SANTOS, qualificado na Inicial, impetrou junto a esta Corte MANDADO DE SEGURANÇA, autuado sob o n , , contra ato da PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DA BAHIA. Diz que: a) possui surdez unilateral total, e ingressou no TRE-BA em 18/11/2004 como técnico judiciário, em vaga reservada a portador de deficiência; b) em 25/11/2009 o TRE-BA publicou o edital de concurso para provimento do cargo de analista judiciário (área judiciária), ocasião em que obteve a informação, através de consulta à Junta Médica, de que não mais poderia concorrer na condição de portador de deficiência, pois o Decreto n 5.296/2004 não mais considerava a surdez unilateral como deficiência qualificada para a inscrição nas vagas reservadas; c) obteve a 44" colocação no concurso para analista; d) surpreendeu-se ao saber que em 02/04/2012 o TRE-BA havia reconhecido à candidata SUELLEN DIAS DE ALENCAR, também portadora de surdez unilateral, o direito de concorrer às vagas reservadas a portadores de deficiência, quando determinou-se, através do Mandado de Segurança n , a inclusão da mesma em lista especial; e) diante disto, requereu administrativamente a sua inclusão na lista de vagas reservadas a candidatos portadores de deficiência, pedido este denegado pela autoridade coatora em 07/05/2012; J) assim, teria havido violação ao artigo 5, parágrafo 2, da Lei n 8.112/90, às leis n* 7.853/89 e 9784/99, aos Decretos n* 3298/99, 6949/09 e 3956/01, e à Constituição Federal (arts. 7, XXXI, e 37, caput e inciso VIII).
6 Reclamou, assim, a concessão de liminar para reserva de vaga ou suspensão de nomeação do próximo candidato aprovado e portador de deficiência, e definitiva da segurança para ser incluído na lista de candidatos portadores de deficiência aprovados no referido concurso, assegurando-se a sua nomeação e posse, obedecida a ordem de classificação. Vieram-me os autos conclusos. E o relatório. Diz o Artigo 23 da Lei n /2009 que "o direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. " Indica como ato impugnado o indeferimento de sua inclusão na lista de vagas reservadas a candidatos portadores de deficiência no concurso já mencionado. Ora, o candidato não se inscreveu nas vagas reservadas a candidatos portadores de deficiência, em concurso já encerrado. O que pretende, em verdade, é opor-se à não consideração de sua deficiência como apta à inscrição em vagas reservadas. Este é o real ato coator, sob pena de se considerar que possa o interessado, a seu arbítrio, redefinir o termo a quo do prazo decadência! bastando apresentar posterior irresignação administrativa quanto à coação já ocorrida muito antes. Segundo o Edital n 1/TRE-BA, as inscrições foram finalizadas em 22/12/2009. Tenho que se o candidato pretendia concorrer em vagas reservadas aos candidatos portadores de deficiência, deveria ao menos desde o término do período de inscrições discutir esta pretensão, acaso resistida, como diz, mediante consulta informal (fl. 60). Verifica-se desde então a sua inércia em discutir a questão, com o advento da decadência prevista para esta via processual, nos termos da Lei n O precedente citado à fl. 4 não auxilia o Impetrante, pois ali é asseverado que o prazo decadencial se inicia do ato administrativo que excluiu o candidato, e não da data da publicação do edital. Não é este o caso dos autos. Também não lhe socorre o fato de que em 02/04/2012 o TRE-BA haver reconhecido à candidata SUELLEN DIAS DE ALENCAR, também portadora de surdez unilateral, o direito de concorrer às vagas reservadas a portadores de deficiência, quando determinou-se, através do Mandado de Segurança n , a inclusão da mesma em lista especial. É que esta candidata, como se vê dos autos, realizou inscrição para as vagas reservadas a portadores de deficiência, e, ao
7 ser eliminada posteriormente do certame, ingressou, tempestivamente, com mandado de segurança. O presente ajuizamento é intempestivo, ao meu ver, o que não impede o uso das vias ordinárias, pelo Impetrante, para o atendimento do seu pleito, inclusive com eventual recurso à dilação probatória, inviável no mandado de segurança. Do exposto, nos termos do artigo 109, parágrafo único, inciso II, do regimento interno do TRE-BA, INDEFIRO A PETIÇÃO INICIAL, nos termos dos artigos 23 da Lei n /2009, e 6, parágrafo 5, da mesma Lei. Assim, conforme dito acima, não pode o agravante redefinir o termo a quo do prazo decadencial ao seu alvedrio, haja vista que deveria ao menos desde o término do período de inscrições ter discutido a pretensão. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. É como voto. Sala das Sessões do TRE cfca Bahia, em 5 de junho de W m- Saulo Casali Bahia Juiz Relator
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