PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA PRESIDÊNCIA

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1 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA PRESIDÊNCIA RECURSO ESPECIAL N /001 RECORRENTE: Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil PREVI. ADVOGADOS: Urbano Vitalino de Melo Neto, Daniel Arruda de Farias e outro. RECORRIDOS: Maria de Fátima Caetano Barreto e outra. ADVOGADOS: Karina Palova Villar Naia e outros. Vistos etc. Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil PREVI, interpôs recurso especial (fis. 711/739), impugnando. acórdão (fls. 674/682) julgado pela Primeira Câmara Cível desta Corte de Justiça. com fulcro no art. 105, III, "a" da Carta Magna, sob argumento de violação aos artigos, 7, inciso XXVI e 114 da Constituição Federal, art. 3, parágrafo único, da Lei Complementar n 108/2001 e art. 3 da Lei 6.321/76. Devidamente intimada (ti. 743) a parte recorrida apresentou contrarrazões às fls. 745/755. A Procuradoria-Geral de Justiça ofertou parecer no sentido de inadmissibilidade do presente recurso, às fls. 757/759. É o relatório. DECIDO R: \Restrito \ ASJURaecurso Especial `, Resp_ _14

2 A priori, verifica-se a presença dos seguintes pressupostos exigidos para a admissibilidade da senda recursal: tempestividade, legitimidade, interesse recursal e preparo. É oportuno evidenciar que o recurso especial tem sua dimensão cognitiva bastante reduzida, restrito à hipóteses de cabimento elencadas na Constituição Federal, destinado a salvaguardar a legislação infraconstitucional e a uniformização de seu entendimento. Demais disso, trata-se de um Recurso de fundamentação vinculada, considerando as estritas hipóteses de cabimento delicadas na Constituição Federal, o qual demanda a observância de formalidades específicas, tais como a demonstração de seu cabimento, as razões do inconformismo, calcadas na violação a dispositivo legal e a exposição do fato e do direito. Conforme previsto no art.105, III, incisos "a" e "c - da Constituição Federal que é inadmissível recurso especial quando este se refere como fundamento matéria constitucional. Na hipótese dos autos o recorrente alegou que o acórdão recorrdio violou os artigos 7 0, XXVI e 114 da Constituição Federal, arguição incabível na via eleita.. Nesse sentido colaciono posicionamento do STJ: "PROCESSO CIVIL. VIOLAÇÃO À LEI LOCAL. SÚMULA 280/STE MATÉRIA CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA DO STE REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA-PROBATÓRIA. SÚMULA 07/STJ.1. Sustenta-se, na via do apelo nobre, violação do Decreto estadual n" 4.648/96. cuja análise demanda o exame da legislação local, providência insuscetível de realização no âmbito de recurso especial, nos termos da Súmula 280/STE2. O recorrente também alega ofensa de matéria constitucional enz seara de recurso especial (artigos 22, IX e XI, da CF), cuja apreciação compete exclusivamente à Corte Suprema sob pena de usurpação de competência. 3. O Tribunal de origem decidiu que :'restou demonstrado estar a recorrida regularmente credenciada junto à AGR para realizar viagens transportando passageiros que necessitem de atendimento médico" (f1.228) e R:\Resrnto\ÂSJVR\Recurso Especial \R esp_ _ I 4

3 "possui licença para trafegar COM pacientes de uma cidade para outra" (f7. 231), com base na análise do acervo,fatico-probatório trazido aos autos. Incidência da súmula 07/STJ.4. Recurso especial não conhecido".(resp /GO, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/11/2009. DJe 11/11/2009)Grifei "DIREITO ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. EX4ME. IMPOSSIBILIDADE. COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. VIOLAÇÃO AOS ARTS. 475 E 535. II. DO CPC.INDICAÇÃO GENÉRICA. DEFICIÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STEART. 1' DA LEI 1.533/51. PERTINÊNCIA. A USÊNCIA. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. NÃO-OCORRÊNCIA. DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA. OCORRÊNCIA. MATÉRIA DE FUNDO PREJUDICADA. PRECEDENTE DO STJ. RECURSO CONHECIDO E IMPROVID0.1. O recurso especial não se presta ao exame de suposta afronta a dispositivos constitucionais, por se tratar de matéria reservada à competência do Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 102, III, da Constituição Federal.2. A indicação genérica de ofensa aos arts. 475 e 35, II, do CPC importa em deficiência de fundamentação. nos termos da Súmula 284/STF". REsp / PR. Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 15/10/2009, DJe 16/11/2009. Grifei Portanto, não é admissivel o exame de suposta afronta a norma constitucional em sede de Recurso Especial. Cumpre, ainda, esclarecer que o prequestionamento é um pressuposto recursal que deve estar contido no ato de interposição dos remédios dirigidos aos Tribunais Superiores do país, quais sejam, o Recurso Especial e Extraordinário. Consiste ele no debate sobre a matéria jurídica que serve de fundamento utilizado por cada uma das partes na defesa de seus interesses. Deve estar sempre presente em todo o processo dirigidos aos tribunais superiores, que se inicia desde a interposição do recurso até seu acolhimento pelos seus respectivos tribunais ad quem. Neste diapasão, compulsando os autos, verifica-se a ausência de prequestionamento em relação ao art. 3, parágrafo único, da Lei Complementar n 108/2001, art. 3 da Lei 6.321/76, art.6 do Decreto n 5/1991, porquanto o acordão guerreado não realizou menção aos artigos ofendidos. R: \Restrito \ AS11_1R \Recurso Especial \ Resp_ _14

4 Embora tenha o recorrente interposto embargos de declaração com o objetivo de prequestionar, o entendimento do STJ é de que se configura ausência de prequestionamento quando a decisão recorrida não discutiu a suposta norma legal violada. Nesse sentido: "PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO ANULATORIA DE AUTO DE INFRAÇÃO. MI.rL T4 ADMINISTRATIVA. INMETRO. LEI 9.933/99. ALEGADA NECESSIDADE DE REGULAMENTAÇÃO. A USÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA. SÚMULA 211/STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADO. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO. CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. INCONFORMISMO DA EMBARGANTE. EFEITO INFRINGENTE. IMPOSSIBILIDADE. PREQUESTIONAMENTO DE MATÉRIA CONSTITUCIONAL. INVIABILIDADE.1. Os embargos de declaração somente são cabíveis nos casos de obscuridade, contradição ou omissão nas decisões judiciais.2. Na hipótese dos autos, os embargos declaratórios não buscam a correção de eventual defeito do acórdão, mas a alteração do resultado do julgamento. providência inviável na via recursal eleita.3. Ausente o questionamento prévio da matéria deduzida no recurso especial, apesar dos embargos de declaração opostos, é inviável o seu conhecimento. Aplicação do princípio consolidado na Súmula 211/STJ.4. Para a demonstração do dissídio jurisprudencial, devem ser mencionadas e expostas as circunstâncias que identificam ou assemelham os casos confrontados, sob pena de ficarem desatendidos os requisitos previstos nos arts. 541, parágrafo único, do CPC, e 255 do RISTJ.5. Embargos de declaração rejeitados-.(edd no AgRg no REsp /PR, Rel. Ministra DENISE ARRUDA. PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/10/2009. DJe 13/11/2009) 411 Ademais, o conhecimento do Recurso Especial com fundamento na alínea "a" do inciso III do art. 105 da Carta Magna depende 1 de alegação bem fundamentada de violação à legislação federal, com explanação verossímil da ofensa ao texto de lei, bem como a demonstração com argumentos lógicos e seguros, do descompasso entre o Acórdão recorrido e a norma pretensamente malferia, o que não foi feito no caso em questão. R: \Restnto\ASJUR \Recurso Especial\Resp_ _14

5 Compulsando os autos, se constata que o recorrente não conseguiu comprovar que a decisão recorrida contraria tratado ou lei federal, ou que negou-lhes vigência. Verifica-se, portanto, a inexistência do preenchimento da exigência formal e o atendimento aos pressupostos genéricos e específicos exigidos pela via eleita. especial. Ante o exposto, não admito o presente recurso Publique-se e cumpra-se. João Pessoa. 02 de fevereiro de DESEMBARGADOR LUIZ SILVIO RAMALHO JÚNIOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARMB, R ĀRestrito ASJ CR \Recurso Especial \ Resp_200200(, _ I 4

6 TRIBUNAL OS Coordeuadoria Judiciária Reglatrado erm J.,&042~