ANÁLISE DE CRESCIMENTO DA CANA-DE-AÇÚCAR NAS FASES INICIAIS SOB DIFERENTES PROFUNDIDADES DE PLANTIO

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1 ANÁLISE DE CRESCIMENTO DA CANA-DE-AÇÚCAR NAS FASES INICIAIS SOB DIFERENTES PROFUNDIDADES DE PLANTIO ANALYSIS OF GROWTH OF THE SUGAR CANE IN THE INITIAL STAGES UNDER DIFFERENTS DEPTHS OF PLANTING Ronaldo da Silva Viana (1) Daniela Dutra Estevam (2) Ana Carolina Nunes Domingues de Assumpção (3) Lucas Aparecido Manzani Lisboa (4) Paulo Alexandre Monteiro de Figueiredo (5) Resumo A cana-de-açúcar (Saccharum spp.) é atualmente uma das principais culturas para a economia agrícola brasileira. Tendo a cana-de-açúcar um extenso sistema radicular, o preparo do solo deve ser profundo e esmerado. Em função do exposto, o experimento teve por objetivo analisar o crescimento nas fases iniciais de cana-de-açúcar sob diferentes profundidades de plantio. A instalação assim como a condução do experimento ocorreu em condições de Estufa Agrícola e Laboratório de Morfofisiologia Vegetal da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Campus de Dracena SP. O delineamento experimental utilizado foi Inteiramente Casualizado (DIC) com seis tratamentos e seis repetições totalizando 36 parcelas. Foram plantados minitoletes de cana-de-açúcar em vasos com capacidade de 9,0 dm 3. Os tratamentos sofreram a mesma adubação e os minitoletes foram plantados nas seguintes profundidades 0, 5, 10, 15, 20 e 25 cm. Aos 60 dias após o plantio foram avaliadas as seguintes características: NF = Número de Folhas; NC = Número de Colmos; DC = Diâmetro de Colmos e AF = Área foliar. O plantio de minitoletes de cana-de-açúcar a 5 cm de profundidade apresentou melhores resultados para número de folhas e colmos. A área foliar foi maior quando minitoletes de cana-de-açúcar foram plantados a 20 cm de profundidade. Palavras-chave: Saccharum spp. Morfologia vegetal. Colmo. Abstract Sugar cane (Saccharum spp.) is currently an important crop for the Brazilian agricultural economy. Being the cane sugar a deep root system, soil preparation for sugar cane should be deep and neat. According to this, the experiment was to analyze the growth in the early stages of sugar cane under different planting depths. The installation as well as the experiment took place in a greenery and in the laboratory of plant physiology, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" Campus Dracena - SP. The experimental design was completely randomized (CRD) with six treatments and six replicates totaling 36 1 Docente da FATEC de Araçatuba. ronaldodsv@hotmail.com; 2 Mestranda do curso de Pós-Graduação em Zootecnia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - FMVZ, Campus de Botucatu UNESP; 3 Engenheira Agrônoma. anacndomingues@terra.com.br; 4 Técnico de Laboratório UNESP lisboa@dracena.unesp.br; 5 Docente da Faculdade de Zootecnia e Engenharia Agronômica UNESP. paulofigueiredo@dracena.unesp.br 163

2 installments. Minitoletes of sugar cane was planted in pots with a capacity of 9.0 dcm 3. Treatments suffered the same fertilizer was incorporated into the soil to be planted in the following depths minitoletes 0, 5, 10, 15, 20 and 25 cm. At 60 days after planting the following characteristics were evaluated: NF = Number of leaves; NC = Number of canes; DC = Diameter of Stems and AF = leaf area. The planting of minitoletes of sugarcane to 5 cm depth showed better results for number of leaves and culms. The leaf area was greater when minitoletes of sugar cane were planted at 20 cm depth. Keywords: Saccharum spp. Plant Morphologic. Culm. 1 Introdução A cana-de-açúcar (Saccharum spp.) é atualmente uma das principais culturas para a economia agrícola brasileira, são produzidos mais de 671,69 milhões de toneladas de açúcar na safra 2014/15 (CANAB, 2014). Tendo a cana-de-açúcar um extenso sistema radicular, o preparo do solo deve ser profundo e esmerado. Convém salientar que não há uma linha uniforme de preparo do terreno, variação essa que ocorre em função do tipo de solo e de acordo com as condições das unidades sucroalcooleiras. O espaçamento entre sulcos pode variar de 1,0 a 1,8 metro. A profundidade do sulco deve variar entre 20 a 30 centímetros (EMBRAPA, 2005). A quantidade de solo sobre os toletes variam entre 5 a 10 cm, em função da variedade escolhida, da época de plantio e da textura do solo. Plantios realizados no verão devem receber uma cobertura menos espessa entre 5 a 7 cm o que previne assoreamentos indesejáveis no sulco. Plantios tardios estariam mais bem protegidos de uma possível estiagem com uma cobertura mais espessa (8 a 10 cm) (COLETI; STUPIELLO, 2006) Em função do exposto, o experimento teve por objetivo avaliar o crescimento da cana-de-açúcar nas fases iniciais sob diferentes profundidades de plantio. 2 Material e Métodos A instalação e condução do experimento ocorreram em condições de Estufa Agrícola e Laboratório de Morfofisiologia Vegetal da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Campus de Dracena SP entre os meses de abril a maio de O delineamento experimental utilizado foi Inteiramente Casualizados (DIC) com 6 tratamentos e 6 repetições, totalizando 36 parcelas. Foram plantados minitoletes de cana-de-açúcar variedade RB , em vasos com capacidade de 9 dm 3 contendo Argissolo Vermelho, peneirado e adubado. A adubação 164

3 consistiu de 6,13g de N (Ureia), 8,15g P (Super Fosfato Triplo) e 3,74g K (Cloreto de Potássio), segundo análise de solo, de acordo com Raij et al. (1996). Os minitoletes foram plantados nas profundidades de 0, 5, 10, 15, 20 e 25 cm da superfície. Todos os minitoletes receberam 50 ml de Cipermetrina a 5% aplicados no sulco. Aos 60 dias do plantio foram avaliadas as seguintes características: NF = Número de Folhas; NC = Número de Colmos; DC = Diâmetro de Colmos e AF = Área foliar total de cada parcela obtida através da soma das áreas de todas as folhas. Para a determinação da área foliar foi utilizada a fórmula AF = C x L x FC, onde C = comprimento; L = largura e FC = fator de correção (0,75), segundo metodologia descrita por Hermann e Câmara (1999). As variáveis foram submetidas à análise de variância pelo teste F (p<0,05) e ao teste de médias Tukey 5%. Foi utilizado o programa Assistat 7.6 Beta. 3 Resultados e Discussão Na Tabela 1 estão apresentados os resultados dos parâmetros avaliados em diferentes tratamentos de profundidade de plantio de cana-de-açúcar. Para o parâmetro número de folhas, o tratamento com 5 cm de profundidade de plantio apresentou melhor resultado. No entanto, o tratamento com 25 cm de profundidade exibiu o pior resultado, quando comparado com os demais tratamentos. O número de folhas está diretamente relacionado à taxa fotossintética realizada pela planta, segundo Favarin (2001) e Rodrigues (1995). Tabela 1: Número de folhas, Número de colmos, Diâmetro de colmos e Área foliar em diferentes tratamentos Parâmetros avaliados Tratamentos (cm) NF NC DC (cm) AF (cm 2 ) 0 9,33bc 1,73c 0,78 39,27bc 5 13,75a 3,66a 0,69 44,60bc 10 11,66ab 3,83a 0,64 56,13ab 15 7,55cd 3,50ab 0,74 55,96ab 20 8,00cd 2,16bc 0,85 62,72a 25 5,44d 1,00c 0,77 32,95c DMS 3,61** 1,49** 0,30ns 17,60** C.V. 22,17 32,06 23,38 20,63 Médias com letra diferente na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey 5%; **significativo ao nível de 1% de probabilidade (p<0,01); ns não significativo (p>0,05). 165

4 Com relação ao parâmetro número de colmos, os tratamentos 5 e 10 cm apresentaram valores superiores quando comparados aos demais. Por sua vez, os tratamentos com 0 e 25 cm apresentaram menores valores para essa característica, evidenciando que, tanto a exposição da gema ao ambiente, assim como seu posicionamento em profundidades acima de 20 cm, prejudica o perfilhamento inicial da cultura. Os dados são concordantes com aqueles relatados por Magro e Laca-Buendía (2010). Para a característica diâmetro de colmos, não foram encontrados efeitos significativos entre os tratamentos. Os dados são semelhantes aos encontrados por Magro e Laca-Buendía (2010). Para o parâmetro área foliar, o tratamento de 20 cm de profundidade de plantio apresentou resultado superior aos demais. A importância da área foliar de uma cultura está no fato dela ser um parâmetro indicativo de produtividade, pois o processo fotossintético depende da interceptação da energia luminosa e a sua conversão em energia química (FAVARIN, 2001). O aumento da área foliar prenuncia alta produção de fotossintetatos e alta produção de açúcares (RODRIGUES, 1995). 4 Conclusão O plantio de minitoletes de cana-de-açúcar a 5 cm de profundidade apresentou melhores resultados para número de folhas e colmos. A área foliar foi maior quando minitoletes de cana-de-açúcar foram plantados a 20 cm de profundidade. Referências CONAB Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento safra Brasileira cana-de-açúcar: Safra 2014/15 - Primeiro Levantamento. Brasília, v. 1, n.1, p. 1-20, abr COLETI, J. T.; STUPIELLO, J. J. Plantio da cana-de-açúcar. In: SEGATO, S. V. et al (org). Atualização em produção de cana-de-açúcar. Piracicaba: CP 2, cap. 10, p , EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Agência de informação Embrapa Cana de Açúcar Disponível em: 166

5 < html>. Acesso em: 01 out HERMANN, E R.; CÂMARA Um método simples para estimar a área foliar de cana de açúcar. Revista STAB, Piracicaba, n. 17, p.32-34, FAVARIN, J. L. Equações para a estimativa do índice de área foliar do cafeeiro. Disponível em: < Acesso em: 10 set MAGRO, C. R.; LACA-BUENDÍA, J. P. Efeito da profundidade de plantio no perfilhamento da cana-de-açúcar. FAZU em Revista. Uberaba, n.7, p , RAIJ, B. van et al. Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. (Boletim técnico 100). Campinas: Instituto Agronômico, p. RODRIGUES, J. D. Fisiologia da cana-de-açúcar. Disponível em: < Acesso em: 1 jan