GERMINAÇÃO DE TOMATE SAN MARZANO E ESPINAFRE DE VIROFLAY EM TRÊS DIFERENTES SUBSTRATOS

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1 Artigo GERMINAÇÃO DE TOMATE SAN MARZANO E ESPINAFRE DE VIROFLAY EM TRÊS DIFERENTES SUBSTRATOS SAN MARZANO TOMATO AND VIROFLAY SPINACH GERMINATION IN THREE DIFFERENT SUBSTRATES SANTOS, A.A.B 1 ; SANTOS, E.H 1.; SILVEIRA, K.A.S 1.; VIEIRA, D.A.C 1 ; ANCHIÊTA, R.L 2.; SILVA, E.C 3 1 Aluno do Segundo Ano do Ensino Médio do Colégio Moroni; 2 Professora de Biologia do Colégio Moroni; 3 Professora do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Sergipe. renata_anchieta@hotmail.com, elizaciriaco@hotmail.com RESUMO O presente artigo foi desenvolvido com sementes de tomate e espinafre visando comparar a taxa de germinação apresentada em três substratos distintos. Os experimentos foram feitos com as sementes semeadas em bandejas de isopor contendo três diferentes substratos feitos à base de pó de coco, terra vegetal, esterco e húmus de minhoca em proporções previamente definidas. Foram avaliados o número de germinações diárias, o índice de velocidade de emergência, o percentual de germinação e o tempo médio de germinação. Os resultados sugerem que, para o espinafre, o pó de coco puro é o substrato indicado para uma germinação mais rápida e eficiente. Já para o tomate, não houve diferença entre os substratos. PALAVRAS-CHAVE: Solanum lycopersicum, Spinacia oleracea, sementes. ABSTRACT The present paper was developed using tomato and spinach seeds in order to compare the germination rate presented in three different substrates. The experiments were done with the seeds sowed in styrofoam trays containing three different substrates made from coconut powder, vegetable soil, manure and earthworm humus in previously defined proportions. The number of germination per day, the rate of emergence, the germination percentage and the mean germination time were evaluated. The results suggested that, for spinach, pure coconut powder may be a suitable substrate for faster and more efficient germination. For tomato, there was no difference in the parameters analyzed. KEY-WORDS: Solanum lycopersicum, Spinacia oleracea, seeds. INTRODUÇÃO Com a preocupação crescente com a própria saúde, as pessoas passaram cada vez mais a cultivar hortas domésticas na intenção de produzir alimentos sem agrotóxicos, o que pode ser comprovado através do crescente aumento de blogs e canais sobre cultivo desse tipo de prática na internet. Ter uma horta doméstica em casa, além do benefício para a saúde, gera uma economia financeira (importante em tempos de crise) e uma melhora na qualidade de vida. O tomate e o espinafre são amplamente utilizados em hortas domésticas pelo seu sabor característico e seus nutrientes, sendo muito requisitados no preparo de saladas e como tempero de diversos pratos. Segundo Scientia Plena Jovem vol. 5,n. 2,

2 Tillmann et al. (1994, p. 260), O tomate é atualmente a mais importante hortaliça no mundo, tanto por área cultivada como por valor comercial. Por este motivo, pessoas em todo o país têm cultivado essa planta em seus lares, buscando formas orgânicas de plantio que garantam mais saúde às suas famílias. Vários fatores interferem na germinação das sementes, dentre eles o tipo de substrato. Conhecer os diferentes seus diferentes tipos pode garantir uma boa taxa de germinação, economia de tempo e dinheiro. De acordo com Guedes et al.(2010, p.57) O substrato influencia diretamente a germinação, em função de sua estrutura, aeração,capacidade de retenção de água e grau de infestação de patógenos, entre outros, podendo favorecer ou prejudicar a germinação das sementes. Desta forma, torna-se necessário escolher o substrato adequado para cada espécie, garantindo, assim, uma germinação mais eficiente das sementes e o correto desenvolvimento das plantas. No contexto de produção de mudas, o substrato é um dos componentes mais sensíveis, pois qualquer variação na sua composição implica na nulidade ou irregularidade de germinação, na má formação das plantas e no aparecimento de sintomas de deficiência ou excesso de alguns nutrientes. (MINAMI, 1995). Dentre os substratos mais utilizados encontra-se o pó de coco, a areia e terra vegetal, além de suas misturas em proporções adequadas. O pó de coco é um substrato aerado de coloração avermelhada e que retém muita água. Conforme afirma Moreira et. al.(2010, p.164), O pó de coco possui excelentes qualidades físicas e químicas quando usado como substrato, tais como alta retenção de umidade, resistência à degradação, uniformidade, ser livre de patógenos e ervas daninhas. A terra vegetal é uma mistura de uma terra preta com adubo vegetal apresentando-se compactada ao ser irrigada, podendo ocasionar um empoçamento de água na superfície quando usado como o único substrato. Já o esterco de boi e os húmus de minhoca são adubos orgânicos de origem animal provenientes da digestão desses organismos e contém importantes nutrientes para as plantas. Com o aumento do cultivo de hortas domésticas é importante conhecer os tipos de sementes e tipos de substratos para garantir uma boa germinação e produção de mudas e hortaliças sempre frescas durante todo o ano. Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi testar três substratos diferentes em duas espécies hortícolas a fim de avaliar seus efeitos na germinação das sementes. MATERIAL E MÉTODOS Aquisição das sementes e substratos As espécies utilizadas no presente trabalho foram Solanum lycopersicum L. San Marzano e Spinacia oleracea L. De Viroflay, da marca ISLA PAK,compradas em embalagens vendidas em lojas de produtos agrícolas (Fig. 1). Os produtos são protegidos por papel grosso brilhante contendo as sementes em um recipiente totalmente vedado, de forma a garantir que estas não tenham contato com a umidade do ambiente, Scientia Plena Jovem vol. 5,n. 2,

3 aumentando sua viabilidade por mais tempo. Todos os produtos utilizados estavam dentro do prazo de validade. Figura 1: Embalagens comerciais contendo as sementes utilizadas na presente pesquisa. (Fonte: arquivo pessoal, 2017). Os substratos utilizados para o plantio foram: pó de coco puro; terra vegetal + esterco + pó de coco (na proporção 3:1:1 v/v); e terra vegetal + húmus (na proporção 4:1 v/v). Todos foram comprados em lojas de produtos de jardinagem e agricultura e possuíam preços acessíveis. Semeadura e acompanhamento da germinação Foram utilizadas bandejas de isopor previamente furadas para garantir a correta drenagem do substrato. A adoção deste procedimento visou evitar o apodrecimento das raízes e a morte das plântulas. Scientia Plena Jovem vol. 5,n. 2,

4 Figura 2: Bandeja contendo plântulas de tomate San Marzano. (Fonte: arquivo pessoal, 2017) Cada bandeja continha um tipo de substrato e um tipo de semente (Fig. 2). As instruções contidas nas embalagens dos produtos foram seguidas corretamente visando garantir melhores condições de germinação. Foram feitas quatro repetições para cada substrato, utilizando 20 sementes por bandeja, em um total de 80 sementes por espécie, formando 24 unidades experimentais. As bandejas foram acomodadas em prateleiras verticais em local com sol direto nas primeiras horas da manhã e luminosidade o dia todo. No período de novembro a dezembro de 2016, as bandejas foram regadas e observadas diariamente durante 25 dias, e a taxa de germinação foi registrada com o uso de tabela de acompanhamento. Durante todo experimento, não foram acrescentados nenhum tipo de adubo e nem de agrotóxico nas unidades experimentais. Análise estatística dos dados Os resultados obtidos foram analisados utilizando o programa Germina Quant versão 1.0. Os dados resultantes foram calculados usando média aritmética simples e desvio padrão no programa Microsoft Office Excel 2007, sendo apresentados em forma de gráficos para melhor compreensão. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos sugerem que o número de sementes germinadas e o percentual de germinação não apresentaram diferença estatística, sendo satisfatórios os resultados apresentados em todas as bandejas (Tab. 1). Já os dados referentes ao tempo médio de germinação e à velocidade de emergência indicaram que, para a espécie espinafre, o substrato pó de coco apresenta uma germinação mais rápida em relação aos demais substratos (Tab. 1). Para o tomate, os dados revelam que todos os substratos apresentaram tempo médio de germinação e velocidade de emergência das semelhantes, podendo ser igualmente utilizados (Tab. 1). Alguns trabalhos realizados com germinação de espécies hortícolas, como os de Silva et. al. (2008, p.249), revelaram que o índice de velocidade de emergência (IVE) pode ser afetado pela composição do substrato em algumas espécies, como é o caso da alface. Scientia Plena Jovem vol. 5,n. 2,

5 TABELA 1: Dados obtidos neste estudo relacionados à germinação de sementes de espinafre (Spinacia oleracea L. De Viroflay ) e de tomate (Solanum lycopersicum L. San Marzano ) em três diferentes substratos. PC = pó de coco, TV = terra vegetal, ES = esterco, terra vegetal. Média aritmética ± desvio padrão de quatro repetições. Número de Tempo Velocidade Percentual sementes médio de de Espécie Substrato de germinada germinação emergência germinação s (dias) (dias -1 ) Pó de coco 17 ± 2,94 85±14,71 5,76± 0,26 0,17±0,008 Espinafre TV+ ES+ PC 15,75± 2,87 78,75±14,36 11,06±1,20 0,09±0,01 TV + húmus 14,5 ± 2,08 72,5 ± 10,40 11,36± 3,05 0,09 ± 0,03 Pó de coco 16,75± 1,25 83,75 ± 6,29 8,06 ±2,12 0,13 ±0,029 Tomate TV+ ES+ PC 17,25 ±1,70 86,25 ± 8,53 9,79 ± 3,27 0,11 ±0,028 TV + húmus 17,5 ± 2,08 87,5 ± 10,40 10,54± 1,40 0,10 ±0,012 CONCLUSÕES Para a obtenção de mudas de espinafre De Viroflay, indica-se a utilização de pó de coco como substrato para a germinação das sementes, uma vez que este substrato apresentou os melhores resultados dos parâmetros utilizados, com maior velocidade de emergência das plântulas. Para o tomateiro, os substratos utilizados neste trabalho são adequados, podendo ser utilizado qualquer um deles para obter resultados satisfatórios. AGRADECIMENTOS Ao Colégio Moroni, por ceder seu espaço e seus alunos para a realização do projeto, além de fornecer todas as condições necessárias para que os experimentos ocorressem a contento. Ao Laboratório de Fisiologia e Ecofisiologia Vegetal da Universidade Federal de Sergipe, pelo apoio e valiosas orientações prestadas, possibilitando a realização deste projeto e a ampliação do conhecimento dos alunos envolvidos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MINAMI, K. Produção de mudas de alta qualidade em horticultura. São Paulo: T.A. Queiroz, M.A.A. TILLMANN; Z. PIANA; C. CAVARIANI; K. MINAMI. Efeito da profundidade de semeadura na emergência de plântulas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill.). Piracicaba: Sci. Agric. Piracicaba, 51 (2), , maio/ago, GUEDES, R. S.; ALVES, E. U.; GONÇALVES, E. P.; JÚNIOR, J. M. B.; VIANA, J. S.; COLARES, P. N. Q. Substratos e temperaturas para testes de germinação e vigor de sementes de Amburana cearensis (Allemão) A.C. Smith. Rev. Árvore vol.34 n.1. Viçosa, Jan./Fev Scientia Plena Jovem vol. 5,n. 2,

6 MOREIRA, M. A.; DANTAS, F. M.; BIANCHINI, F. G.; VIÉGAS, P. R. A. Produção de mudas de berinjela com uso de pó de coco. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.12, n.2, p , SILVA, E.A.; MENDONÇA, V.; TOSTA, M.S., OLIVEIRA, A.C.; REIS, L.L.; BARDIVIESSO, D.M. Germinação da semente e produção de mudas de cultivares de alface em diferentes substratos. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, V. 29, n.2, p , abr./jun Scientia Plena Jovem vol. 5,n. 2,